Porto teve um “Largo José Sócrates” mas a câmara já removeu a placa clandestina
27.12.2011 - Aníbal Rodrigues
Placa já foi retirada (Foto: Paulo Pimenta)
Tinha pouco tempo de existência, mas já se tinha transformado em objecto fotográfico para muitos passantes. No Largo Mompilher, no Porto, surgiu uma nova “placa toponímica” que rivalizava com a oficial, verde, como tantas outras na cidade. A nova placa foi colocada no edifício do café Candelabro – ao que tudo indica anteontem –, e era constituída por seis azulejos de fundo branco e adornos nas extremidades, em azul e amarelo, que remetiam para a clássica azulejaria portuguesa.
A placa anunciava o “Largo Eng. José Sócrates”, mas um traço na referência abreviada à habilitação académica do visado como que prenunciava o que se lia a seguir: “(Mentiroso, Corrupto, Incompetente, Primeiro-Ministro de Portugal 2005-2011)”.
Por coincidência, a nova “placa toponímica” surgiu numa altura em que a Câmara do Porto realiza obras de remodelação no Largo de Mompilher que retiraram algum estacionamento e estão a alargar a área pedonal daquele espaço.
Contactado pelo PÚBLICO, o Gabinete de Comunicação e Promoção da Câmara do Porto informou que a placa toponímica clandestina foi removida ontem, cerca das 18.00 horas, pelos serviços municipais.
NOTA: se tiver que ser, usem o nome do senhor "engenheiro" numa prisão nova (que ele inaugure e que uso por muitos e bons anos...). Recorde-se que, ali perto, puseram o nome de um político falecido num acidente aéreo a um aeroporto - não é preciso mais explicações.
ADENDA: O
JN publicou o seguinte
texto e filme no seu
site:
Largo de Mompilher rebaptizado com insultos a Sócrates - JN
O Largo de Mompilher, no Porto, foi rebaptizado por desconhecidos com insultos a José Sócrates. A placa em azulejo, que terá sido colada entre segunda-feira e esta terça-feira, foi retirada por funcionários da Câmara Municipal do Porto.
Insultos? Mentiroso, Corrupto, Incompetente não são insultos, são verdades indesmentíveis - por muito que apaguem as escutas, queimem os processos do Aterro da Cova da Beira, escondam os projetos arquitetónicos na Guarda (e Covilhã...), destruam a Universidade Independente, queimem os documentos da UnI, modifiquem a ficha de deputado do senhor Pinto de Sousa, esqueçam a bomba de gasolina que o senhor teve com uns amigos, não se lembrem de perguntar de onde veio a súbita riqueza da mãe e da família, se esqueçam das suas relações com os Irmãos dos Aventais, escondam o caso Freeport, se esqueçam de quem duplicou a dívida pública portuguesa em meia dúzia de anos, quem assinou as fantásticas parcerias público-privadas, quem ajudou os sucateiros, os pedrosos, os penedos, os varas e os coelhones, tudo não será esquecido e um dia terá de ser julgado.