terça-feira, julho 23, 2013

Hoje é data oficial do nascimento de Amália Rodrigues

Amália da Piedade Rodrigues (Lisboa, 23 de julho de 1920 - Lisboa, 6 de outubro de 1999) foi uma fadista, cantora e actriz portuguesa, considerada o exemplo máximo do fado, comummente aclamada como a voz de Portugal e uma das mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional, entre os portugueses ilustres.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa, americana, espanhola, italiana, brasileira). Marcante contribuição sua para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de musicados. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill.

Filha de Albertino de Jesus Rodrigues (Castelo Branco, Castelo Branco, 6 de agosto de 1888 - 13 de maio de 1962), um músico sapateiro que, para sustentar os quatro filhos e a mulher (Fundão, Fundão, 3 de Fevereiro de 1913), Lucinda da Piedade Rebordão (Fundão, São Martinho, 2 de maio de 1892 - Lisboa, Graça, 23 de novembro de 1986), tentou a sua sorte em Lisboa. Amália nasceu a 1 de julho de 1920, porém apenas foi registada dias depois, tendo no seu assento de nascimento como nascida às cinco horas de 23 de Julho de 1920, na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a 1 de julho ("no tempo das cerejas"), e dizia: Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes. Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o Fundão. Amália fica com os avós na capital.


Passam hoje vinte anos sobre a chacina da Candelária, no Rio de Janeiro

O monumento com a igreja no fundo

A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nesta chacina, seis menores e dois maiores sem-abrigo foram assassinados por polícias militares.

A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos

Investigação, participantes e assassinos
A investigação pelos culpados levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes feridos na chacina. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994, na Estação Central do Brasil, o que lo colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Inicialmente foram indiciadas quatro pessoas pela chacina: o ex-Polícia Militar Marcus Vinícios Emmanuel, os Polícias Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes e o serralheiro Jurandir Gomes França. Os três condenados gozam de liberdade atualmente foram:
  • Marcus Vinicius Borges Emmanuel, ex-Polícia Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos de prisão. No entanto, o assassino foi libertado da prisão em 29 de junho 2012.
  • Nélson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nélson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nélson Oliveira dos Santos Cunha também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio.
  • Marcos Aurélio Dias Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão, além de matar participar da chacina, também foi acusado de violar um adolescente. No final de 2010, contudo, conseguiu o indulto e também foi libertado da prisão.

Envolvidos na chacina e que não foram condenados:
  • Arlindo Lisboa Afonso Júnior – condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime.
  • Carlos Jorge Liaffa – não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma do seu padrasto.
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada num episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. No livro "A Fórmula da Esperança", de Roberto Freire, este evento é o ponto de partida da estória.

segunda-feira, julho 22, 2013

Selena Gomez - 21 anos

Selena também tem uma carreira de cantora, compositora, estilista, e já gravou algumas músicas para a Walt Disney Records, como "Cruella de Vil", "Fly to Your Heart" e "Send It On". Além disso, em 2009 sua banda The Scene fechou contrato com a gravadora Hollywood Records. Em 29 de setembro do mesmo ano lançaram seu primeiro álbum, Kiss & Tell, que vendeu 66 mil cópias na primeira semana ocupando a posição n.º 9 da Billboard 200.
Em março de 2010, Selena lançou a sua própria marca de roupas, intitulada Dream Out Loud, ligada à marca K-Mart, e um mês depois lançou uma coleção de roupas femininas de inverno, intitulada A Out Dream Got. Lançou o seu segundo álbum, A Year Without Rain, que estreou na posição n.º 4 da Billboard, com o mesmo número de vendas do primeiro. Em 28 de junho de 2011, a banda Selena Gomez & The Scene, em menos de um ano, lançaram um terceiro álbum, intitulado When the Sun Goes Down, vendeu na primeira semana 78 mil cópias, que também estreou na posição n.º 4 da Billboard 200, mas na segunda semana alcançou a posição n.º 3 na parada, com vendas acima de 44 mil cópias. Os três álbuns são Disco de Ouro nos Estados Unidos, por vendas acima de 500 mil cópias no país.
Atualmente Selena está focada em sua carreira cinematográfica, só este ano já gravou Spring Breakers, o filme de ação The Getaway, a animação Hotel Transilvânia, o filme Parental Guidance Suggested, baseado no livro While I’m Dead…Feed The Dog e ainda esse ano, está indicada para gravar Os 13 Porquês, Hot Mess e Sky Is Everywhere.

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Com seu primeiro single em 2009, "Falling Down", prometia marcar a sua estreia com uma forte influência do pop rock. Ficou nesse género apenas no seu primeiro single, já no segundo single de 2010, "Naturally" já trazia influências de electropop e dance-pop. Quando lançou o single em 2010, "A Year Without Rain" trouxe influências dos singles anteriores e do disco music. Assim como a canção, o álbum A Year Without Rain vinha com electropop e dance-pop como géneros predominantes, fundida com eurodance, disco, R&B, dancehall e reggae. O uso do teen pop foi usado por Gomez em seus trabalhos relacionados ao disney channel, como as canções "Cruella de Vil" e "Fly to Your Heart", fora "Tell Me Something I Don't Know" do filme Another Cinderella Story, ambas canções de 2008. Em 2011, com o lançamento do single em 2011, "Who Says", Selena usou mais uma vez o dance-pop, com influências do R&B contemporâneo. Já o segundo single do álbum When The Sun Goes Down em 2011, "Love You Like a Love Song" apostou em um novo estilo, o electro-funk e dance pop. When The Sun Goes Down contou com a volta do pop rock nas músicas de Selena, o uso básico do electro pop, reforço do dance pop, e foi inserida a forte influência do género musical new wave.
Os principais estilos musicais usados por Selena são o teen pop e dance-pop, fora as fusão do estilo da discoteca dos anos 70/80 que a sonoridade de Gomez faz. A mesma, em 2008, quando começou a carreira musical, recebeu os títulos de "Princesa do Pop Adolescente"/"Princesinha da Disney" por ter, na época, o seu género predominante o teen pop e surpreendendo com o pop rock em seu álbum de estreia, em 2009.
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Gomez mora, desde 1999, em Los Angeles com a sua mãe Mandy e seu padrasto Brian. Desde então estudou em casa (Home School), até maio de 2010, quando completou o ensino secundário. As suas melhores amigas, que são as também atrizes e cantoras, são Taylor Swift e Demi Lovato.
Em 2009 Gomez teve um breve romance com o seu colega de gravadora Nick Jonas, da banda Jonas Brothers e mais tarde com o seu colega de elenco David Henrie, que namorou até março de 2010. No mesmo ano, boatos de que teve um breve relacionamento com os atores Taylor Lautner e Cory Monteith surgiram. Em março de 2011, ela assumiu publicamente o seu namoro com o cantor Justin Drew Bieber, que terminou no final de 2012
Gomez tem popularidade entre adolescentes de doze a dezasseis anos, incluindo a sua base de fãs (conhecida como selenators). Ocasionalmente isto tem levado a duras críticas dos fãs de Bieber, como ameaças de morte e observações caluniosas (durante o aniversário de 17 anos de Justin, Gomez chegou a ser agredida por uma fã do cantor, levando um soco na boca).
Em 2010 Gomez recebeu um pagamento de 5,5 milhões de dólares segundo a revista People. Tornando-se a sexta artista adolescente mais bem paga de Hollywood. Coincidentemente o artista adolescente mais bem pago foi Bieber com pagamentos de 53 milhões de dólares. Em agosto de 2011 Gomez e Bieber se tornaram parte de uma escultura de bronze de Daniel Edwards chamada Justin & Selena As One; onde aparecem nus, apesar do facto ter chamado atenção, o casal não comentou o assunto. Porém, neste momento, Selena encontra-se solteira e já não namora o também cantor Justin Bieber, com quem manteve um relacionamento de quase 2 anos.


Rick Davies, dos Supertramp, faz hoje 69 anos

Richard Davies (22 de julho de 1944, Eastcott Hill, Inglaterra) é um músico anglo-americano, mais conhecido por ser co-fundador e o líder da banda britânica Supertramp.
Rick toca teclado, piano (incluindo o piano elétrico Wurlitzer), gaita, órgão, escaleta e percussão, além de compor canções e letras. Rick, ao lado de Roger Hodgson, era um dos vocalistas principais da banda e responsável pelo registo vocal de barítono (em contraste com o registo de tenor de Hodgson).
Davies começou a aprender música aos 12 anos, na sua cidade natal, na banda marcial da Associação Britânica de Estradas de Ferro, como percussionista. Numa entrevista de 2002 ele contou: "Quando criança, a percussão das bandas marciais chamava-me a atenção quando aconteciam desfiles cívicos na minha cidade, na Inglaterra. Para mim, era um som fantástico. Pouco tempo depois, arranjei uma bateria e fiz aulas do instrumento. Eu levava-as a sério... por isso, imaginava como prosseguir, tornar-me profissional, um baterista de verdade, mas também ser capaz de ler partituras e tocar com big bands, bandas de rock, música clássica, música latina. Quis definir o que eu queria fazer, tornar-me requisitado e com isso estabelecer-me na vida. Nesse momento, comecei a arranhar nos teclados e por alguma razão as pessoas reagiram melhor do que o que fazia na bateria. Por isso, investi mais naquilo a que as pessoas reagiam melhor".
Em 1959 a atenção de Rick Davies voltou-se para o rock'n'roll e entrou para uma banda chamada Vince and the Vigilantes. Em 1962, enquanto estudava Artes na Faculdade de Swindon, formou a primeira banda da qual foi líder, Rick's Blues, e agregou às suas referências musicais o blues, rhythm and blues e jazz, que desde então são os seus estilos favoritos. No Rick's Blues Davies tocava um piano elétrico Hohner, em vez da bateria. Quando o seu pai adoeceu, Rick acabou com os Rick's Blues, deixou a faculdade e conseguiu um emprego como soldador numa fábrica de sistemas de controle de larga escala. Então, durante algum tempo, as suas aspirações artísticas foram colocadas de lado em nome da sobrevivência da sua família.
Em setembro de 1966, entretanto, Rick recebeu uma oferta para integrar um grupo profissional chamado The Lonely Ones, que tocava basicamente soul e foi um dos primeiros grupos de que o baixista Noel Redding fez parte. Rick foi admitido como organista, embora não soubesse tocar o instrumento, aceitou o posto para se livrar do trabalho na fábrica. The Lonely Ones apresentaram-se na Europa continental, passando pela Suíça e pela Itália. Em julho de 1967, o grupo foi renomeado para "The Joint". Daí em diante, a Suíça e a Alemanha passaram a ser países em que a nova banda sempre fazia shows. Datam dessa época as gravações de bandas sonoras que o The Joint fez para filmes de baixo orçamento, como What's Happening, Der Griller, Jet Generation e Lieber und so Weiter.
Em 1968, The Joint conheceu o milionário holandês Stanley August Miesegaes (apelidado Sam), que morava em Genebra, na Suíça. Após alguns shows, participações na TV suíça, contatos e novos equipamentos, os outros membros desinteressaram-se. Rick Davies era o mais talentoso, e Sam sabia disso, tanto que se dispôs a financiar testes para novos integrantes. Davies então decide voltar para a Inglaterra e reunir músicos para uma nova banda.
Em agosto de 1969 é publicado um anúncio no jornal Melody Maker, ao qual respondem muitos aspirantes, mas foram escolhidos Roger Hodgson (baixo e vocal de apoio), Richard Palmer-James (guitarra e vocal principal) e Keith Baker (bateria). O resultado foi nomeado como Daddy e a banda tocou principalmente em Munique, na Alemanha, no famoso clube PN, com Rick Davies mais concentrado como organista. Lá conheceram o cineasta checo Haro Senft, que teve a ideia de fazer um documentário musical que não desse glamour aos músicos, mas que valorizasse mais a música em si. Os Daddy mostraram-se a banda ideal para esse projeto e, em 14 de dezembro de 1969, foi filmada a apresentação deles com a música "All Along the Watchtower", de Bob Dylan.
Em janeiro de 1970, os Daddy decidem mudar seu nome para Supertramp, por sugestão do guitarrista Richard Palmer-James, que lia àquela altura o livro "The Autobiography of a Supertramp", do poeta galês W. H. Davies. À essa altura, o documentário de Senft já havia sido editado e recebeu o título de "Supertramp Portrait 1970", que não pode ser lançado comercialmente pois Bob Dylan não autorizou o uso da sua música. No entanto, os membros do Supertramp sempre se mostraram gratos a Senft por esse documentário, pois divulgou bem o seu nome nos locais em que foi exibido.
Enquanto isso, Keith Baker saiu e foram abertos testes em fevereiro de 1970 para um novo baterista. O escolhido foi o inglês Robert Millar. Com essa formação, o Supertramp foi ao estúdio para gravar seu primeiro disco, o epónimo Supertramp, patrocinado pelo mecenas Sam. O estilo musical predominante foi o psicadélico, marcado por longos instrumentais e um clima bastante introspectivo. Rick Davies e Roger Hodgson encabeçaram as composições, todas feitas em parceria. Em relação às letras, ambos estavam relutantes, pois nunca haviam feito isso. Depois de muitos desentendimentos entre os integrantes, o guitarrista Richard Palmer-James assumiu a tarefa e compôs as letras, ainda que ele também fosse inexperiente nessa área.
O disco de estreia foi lançado em 14 de julho de 1970, no Clube "Revolution", de Londres. Pouco mais de um mês depois, os Supertramp apresentaram-se no Festival da Ilha de Wight, conhecido como o "Woodstock inglês". A formação da banda ao vivo era completada pelo flautista e saxofonista norte-americano Dave Winthrop, radicado na Inglaterra desde os oito anos de idade. As relações entre os membros nessa primeira fase não eram amigáveis, e os desentendimentos predominavam.
Apesar de tudo, os iniciantes Supertramp foram convidados a gravar a banda sonora de um filme alemão, ainda em 1970. O filme, no título original, chama-se "Fegefeuer" (Purgatory, título em inglês). A banda compôs oito faixas instrumentais para esse projeto, e o disco é uma grande raridade, pois não foi relançado e tão pouco os Supertramp o consideram parte da sua discografia oficial. Quanto aos problemas, chegaram a um ponto entre os membros que Richard Palmer-James preferiu deixar os Supertramp em dezembro de 1970. A ele seguiu-se Robert Millar, alguns meses depois, já em 1971, após os shows particularmente problemáticos que tentaram fazer na Noruega. Millar sofreu um colapso nervoso que o deixou em estado semi-vegetativo, retirou-se do mundo musical e desde então mais nenhuma notícia se teve dele.
Com a entrada de novos membros, Frank Farrell no baixo e Kevin Currie na bateria, Roger Hodgson deixou o baixo em favor da guitarra e essa formação gravou o segundo álbum, Indelibly Stamped. Ao contrário do primeiro disco, em que Hodgson foi o principal cantor, Indelibly Stamped teve como principal cantor o líder Rick Davies. As influências desse disco se concentraram no R&B, jazz e blues, e o resultado foi mais eclético do que o precedente. Outra diferença que começou com o segundo disco foi o trabalho individual de cada compositor, música e letra, e menos em termos de parceria, ainda que não dispensassem as contribuições um do outro nos detalhes e finalização.
Todavia, o facto era que Indelibly Stamped não fez melhor nos tops de sucesso do que o álbum de estreia, as vendas foram inexpressivas e os Supertramp continuavam em dificuldades para agendar shows e crescer no reconhecimento dos ouvintes e até para prover as suas necessidades básicas.
Nessa altura, em janeiro de 1973, ainda sem datas para shows e sem ganhos suficientes, Roger Hodgson, Frank Farrell e Kevin Currie aceitaram o convite para tocar com Chuck Berry como músicos contratados, em alguns shows dele na Inglaterra. Em 1973, Farrell e Currie saíram da banda, cansados de enfrentar revezes, guerras de egos e escassez de recursos. Davies e Hodgson também estavam incertos, e nesse período foram sondados para entrarem na banda Free, de Paul Rodgers e Paul Kossov. Em vez disso, aceitaram participar de algumas faixas do primeiro disco solo de Chick Churchill, tecladista dos Ten Years After, chamado "You & Me". Davies tocou bateria nas faixas "You and Me", "Reality in Arrears", "Ode to an Angel" e "You're not Listening". Enquanto isso, insistiam junto à gravadora A&M e Sam para que não voltassem atrás, pois estavam compondo novas músicas, mais maduras, e precisavam de suporte para encontrar novos músicos.
Nesse período, fizeram teste para baixista e escolheram o escocês Dougie Thomson, que tocara com o Alan Bown Set. Também em 1973 entraram em contacto com Bob C. Benberg, baterista norte-americano que tocava com o Bees Make Honey. Depois disso, estando novamente com cinco músicos, gravaram fitas demo com canções que despontariam pouco depois, como School e Rudy. No final do ano, Dave Winthrop sai da banda, muito desmotivado e sem ver futuro naquela situação.
Para agravar o quadro, Sam decide retirar o seu patrocínio. O holandês percebeu que tanto o seu protegido Rick Davies quanto Roger Hodgson não estavam a fim de misturar música clássica com a influência pop, aspiração que comparece, quando muito, vaga, nos dois álbuns lançados até então. Sam deixa os Supertramp com o equipamento reunido até então, comprado pelo holandês, paga as dívidas da banda junto da A&M e lhes deseja sucesso dali para a frente.
A banda precisava de um tocador de instrumento de sopro, então Dougie lembrou-se do seu colega John Helliwell, da banda anterior, Alan Bown Set. Tenta fazer um contacto, mas Helliwell estava tocando na Alemanha, sem se saber quando iria voltar à Inglaterra. Os testes continuam, a gravação de demos também, assim como as tentativas de aumentar a quantidade de shows. Em 1973, John Helliwell retorna ao país de origem e é informado pela esposa de que o seu antigo colega entrou em contacto. Helliwell fala então com Dougie e este é convidado para um teste. O saxofonista agrada, tanto pela musicalidade quanto pelo bom humor, e ficou com os Supertramp, ainda que nada tenha sido oficializado.
Com essa formação promissora, os Supertramp reúnem-se com a presidência da A&M, que esperava deles um pedido de rescisão de contrato. Em vez disso, a banda pede apoio para mais um álbum. A presidência ouve as fitas demo, fica empolgada e põe os Supertramp em contato com o produtor Dave Margereson, que também gosta do material e juntos tomam as providências para os ensaios e gravações do que se tornaria o álbum Crime of the Century, lançado em 1974. O álbum alcançou a quarta posição nos tops ingleses e a 38ª nos EUA.
No ano seguinte, a banda gravou "Crisis? What Crisis?", que ficou na 20ª posição nos tops ingleses e na 44ª nas norte-americanas. Em 1977, a banda muda para os Estados Unidos e lança "Even in the Quietest Moments", que ficou 16ª posição nos nos tops. Dois anos depois, é a vez do maior sucesso comercial da carreira dos Supertramp, com "Breakfast in America", que alcançou a primeira posição nos EUA e o terceiro lugar na Grã-Bretanha. Durante o recesso do Supertramp, foi lançado em 1980 o disco ao vivo "Paris", que faturou a 8ª posição nos EUA. Em 1982, sai "...Famous Last Words...", que conquistou a 5ª posição nos EUA e a 6ª na Grã-Bretanha.
Rick Davies e Roger Hodgson, embora trabalhassem separadamente em suas composições próprias, creditavam todas a ambos, no mesmo esquema que era feito entre John Lennon e Paul McCartney, dos Beatles. A diferenciação é feita a partir do vocal principal, pois Rick Davies sempre cantou as suas próprias músicas, e Roger Hodgson, a mesma coisa. Entretanto, sabe-se que algumas músicas que alcançaram o Top-20 nos nos tops norte-americanos, como "Bloody Well Right", "Rudy", "Crime of the Century, "Ain't Nobody But Me", "From Now On", "Goodbye Stranger", "Bonnie" e "My Kind of Lady", entre outras, são de autoria de Rick Davies.
Com a saída de Roger Hodgson, em 1983, Davies assumiu o controle das composições do Supertramp. Em 1985, foi lançado "Brother Where You Bound", que chegou à 20ª posição no Reino Unido e 21ª nos Estados Unidos, com críticas bastante favoráveis. Desse disco em diante, o som dos Supertramp torna-se mais próximo do jazz fusion, abandonando bastante de seu lado pop. Em 1986, Rick Davies tocou piano no disco de estreia, auto-intitulado, da dupla humorística canadense "Bowser and Blue".
Em 1987, os Supertramp lançam o álbum "Free as a Bird", com o novo integrante Mark Hart em substituição de Hodgson. O disco fica no 101ª lugar nos Estados Unidos e é considerado pela crítica e pelos fãs como o trabalho mais fraco da banda. Após a turnê de suporte do álbum, os Supertramp entram em paragem.
Ao que se sabe, Rick Davies passou esse tempo compondo e guardando, e acumulou bastante material. Em 1997, tentando reunir músicas e músicos para uma carreira a solo, Davies já havia recrutado John Helliwell e Bob Siebenberg, e preferiu fazer um reunião do Supertramp para esse trabalho. O resultado, "Some Things Never Change", que não chamou a atenção da crítica, embora seja um trabalho de qualidade que remonta ao que a banda fez antes de 1987. Incrivelmente, o álbum ficou na 3ª posição dos tops alemãs e na 74ª nos Estados Unidos.
Dois anos depois, é lançado o álbum duplo "It Was The Best Of Times", que registra a força da nova formação dos Supertramp, mas que só marcou pontos nos nos tops alemães, na 29ª posição. Em 2002 sai "Slow Motion", que foi elogiado pela crítica, ao mesmo tempo em que ressaltada a precariedade da produção. Três anos depois, é lançada a antologia "Retrospectacle", bem mais abrangente do que as similares lançadas nos anos 80. Inclui algumas faixas dos obscuros dois primeiros álbums e também músicas raras de alguns compactos e lados B.
Davies possui atualmente uma companhia, chamada Rick Davies Productions, que é detentora dos direitos de copyright e do nome da banda Supertramp.
Casou-se em 1977 com a nova-iorquina Sue, que é empresária da banda desde 1984. O casal não tem filhos.
Depois de viver nos Estados Unidos durante mais de três décadas, Davies tornou-se cidadão norte-americano.





Há dois anos um maluco matou 76 pessoas na Noruega

Edifício governamental danificado pela explosão

Os atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega consistiram numa explosão na zona de edifícios governamentais da capital, Oslo, e num tiroteio ocorrido poucas horas depois, na ilha de Utøya (no lago Tyrifjorden, Buskerud). Os atentados, perpetrados por um ativista de extrema-direita e fundamentalista cristão, resultaram em pelo menos 76 mortos (68 em Utoya e 8 em Oslo).

Local da explosão - vermelho: prédio do governo; azul: ministério do Petróleo e laranja: localização provável da bomba

Oslo
Às 15.20 horas CET (13.20 UTC), houve uma grande explosão junto dos prédios onde se situa o gabinete do primeiro-ministro da Noruega Jens Stoltenberg, danificando vários edifícios e provocando oito mortos e numerosos feridos. Na zona fica também a sede do Ministério do Petróleo e Energia, que foi o edifício mais danificado. Segundo os meios de comunicação locais, o edifício do governo atingido ficou praticamente destruído e a zona "assemelha-se a uma zona de guerra", pelos danos causados. De acordo com as declarações da polícia, o atentado foi perpetrado mediante um carro-bomba e pode ter consistido em uma ou mais explosões que atingiram os edifícios, deixando o edifício do gabinete do primeiro-ministro em chamas e os seus dezassete pisos com graves danos. Para uma melhor ação das equipas de emergência, a polícia vedou o acesso à área e evacuou a totalidade do resto dos edifícios governamentais.
Meios de comunicação noruegueses asseguraram que "literalmente" se sentiu um movimento no solo com a explosão. Testemunhos no local asseguraram que poderá ter sido causada por um carro-bomba. Além disso, o estrondo da explosão e a onda de choque foram sentidos a muitos quilómetros em redor.

Utøya fica no lago Tyrifjorden, a nordeste de Nes

Utøya
Poucas horas depois, na ilha de Utøya, ao norte da capital, um homem armado abriu fogo contra os participantes de um acampamento de jovens («universidade de verão»), organizado pela juventude do Arbeiderpartiet (Partido Trabalhista Norueguês), que atualmente está no governo do país. Entre 400 e 600 pessoas participavam do evento e pelo menos 68 foram mortas no atentado. O atirador, vestido com um uniforme de polícia, justificou a sua entrada no campo como «verificação de rotina após o atentado em Oslo» e começou a disparar contra os jovens. Estava prevista uma visita do primeiro-ministro Jens Stoltenberg ao acampamento.

Autoria
O cidadão norueguês Anders Behring Breivik (Oslo, 13 de fevereiro de 1979), foi descrito inicialmente como um fundamentalista cristão, embora tal definição seja contestada (não no que concerne ao "cristão"). Muitos mantém a definição de Breivik como um fundamentalista cristão. O ativista, ligado à extrema-direita europeia, filiado numa loja maçónica de Oslo, neoconservador e defensor do Estado de Israel, foi o autor confesso dos atentados. Foi acusado de ter entrado, disfarçado de agente da polícia, no acampamento de jovens do Partido Trabalhista (Arbeiderpartiet), na ilha de Utøya, abrindo fogo contra os presentes e matando pelo menos 68 deles. Também se lhe atribui a autoria do atentado usando bombas em combinação, ocorrido cerca de duas horas antes, em Oslo. Behring foi preso em Utøya, ficando sob custódia da polícia.
De acordo com o chefe da polícia de Oslo, Breivik era dono de uma empresa agrícola. Estava inscrito no registo estadual com duas armas - uma automática e uma pistola do tipo Glock. Em maio de 2009, inscreveu a sua empresa agrícola (uma quinta no leste do país) no registo de comércio com o nome de "Breivik Geofarm". Segundo a polícia, isso permitiu que comprasse grandes quantidades de fertilizantes, que podem ser usados na fabricação de explosivos, sem levantar suspeitas.
De 1999 a 2006, Anders Behring Breivik foi membro do Fremskrittspartiet (Partido do Progresso), de direita, populista, que defende maiores restrições à imigração. Entre 1997 e 2007, Breivik participou ativamente na juventude do partido (Framstegspartiet sin Ungdom, FpU), tendo servido em várias funções, inclusive a de presidente da secção local de Oslo-Oeste (de janeiro a outubro de 2002) da organização e a de diretor da mesma secção, entre outubro de 2002 e novembro de 2004. Apesar disso, o líder do Fremskrittspartiet, Siv Jensen, garante que Breivik já não militava no partido e "nunca foi muito ativo".
Retratado como neonazi pelos media, Anders na verdade auto-proclamava-se anti-nazi e defensor do Estado de Israel como bastião da Civilização Ocidental no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que coloca a ideologia nazi, do marxismo cultural e do fundamentalismo islâmico num mesmo "pacote anti-Ocidente".
Segundo o chefe dos serviços de informação, Øystein Mæland, Anders Behring Breivik parecia situar-se na extrema-direita política e seria um "fundamentalista cristão". Breivik manifestou-se em blogs, atacando o multiculturalismo e o Islão. "Quando o multiculturalismo deixará de ser uma ideologia criada para destruir a cultura europeia, as tradições e a identidade do Estado-nação?", escreveu ele em comentário postado no dia 2 de fevereiro de 2010, num site de extrema-direita (www.documento.no). Um jornalista do diário DagBladet definiu Breivik como "islamofóbico, pró-Israel, anti-imigração, hipernacionalista e relativamente intelectual, que cresceu na zona oeste de Oslo, a parte rica e burguesa". Na sua suposta página no Facebook, dizia que é solteiro, cristão (mas contra a política do Vaticano), conservador, interessado em fisiculturismo, francomaçonaria e caça. Devido ao crime, as contas de Anders B. Breivik no Facebook e no Twitter foram bloqueadas pela polícia.
 
 
(imagem daqui)
 
Anders Behring Breivik (Oslo, 13 de fevereiro de 1979) é um terrorista norueguês e o autor confesso dos ataques na Noruega em 2011. Até este momento (julho de 2013) não se sabe se agiu sozinho. A ideologia de extrema-direita de Breivik é manifesta em uma coleção de textos intitulados "2083 - Uma declaração europeia de independência", que foi distribuída por Breivik nos meios virtuais no dia dos ataques. Nos textos, o terrorista expressa suas visões de mundo, que incluem conservadorismo cultural radical, ultranacionalismo, islamofobia, homofobia, misoginia e racismo. O autor considera o marxismo cultural e a Ásia como duas ameaças à Cristandade. Ele foi acusado de, vestido como um polícia, ter entrado em 22 de julho de 2011, no terreno de um acampamento de jovens da Arbeiderpartiet norueguês (Partido dos Trabalhadores) na ilha de Utøya, abrir fogo contra os jovens presentes e matar pelo menos 68 deles. Ele também foi associado com as explosões combinadas ocorridas duas horas antes em Oslo. Anders foi preso em Utøya e está atualmente sob custódia da polícia. No dia 29 de novembro de 2011, foi divulgado um relatório afirmando que o norueguês estava doente quando matou 77 pessoas. Psiquiatras consideraram o atirador louco, logo não deveria ser condenado a prisão e, no máximo, deveria ser internado num centro psiquiátrico, possivelmente a vida toda.
De acordo com o chefe de polícia de Oslo, Anders era dono de uma empresa agrícola e tinha registadas duas armas (uma automática e uma pistola do tipo Glock). Em maio de 2009 ele registou uma empresa agrícola com o nome "Breivik Geofarm" no comércio.

Condenação
Condenado por unanimidade no dia 24 de agosto de 2012, em Oslo, a 21 anos de prisão, prorrogáveis, ouviu com um sorriso o veredicto no qual foi declarado responsável pelo assassinato de 77 pessoas no dia 22 de julho de 2011 ao disparar contra um acampamento de jovens trabalhistas, depois de detonar uma bomba perto da sede do governo da Noruega. Por decisão do tribunal de Oslo, a sentença é prorrogável e pode estender-se indefinidamente, se a Justiça norueguesa avaliar que o réu continua a representar um perigo para a sociedade. Breivik respondeu pelas mortes causadas em um duplo atentado de 22 de julho de 2011, em Oslo e na ilha de Utoya, na Noruega. A custódia é uma figura legal do direito norueguês, que na prática pode equivaler a uma prisão perpétua.
Anders Behring Breivik sorriu ao ouvir o veredicto da justiça, fez a saudação da extrema-direita e pediu desculpas aos extremistas por não ter conseguido matar mais pessoas no ataque pelo qual foi condenado a 21 anos de prisão, numa prova de que o assassino em massa norueguês permaneceu desafiador até o fim. Para o autoproclamado guerreiro em batalha contra o multiculturalismo e a "invasão do Islão", a sentença máxima de 21 anos de prisão e não o confinamento num hospital psiquiátrico, foi a melhor possível. Ele já havia dito que ser enviado para uma instituição psiquiátrica - como pedido pelos promotores - seria um destino "pior do que a morte". O atirador inicialmente dissera que só recorreria caso fosse declarado doente mental e condenado a tratamento psiquiátrico forçado. O criminoso afirmou querer ser condenado, para que não pesasse dúvida sobre sua sanidade e sua ideologia e não deve recorrer da sentença. O atirador era réu confesso dos piores ataques no país desde a Segunda Guerra Mundial. Seus advogados afirmaram que ele não vai apelar da sentença. Como a culpa de Breivik, de 33 anos, não estava em questão, o tema central do julgamento, que terminou no dia 22 de junho, foi sua saúde mental.
A custódia é uma figura legal do Direito norueguês, que, na prática, pode equivaler à prisão perpétua. Uma vez cumprida a pena, esta pode ser prolongada por forma indefinida caso seja considerado que o réu continua a ser um perigo para a sociedade. A pena será cumprida num centro de segurança máxima em Ila, a oeste de Oslo, onde Breivik permaneceu em prisão preventiva desde o dia do crime.
 

Mais um estranho dinossáurio descoberto na América do Norte...

Era uma vez dinossauro narigudo e cornudo numa ilha chamada Laramídia
Teresa Firmino - 18.07.2013


Não é um boi com um bico à papagaio, embora pareça. É a mais recente coqueluche dos paleontólogos que estudam dinossauros.

Ilustração científica do dinossauro Nasutoceratops

Há mais de 70 milhões de anos, no Cretácico Superior, o nível do mar tinha subido significativamente e muitas terras estavam submersas – a América do Norte não era excepção e o resultado foi o aparecimento de um mar interior de águas pouco profundas, estendendo-se desde o oceano Árctico até ao golfo do México e que dividiu o continente em duas massas de terra. Uma era a ilha Laramídia, onde habitava um “extraordinário dinossauro”, como refere o título do artigo científico que o descreve, por ter um nariz particularmente grande e uns cornos que mais pareciam os de um boi.
O lado invulgar do bicho está expresso no nome científico escolhido pela equipa de Scott Sampson, então conservador do Museu de História Natural do Utah e agora vice-presidente das colecções e investigação do Museu de Ciência e Natureza de Denver, nos Estados Unidos: Nasutoceratops quer dizer em latim “cara cornuda com nariz grande”. O nome completo, Nasutoceratops titusi, é ainda uma homenagem a Alan Titus, paleontólogo do Monumento Nacional Grand Staircase-Escalante, uma enorme zona desértica no estado do Utah onde o dinossauro foi encontrado.
O primeiro exemplar foi descoberto em 2006, por um estudante da Universidade do Utah, seguindo-se outros fósseis deste dinossauro, todos guardados no Museu de História Natural do Utah, em Salt Lake City, e que serviram de base ao artigo que descreve a nova espécie na revista britânica Proceedings of the Royal Society B.
Ela é a mais recente aquisição do grupo de dinossauros com cornos, ou ceratopsídeos, de que o Triceratops, com nove metros de comprimento e mais de cinco toneladas, é o representante mais famoso. Eram corpulentos, quadrúpedes, herbívoros e tinham um focinho em forma de bico de papagaio. A maioria das espécies tinha um grande crânio com um único corno no nariz e outros dois por cima dos olhos e um escudo ósseo na parte de trás da cabeça.
Em relação aos outros ceratopsídeos, o Nasutoceratops, além das particularidades do nariz e dos cornos longos e curvados para a frente, apresentava diferenças no escudo ósseo, menos ornamentado com espinhos. Tinha cinco metros de comprimento e atingia 2,5 toneladas.

Olfacto apurado?
Para que serviam os cornos e os escudos é uma questão para a qual a comunidade científica não tem resposta segura. Hipóteses não faltam, indo desde a defesa de predadores e do controlo da temperatura do corpo até ao reconhecimento de indivíduos da mesma espécie e à competição sexual. Esta última hipótese, a mais aceite pela comunidade científica, considera que os escudos e cornos tinham a função de intimidar os indivíduos do mesmo sexo e atrair os do sexo oposto, como acontece por exemplo com as caudas dos pavões e as antenas dos veados.
“É muito provável que os cornos extraordinários do Nasutoceratops fossem usados como sinais visuais de domínio e, quando isso não chegava, como armas para combater os rivais”, considera um dos cientistas da equipa, Mark Loewen, em comunicado da universidade do Utah.
“Provavelmente, o nariz de Jumbo de Nasutoceratops não tinha nada a ver com um cheiro apurado – uma vez que os receptores do olfacto estão mais para trás na cabeça, junto ao cérebro – e a função desta bizarra característica permanece incerta”, esclarece, por sua vez, Scott Sampson.
Voltemos à Laramídia: o Utah ocupa agora a parte sul dessa ilha de outrora, que era quase do tamanho da Austrália e onde o protagonista desta história vivia há 76 milhões de anos num ambiente pantanoso e quente, a cerca de 100 quilómetros da costa do Mar Interior Ocidental, que dividia o continente em duas massas de terra. A Laramídia, muito rica em fósseis de dinossauros, estava do lado oeste e a Apalachia a leste.
A equipa quer agora perceber o que levava umas espécies de dinossauros a habitar o Norte da Laramídia (Alberta, no Canadá, e Montana, nos Estados Unidos), enquanto outras se ficavam pelo Sul (nos estados norte-americanos do Novo México e do Texas, além do Utah). E como é que nessa ilha conviviam cerca de duas dezenas de espécies de dinossauros de tamanho considerável, enquanto actualmente em toda a África só existem cinco espécies de mamíferos gigantes, do tamanho de elefantes e rinocerontes, sublinha o comunicado.
“O Nasutoceratops”, conclui Eric Lund, outro investigador da equipa, “é um maravilhoso exemplo do quanto ainda temos para aprender sobre o mundo dos dinossauros”.

in Público - ler notícia

Nota: para quem quem perceber o que era a Laramídia e a Apalachia, aqui fica um mapa da altura em que existiam, no final do Cretácico:

(imagem daqui)

Giuseppe Piazzi morreu há 186 anos

Em 1 de janeiro de 1801 Piazzi descobriu o planeta anão Ceres, tendo-o designado inicialmente por Cerere Ferdinan­dea (por causa da deusa da mitologia romana Ceres e do Rei Fernando IV de Nápoles e da Sicília). A existência e a localização de Ceres tinha sido prevista pela lei de Titius-Bode alguns anos antes e durante muitos anos foi considerado como um asteroide.

Homenagens
Em 1871, Constantino Corti esculpiu uma estátua de Piazzi, esta estátua encontra-se na terra natal de Piazzi, Ponte in Valtellina. Mais tarde, em 1923, 1000 Piazzia, o milésimo asteróide a ser numerado, foi batizado em sua homenagem. Em 1935, o seu nome foi dado a uma cratera lunar - Piazzi. Mais recentemente, um grande albedo, provavelmente uma cratera, fotografada pelo telescópio espacial Hubble em Ceres, foi, informalmente, batizada de Piazzi.
Imagem de Ceres tirado pelo Telescópio espacial Hubble

domingo, julho 21, 2013

A República Popular da China executou um cidação português

Chinês com nacionalidade portuguesa foi executado na China


 
Bilhete de Identidade do cidadão português executado

Condenado à pena de morte em 2009 por tráfico de droga e posse de arma proibida, Lau Fat Wai foi morto em fevereiro mas só agora se soube.


Lau Fat Wai, o cidadão chinês de nacionalidade portuguesa condenado à morte em 2009 em Cantão, na China, foi executado em finais de fevereiro, informou um porta-voz da Amnistia Internacional em Londres.
"Falamos com um dos irmãos de Lau Fat Wai, que nos confirmou que [o cidadão chinês com nacionalidade portuguesa] foi executado em finais de fevereiro”, disse o porta-voz da Amnistia Internacional (AI), Olof Blomqvist.
Lau Fat Wai, 53 anos, era residente de Macau e, segundo os irmãos, citados pelo jornal de Macau Ponto Final desta sexta-feira, passou a fronteira para a China continental em 2006 para entregar uma encomenda a alguém com quem tinha alegadamente uma dívida, tendo depois sido detido, e, três anos mais tarde, condenado à morte por tráfico de droga e posse de arma proibida. Segundo a lei chinesa, o tráfico de mais de 50 gramas de heroína incorre na pena de morte, como aconteceu com o cidadão britânico Akmal Shaikh, executado em 2009 em Urumqi, noroeste da China, através de injecção letal.
O primeiro advogado de Lau era o português Vasco Passeira, com escritório em Macau, que contactou as autoridades portuguesas com o objectivo de conseguir a suspensão da pena de morte e substituição desta por uma pena de prisão, mas o caso passou a ser depois acompanhado por um advogado de Cantão. Este outro advogado disse à Lusa, no final de 2009, que aguardava a resposta do Supremo Tribunal Popular a um recurso que tinha apresentado em março desse ano.

Cidadão chinês, diz a lei daquele país
Desde 2007 que as condenações à morte na China têm de ser validadas pelo Supremo Tribunal Popular, o que tem contribuído para reduzir o número de execuções, mas este país continua a ser considerado como o que mais aplica a pena de morte, sendo responsável pela maioria das registadas anualmente em todo o mundo.
A coordenadora do grupo para as relações com a China da Amnistia Internacional em Portugal, Maria Teresa Nogueira, em declarações ao PÚBLICO, explicou que desde que em 2009 foi conhecida a sentença de Lau Fat Wai que tanto o Governo e o Parlamento português como a Amnistia Internacional (AI) fizeram diligências consecutivas para tentar reverter a decisão da pena de morte – tanto quando o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros era Luís Amado como já com Paulo Portas.
A embaixada da China em Portugal e a embaixada de Portugal em Pequim também foram envolvidas no assunto. E existiram ainda tentativas, por exemplo, por parte do deputado Ribeiro e Castro em 2011, da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, em 2012, do deputado Alberto Martins, ou do secretário do PS para os assuntos internacionais, João Ribeiro, entre muitos outros. A lamentar, a coordenadora tem apenas a ausência de resposta a pedidos da AI por parte do Presidente da República, Cavaco Silva, do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Maria Teresa Nogueira adiantou que em janeiro de 2012 foi lançada uma acção urgente a nível internacional pela AI, assinada por todos os países, e em que se “pediu ao Supremo Tribunal Popular e ao chairman do Congresso Nacional Popular da China que Lau Fat Wai não fosse executado”. Já em 2011 aquando de uma revisão do Código Penal no país se tinha tentado nova abordagem. Contudo, a partir de finais do ano passado o caso por ser “muito delicado” passou a ser tratado em exclusivo pela Secção Internacional da AI em Hong-Kong, por se considerar que as querelas poderiam ser prejudiciais.
A coordenadora adiantou que um dos argumentos invocados foi não haver pena de morte em Portugal nem em Macau, onde vivia Lau. O problema é que a detenção ocorreu já na China continental, o que dificultou todo o processo, além de que o país não reconhece a existência da dupla nacionalidade. Maria Teresa Nogueira confirmou que também souberam da execução apenas agora, pelo jornal Macau Ponto Final.
Questionada sobre o que poderá ter falhado perante tantos contactos diplomáticos, Maria Teresa Nogueira disse que infelizmente é o mais comum. “A China é o país do mundo que mais executa, seja para intimidar seja para assinalar acontecimentos notáveis. Muitas das execuções não são publicitadas mas mesmo assim é responsável por 80% das execuções confirmadas”, disse, salientando o “medo” que existe no país e considerando que não é por acaso que a família de Lau não teve grandes reacções após a execução.
Falando já não em nome da AI mas da sua experiência sobre estes temas, Maria Teresa Nogueira sublinhou que é “hábito que a China enquanto está a negociar e tem interesses num país que pareça pretender ir ao encontro do que é pedido ou sugerido e que depois não cumpra”. Como exemplos dá o caso dos Jogos Olímpicos ou a libertação de dissidentes aquando de negociações com os Estados Unidos para a Organização Mundial do Comércio, sendo que muitos deles foram de novo perseguidos após o acordo. No caso de Portugal lembra que a execução acabou por acontecer apenas depois das negociações para a venda da EDP e da REN.

Adoptado por família em que a mãe era portuguesa
Lau Fat Wai nasceu em Cantão e foi adoptado por uma família chinesa de Macau - a mãe tinha nacionalidade portuguesa e deixou um filho, também com nacionalidade portuguesa.
Lau obteve, pela última vez, no Consulado-Geral de Portugal em Macau, o passaporte português a 29 de outubro de 2003 e o bilhete de identidade a 2 de fevereiro de 2004, mas, ao contrário das autoridades portuguesas, as chinesas não reconhecem a dupla nacionalidade, considerando-o, por isso, como um cidadão chinês.
Em fevereiro, mês em que Lau foi executado, a presidente da Assembleia da República, Maria Assunção Esteves, emitiu um comunicado em que se manifestava contra a condenação do cidadão sino-português e reuniu-se com o embaixador português em Pequim, tendo-se manifestado "optimista" quanto ao desfecho do caso.

in Público - ler notícia


NOTA: mais um caso dos milhares que todos os anos envergonham meia dúzia de países - desta vez a vítima foi um cidadão sino-português, que nem o seu estatuto conseguiu proteger. Recorde-se ainda os políticos que recusaram sujar as mãos (ou, como Pilatos, as mostraram limpas, depois de as lavar na m... que fizeram) e a boa vontade de alguns, que, não devolvendo a vida aos que assim morrem, nos asseguram alguma confiança no futuro.

O sismo nos Açores, segundo o CVARG e CIVISA


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou às 02.19 (hora local = hora UTC), do dia 21 de julho, um evento com magnitude 3,5 (Richter) e epicentro a cerca de 10 km a N de Santo António, ilha do Pico.

De acordo com a informação disponível até ao momento o sismo foi sentido com intensidade máxima IV (Escala de Mercalli Modificada) na ilha do Pico. O evento foi ainda sentido na ilha do Faial.
Dados no site do CVARG:


Data UTC Lat. Lon. Mag. Região Int. EMM Localidade
2013-07-21 02:19:5238.628 -28.3813.6 MLCanal Pico-S. JorgeIV Pico

Notícia sobre o sismo nos Açores

Sismo de magnitude 3,5 sentido nos Açores

Tremor de terra ocorrido esta madrugada foi sentido no Pico e no Faial

Um sismo com magnitude de 3,5 na escala de Richter foi sentido na madrugada deste domingo nas ilhas do Pico e do Faial, nos Açores, divulgou o Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA).
De acordo com o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o sismo registou-se às 02.19 (03.19 horas em Lisboa), e teve epicentro cerca de 10 quilómetros a Norte de Santo António, na ilha do Pico.
O SRPCBA informou, num comunicado de imprensa, que o sismo foi sentido no Pico com intensidade máxima de IV na escala de Mercali – que indica um sismo com efeitos moderados, sentido como se fosse um veículo pesado a passar, com os vidros e loiças a tilintar.
Em declarações ao PÚBLICO, a responsável de serviço do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, Irene Mealha, adiantou que o abalo foi sobretudo sentido nos concelhos de São Roque e Madalena, no Pico, mas que até ao momento não há registo de danos ou de réplicas. Segundo a mesma responsável, a Protecção Civil também não recebeu nenhum contacto por parte da população em relação ao sismo.
Ainda assim, Irene Mealha insiste que nestes casos há regras gerais que devem sempre ser seguidas, como agir sempre com tranquilidade e manter distância de estantes e outros objectos pesados que não estejam fixos. Para quem está no exterior, afastar-se dos edifícios é um dos principais cuidados a ter.
Já antes a Protecção Civil tinha recomendado que as pessoas não acendam fósforos ou isqueiros e que cortem de imediato o gás, a electricidade e a água, sugerindo que abandonem a casa se ela não oferecer segurança e que tenham cuidado com vidros partidos, cabos de electricidade e objectos metálicos. Em locais públicos, a população não se deve precipitar para as saídas, nem utilizar os elevadores e deve afastar-se de praias e zonas ribeirinhas.

in Público - ler notícia

Sismo sentido em duas ilhas nos Açores

Informação do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) sobre o sismo desta madrugada nos Açores:


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 21-07-2013 pelas 02.19 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Arquipélago dos Açores, um sismo de magnitude 3.5 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 4 km a Este-Nordeste de Santa Luzia (Pico).

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) na região de São Roque, Ilha do Pico.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.

Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IPMA na Internet (www.ipma.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (www.prociv.azores.gov.pt).
Dados do IPMA do sismo:

Data(TU)Lat.Lon.Prof.Mag.GrauLocal
2013-07-21 02:19 38,59 -28,39 13 3,5 IVSão Roque