sexta-feira, janeiro 20, 2017
Etta James morreu há cinco anos
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quinta-feira, janeiro 19, 2017
Fiama Hasse Pais Brandão morreu há dez anos...
Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)
Serena, mas com a fúria de uma Ana Magnani ou da padeira de Aljubarrota. Inscrevia-se num "poema ininterrupto" desde a Idade Média. Tinha um conhecimento raro do que a precedia. É uma das vozes mais plenas e radicais da poesia portuguesa do século XX.
Fiama?
Ninguém se chamava assim na Carcavelos dos anos 30 (ou depois). De algum lado tinha que vir, veio de uma madrinha italiana, tia-avó por afinidade, eis a pequena história.
Mas o que há neste nome disse-o Eduardo Lourenço. Se a poesia é "a palavra infinita" que alude à matéria "sem jamais a poder colher", "a de Fiama, como um milagre, é a rosa mesma da realidade como uma chama" - "A que o seu nome mágico a predestinava."
Nascida a 15 de agosto de 1938, Fiama Hasse Pais Brandão, uma das vozes mais plenas e radicais da poesia portuguesa do século XX, também dramaturga, ficcionista, ensaísta e tradutora, morreu ao princípio da noite de sexta-feira numa casa de repouso-clínica em Algés. Tinha a doença de Parkinson, acelerada por uma fractura há seis anos. Nos últimos tempos já não comunicava.
O corpo será velado até ao princípio da tarde de hoje na Biblioteca do Palácio das Galveias, em Lisboa, onde às 14.15 horas Luís Miguel Cintra vai dizer poemas. Segue depois para o Cemitério dos Prazeres.
A Obra Breve de Fiama - 766 páginas de poesia na mais recente edição, da Assírio & Alvim - termina em agosto de 2000, junto ao mar do Algarve, com estes versos: "Hoje, / meu dia, o coração e o dia rejubilam."
Foi no último Verão de praia, ao lado de Gastão Cruz, poeta, ensaísta, primeiro marido, pai dos seus dois filhos e cúmplice até ao fim.
Conheceram-se na Faculdade de Letras de Lisboa no fim dos anos 50. Os pais de Fiama tinham uma pequena quinta, a Vivenda Azul, em Carcavelos, recorda Gastão. Ela andara na St. Julliard School, onde Paula Rego foi uma das suas primeiras amigas. Havia sido uma brilhante aluna de liceu, de ganhar prémios nacionais.
Na faculdade (que nunca chegou a acabar), Fiama (Hasse de um longínquo parente alemão) opta por Germânicas. A aventura poética começa em partilha. Publica o seu primeiro livro, Morfismos, na colectânea Poesia 61, que inclui Luiza Neto Jorge, Casimiro de Brito, Maria Teresa Horta e Gastão Cruz.
O ano seguinte é das greves estudantis, com centenas de estudantes presos, incluindo a serena Fiama. Serena mas segura, recorda Veiga Ferreira: "Uma PIDE chamada Madalena despejou-lhe a mala e ela disse-lhe: "Agora volte a pôr tudo lá dentro." Impunha a autoridade de uma forma veemente."
E irritava-se, "um verbo que lhe vai bem", diz Jorge Silva Melo, que a conheceu anos depois. "Uma vez fui agredido por um colega no átrio da faculdade e ela veio desembestada, queria bater-lhe. Tinha aquele ar de senhora frágil, simbolista do fim do século XIX, mas era uma mulher de armas. Havia nela uma determinação radical, como no poema da padeira de Aljubarrota. Podia parecer a Delphine Seyrig muito delicada no India Song mas tinha um lado Ana Magnani e quando se opunha às coisas era de uma violência justa, fantástica."
Jorge Silva Melo foi vendo os poemas a acontecer. "Se calhar o livro de durante a minha vida é a poesia toda da Fiama." Que começa melódica (e musicada por Lopes Graça e Adriano Correia de Oliveira) e recusa a melodia, para nos últimos livros chegar ao essencial.
"Comecei palavra a palavra", escreveu Fiama. "Assim: "Água significa ave". A Poesia estava quase numa única imagem que coincidia quase com uma única palavra."
Depois, aconteceu "a grande sucção do cérebro para a fronte e para a testa como para um lago", ao longo dos anos 60, "nesse decénio memorável" em que sentia a poesia a expandir-se na cabeça. Os versos tornaram-se longos.
Um teatro que pertence "ao futuro"
Com um conhecimento raro do que a precedia, Fiama inscrevia-se num "poema ininterrupto" desde a Idade Média. E chamaram-lhe hermética. "Mas foi um período fulcral para voltar a rebentar na contemplação da vida no seu quintal, em Cenas Vivas", diz Jorge Silva Melo.
Até lá a obra breve é vasta, enquanto trabalhava como bibliotecária/arquivista no Centro de Estudos Linguísticos da Universidade de Lisboa, seu emprego ao longo de 20 anos.
Além da poesia, por exemplo, as oito peças que escreveu pertencem "ao futuro", antecipa Silva Melo, "agora não temos ainda os meios de as fazer, como aconteceu a Lorca com as primeiras peças". Lorca que Fiama traduziu, como Brecht ou O Cântico Maior, assim tão ampla foi a sua atenção.
Tanto poetas como tradutores mais novos falam na sua generosidade. As versões de Hölderlin e Rilke de Maria Teresa Dias Furtado nascem do encorajamento de Fiama.
Tinha nas retinas "o mais completo dicionário / do Todo. / Esse todo que é dela um deus sem máquina / e está nas palavras de todos em reunião com o mundo", escreveu Armando Silva Carvalho - "pois não sei de outra figura viva e mais destacada / dos e nos nomes que se dão aos enigmas / da natureza e da sabedoria."
Foram amigos, ele tentou levá-la a dançar e ao teatro de revista, o que nunca aconteceu, talvez por haver nela "desejo e depois retraimento", mas sempre "uma grande espontaneidade". Até ao fim teve "um sorriso quase infantil, muitíssimo directo".
Em 12 anos de vida comum, Veiga Ferreira viu-a sempre escrever em papéis soltos, que passava à máquina emendando pouco, e a poesia nascia de tudo. "Uma vez arrancou com a Poesia Toda do Herberto no capô, o livro caiu, e daí apareceu uma coisa muito poética, sobre quando a poesia cai."
Na praia, como nesta fotografia, é que a imagina.
Que a neofiguração se torne ní-
tida. Do objecto sedutor. Incrus-
tado nas vozes. Quanto resul-
taria, iluminado pelo silêncio.
O painel de onde se despren-
de a linha. Um modelo clássico
que revele. As palavras eter-
nas da fábula de Hero.
Proximidade incompreensível
como a de alguns poemas. Sen-
timentos que são indecifráveis.
Uma dedução para o fim. Tal-
vez o amor jubiloso dentro
da quarta parte da pupi-
la do olhar divisível pela
cruz axial. Encontrado na pai-
sagística do rosto. Expecta-
tiva de um sentido propício. A
revelação verso por verso.
in Três Rostos - Nova Natureza (1989) - Fiama Hasse Pais Brandão
quarta-feira, janeiro 18, 2017
El-Rei D. Pedro I morreu há 650 anos...
in Wikipédia
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terça-feira, janeiro 17, 2017
Muhammad Ali nasceu há 75 anos
Postado por Fernando Martins às 07:50 0 bocas
Marcadores: Boxe, campeão do mundo, Muhammad Ali, USA
Camilo José Cela morreu há 15 anos
Poema en forma de mujer que dicen temeroso, matutino, inútil
Ese amor que cada mañana canta
y silba, temeroso, matutino, inútil
(también silba)
bajo las húmedas tejas de los más solitarios corazones
-¡Ave María Purísima!-
y rosas son, o escudos, o pajaritas recién paridas,
te aseguro que escupe, amoroso
(también escupe)
en ese pozo en el que la mirada se sobresalta.
Sabes por donde voy:
tan temeroso
tan tarde ya
(también tan sin objeto).
Y amargas o semiamargas voces que todos oyen
llenos de sentimiento,
no han de ser suficientes para convertirme en ese dichoso,
caracol al que renuncio
(también atentamente).
Un ojo por insignia,
un torpe labio,
y ese pez que navega nuestra sangre.
Los signos de oprobio nacen dulces
(también llenos de luz)
y gentiles.
Eran
-me horroriza decirlo-
muchos los años que volqué en la mar
(también como las venas de tu garganta, teñida de un tímido color).
Eran
-¿por qué me lo preguntas?-
dos las delgadas piernas que devoré.
Quisiera peinar fecundos ríos en la barba
(también acariciarlos)
e inmensas cataratas de lágrimas
sin sosiego,
desearía, lleno de ardor, acunar allí mismo donde nadie se atreve a
levantar la vista.
Un muerto es un concreto
(también se ríe)
pensamiento que hace señas al aire.
La mariposa,
aquella mariposa ruin que se nutría de las más privadas
sensaciones,
vuela y revuela sobre los altos campanarios
(también hollados campanarios)
aún sin saber,
como no sabe nadie,
que ese amor que cada día grita
y gime, temeroso, matutino, inútil
(también gime)
bajo las tibias tejas de los corazones,
es un amor digno de toda lástima.
Camilo José Cela
Postado por Fernando Martins às 00:15 0 bocas
Marcadores: Camilo José Cela, castelhano, Espanha, Galiza, literatura, Marquês de Iria Flavia, Prémio Nobel, Prémio Príncipe das Astúrias
segunda-feira, janeiro 16, 2017
Dian Fossey nasceu há 85 anos
Postado por Pedro Luna às 08:50 0 bocas
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O maestro Arturo Toscanini morreu há 60 anos
- Pagliacci (Ruggiero Leoncavallo) - Milão, 21 de maio, 1892
- Guglielmo Swarten (Gnaga) - Roma, 15 de novembro, 1892
- Savitri (Natale Canti) - Bolonha, 1 de dezembro, 1894
- Emma Liona (Antonio Lozzi) - Veneza, 24 de maio, 1895
- La Bohème (Giacomo Pucci)ni - Turim, 1 de fevereiro, 1896
- Forza d'Amore (Arturo Buzzi-Peccia) - Turim, 6 de março, 1897
- La Camargo (Enrico de Leva) - Turim, 2 de março, 1898
- Anton (Cesare Galeotii) - Milão, 17 de dezembro, 1900
- Zaza (Leoncavallo) - Milão, 10 de novembro, 1900
- Le Maschere (Pietro Mascagni) - Milão, 17 de janeiro, 1901
- Mosè (Don Lorenzo Perosi) - Milão, 16 de novembro, 1901
- Germania (Alberto Franchetti) - Milão, 11 de março, 1902
- Oceana (Antonio Smareglia) - Milão, 22 de janeiro, 1903
- Cassandra (Vittorio Gnecchi) - Bolonha, 5 de dezembro, 1905
- Gloria (Francesco Cilea) - Milão, 15 de abril, 1907
- La Fanciulla del West (Puccini) - Nova Iorque, 10 de dezembro, 1910
- Madame Sans-Gène (Umberto Giordano) - Nova Iorque, 25 de janeiro, 1915
- Debora e Jaele (Ildebrando Pizzetti) - Milão, 16 de dezembro, 1922
- Nerone (Arrigo Boito - acabada por Toscanini e Vincenzo Tommasini) - Milão, 1 de maio, 1924
- La Cena delle Beffe (Giordano) - Milão, 20 de dezembro, 1924
- I Cavalieri di Ekebu (Riccardo Zandonai) - Milão, 7 de março, 1925
- Turandot (Puccini) - Milão, 25 de abril, 1926
- Fra Gherado (Pizzetti) - Milão, 16 de maio, 1928
- Il Re (Giordano) - Milão, 12 de janeiro, 1929
- Adagio for Strings and First Essay for Orchestra (Samuel Barber) - Nova Iorque, 5 de novembro, 1938
- Western Suite (Elie Siegmeister) - Nova Iorque, novembro de 1945.
Postado por Pedro Luna às 06:00 0 bocas
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Paul Webb, o baixista dos Talk Talk, faz hoje 55 anos!
Paul Douglas Webb (16 de janeiro de 1962, Essex, Inglaterra) é um musico britânico. Foi o baixista da banda Talk Talk, entre 1981 e 1988.
domingo, janeiro 15, 2017
Play It Again, Sam...
Postado por Pedro Luna às 22:22 0 bocas
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Está dada licença para matar o litoral alentejano - bora lá algarvizar mais um pedaço de costa
El-Rei D. Afonso V nasceu há 585 anos
Postado por Fernando Martins às 00:58 0 bocas
Marcadores: Afonso V, dinastia de Avis, El-Rei
Molière nasceu provavelmente há 395 anos
sábado, janeiro 14, 2017
Humphrey Bogart morreu há 60 anos...
Postado por Fernando Martins às 06:00 0 bocas
Marcadores: actor, cinema, Humphrey Bogart
A Batalha de Rivoli foi há 220 anos
Zakk Wylde - 50 anos!
Postado por Fernando Martins às 00:50 0 bocas
Marcadores: Black Label Society, hard rock, heavy metal, música, My Dying Time, Ozzy Osbourne, Southern Rock, Zakk Wylde
sexta-feira, janeiro 13, 2017
O naufrágio do Costa Concordia foi há cinco anos
O navio naufragou após colisão com rocha junto ao porto da ilha de Giglio. O barco estava inclinado num ângulo de 80º. No naufrágio 32 pessoas faleceram (com o último corpo sendo localizado apenas em novembro de 2014). O Costa Concordia, naquela noite, estava com 3.229 passageiros e 1.023 tripulantes.
Postado por Fernando Martins às 05:00 0 bocas
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quinta-feira, janeiro 12, 2017
Há seis anos, enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro mataram centenas de pessoas
Postado por Fernando Martins às 06:00 0 bocas
Marcadores: Brasil, cheias, deslizamento
quarta-feira, janeiro 11, 2017
Os dois sonetos de amor da hora triste
Quando eu morrer - e hei-de morrer primeiro
do que tu - não deixes fechar-me os olhos
meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos
e ver-te-ás de corpo inteiro
como quando sorrias no meu colo.
E, ao veres que tenho toda a tua imagem
dentro de mim, se, então, tiveres coragem,
fecha-me os olhos com um beijo.
Eu, Marco Pólo,
farei a nebulosa travessia
e o rastro da minha barca
segui-lo-ás em pensamento. Abarca
nele o mar inteiro, o porto, a ria...
E, se me vires chegar ao cais dos céus,
ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus.
II
Não um adeus distante
ou um adeus de quem não torna cá,
nem espera tornar. Um adeus de até já,
como a alguém que se espera a cada instante.
Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
de novo para ti, no mesmo barco
sem remos e sem velas, pelo charco
azul do céu, cansado de lá estar.
E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora
assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
to peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino.
Álvaro Feijó, lido na evocação de Mário Soares, pela voz de Maria Barroso
Postado por Pedro Luna às 11:11 0 bocas
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terça-feira, janeiro 10, 2017
Música adequada à data...
Postado por Fernando Martins às 23:32 0 bocas
Marcadores: Dar De Vaia, música, São Gonçalo de Amarante
Hoje é Dia de São Gonçalo de Amarante...!
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Marcadores: Igreja Católica, São Gonçalo de Amarante