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segunda-feira, janeiro 22, 2024

O Abbé Pierre morreu há dezassete anos...

    
Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um conhecido sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou para os capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de se recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido, num saco do correio, num avião para a Argélia e que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, lugar que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral, que julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens para morar em um abrigo e dai começou o acolhimento do Emaús, saiu depois disso do parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair para a rua, a pedir esmola, para ajudar na alimentação de casa. Uma mulher, conhecendo o seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os bens deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar dinheiro para o sustento da comunidade, e assim fizeram formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Terra Santa onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7 ) e essa ate hoje é a missão das mais de trezentas comunidades Emaús de todo o mundo - "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".
     

domingo, julho 23, 2023

A inacreditável chacina da Candelária foi há trinta anos...

O monumento com a igreja no fundo
      
A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.  Neste crime, oito jovens foram assassinados. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015) e pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.
 
A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
Investigação, participantes e assassinos

A investigação do ato levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo federal e sofre com sérios problemas de saúde.

No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o ex-polícia militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os polícias militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.

  • Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
  • Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por ter em sua posse uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas por indulto ou em liberdade condicional:
  • Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-polícia militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos mas permanece em liberdade;
  • Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio;
  • Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também foi libertado da prisão.
  
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com a sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada em um episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, sete anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. Uma referência à chacina também é feita no jogo Metal Gear Rising: Revengeance. Em uma conversa de CODEC, durante o ARQUIVO R-02, o personagem Kevin e o protagonista Raiden conversam sobre a situação de crianças de rua mencionando o incidente.
   

 

domingo, janeiro 22, 2023

O Abbé Pierre morreu há 16 anos...

    
Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou para os capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de se recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido, num saco do correio, num avião para a Argélia e que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, lugar que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral, que julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens para morar em um abrigo e dai começou o acolhimento do Emaús, saiu depois disso do parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair para a rua, a pedir esmola, para ajudar na alimentação de casa. Uma mulher, conhecendo o seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os bens deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar dinheiro para o sustento da comunidade, e assim fizeram formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Terra Santa onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7 ) e essa ate hoje é a missão das mais de trezentas comunidades Emaús de todo o mundo - "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".
     

sábado, julho 23, 2022

A chacina da Candelária (Rio de Janeiro) foi há 29 anos...

O monumento com a igreja no fundo
   
A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.  Neste crime, oito jovens foram assassinados. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015) e pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.
 
A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
Investigação, participantes e assassinos

A investigação do ato levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo federal e sofre com sérios problemas de saúde.

No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o ex-polícia militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os polícias militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.

  • Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
  • Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por ter em sua posse uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas por indulto ou em liberdade condicional:
  • Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-polícia militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos mas permanece em liberdade;
  • Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio;
  • Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também foi libertado da prisão.
  
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com a sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada em um episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, sete anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. Uma referência à chacina também é feita no jogo Metal Gear Rising: Revengeance. Em uma conversa de CODEC, durante o ARQUIVO R-02, o personagem Kevin e o protagonista Raiden conversam sobre a situação de crianças de rua mencionando o incidente.
   

sábado, janeiro 22, 2022

O Abbé Pierre partiu há quinze anos...

    
Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou para os capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de se recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido, num saco do correio, num avião para a Argélia e que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, lugar que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral, que julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens para morar em um abrigo e dai começou o acolhimento do Emaús, saiu depois disso do parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair para a rua, a pedir esmola, para ajudar na alimentação de casa. Uma mulher, conhecendo o seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os bens deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar dinheiro para o sustento da comunidade, e assim fizeram formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Terra Santa onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7 ) e essa ate hoje é a missão das mais de trezentas comunidades Emaús de todo o mundo - "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".
     

sexta-feira, julho 23, 2021

A chacina da Candelária (Rio de Janeiro) foi há 28 anos...

O monumento com a igreja no fundo
   
A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.  Neste crime, oito jovens foram assassinados. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015) e pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.
 
A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
Investigação, participantes e assassinos

A investigação do ato levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo federal e sofre com sérios problemas de saúde.

No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o ex-Policial Militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os Policiais Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.

  • Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
  • Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por ter em sua posse uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas por indulto ou em liberdade condicional:
  • Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-Policial Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos mas permanece em liberdade;
  • Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio;
  • Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também foi libertado da prisão.
  
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com a sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada em um episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, sete anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. Uma referência à chacina também é feita no jogo Metal Gear Rising: Revengeance. Em uma conversa de CODEC, durante o ARQUIVO R-02, o personagem Kevin e o protagonista Raiden conversam sobre a situação de crianças de rua mencionando o incidente.
   

sexta-feira, janeiro 22, 2021

O Abbé Pierre deixou-nos há catorze anos...

    
Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de se recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido, num saco do correio, num avião para a Argélia e que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, lugar que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral, que julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens para morar em um abrigo e dai começou o acolhimento do Emaús, saiu depois disso do parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair para a rua, a pedir esmola, para ajudar na alimentação de casa. Uma mulher, conhecendo seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os bens deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar dinheiro para o sustento da comunidade, e assim fizeram formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Terra Santa onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7 ) e essa ate hoje é a missão das mais de trezentas comunidades Emaús de todo o mundo - "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".
   

quarta-feira, janeiro 22, 2020

O Abbé Pierre morreu há treze anos

  
Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de se recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido, num saco do correio, num avião para a Argélia e que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, lugar que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral, que julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens para morar em um abrigo e dai começou o acolhimento do Emaús, saiu depois disso do parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair para a rua, a pedir esmola, para ajudar na alimentação de casa. Uma mulher, conhecendo seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os bens deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar dinheiro para o sustento da comunidade, e assim fizeram formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Terra Santa onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7 ) e essa ate hoje é a missão das mais de trezentas comunidades Emaús de todo o mundo - "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".
   

terça-feira, janeiro 22, 2019

O Abbé Pierre morreu há doze anos

Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido num saco do correio, num avião para a Argélia que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares, pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral que ele julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
Abbé Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens a morar num abrigo e dai começou o acolhimento de Emaús, saiu depois disso do Parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias, guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair as ruas a pedir esmolas para ajudar na alimentação de casa, só que uma mulher, conhecendo seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os matérias deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar rendas para o sustento, e assim fizeram, formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França, no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Palestina onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (vide Lucas 7) e essa até hoje é a missão das 316 comunidades de Emaús de todo o mundo "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".

segunda-feira, julho 23, 2018

A chacina da Candelária, no Rio de Janeiro, foi há 25 anos

O monumento com a igreja no fundo
A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nesta chacina, seis menores e dois maiores sem-abrigo foram assassinados por polícias militares.
 
A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
Investigação, participantes e assassinos
A investigação pelos culpados levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes feridos na chacina. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994, na Estação Central do Brasil, o que lo colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Inicialmente foram indiciadas quatro pessoas pela chacina: o ex-Polícia Militar Marcus Vinícios Emmanuel, os Polícias Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes e o serralheiro Jurandir Gomes França. Os três condenados gozam de liberdade atualmente foram:
  • Marcus Vinicius Borges Emmanuel, ex-Polícia Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos de prisão. No entanto, o assassino foi libertado da prisão em 29 de junho 2012.
  • Nélson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nélson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nélson Oliveira dos Santos Cunha também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio.
  • Marcos Aurélio Dias Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão, além de matar participar da chacina, também foi acusado de violar um adolescente. No final de 2010, contudo, conseguiu o indulto e também foi libertado da prisão.

Envolvidos na chacina e que não foram condenados:
  • Arlindo Lisboa Afonso Júnior – condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime.
  • Carlos Jorge Liaffa – não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma do seu padrasto.
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com a sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada num episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. No livro "A Fórmula da Esperança", de Roberto Freire, este evento é o ponto de partida da estória.
  

domingo, janeiro 22, 2017

O Abbé Pierre morreu há dez anos

Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir, escondido num saco do correio, num avião para a Argélia que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares, pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral que ele julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
O Abbe Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens a morar num abrigo e dai começou o acolhimento de Emaús, saiu depois disso do Parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias, guardadas no período do seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair as ruas a pedir esmolas, para ajudar na alimentação de casa, só que uma mulher, conhecendo seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os matérias deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar rendas para o sustento, e assim fizeram, formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França, no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Palestina onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança e essa até hoje é a missão das 316 comunidades de Emaús de todo o mundo "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".

quarta-feira, janeiro 22, 2014

O Abbé Pierre morreu há sete anos

Henri Antoine Groués, mais conhecido como Abbé Pierre (Lyon, 5 de agosto de 1912 - Paris, 22 de janeiro de 2007) foi um sacerdote católico francês, que morreu com 94 anos.
Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo (RTL), para lançar alertas no sentido de recolher apoio para salvar os mais pobres de uma morte certa.
O seu trabalho de assistência iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se dedicado a salvar pessoas perseguidas pelos nazis. Organizou mesmo um grupo de resistência armada no seio da Resistência Francesa, tendo sido preso, mas conseguiu fugir escondido num saco do correio, num avião para a Argélia que fez escala na Suíça. Recebeu numerosas honrarias, distinções e condecorações militares, pelo combate em prol da França.
Com a paz, voltou a Paris e foi eleito deputado na Assembleia Nacional Francesa, que abandonou, em 1951, como forma de protesto contra uma lei eleitoral que ele julgava injusta. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de quarenta países de todo o mundo.
Abbe Pierre, vendo a exclusão pela qual os homens passavam naquele período de guerra, decidiu lutar contras as causas da injustiça, colocou homens a morar num abrigo e dai começou o acolhimento de Emaús, saiu depois disso do Parlamento e sustentou os acolhidos do abrigo por um determinado período com as suas economias, guardadas no período de seu mandato, só que um dia essas economias acabaram e o mesmo precisava sustentar os seus acolhidos de alguma forma, foi então que decidiu sair as ruas a pedir esmolas para ajudar na alimentação de casa, só que uma mulher, conhecendo seu trabalho de retirar mendigos das ruas, alertou os acolhidos que chamaram a atenção do padre, que alegou ter que sustentar a casa, foi então que um dos acolhidos teve a ideia de irem retirar os matérias deixados pelos moradores em suas casas durante a guerra e vendê-los para angariar rendas para o sustento, e assim fizeram, formando assim o primeiro bazar e a primeira comunidade Emaús na França, no ano de 1949. O nome Emaús corresponde a uma localidade da Palestina onde homens crentes e não crentes voltaram a encontrar a esperança (ver Lucas 7) e essa até hoje é a missão das 316 comunidades de Emaús de todo o mundo "Servir aos que mais sofrem, combatendo as causas da miséria e dar aos homens uma nova esperança de vida".

terça-feira, julho 23, 2013

Passam hoje vinte anos sobre a chacina da Candelária, no Rio de Janeiro

O monumento com a igreja no fundo

A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro. Nesta chacina, seis menores e dois maiores sem-abrigo foram assassinados por polícias militares.

A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos

Investigação, participantes e assassinos
A investigação pelos culpados levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes feridos na chacina. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994, na Estação Central do Brasil, o que lo colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Inicialmente foram indiciadas quatro pessoas pela chacina: o ex-Polícia Militar Marcus Vinícios Emmanuel, os Polícias Militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes e o serralheiro Jurandir Gomes França. Os três condenados gozam de liberdade atualmente foram:
  • Marcus Vinicius Borges Emmanuel, ex-Polícia Militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos de prisão. No entanto, o assassino foi libertado da prisão em 29 de junho 2012.
  • Nélson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nélson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nélson Oliveira dos Santos Cunha também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio.
  • Marcos Aurélio Dias Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão, além de matar participar da chacina, também foi acusado de violar um adolescente. No final de 2010, contudo, conseguiu o indulto e também foi libertado da prisão.

Envolvidos na chacina e que não foram condenados:
  • Arlindo Lisboa Afonso Júnior – condenado a dois anos por ter em seu poder uma das armas usadas no crime.
  • Carlos Jorge Liaffa – não foi indiciado, mesmo tendo sido reconhecido por um sobrevivente e a perícia ter comprovado que uma das cápsulas que atingiu uma das vítimas foi disparada pela arma do seu padrasto.
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada num episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. No livro "A Fórmula da Esperança", de Roberto Freire, este evento é o ponto de partida da estória.