Assassinato
Em 28 de junho de 1914, um domingo, por volta de 10.45 horas, Francisco Fernando e a sua esposa foram mortos em Sarajevo, capital da província austro-húngara da Bósnia e Herzegovina, por Gavrilo Princip, na época com apenas 19 anos, membro da Jovem Bósnia e do grupo terrorista Mão Negra. O evento foi um dos fatores que desencadearam a Primeira Guerra Mundial.
O casal já havia sido atacado um pouco antes, quando uma granada foi atirada em direção ao seu carro. Fernando desviou-se do artefacto e a granada explodiu atrás deles. Encolerizado, ele teria gritado às autoridades locais: "Então vocês recebem os convidados com bombas?" Fernando e Sofia insistiram em visitar o hospital onde os feridos no atentado estavam sendo atendidos. Ao saírem de lá, o seu motorista perdeu-se no caminho para o palácio onde estavam hospedados e, ao entrar numa rua secundária, os ocupantes foram avistados por Princip. Quando o motorista fazia uma manobra, o jovem aproximou-se e disparou contra o casal, atingindo Sofia no abdómen e Francisco Fernando na jugular. O arquiduque ainda estava vivo quando testemunhas chegaram para socorrê-lo, mas expirou pouco depois, dirigindo as suas últimas palavras à esposa: "Não morra, querida, viva para nossos filhos." Assessores ainda tentaram abrir a sua farda, mas perceberam que teriam que cortá-la com uma tesoura. Sofia morreu a caminho do hospital. Princip usou uma 7.65 x 17 mm Browning, de potência relativamente baixa, e uma pistola FN Model 1910 para cometer os assassinatos.
Um relato detalhado do atentado foi descrito por Joachim Remak, no livro Sarajevo:
“ | Uma bala perfurou o pescoço de Francisco Fernando, enquanto a outra perfurou o abdómen de Sofia (...) Como o carro estava manobrando (para retornar à residência do governador), um filete de sangue escorreu da boca do arquiduque sobre a face direita do Conde Harrach (que estava no estribo do carro). Harrach usou um lenço para tentar conter o sangue. Vendo isso, a duquesa exclamou: "Pelo amor de Deus, o que lhe aconteceu?" e afundou-se no assento, caindo com o rosto entre os joelhos de seu marido. | ” |
“ | Harrach e Potoriek (...) acharam que ela havia desmaiado (...) só o marido parecia ter uma ideia do que estava acontecendo. Virando-se para a esposa, apesar da bala no seu pescoço, Francisco Fernando implorou: "Sopherl! Sopherl! Sterbe nicht! Bleibe am Leben für unsere Kinder!" ("Querida Sofia! Não morra! Fique viva para os nossos filhos!!!"). Dito isto, ele curvou-se para a frente. O seu chapéu de plumas (...) caiu e muitas de suas penas verdes foram encontradas em todo o chão do carro. O conde Harrach puxou o colarinho do uniforme do arquiduque para segurá-lo. Ele perguntou: "Leiden Eure Kaiserliche Hoheit sehr?" ("Vossa Alteza Imperial está sentindo muita dor?") "Es ist nichts..." ("Não é nada..."), disse o arquiduque com voz fraca, mas audível. Ele parecia estar a perder a consciência durante seus últimos minutos mas, com voz crescente embora fraca, repetiu esta frase, talvez, seis ou sete vezes mais. | ” |
“ | Um ronco começou a brotar de sua garganta, diminuindo quando o carro parou em frente ao Konak Bersibin (Câmara Municipal). Apesar dos esforços médicos, o arquiduque morreu pouco depois de ser levado para dentro do prédio, enquanto a sua amada esposa morreu, de hemorragia interna, antes da comitiva chegar ao Konak. | ” |