terça-feira, fevereiro 01, 2011

Há 103 anos mataram o pai e irmão do último Rei português


EL-REI

Longe da luz
A que sonhou na infância
Em vez de predomínio e de conquista
Sonhos de amor
Entre visões de artista
Morreu de desconsolo e de distância.

Caminho aberto
À morte por essa ânsia
Que mais se exalta
Quanto mais contrista
De quem recorda o lar que nunca avista
E se consome em lúcida constância.

Porque acima do trono e da realeza
Havia o céu azul, a claridade
Da sua amada Terra Portuguesa
Havia a Pátria, e dizem, que impiedade
Dizem que não se morre de tristeza
Dizem que não se morre de saudade.

Branca de Gonta Colaço

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Eu sou o PM (Rui Unas feat Cláudia Semedo ou José Socrates feat Rihanna)

Música do final dos anos oitenta para geopedrados


Misty Morning, Albert Bridge - The Pogues


I dreamt we were standing
By the banks of the Thames
Where the cold grey waters ripple
In the misty morning light
Held a match to your cigarette
Watched the smoke curl in the mist
Your eyes, blue as the ocean between us
Smiling at me


I awoke alone and lonely
In a faraway place
The sun fell cold upon my face
The cracks in the ceiling spelt hell
Turned to the wall
Pulled the sheets around my head
Tried to sleep, and dream my way
Back to you again


Count the days
Slowly passing by
Step on a plane
And fly away
I'll see you then
As the dawn birds sing
On a cold and misty morning
By the Albert Bridge

A propósito da trapalhada dos graus académicos bolonheses

O Conselho Nacional das Profissões Liberais e Graus Académicos

“A vida é um pouco mais complexa do que se diz, e também as circunstâncias. Há uma necessidade premente de mostrar essa complexidade” (Marcel Proust, 1871-1922).

Mercê da atabalhoada transformação do então ensino médio em ensino superior politécnico, tem-se assistido à vã tentativa de endireitar a sombra torta de uma vara de sucessivas asneiras, agravando-se, pelo contrário, a situação ao taparem-se buracos por um lado e abrindo-se crateras por outro lado.

Tudo isto feito ao sabor de uma política de ensino superior nada digna de crédito e, muito menos, de aplauso, por a legislação que lhe foi servindo de respaldo ter ido, na escuridão da noite e de baionetas caladas, ao encontro de interesses partidários, da vozearia dos maiores sindicatos docentes e da vontade de professores e alunos do então chamado ensino superior curto, hoje denominado de ensino politécnico. Tudo isto aconteceu, em parte, por causa de uma declarada apatia inicial do corpus universitário face aos poderes públicos que, num abrir e fechar de olhos, de um inicial e simples diploma de estudos superiores do ensino politécnico, passaram a conceder o bacharelato para daí partirem para a licenciatura e o mestrado. E ainda a procissão vai no adro!

Reporto-me, por ora, aos graus académicos universitários, imediatamente anteriores ao chamado “Processo de Bolonha”: licenciatura (“com o prestígio da Universidade que lhe deu a primeira credencial de título académico nobilitante”, nas palavras de Adriano Moreira), mestrado e doutoramento. Um tanto a latere, deve ser esclarecido que, embora com vida efémera, a seguir a 25 de Abril, assistiu-se à recuperação do grau de bacharel - com tradição secular em Portugal, v.g., o caso de Eça de Queiroz- na Faculdade de Direito de Coimbra e outras faculdades portuguesas do outros ramos do saber.

Petições do “Conselho Nacional das Ordens Profissionais “(CNOP) têm tentado, de certo modo, minorar, as sucessivas asneiras cometidas no que concerne à atribuição, sem rei nem roque, de graus académicos em território nacional. O núcleo duro da proposta por si apresentada reside em “atribuir a equiparação do grau de mestre às antigos licenciaturas universitárias anteriores a Bolonha”.


Pode dizer-se que remonta ao ano de 2004 esta preocupação do CNOP pela confusão que se desenhava no horizonte entre os graus académicos propostos em Portugal e aqueloutros existentes em outros países com a louvável intenção “de adopção de um sistema de graus comparável e legível”. Ora o que hoje se passa é haver uma confusão de graus académicos no espaço europeu que quase exige uma tabela de equivalências de graus académicos ministrados em Portugal e grande parte dos países do velho continente.

Com essa intenção e evocando eu de novo palavras de Adriano Moreira, “para estar nas decisões para não vir a ser apenas objectos delas”, realizou, em Coimbra, o CNOP um Seminário, intitulado “Reflexos da Declaração de Bolonha” (12 e 13 de Novembro de 2004), com a participação de nove ordens profissionais em representação, por ordem alfabética, de advogados, arquitectos, biólogos, economistas, engenheiros, farmacêuticos, médicos, médicos dentistas e médicos veterinários. Na altura, todos estas associações profissionais se manifestaram em bloco (passe a redundância) contra a atribuição do grau de licenciado para o ciclo inicial de estudos universitários.

Em face do panorama deste ano de 2011, este parecer não teve qualquer impacto, ou mera influência sequer, nas decisões da tutela do então Ministério da Ciência e do Ensino Superior (MCES). Desta forma, neste torrão natal, no nosso jeito secular de complicar as coisas simples, a língua de Shakespeare – veículo de entendimento entre parcelas de territórios de cinco continentes – seria abastardada pela adopção do termo licenciado como que a modos da forçada tradução para português da palavra inglesa bachelor. Tudo isto, depois de consultas, “para inglês ver”, promovidas pelo próprio MCES por ter considerado (?) que o assunto “exigia a assumpção repartida de responsabilidades por parte do Governo, da Administração, das Instituições de Ensino Superior e das Associações Profissionais”. E era, outrossim, acrescentado que “nesse sentido estamos a proceder a uma profunda discussão a nível nacional e a nível parlamentar” (p. 22, de uma brochura emanada desse ministério).
Por outro lado, essa louvável intenção era reforçada pela afirmação de estar em análise o “impacto no exercício das Profissões Liberais através de contacto com as Ordens Profissionais” (p. 66, id.;ibid). Mas porque, como diz o aforisma, “ estar o inferno cheio de boas intenções”, assistiu-se ao degradante desprestígio das licenciaturas universitárias então existentes. E este facto é tanto mais insólito se tivermos em conta que a consulta a um qualquer dicionário nos dá a tradução da palavra inglesa bachelor como bacharel em português, com a correspondência a um ciclo de estudo inicial com a duração de três anos, em nomenclatura adoptada para além do Reino Unido, por exemplo, na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca e República Checa.

Voltando à carga, o CNOPO tenta agora, de certo e, quanto a mim, discutível modo, minorar, as asneiras cometidas no que respeita à concessão de graus académicos através de uma petição “online”, começada a correr em Julho do ano passado, endereçada à Assembleia da República, que, muito resumidamente, pretende que “aos licenciados pré-Bolonha, com formação de 5/6 anos, seja dada equivalência de mestre” (Notícia do Canal UP, 23/07/2010).

Segundo o Público (16/01/2011), esta petição, subscrita por 49.300 assinaturas (quando seriam apenas necessárias 4.000), acabou de dar entrada esta semana na Assembleia da República, com o objectivo de “acabar de vez com as confusões e as injustiças criadas com a reforma de Bolonha, exigindo a atribuição do grau de mestre aos titulares de licenciaturas pré-reforma”. A propósito, refiro que, em Março de 2009, através também do CNOP, foi levada a Plenário da Assembleia da República uma petição nesse sentido “com resultados reais nulos”, segundo os seus signatários.

Ainda que “considerada insuficiente pelo CNOP”, encontra-se, simultaneamente, em discussão uma recomendação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, a ser aprovada pelas universidades, sujeita às seguintes condições: "Quem tiver uma licenciatura feita antes da reforma de Bolonha e contar com cinco anos de experiência profissional bastará um semestre de aulas e a defesa pública de um relatório sobre a profissão para conseguir o grau de mestre".

Cotejando a petição do CNOP e a proposta do Conselho de Reitores, verifica-se o seguinte:

1. Ambas não perspectivam a situação dos mestrados antes de Bolonha.

2. O CNOP, numa visão meramente atenta aos interesses de licenciados universitários seus membros, exclui desta petição licenciados (pré-Bolonha) que, por exemplo, iniciaram no ano lectivo de 1987/88, cursos universitários de formação educacional com a duração de 4 anos. Ou seja, separa os licenciados com 4 anos de formação relativamente aos licenciados de 5 anos, havendo, contudo, uma décalage de dois anos de estudo entre estes e os portadores de um mestrado da altura.

3. O Conselho de Reitores, por seu lado, mostra-se restritivo na sua recomendação ao pretender que aos licenciados, ainda com seis anos de formação, como os casos de engenharia e medicina, seja ministrado” um semestre de aulas e a defesa pública de um relatório sobre a profissão”.

Em simples exercício de cidadania, mas com respaldo em inúmeros artigos de opinião meus sobre esta temática (v.g., “Declaração de Bolonha, ordens e sindicatos”, Diário de Coimbra, 27/10/2004; “O Processo de Bolonha e as Ordens Profissionais, I,II,III”, Diário de Coimbra, respectivamente, 01, 14 e 18/12/ 2004; “Processo de Bolonha e graus académicos”, Público, 13/06/2005), defendo que já chega de aplicar vacinas de que se desconhece o efeito e as doses a aplicar provocando, por vezes, a disseminação letal da própria doença.

Assim, ainda que possa ser tido como atrevimento, não posso deixar de pôr a discussão uma possível solução para este labirinto, de graus académicos pré e pós-Bolonha, necessitado de um fio de Ariadne que nos indique a saída. Uma solução para o caso português seria a atribuição dos graus universitários de bacharelato, mestrado e doutoramento. Às licenciaturas universitárias anteriores a Bolonha seria dada equivalência aos actuais mestrados, com dispensa de qualquer requisito, pela sua exigência não ser nada inferior (bem pelo contrário!) à destes. Os antigos mestrados seriam considerados como uma pós-graduação com prioridade a um acesso mais rápido aos doutoramentos e benefícios reais em concursos públicos.

Desta forma, as antigas licenciaturas perdurariam na memória colectiva sem qualquer desprimor. Nunca com a indignidade de terem a mesma denominação das actuais licenciaturas. Assim como “As árvores morrem de pé”, título de uma peça de teatro magistralmente representada por Palmira Bastos, o antigo grau de licenciado universitário seria extinto com a dignidade que lhe foi concedida por instituições universitárias de reconhecido mérito sem sair beliscado o seu verdadeiro mérito relativamente aos actuais mestrados.

Mas será que há coragem política para vencer um estado mórbido, provocado por detractores do conhecimento científico, mezinhas de simples curandeiros das ciências da educação e agravado por leis frouxas ou simples declarações de boas intenções? Nada há que um vómito para a mixórdia actual dos graus académicos pré e pós-Bolonha não consiga expulsar!

in De Rerum Natura - post de Rui Baptista

Erupção no Japão

Japão
Vulcão obriga à evacuação de mais de mil pessoas

Vulcão Shinmoedake

As autoridades japonesas já recomendaram a evacuação de 500 casas próximas ao vulcão Shinmoedake, no sudoeste do país, desde que este entrou em erupção, na passada quinta-feira.

A medida afecta mais de 1.000 habitantes da localidade de Takaharu e é considerada urgente, dado que Observatório Meteorológico regional registou um aumento do nível de lava na área da cratera do vulcão, a cerca de 1400 metros de altitude.

Esta é a primeira vez em 50 anos que o Shinmoedake entra em erupção e há cerca de 200 que não expulsava magma.

in CM - ler notícia

domingo, janeiro 30, 2011

Porque será que o governo não incentiva a poupança?




(imagem daqui)



Gandhi foi assassinado há 63 anos


Mohandas Karamchand Gandhi (Porbandar, 2 de Outubro de 1869Nova Déli, 30 de Janeiro de 1948), mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi (do sânscrito "Mahatma", "A Grande Alma") foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.
O princípio do satyagraha, frequentemente traduzido como "o caminho da verdade" ou "a busca da verdade", também inspirou gerações de activistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).

sábado, janeiro 29, 2011

Gomes Leal morreu há 90 anos


António Duarte Gomes Leal (Lisboa, 6 de Junho de 184829 de Janeiro de 1921) foi um poeta e crítico literário português.

(...)
Nasceu na praça do Rossio, freguesia da Pena, em Lisboa, filho natural de João António Gomes Leal (m. 1876), funcionário da Alfândega, e de Henriqueta Fernandina Monteiro Alves Cabral Leal.
Frequentou o Curso Superior de Letras, mas não o concluiu, empregando-se como escrevente de um notário de Lisboa. Durante a sua juventude assumiu pose de poeta boémio, satânico e janota, mas com a morte da sua mãe, em 1910, caiu na pobreza e converteu-se ao Catolicismo. Vivia da caridade alheia, chegando a passar fome e a dormir ao relento, em bancos de jardim, como um vagabundo, tendo uma vez sido brutalmente agredido pela canalha da rua. No final da vida, Teixeira de Pascoaes e outros escritores lançaram um apelo público para que o Estado lhe atribuísse uma pensão, o que foi conseguido, apesar de diminuta.
Foi um dos fundadores do jornal "O Espectro de Juvenal" (1872) e do jornal "O Século" (1881), tendo colaborado também na Gazeta de Portugal, Revolução de Setembro e Diário de Notícias. A sua obra insere-se nas correntes ultra-romântica, parnasiana, simbolista e decadentista.

A Rainha de Kachmir

O vestido de noivado
da rainha de Kachmir
era a diamantes bordado,
como luar num terrado!...
Parecia o Céu estrelado,
ou a visão de um faquir,
o vestido de noivado
da rainha de Kachmir.

Se é a Via Láctea, em suma,
não há olhar que destrince!...
Nenhuma vista, nenhuma
jurará se é neve ou pluma,
se é leite, ou astro, ou espuma,
nem o próprio olhar do Lince...
Se é a Via Láctea, em suma,
não há olhar que destrince!

Levava, nas mãos patrícias,
leque de rendas e sândalo...
Oh! que mãozinhas... delícias
para amimar com blandícias,
para beijar com carícias
,que adorariam um Vândalo...
Levava, nas mãos patrícias,
leque de rendas e sândalo.

Cor da lua, os sapatinhos
eram mais subtis que o leque!...
Seu manto, púrpura e arminhos,
não rojava nos caminhos,
pois sua cauda, aos saltinhos,
levava-a um núbio muleque.
Cor da lua, os sapatinhos
eram mais subtis que o leque!

Eis que, no meio da boda,
entrou um moço estrangeiro...
Calou-se a alegria doida
da grande assembleia, em roda!
E a brilhante sala toda
fitou o jovem romeiro.
Eis que, no meio da boda,
entrou um moço estrangeiro...

Pegou no copo, com graça,
e brindou, em língua estranha...
E a rainha, a vista baça,
como a um punhal que a trespassa,
encheu de prantos a taça,
e o seu lenço de Bretanha...
Chorou baixinho, ao ouvir, com graça,
esse brinde, em língua estranha!

Encheu de pranto o vestido,
encheu de pranto os anéis...
E, sem soltar um gemido,
chorou, num pranto sumido,
o seu passado perdido,
os seus amores tão fiéis!...
Encheu de pranto o vestido,
encheu de pranto os anéis.

Quem era o moço viajante
Que fez turbar a rainha?...
Era o seu primeiro amante,
tão leal e tão constante,
que, do seu reino distante,
brindar ao Passado vinha...
Tal era o moço viajante,
que fez turbar a rainha.

Saudades de amor quebrado
fazem lágrimas cair!
Por um brinde ao amor passado,
ficou de pranto alagado
o vestido de noivado
da rainha de Kachmir.
Saudades de amor quebrado
fazem lágrimas cair!...

Gomes Leal

O poeta Egito Gonçalves morreu há 10 anos

José Egito de Oliveira Gonçalves (Matosinhos, 8 de Abril de 1920 - Porto, 29 de Janeiro de 2001), mais conhecido por Egito Gonçalves, foi um poeta, editor e tradutor. Publicou os primeiros livros na década de 1950. Teve como actividade profissional a administração de uma editora. A sua intensa actividade de divulgação cultural e literária concretizou-se, a partir dos anos 50, na fundação e/ou direcção de diversas revistas literárias, como A Serpente (1951), Árvore (1952-54), Notícias do Bloqueio (1957-61), Plano (1965-68, publicada pelo Cineclube do Porto) e Limiar. Em 1977 foi-lhe atribuído o Prémio de Tradução Calouste Gulbenkian, da Academia das Ciências de Lisboa pela selecção de Poemas da Resistência Chilena e, em 1985, recebeu o Prémio Internacional Nicola Vaptzarov, da União de Escritores Búlgaros. Em 1995 obteve o Prémio de Poesia do Pen Clube, o Prémio Eça de Queirós e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores com o livro E No Entanto Move-se. A sua obra encontra-se traduzida em francês, polaco, búlgaro, inglês, turco, romeno, catalão e castelhano.


Notícias do Bloqueio

Aproveito a tua neutralidade,

o teu rosto oval, a tua beleza clara,

para enviar notícias do bloqueio

aos que no continente esperam ansiosos.



Tu lhes dirás do coração o que sofremos

nos dias que embranquecem os cabelos...

tu lhes dirás a comoção e as palavras

que prendemos – contrabando – aos teus cabelos.



Tu lhes dirás o nosso ódio construído,

sustentando a defesa à nossa volta

- único acolchoado para a noite

florescida de fome e de tristezas.



Tua neutralidade passará

por sobre a barreira alfandegária

e a tua mala levará fotografias,

um mapa, duas cartas, uma lágrima...



Dirás como trabalhamos em silêncio,

como comemos silêncio, bebemos

silêncio, nadamos e morremos

feridos de silêncio duro e violento.



Vai pois e noticia com um archote

aos que encontrares de fora das muralhas

o mundo em que nos vemos, poesia

massacrada e medos à ilharga.



Vai pois e conta nos jornais diários

ou escreve com ácido nas paredes

o que viste, o que sabes, o que eu disse

entre dois bombardeamentos já esperados.



Mas diz-lhes que se mantém indevassável

o segredo das torres que nos erguem,

e suspensa delas uma flor em lume

grita o seu nome incandescente e puro.



Diz-lhes que se resiste na cidade

desfigurada por feridas de granadas

e enquanto a água e os víveres escasseiam

aumenta a raiva

..........................e a esperança reproduz-se


Egito Gonçalves

O Sócrates induca e o uisque instroi

(imagem daqui)



Streams of Whiskey - The Pogues


Last night as I slept
I dreamt I met with Behan
I shook him by the hand and we passed the time of day
When questioned on his views
On the crux of life's philosophies
He had but these few clear and simple words to say


I am going, I am going
Any which way the wind may be blowing
I am going, I am going
Where streams of whiskey are flowing


I have cursed, bled and sworn
Jumped bail and landed up in jail
Life has often tried to stretch me
But the rope always was slack
And now that I've a pile
I'll go down to the Chelsea
I'll walk in on my feet
But I'll leave there on my back


Oh the words that he spoke
Seemed the wisest of philosophies
There's nothing ever gained
By a wet thing called a tear
When the world is too dark
And I need the light inside of me
I'll go into a bar and drink
Fifteen pints of beer

O Irão e a barbárie do costume

Acusada de tráfico de droga
Irão enforca cidadã com nacionalidade holandesa

Zahra Bahrami, de 46 anos

Zahra Bahrami, com dupla nacionalidade iraniana e holandesa, foi executada este sábado por tráfico de droga, de acordo com os oficiais iranianos. Assim que foi oficialmente confirmada a sua execução, o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês declarou o corte de relações com o Irão.

A mulher de 46 anos foi detida em 2009 por participar em manifestações contra o governo iraniano, quando visitava familiares. O gabinete do procurador do Teerão alega que as autoridade iranianas encontraram, na altura, durante as buscas à sua casa, 450 gramas de cocaína e 420 gramas de ópio.

“A traficante de droga, chamada Zahra Bahrami, filha de Ali, foi enforcada na manhã de sábado depois de ser condenada por venda e posse de droga”, informou o gabinete. Estes consideraram que Bahrami fazia parte de um grupo de tráfico de cocaína ilegal com ligações à Holanda.

A sua filha disse a um grupo internacional para os Direitos Humanos no Irão que a acusação foi inventada. “Ela nem cigarros fuma, muito menos possui drogas. Como é que alguém que participa em encontros pós-eleitorais e põe em risco a sua vida, toma estas acções contra o seu país?”, reage.

Assim que foi confirmada a sua execução oficialmente, o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês informou que o governo cortou relações com o país. As autoridades holandesas viram negadas o acesso a Bahrami, visto que o Irão reconhece a sua dupla nacionalidade, noticia a 'BBC'.

Este ano já foram executadas 66 pessoas no país, de acordo com a imprensa local.

in CM - ler notícia

Revista de Gestão Costeira Integrada

Recebido por e-mail, para divulgação:


Foi recentemente publicado na forma de “e-journal” o número 4 (Dezembro) do volume 10 da Revista de Gestão Costeira Integrada / Journal of Integrated Coastal Zone Management (http://www.aprh.pt/rgci/).

 Este número pode ser acedido no endereço http://www.aprh.pt/rgci/revista10f4.html e integra os seguintes artigos:

• Estudo do Galgamento de Estruturas Marítimas utilizando um Modelo Numérico baseado na Teoria da Onda em Condições de Água pouco Profunda / Numerical Modelling of Wave Overtopping of Maritime Structures using a NLSW Equation Model - Maria Teresa Reis, Maria da Graça Neves.

• Avaliação de Impactos Ambientais no Meio Físico decorrentes de Obras de Engenharia Costeira - Uma Proposta Metodológica / Assessment of Environmental Impacts on the Physical Environment due to Coastal Engineering Works - A Proposed Methodology - Alessandro Farinaccio, Moysés Gonzalez Tessler.

• Modelação da Interacção entre uma Onda e uma Estrutura de Protecção Costeira usando um Modelo Numérico SPH – Smoothed Particles Hydrodynamics / Study of Wave Interaction with Coastal Structures using a SPH Numerical Model - Eric Didier, Maria da Graça Neves.

• A Contribuição do Escoamento Superficial e da Drenagem de Águas Pluviais para os Processos Erosivos no Litoral de Olinda, Pernambuco, Brasil / The Contribution of the Surface Runoff and the Pluvial Water Draining for the Erosive Processes in the Coast of Olinda, Pernambuco, Brasil - Luis A. de Gois, Niédja M. G. A. e Oliveira.

• Aplicação ao Porto de Sines (Portugal) de uma nova Metodologia de Avaliação do Risco para a Navegação Portuária utilizando o Sistema de Informação Geográfica Guiomar / Application to the Port of Sines (Portugal) of a new Tool for Risk Assessment in Port Navigation using the GIS Guiomar System - Diogo Ruben Neves, Sara Rodrigues, Maria Teresa Reis, Conceição Juana Fortes, João Alfredo Santos.

• Subsídios para a Gestão e o Aproveitamento do Espaço Costeiro na Península de Itapagipe,Salvador, Bahia, Brasil / Subsidies for the Management and Development of Coastal Areas on the Itapagipe Peninsula - Salvador, Bahia, Brasil - Iracema Reimão Silva, Maria Helena Ochi Flexor, Sergio Nascimento, José Rodrigues de Souza Filho, Sergio Pinheiro de Santana Neto, Jamille Evangelista Alves.

• Uso de Técnicas de Geoprocessamento para a Análise da Evolução da Linha de Costa em Ambientes Litorâneos dp Estado do Ceará, Brasil / Use of Geoprocessing Techniques for Analysis of the Coast Line Evolution of Ceará State, Brazil - Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Luís Parente Maia.

• Geomorfologia de uma área com alta sensibilidade ambiental na Bacia Potiguar (NE do Brasil) / Geomorfology of a High Sensitive Area on Potiguar Basin (NE Brazil) - Dalton Rosemberg Valentim da Silva, Venerando Eustáquio Amaro, Michael Vandesteen Silva Souto, Miriam Cunha do Nascimento, Bruno Rafael de Barros Pereira.

• Capacitação e Mobilização: a Perspectiva da Participação Cidadã no Plano Diretor de Balneário Camboriú (SC), Brasil / Capacity Building and Mobilization: a Citizens’ Participation Perspective on The Master Plan of Balneário Camboriú (SC), Brasil - Sérgio Moraes, Renato Saboya, Stavros Abib, Maria José Reis

• Avaliação das Formas de Fósforo nos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental do Rio Amazonas / Evaluation Forms of Phosphorus in Surface Sediments of the Continental Shelf of the Amazon River - Maria de Lourdes Souza Santos, André Luis de Lima Saraiva, Ismaily Bastos Delfino, Leny da Conceição Antunes, Rosa Maria Matos Batista, Igor Charles Castor Alves.

• Recensão Crítica / Book Review: Recuperação de Praias e Dunas, de Karl. F. Nordstrom. Tradução do Original Beach and dune restoration - Dieter Muehe
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Call for Papers sobre "Morfodinâmica Estuarina e Costeira"

Está aberto um “call for papers” no âmbito do tema "Morfodinâmica Estuarina e Costeira" (http://www.aprh.pt/rgci/callforpapers_mec.html) Pretende-se agregar um conjunto de artigos que abordem diversos aspectos relacionados com este tema que abordem, entre outros, os seguintes aspectos:

* Morfodinâmica e gestão das zonas costeiras (praias, embocaduras e estuários);
* Metodologias de estudo: modelação, experimentação e detecção remota;
* Análise de processos físicos e sua interacção com processos químicos e biológicos;
* Alterações climáticas: impactes e adaptação;
* Engenharia costeira: avaliação, monitorização e soluções;


Os manuscritos, redigidos em inglês ou em português, e de acordo com as normas da revista, devem ser submetidos até dia14 de Fevereiro de 2011 para aprh@aprh.pt, rgci.editor@gmail.com, ou para qualquer dos editores convidados.


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Call for Papers sobre "Interacções Homem - Meio em Zonas Costeiras"

Está aberto um “call for papers” no âmbito do tema "Interacções Homem - Meio em Zonas Costeiras" (http://www.aprh.pt/rgci/callforpapers_ih.html) Pretende-se agregar um conjunto de artigos que abordem diversos aspectos relacionados com este tema. Nesse sentido, são especialmente relevantes os artigos que abordem, entre outros, os seguintes aspectos:

* Alterações (geomorfológicas, sedimentológicas, geoquímicas, biológicas, etc.) em ambientes costeiros provocadas indirectamente por actividades humanas;
* Modificações directas de ambientes costeiros devidas a intervenções humanas (aterros, dragagens, abertura ou colmatação de canais, efluentes, introdução de espécies exóticas, etc.) nesses ambientes;
* Evolução de ambientes costeiros forçada por actividades antrópicas em escalas temporais variadas (decenal, secular, milenar);
* Transformações em ambientes costeiros devidas a actividades antrópicas nas bacias hidrográficas para aí drenantes.


Os interessados em submeter artigos devem consultar a parte de submissão de artigos (http://www.aprh.pt/rgci/submartigos.html) do portal da RGCI/JICZM.

Música do meio dos anos oitenta para geopedrados


NOTA: ideia roubada ao blog A Educação do meu Umbigo...

Associação Portuguesa de Geólogos - Boletim e Blog

A Associação Portuguesa de Geólogos dá mais um passo em direcção às potencialidades de divulgação e comunicação na Internet, criando 2 blogues que facilitam a comunicação com os sócios e o público em geral. São eles:

APGnews (Boletim electrónico)
APG - Blog Oficial
Finalmente uma sugestão: activem os "feeds", para que  possam receber, segmentar, redireccionar e distribuir mundialmente as notícias de Geologia portuguesa!

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Estamos a ficar velhos (como espécie...)

Ferramentas de pedra encontradas na Arábia põem em causa a visão consensual
O Homo sapiens terá começado a espalhar-se pelo mundo muito mais cedo, há 125 mil anos

Estes machados encontrados na Península Arábica têm 125 mil anos e levaram os cientistas a uma nova hipótese

E se, há uns 125 mil anos, muitas dezenas de milénios antes de se lançarem à conquista da Europa e do resto do mundo, vindos do seu berço africano, os primeiros humanos modernos tivessem começado por atravessar um estreito braço de mar para se instalarem em terras que hoje fazem parte dos Emirados Árabes Unidos? Uma equipa internacional de arqueólogos, liderada por Hans-Peter Uerpmann, da Universidade Eberhard Karls de Tubingen, sugere precisamente isso, com base em escavações realizadas na localidade de Jebel Faya, a uns 50 quilómetros do Golfo Pérsico. Os seus resultados são publicados sexta-feira na revista "Science".

O debate sobre como e quando os primeiros homens modernos emigraram de África e se espalharam pelo mundo vem de longe. Há quem diga que houve uma única vaga de migração e quem diga que houve várias. Mas seja como for, os dados conhecidos até aqui indicavam que o êxodo tinha acontecido há mais ou menos 60 mil anos. Quanto à rota seguida por aqueles emigrantes até a Europa e Ásia, também aí havia consenso: através do Vale do Nilo e do Médio Oriente.

O que os cientistas encontraram agora na Península Arábica são ferramentas que, segundo eles foram fabricadas com tecnologias semelhantes às utilizadas pelas populações de "Homo sapiens" que viviam no Leste de África, mas diferentes das tecnologias originárias do Médio Oriente. Isso não seria problemático se elas tivessem menos de 60 mil anos de idade. Mas acontece que, quando foram datadas (pela técnica dita de luminescência), revelaram ter... 125 mil anos.

Ou seja, estas ferramentas — pequenos machados e lâminas de pedra, entre outros — parecem contar uma história diferente. Uma história de emigração directa, há muito mais tempo, de África para a Arábia — e daí, dizem os cientistas, para o Crescente Fértil e para a Índia. Porém, nem todos os especialistas concordam com esta interpretação.

“Os humanos ‘anatomicamente modernos’ — como nós — emergiram em África há uns 200 mil anos e a seguir povoaram o resto do mundo”, diz em comunicado Simon Armitage, da Universidade de Londres e co-autor do trabalho. “Os nossos resultados deveriam estimular uma reavaliação da maneira como nós, os humanos modernos, nos tornamos uma espécie global.”

Os cientistas analisaram ainda as condições climáticas que reinavam na região há uns 130 mil anos, durante o último período interglaciar, para ver se a passagem de África para a Arábia teria sido fácil. E de facto, concluíram que o estreito de Bab al-Mandab, que separa a Península Arábica do Corno de África, tinha naquela altura pouca água devido ao baixo nível do mar, permitindo a passagem em segurança sem grandes problemas.

E mais: a Península Arábica era então uma região muito mais húmida, com vegetação abundante, com lagos e rios — muito mais acolhedora do que hoje. “Em Jebel Faya”, salienta Armitage, “a datação revela uma visão fascinante, na qual humanos modernos emigraram de África muito mais cedo do que se pensava, ajudados pelas flutuações globais do nível do mar e pelas mudanças climáticas.”

Uma voz dissonante

Num artigo jornalístico que acompanha na revista "Science" a publicação dos resultados da datação das ferramentas de Jebel Faya, surge uma voz dissonante entre os comentários entusiastas de vários especialistas. Paul Mellars, arqueólogo da Universidade de Cambridge, diz que, quanto a ele, apesar da descoberta das ferramentas ser importante e a datação bem feita, as conclusões estão erradas.

“Não há qualquer indício aqui que sugira que foram feitas por humanos modernos, nem de que eles vinham de África”, declara. E salienta que, ao contrário do que afirmam os autores da descoberta, não fica excluída de forma convincente a hipótese de se tratar de ferramentas fabricadas pelos Neandertais — ou até pelo "Homo erectus", antepassado dos humanos modernos que se sabe ter emigrado de África para Ásia há cerca de 1,8 milhões de anos.

Hans-Peter Uerpmann, um dos líderes da equipa que fez as escavações em Jebel Faya, concede que para “poder ter a certeza absoluta” de que as ferramentas foram fabricadas pelo Homo sapiens, vai ser preciso encontrar ossos fossilizados. Várias equipas de arqueólogos já declararam que tencionam lançar-se nessa procura.

Olhar para longe - olhar para o passado

Astronomia
Telescópio Hubble encontrou galáxia mais distante e antiga jamais vista no Universo

Esta galáxia ter-se-á formado quando o Universo tinha apenas 480 milhões de anos (Foto: NASA)

Os astrónomos levaram as capacidades do telescópio espacial Hubble, da NASA (agência espacial norte-americana) até ao limite e descobriram aquela que poderá ser a galáxia mais distante e antiga alguma vez vista no Universo.

Esta galáxia ter-se-á formado quando o Universo tinha apenas 480 milhões de anos - hoje terá cerca de 13,7 mil milhões de anos. A galáxia terá existido quando o Universo teria apenas quatro por cento da sua idade actual, precisa Rychard Bouwens, astrónomo da Universidade da Califórnia que estuda a formação e evolução de galáxias, e a sua equipa, que publicaram o estudo na revista “Nature” de ontem.

A luz da galáxia, captada através da câmara de infravermelhos do telescópio, terá sido emitida há 13,2 mil milhões de anos. Ainda assim, os astrónomos são prudentes e falam da sua descoberta no condicional. “Este resultado está no limite das nossas capacidades. Mas passámos meses a fazer testes que o confirmaram e agora estamos seguros”, comentou Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Os astrónomos ainda não sabem ao certo quando é que apareceram as primeiras estrelas no Universo mas começam a compor o quadro de quando as estrelas e as galáxias começaram a surgir, depois do Big Bang.

“Esta última descoberta do Hubble vai aprofundar o nosso conhecimento do Universo”, salientou Charles Bolden, administrador da NASA, em comunicado publicado no site da agência norte-americana.

Para chegar mais longe e vislumbrar o período em que se formaram as primeiras estrelas e galáxias, os astrónomos vão precisar do sucessor do Hubble, o telescópio espacial James Webb, que tem lançamento previsto para 2014. Por enquanto, os primeiros 500 milhões de anos da existência do Universo continuam a ser o capítulo que falta.

O Hubble, lançado há 20 anos, é um projecto internacional fruto da cooperação entre a NASA e a Agência Espacial Europeia.

A propósito da entrega do espólio de Sophia à Biblioteca Nacional de Portugal



NOTA: excelente texto do Público, que recomendamos - ver AQUI.

E, quando o fizer, já vai tarde...

Demita-se


in O Cachimbo de Magritte - post de Miguel Noronha