quinta-feira, novembro 21, 2013

O pintor Columbano Bordalo Pinheiro nasceu há 156 anos

Auto-Retrato

Columbano Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de novembro de 1857 - Lisboa, 6 de novembro de 1929) foi um pintor naturalista e realista português.

Biografia
Columbano era o quarto filho do escultor e também pintor Manuel Maria Bordalo Pinheiro e de sua esposa Augusta Maria de Carvalho Prostes e, entre os seus irmãos, estava o caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro. Iniciou a sua formação na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluno de Simões de Almeida, um afamado escultor do romantismo português.
Anos após completar a sua formação, rumou a Paris, beneficiado por uma bolsa de estudos custeada pelo rei consorte D. Fernando II de Portugal, já viúvo da rainha D. Maria II de Portugal. Ali ele recebeu a influência de pintores como Manet e Edgar Degas, sendo esta notável na sua obra.
Na "cidade-luz", Columbano representou-se, em 1882, numa grande exposição, no famoso "Salon de Paris". Nesta apresentou ao público, maioritariamente burguês, o quadro Soirée chez Lui, surpreendentemente aclamado pela difícil crítica de artes parisiense.
De regresso a Portugal, juntou-se ao "Grupo do Leão", o qual tencionava renovar a estética das composições na arte do país. Deste período ficaram celebres os retratos de Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Eça de Queirós e Antero de Quental, por ele pintados. Para além disto, deu nova ênfase aos palácios lisboetas, ao pintar os painéis que se encontram na sala de recepções do Palácio de São Bento, os Painéis dos Passos Perdidos. Foi também pintor de História, sendo o autor de várias obras para o Museu Militar de Lisboa.
Tornou-se, em 1901, professor de pintura histórica na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se formara na sua juventude. Em 1914, Bordalo Pinheiro foi nomeado pelo novo regime republicano, então recentemente instaurado, para o cargo de director do Museu Nacional de Arte Contemporânea (1911), sucedendo a Carlos Reis. Demitiu-se em 1927.


René Magritte nasceu há 115 anos

Cachimbo do artista, com o passaporte do casal Magritte

René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de novembro de 1898 - Bruxelas, 15 de agosto de 1967) foi um dos principais artistas surrealistas belgas, ao lado de Paul Delvaux.

Biografia
Magritte nasceu em Lessines, Bélgica, no dia 21 de novembro de 1898, filho mais novo de Léopold Magritte. Em 1912 a sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio.
Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou durante dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922. Trabalhou numa fábrica de papel de parede, e foi designer de cartazes e anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital belga, fez da pintura a sua principal atividade. Nesse mesmo ano, Magritte produziu sua primeira pintura surrealista, Le jockey perdu, tendo a sua primeira exposição sido apresentada no ano seguinte.
René Magritte praticava o surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico.
Magritte tinha espírito travesso, e, em A queda, os seus bizarros homens de chapéu-alto caem do céu absolutamente serenos, expressando algo da vida como conhecemos. A sua arte, pintada com tal nitidez que parece muitíssimo realista, caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por toda a parte: A Queda tem uma estranha exatidão, e o surrealismo atrai justamente porque explora nossa compreensão oculta da esquisitice terrena.
Mudou-se para Paris em 1927, onde começou a envolver-se nas atividades do grupo surrealista, tornando-se grande amigo dos poetas André Breton e Paul Éluard e do pintor Marcel Duchamp.
Quando a Galerie la Centaure fechou e o seu contrato terminou, Magritte regressou a Bruxelas, permanecendo na cidade mesmo durante a ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial.
O seu trabalho foi exposto em 1936 na cidade de Nova York, Estados Unidos, e em mais duas exposições retrospectivas nessa mesma cidade, uma no Museu de Arte Moderna, em 1965, e outra no Metropolitan Museum of Art, em 1992.
Magritte morreu de cancro e foi enterrado no Cemitério Schaarbeek, em Bruxelas.

Le Fils de l'homme - 1964

Fernando Mauricio nasceu há 80 anos

Fernando Maurício nasceu em Lisboa, na Rua do Capelão, no Bairro da Mouraria, a 21 de novembro de 1933 e faleceu, também em Lisboa, a 13 de julho de 2003.
Voz genuína, espírito livre e homem arreigado nas sua raízes de lisboeta, foi também um grande intérprete do Fado. A sua autenticidade, o seu apego a uma forma popular de estar e sentir a vida da cidade, o seu enorme talento fizeram dele um fadista admirado e principalmente o orgulho do seu bairro, «A Mouraria».
Como profissional actuou em diversas casas típicas, como o Café Luso, Adega Machado, Adega Mesquita, O Faia, Nau Catrineta e outras.
Em junho de 1989, com a presença de Amália Rodrigues, são descerradas duas lápides, evocando a sua figura e a de A Severa.
A 31 de outubro de 1994 a Câmara Municipal de Lisboa organiza, no S. Luiz, a sua festa das "Bodas de Ouro Artísticas".
Em 12 de maio de 2001 foi agraciado, pelo Presidente da República, com a Comenda da Ordem de Mérito.
Foi ainda agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.


Björk - 48 anos

Björk Guðmundsdóttir (Reykjavík, 21 de novembro de 1965), conhecida simplesmente por Björk é uma influente cantora e compositora islandesa, vencedora do prémio Nobel da Música (Polar Music Prize), sendo também atriz, instrumentista e produtora musical. Já lançou oito álbuns de estúdio e duas bandas sonoras. O seu estilo musical, eclético, alcançou o reconhecimento popular, e este inclui rock, jazz, música eletrônica, clássica e folclórica. A sua voz também tem sido aclamada pela sua qualidade e distinção.
Os seus singles da década de 90, "It's Oh So Quiet", "Army of Me" e "Hyperballad" atingiram o Top 10 britânico e a sua gravadora, One Little Indian, relatou em 2003 que ela tinha vendido mais de 15 milhões de álbuns em todo o mundo, vendo o seu trabalho aclamado pela crítica. Ganhou quatro prémios BRIT Awards, quatro MTV Video Music Awards, um MOJO Awards, três UK Music Video Awards e, em particular, ela recebeu, em 2010, o Polar Music Prize da Royal Swedish Academy of Music, em reconhecimento por sua "música profundamente pessoal e letras de músicas, seus arranjos precisos e sua voz única".
Além disso, Björk foi indicada para 13 prémios Grammy, um Óscar e dois Globos de Ouro. Pela sua atuação em Dancer in the Dark, Björk ganhou o Prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes de 2000. Ela foi colocada na trigésima sexta posição na lista da TV VH1's "As 100 Maiores Mulheres do Rock and Roll" e na oitava posição na lista da MTV das "22 Melhores Vozes na Música".


Carly Rae Jepsen - 28 anos

Carly Rae Jepsen (Mission, Colúmbia Britânica, 21 de novembro de 1985) é uma cantora e compositora canadiana, que se tornou mais conhecida após ficar em 3º lugar na quinta temporada do reality-show Canadian Idol e fazer parte da turnê Canadian Idol Top 3.
Pouco depois de participar do Idol, ela assinou contrato com a Fontana Records e com a MapleMusic, e lançou o seu álbum de estreia, Tug of War, a 30 de setembro de 2008. Três anos depois a cantora lançou um novo single "Call Me Maybe" pela gravadora 604 Records, seguido do lançamento do seu EP Curiosity, a 14 de fevereiro de 2012. A canção e teledisco "Call Me Maybe" teve muito sucesso, alcançando a primeira posição nos Estados Unidos, no Top 100 da Billboard, e também no Canadá e Reino Unido. Jepsen assinou contrato com a Interscope Records, que irá ajudar a "levar sua música ao resto do mundo".


quarta-feira, novembro 20, 2013

José Antonio Primo de Rivera foi executado há 77 anos

José Antonio Primo de Rivera y Sáenz de Heredia, tercer marqués de Estella y primer Duque de Primo de Rivera, póstumamente (Madrid, 24 de abril de 1903Alicante, 20 de noviembre de 1936) fue un abogado y político español, hijo primogénito del dictador Miguel Primo de Rivera y fundador y líder del partido Falange Española. Fue condenado y finalmente ejecutado por conspiración y rebelión militar contra el gobierno de la II República durante los primeros meses de la Guerra Civil Española.
Escudo del ducado de Primo de Rivera

Su imagen fue honrada durante la Guerra Civil Española y la dictadura franquista como icono y mártir al servicio de la propaganda del instaurado "Movimiento Nacional." Su muerte fue silenciada en el bando nacional durante dos años, recibiendo el apelativo de El Ausente. Terminada la guerra su nombre encabezó todas las listas de fallecidos de dicho bando, llegándose a poner la inscripción "José Antonio ¡Presente!" en la gran mayoría de las iglesias españolas. Es el único líder político de su período al que se conoce exclusivamente por su nombre de pila, pues gozó de gran carisma entre sus seguidores. Ramón Serrano Suñer solía decir que si se hubiese presentado vivo en Salamanca el único "Caudillo" hubiese sido él y nadie se hubiera atrevido a tocarle, ni siquiera Francisco Franco, tan beneficiado con su muerte.

Cruz conmemorativa de José Antonio Primo de Rivera en un lateral de la catedral de Cuenca

Fusilamiento y repercusión
Cuando el 18 de julio de 1936 se produjo la insurrección, José Antonio Primo de Rivera seguía preso en la cárcel de Alicante. El día anterior, él y su hermano habían estado recogiendo sus pertenencias, lo que permite pensar que daban por hecho su salida de Alicante. Con anterioridad a esa fecha existieron diversos planes para posibilitar su fuga. Entre ellos uno que lo llevaría en una avioneta a la ciudad de Orán, Argelia, y otro a Mallorca en una embarcación. Todos fracasaron antes de iniciarse. También existió un ofrecimiento, muy cercano al día 18, de un grupo de oficiales alicantinos que utilizarían un camión de la Guardia de Asalto para alejarlo de Alicante; ofrecimiento que fue rechazado por Primo de Rivera.
El 13 de julio trasmitió una orden para concertar la acción de falangistas y militares simpatizantes en Valencia, Alicante, Alcoy y Cartagena. Varios militares estuvieron reunidos en el hotel Victoria de Alicante donde se alojaban su hermana Pilar y su cuñada. El 17, su hermana y su cuñada se dirigieron a Alcoy para pedir a los falangistas que se acuartelaran con los militares; a su regreso fueron detenidas con la orden de permanecer bajo arresto en su propio hotel (el 1 de agosto serían encarceladas en el Reformatorio de Adultos de Alicante). El levantamiento fracasó en Valencia y Alicante y esto frustró el intento de su liberación. Grupos de falangistas salieron el día 19 de diversos pueblos de la región levantina en dirección a Alicante. Uno de los grupos, el más numeroso, que había salido desde Rafal fue detenido a tiros por la Guardia de Asalto. Enterados de este hecho, los otros grupos desistieron.
En los cuatro meses que mediaron hasta su muerte, Primo de Rivera suavizó su discurso. Unos meses antes había expresado su opinión sobre la guerra: "Es un elemento de progreso. ¡Es absolutamente necesaria!" En estos meses hablaría del fin de las hostilidades y de reconciliación. La aparente transformación experimentada por José Antonio a lo largo de los siguientes cuatro meses daría pie a la idea, posteriormente muy extendida, de que podría haber sido la gran oportunidad perdida para reconciliar ambos bandos en la guerra civil española. En agosto propuso un plan para poner fin a la contienda. El día 14, José Antonio diría a Martín Echeverría (Secretario de la Junta Delegada para Levante): "España se deshace. El triunfo absoluto de un bando, no supervisado por nadie, puede traer de nuevo las guerras carlistas: un retroceso donde perecerán todas las conquistas de orden social, político y económico, la entrada en un periodo de tinieblas y torpeza". Diego Martínez Barrio, que acompañó a Echeverría, narra así la entrevista:
Supe que el señor Primo de Rivera había propuesto al señor Martín Echeverría, para que éste, a su vez, lo trasladara al Gobierno, que se le permitiera salir de prisión, donde se reintegraría al cabo de cierto tiempo, para lo cual daba su palabra de honor, con el fin de realizar una gestión en el campo rebelde orientada a la terminación de la guerra civil y al sometimiento de los militares y civiles rebeldes contra la República, al gobierno legítimo. Hablaba también de unas soluciones intermedias que podrían ser base de esa negociación; pero recalcaba, insistía, en la necesidad de que se pusiera término a la contienda que se había iniciado, porque creía él, como español, que la contienda sumiría en el caos y en la ruina a la patria.
Conferencia pronunciada por Martínez Barrio en México en 1941.
Redactó un guion que ocupaba una hoja por ambas caras en el que se analizaba la situación política y se definían una serie da acuerdos para acabar con la contienda; en otra hoja aparte se encontraba la lista de nombres que formarían el gobierno de reconciliación. El plan contemplaba el acatamiento a la legalidad de la República y una amnistía para los sublevados. El gobierno de reconciliación estaba formado, principalmente, por republicanos moderados y no figuraba ningún militar. El plan no fue tenido en cuenta por el Gobierno, según opinión de Martínez Barrio, los rebeldes no habrían depuesto las armas ante tal propuesta y, también, "no había posibilidad de arrancar a la acción de la justicia la persona del jefe de Falange Española".
Su situación en la cárcel vino a agravarse cuando tras las protestas de otros reclusos por los privilegios de que disfrutaban los hermanos, y una vez cambiado el director de la cárcel, se descubrieron en su celda dos pistolas y cien cartuchos. Desde entonces permanecieron incomunicados con el exterior, prohibiendo que recibieran correo, prensa y escucharan la radio, como había ocurrido hasta entonces.
Desde el bando nacional existieron diversos intentos de liberación. El Gobierno de la República recibió varias ofertas de los rebeldes para canjearlo. Quizá, la que más posibilidades tuvo de llegar a un acuerdo sería la que proponía el intercambio del hijo de Largo Caballero (entonces Presidente del Gobierno). Se reunió el Consejo de Gobierno, Largo Caballero se abstuvo de intervenir y, finalmente, el Consejo lo desestimó. Fracasados los intentos de canje, se desarrollaron varias operaciones tipo comando con el conocimiento y la aprobación de Franco. Dos de estas operaciones se realizaron con la colaboración del Tercer Reich alemán, se contaba con el apoyo de la legación diplomática alemana en Alicante, se disponía de dinero para sobornar a quienes lo custodiaban e intervinieron torpederos alemanes para acercarlos al puesto de Alicante. Estas operaciones fracasaron como también fracasaría una tercera en la que intervenía un buque de la naviera Ybarra.
El 3 de octubre se inició el sumario contra los dos hermanos, la cuñada (Margarita Larios, mujer de Miguel) y varios carceleros. La acusación era la de conspiración y rebelión militar, lo que conllevaba la pena de muerte. El Tribunal Supremo nombró a un magistrado de la Audiencia de Madrid para llevar la causa y el 11 de octubre se iniciaron los interrogatorios de acusados y testigos. José Antonio Primo de Rivera compareció por primera vez ante el tribunal el 3 de noviembre, negando todos los cargos. La vista oral tuvo lugar los días 16 y 17 de noviembre. Primo de Rivera contestó con evasivas a las preguntas del fiscal. Negó haber tenido contactos con elementos contrarios a la República, negó haber contribuido a la preparación de la insurrección y negó haber intervenido en el levantamiento de la Falange en Alicante, alegando que estaba incomunicado en su celda, algo que se contradecía con el flexible régimen de visitas que disfrutaba en aquellos días. El jurado se retiró a deliberar y tras cuatro horas, a las dos y media de la madrugada, salieron con el veredicto de culpabilidad. José Antonio Primo de Rivera fue condenado a muerte por conspiración, su hermano Miguel a cadena perpetua por el mismo delito y Margarita Larios a seis años y un día como colaboradora. En el mismo juicio se absolvió a los tres carceleros que estaban acusados de complicidad.
La sentencia fue confirmada por la Corte Suprema. El comunista Jesús Monzón, Gobernador Civil de Alicante, trató de retrasar la ejecución, pero el comité de Orden Público local ordenó la ejecución de la sentencia para la mañana del día 20. La sentencia se cumplió, según versiones, sin esperar el enterado del Gobierno. En el libro La pasión de Pilar Primo de Rivera (2013), su autor, José María Zavala, recoge el testimonio de Joaquín Martínez Arboleya, presente en el patio de la cárcel, de que antes de morir fue maniatado y fusilado, disparándosele a las piernas, para prolongar su agonía, hasta que el miliciano cenetista Guillermo Toscano Rodríguez le disparó en la sien. Según Martínez Arboleya, cuyo testimonio también se recogió en La pasión de José Antonio (Zavala, 2011), gritó dos veces "Arriba España" antes de morir, una al ser fusilado y otra antes del tiro de gracia en la sien. Toscano fue preso y finalmente fue fusilado en la prisión de Granada en junio de 1941, pese a que en su expediente había una declaración de perdón de los hermanos de José Antonio.
En su testamento dejó constancia de su deseo: «Que sea la mía la última sangre española vertida en discordias civiles». Otra de sus frases más conocidas es: «Que todos los pueblos de España, por diversos que sean, se sientan armonizados en una irrevocable unidad de destino». La noticia de su muerte llegó pronto a la zona nacional y fue silenciada durante los dos años siguientes, llegándosele a conocer como "el ausente". La figura del mártir, ampliamente explotada en los años siguientes, resultaría quizá más útil y menos incómoda que la del líder político. Además, mientras Primo de Rivera permaneciera vivo pero «ausente», los líderes de Falange no intentarían dotarse de un nuevo líder, siendo así más manejables por la voluntad de Franco de concentrar todo el poder en sus manos. Después de su ejecución se convirtió en un mártir simbólico, y el cumplimiento de sus supuestos planes para España dotaron de una falsa justificación prácticamente para cada acto del Caudillo.
Se ha especulado sobre si desde el bando sublevado se hizo o no lo suficiente para preservar su vida. Las relaciones de Primo de Rivera y Franco nunca fueron buenas. Primo de Rivera, en las elecciones por Cuenca se negó a que Franco figurara junto a él en la lista de candidatos; y Franco, posiblemente, no le perdonase esa actitud. Lo cierto es que la muerte de Primo de Rivera facilitó a Franco la posterior utilización de la Falange. Ramón Serrano Suñer relata en sus memorias: "Respecto al mismo José Antonio no será gran sorpresa, para los bien informados, decir que Franco no le tenía simpatía. Había en ello reciprocidad pues tampoco José Antonio sentía estimación por Franco y más de una vez me había yo - como amigo de ambos - sentido mortificado por la crudeza de sus críticas".
El fusilamiento de José Antonio Primo de Rivera eliminó del bando rebelde al único líder con carisma que podía hacer sombra a los militares, dejando el camino expedito para la conversión de la Falange en partido único del régimen, unificada con los tradicionalistas, pasó a llamarse FET de las JONS con Francisco Franco como jefe nacional.
Tras el final de la guerra, el cuerpo fue exhumado y llevado a hombros desde Alicante hasta el Escorial. Y una vez terminada la basílica del Valle de los Caídos, Francisco Franco ordenó que su cadáver fuera trasladado y sepultado allí.
"José Antonio Primo de Rivera no llegó a alcanzar una significativa influencia política mientras vivió; sólo contribuyó negativamente a acelerar y aumentar el desastre español. Su fama y apoteosis sólo llegaron de modo póstumo y probablemente no lo hubieran hecho nunca de otro modo. [...] Sin embargo, muerto llegó a ser objeto del más extraordinario culto al mártir de toda Europa contemporánea, lo que, a la larga, le ha garantizado una posición, un estatus, y un papel que nunca podría haber consumado en la vida real".

Primo de Rivera tiene su tumba en el Valle de los Caídos

Jared Followill, o baixisto dos Kings of Leon, faz hoje 27 anos

Michael Jared Followill (Tennessee, 20 de novembro de 1986) é um músico norte-americano, baixista da banda Kings of Leon.
Embora indicado muitas vezes como um dos melhores baixistas da atual música indie rock, é conhecido por suas linhas simples e marcantes e pela contribuição nas composições da banda.
Entre suas influências estão Peter Hook do Joy Division e New Order, Kim Deal dos Pixies e Nikolai Fraiture do The Strokes.
Seus equipamentos são Fender Precision Bass e Gibson EB-0. Atualmente, ele utiliza uma Gibson Thunderbird IV.


Joe Walsh - 66 anos

Joseph Fidler "Joe" Walsh (Wichita, 20 de novembro de 1947) é músico, escritor, guitarrista norte-americano. Foi considerado o 54º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.

Nasceu em Wichita, Kansas, mas Walsh e sua família foram morar em Columbus, Ohio, onde viveram muitos anos, indo depois para a cidade de Nova Iorque. Rapidamente Walsh foi viver em Montclair, New Jersey, onde frequentou a Escola Montclair. Ele passava o seu tempo tocando com várias bandas de Cleveland, incluindo os The Measles, quando frequentava a Universidade de Kent State. Joe também se tornou radioamador, mantendo até hoje sua estação - WB6ACU.

Carreira
Considerado uns dos melhores guitarristas do mundo, Joe é membro da banda The Eagles há 30 anos.
Em 1969, ele substituiu Glen Schwartz, assumindo a guitarra do grupo James Gang. Walsh provou ser capaz e tornou-se a estrela da banda, inovando o ritmo de da banda e criando diversos riffs de guitarra. Em novembro de 1971, Walsh deixou a banda e formou o grupo Barnstorm, embora os álbuns fossem creditados a Walsh como carreira a solo. Walsh e os Barnstorm lançaram o disco Barnstorm em 1972, um sucesso da crítica, mas que vendeu pouco. Logo depois veio o disco The Smoker You Drink, the Player You Get (1973), lançando o primeiro hit "Rocky Mountain Way", que fez muito sucesso. Em 1974, os Barnstorm terminam e Walsh continua a sua carreira a solo.
Durante os dois anos seguintes, Walsh poderia ter lançado o álbum de estúdio So What e depois o álbum ao-vivo, You Can't Argue with a Sick Mind, mas estes foram lançados em 1978. Em 1976, ele entrou para a grande banda de sucesso no estilo country rock, os The Eagles substituindo o guitarrista Bernie Leadon, empurrando a banda em direção ao um estilo de som sólido e enérgico, distanciando-se do seu estilo inicial e começando com o country rock.
Como os The Eagles se esforçavam para gravar o álbum de sucesso Hotel California, Walsh tinha tempo para os seus discos a solo: But Seriously Folks (1978 - que apresenta o seu hit cómico, "Life's Been Good", que o leva ao estrelato) e There Goes the Neighborhood. Joe, além disso, contribuiu com a música "In the City" que surgiu no filme, The Warriors – Os Guerreiros da Noite de 1979, música essa que logo depois surgiu no álbum do The Eagles chamado "The Long Run"
Com o rompimento dos The Eagles em 1980, Walsh continuou a divulgar os seus álbuns durante o ano, mas as vendas foram fracas. A sua tendência musical foi mantida pelos anos 1990. Ele fez turnês com Ringo Starr em 1989, alternando as suas músicas com a de Ringo nos shows, sendo um dos membros da banda "All Starr". Walsh cantou o hino dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de 1996. Em 1989, Walsh gravou o MTV Unplugged (Acústico MTV), com o músico de R&B, Dr. John.
Em 1994, Walsh reuniu com o The Eagles, a tour de reconcialiação, consagrados pelo álbum, Hell Freezes Over. Walsh e a banda, frequentemente, participam da turnê em comemoração da gravação do novo disco, desenvolvido em 2007 após 28 anos, o Long Road Out of Eden.
Em junho de 2004, Walsh participou do show Crossroads Guitar Festival em Dallas, Texas junto com Eric Clapton. Participou do Dvd em comemoração aos 50 anos da guitarra Fender Stratocaster, o show Strat Pack gravado em Setembro de 2004, em Londres, Inglaterra.
Walsh é um ativo operador de rádio amador. Em 2006 ele autografava e doava guitarras para serem leiloadas com o dinheiro revertido a obras de caridade. Ele tem se envolvido com o grupo "Big Project" com o objetivo de trazer as rádios amadoras novamente até às escolas.
Em 2006, Walsh reuniu-se com Jim Fox e Dale Peters da James Gang para fazer uma tour de verão. Uma de suas mais recentes composições, é "One Day At A Time", que fala sobre o seu esforços contra o alcoolismo. Ele agora não bebe mais e está sóbrio desde 1995.
Walsh iniciou 2007, com aparições no Dear Mr Fantasy – Um Celebração para Jim Capaldi: show para arrecadação de doações de caridade, que acontece em Londres, participam famosos como: Steve Winwood, Pete Townshend, Bill Wyman, Paul Weller e muitos outros.
Durante 2007, Walsh apareceu em shows com a estrela da música country-rock americana Kenny Chesney em sua turnê de verão. "Eu não acredito que não tenha alguém no mundo que nunca escutou ‘Life’s Been Good’ ou ‘Rocky Mountain Way’, eu mesmo escuto nas rádios todos os dias", disse Kenny.
As canções de Walsh, "All Nigth Long" é tocada sempre no Estádio Shea sempre que David Wright conquista uma vitória para a equipa da casa. "Rocky Mountain Way" é tocada nos campos dos Coors Field quando vencem no campeonato Colorado Rockies.

 

Hubble nasceu há 124 anos

Famoso por ter descoberto que as até então chamadas nebulosas eram na verdade galáxias fora da Via Láctea, e que estas se afastam umas das outras a uma velocidade proporcional à distância que as separa.
O seu nome foi dado ao primeiro telescópio espacial, posto em órbita em 1990, para estudar o espaço sem as distorções causadas pela atmosfera.

Franco morreu há 38 anos

Francisco Franco Bahamonde (Ferrol, 4 de dezembro de 1892 - Madrid, 20 de novembro de 1975) foi um militar, Chefe do Estado, ditador espanhol, Regente do Reino de Espanha desde 1 de outubro de 1936 até à sua morte, em 1975.

Nascido Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde na cidade galega de Ferrol, estudou na Academia de Infantaria de Toledo e entre 1912 e 1917, distingue-se nas campanhas bélicas do Marrocos espanhol. Após uma estada de três anos em Oviedo, volta ao Marrocos, onde combate às ordens de Rafael de Valenzuela y Urzaiz e de Millán Astray, destacando-se pelo seu valor e frieza no combate. Em 1923, apadrinhado por Afonso XIII, casa-se com Carmen Polo, de uma família da burguesia das Astúrias.
Destinado novamente a Marrocos com a patente de tenente-coronel, assume o comando da Legião Espanhola em 1923 e participa activamente no desembarque na baía de Alhucemas e na reconquista do Protectorado (1925). É, com José Sanjurjo, o mais brilhante dos militares chamados africanistas. Entre 1928 e 1931 dirige a Academia Militar de Saragoça.
Aquando da implantação da República (1931) é afastado de cargos de responsabilidade (é destacado para os governos militares da Corunha e das Baleares). O triunfo das forças de direita em 1933 fá-lo regressar a altos cargos do Exército. Planifica a cruel repressão da Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião. Quando Gil Robles ocupa o Ministério da Guerra, é nomeado Chefe do Estado-Maior Central (1935). Em 1936, o Governo da Frente Popular nomeia-o comandante militar das Canárias. Dali mantém contacto com Emilio Mola (chamado «O Director») e Sanjurjo, que preparam o levantamento militar.
Em 17 de julho voa das Canárias até Marrocos, revolta a guarnição e torna-se comandante das tropas. Cruza o Estreito de Gibraltar com meios precários (aviões cedidos por Mussolini e Hitler e navios de pouca tonelagem) e avança até Madrid por Mérida, Badajoz e Talavera de la Reina. Apodera-se rapidamente da direcção militar e política da guerra (Setembro de 1936), e em 1 de Outubro de 1936 converte-se em Chefe do Estado, chefiando igualmente o Governo. Em abril de 1937 une os falangistas da Falange Espanhola das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista, FE-JONS, e os monárquicos carlistas da Comunhão Tradicionalista numa única força política, a FET y de las JONS (Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS), e coloca-se à frente da nova organização como seu Chefe Nacional: Caudilho. Anos mais tarde diz que apenas presta contas da sua atividade "perante Deus e perante a História".
Terminada a guerra civil espanhola empreende a reconstrução do país. Recebeu o Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 30 de Junho de 1939. Não só não quer contar com os vencidos para esta tarefa, mas também a repressão e os fuzilamentos se prolongam durante, pelo menos, um lustro. Cria um estado católico, autoritário e corporativo cujo regime recebe o nome de franquismo. Apesar das suas estreitas relações com a Alemanha e a Itália, mantém a neutralidade espanhola durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada esta, os vencedores isolam o regime franquista. Contudo, este vai-se consolidando na base da promulgação das novas Leis Fundamentais: criação das Cortes Espanholas (1942), o Foro dos Espanhóis (1945), Lei do Referendo Nacional (1945), Lei da Sucessão na Chefia do Estado (1947), etc.
Em 1953 são restabelecidas as relações diplomáticas com os Estados Unidos e, em 1955, o regime de Franco é reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Recebeu a Banda das Três Ordens a 14 de fevereiro de 1962. Em 1966 promulga uma nova lei fundamental às já existentes, a Lei Orgânica do Estado, e três anos mais tarde apresenta às Cortes, como sucessor a título de Rei, o PríncipeJuan Carlos, neto de Afonso XIII. Em junho de 1973 cede a presidência do Governo ao seu mais directo colaborador, Luis Carrero Blanco. A morte deste num atentado, poucos meses depois, é o princípio da decomposição do regime. Franco morre após longa doença num hospital de Madrid.

terça-feira, novembro 19, 2013

Reprodução por semente de árvores e arbustos autóctones

Da semente se faz a árvore – Publicação


[Para obter a publicação clique em Capítulos 1 a 4 (6MB) e Capítulo 5 (5MB)]

A propagação de plantas autóctones em viveiro surge como uma das formas possíveis de contrariar a tendência actual de desaparecimento de grande parte da floresta autóctone, bem como da vida animal e vegetal que lhe está intrinsecamente associada. Não se pode conceber a protecção de muitos animais sem a preservação e recuperação dos nossos bosques e vice-versa. De facto, as relações que se estabelecem entre as plantas e os animais (e.g. mutualismo), para além de serem em parte responsáveis pela evolução conjunta, também asseguram a sobrevivência de ambos; por exemplo, as plantas produzem saborosos e nutritivos frutos que são consumidos por aves e mamíferos enquanto estes ajudam na disseminação e germinação das sementes neles contidos. Curiosamente, grande parte das plantas cujas sementes germinam com dificuldade, devido a um ou vários tipos de dormência, desenvolveram frutos bastante apreciados por aves e mamíferos, conseguindo deste modo uma mais rápida e eficaz germinação das suas sementes graças ao tratamento ácido a que estas são sujeitas ao longo do aparelho digestivo dos animais.

Para a recuperação dos bosques autóctones é fundamental o planeamento prévio das acções que se deve iniciar pela selecção criteriosa do conjunto de espécies a instalar, adaptadas às condições ambientais de cada local (e.g. solo e clima), de forma a reconstituir certos habitats, preferencialmente prioritários em termos de conservação (e.g. bosquetes de Taxus baccata L., louriçais e azereirais), nas suas áreas de distribuição natural. Há ainda que respeitar os instrumentos de gestão territorial (e.g. Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas, Planos Sectoriais da Rede Natura 2000, Planos Regionais de Ordenamento Florestal, Planos Directores Municipais, Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional) e evitar alterar outros habitats não florestais com elevada importância para a conservação. A escolha dos métodos de preparação do terreno e instalação (plantação/sementeira) deve atender aos objectivos e às espécies em causa, sendo aconselhável realizar apenas as mobilizações do solo estritamente necessárias para favorecer o crescimento das plantas.

Em relação à reprodução de espécies autóctones por semente, tema central da presente publicação que tem uma forte componente de pesquisa bibliográfica, há aspectos técnicos a ter em consideração para assegurar o sucesso da germinação e o conveniente crescimento das plantas de diferentes espécies. Com o intuito de contribuir para o esclarecimento de dúvidas relacionadas com todo o processo de produção de plantas, reuniu-se aqui um conjunto de informação que permitirá a todos os interessados no assunto (e.g. escolas e cidadãos em geral) encontrar respostas às mais variadas questões, entre outras: Quais as características básicas que deve ter um viveiro florestal? Quando se devem colher os frutos/sementes de cada espécie? Em que épocas do ano se fazem as sementeiras? Quais os procedimentos mais adequados para germinar sementes com dormência? Que cuidados devemos ter após a germinação? Será correcto plantar o carvalho-negral ou o sobreiro em solos calcários?

De modo a abranger o maior número de situações, os diversos assuntos são abordados de uma forma mais ou menos aprofundada. No entanto, se não existir possibilidade ou necessidade de instalar um viveiro propriamente dito poderá optar-se por escolher um local abrigado do vento e da acção directa do sol, colocar aí alguns contentores com terra, colher os frutos, extrair as sementes, fazer a sementeira e regar regularmente. Mesmo sem as condições ideais que permitam uma maior perfeição das operações, o importante é agir em prol da recuperação da floresta autóctone.

Na primeira parte faz-se referência a algumas características do viveiro florestal, sua localização e solo, bem como a alguns utensílios e materiais usados na manutenção do mesmo. De seguida, destacam-se aspectos relacionados com a reprodução por semente, (e.g. colheita dos frutos/sementes, armazenamento e extracção das sementes, métodos de quebra de dormência, métodos de sementeira, época e profundidade de sementeira). Também se dá atenção a alguns trabalhos complementares (rega, monda e repicagem) e ao transplante das árvores e arbustos para o local definitivo.

Na última parte, além dos procedimentos mais correctos (mas não os únicos) para a reprodução seminal de 32 espécies autóctones, pertencentes a 17 géneros e 14 famílias, refere-se a sua distribuição em Portugal, as condições ambientais requeridas por cada uma e as épocas de floração e frutificação.

Para o caso específico das escolas, a reprodução de plantas autóctones poderá ser motivo para o desenvolvimento de actividades interdisciplinares em áreas aparentemente tão distintas como a História e a Matemática, entre outras. Assim, por exemplo: nas aulas de Trabalhos Manuais podem-se construir alguns utensílios (e.g. tabuleiros para a sementeira, plantadores, tábuas de repicar); nas aulas de Matemática podem-se registar e tratar os resultados obtidos na germinação; nas de Ciências da Natureza encontrar explicações para esses resultados; nas de História realizar um inquérito aos avós dos alunos sobre como era o coberto vegetal da sua terra há 40 anos.

Refira-se ainda que se optou por não descrever as características morfológicas das diferentes espécies porque existem várias publicações de elevada qualidade sobre o tema (e.g. Bingre et al., 2007; Galán Cela et al., 1998; López González, 1988) e informação da Flora Ibérica acessível através da ligação http://www.floraiberica.org/.

Vou dedicar esta música aos suecos e alguns portugueses aziados...



NOTA: quero dedicar esta música, pela negativa, aos que não acreditavam na nossa seleção, ao jornal A Bola, que hoje fez uma capa vergonhosa e se esqueceu de colocar a foto de um jogador nacional na sua capa de hoje (um dos mais importantes - o guarda-redes Rui Patrício, que nasceu na cidade em que vivo e representa um dos clubes de que sou adepto). Quero dedicar o resultado, e com isso homenagear, o clube que mais jogadores forneceu, através da sua secção de formação, à nossa seleção, bem como aos portugueses anónimos que sempre acreditaram que íamos ao Mundial do Brasil e à parte da minha família luso-brasileira, que hoje vai vibrar de alegria (tal como todos nossos emigrantes - e eu tenho tantos familiares que o são) que hoje tiram a barriga de misérias...!

Poesia de um Senhor que ontem fazia anos ontem (II)

(imagem daqui)

O regresso


Como quem, vindo de países distantes fora de
si, chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.


in
Como se desenha uma casa (2011) - Manuel António Pina

Poesia de um Senhor que ontem fazia anos ontem...

(imagem daqui)

V
[Aos meus livros]


Chamaram-vos tudo, interessantes, pequenos, grandes,
ou apenas se calaram, ou fecharam os longos ouvidos
à vossa inútil voz passada
em sujos espelhos buscando
o rosto e as lágrimas que (eu é que sei!)
me pertenciam, pois era eu quem chorava.

Um bancário calculava
que tínheis curto saldo
de metáforas; e feitas as contas
(porque os tempos iam para contas)
a questão era outra e ainda menos numerosa
(e seguramente, aliás, em prosa).

Agora, passando ainda para sempre,
olhais-me impacientemente;
como poderíamos, vós e eu, escapar
sem de novo o trair, a esse olhar?
Levai-me então pela mão, como nos levam
os filhos pela mão: sem que se apercebam.

Partiram todos, os salões onde ecoavam
ainda há pouco os risos dos convidados
estão vazios; como vós agora, meus livros:
papéis pelo chão, restos, confusos sentidos.
E só nós sabemos
que morremos sozinhos.
(Ao menos escaparemos
à piedade dos vizinhos)

 

in Farewell happy fields (1992) - Manuel António Pina

Hoje é o Dia Mundial do Xadrez - o imortal Capablanca nasceu há 125 anos!

Jose Raúl Capablanca y Graupera (Havana, 19 de novembro de 1888 - Nova Iorque, 8 de março de 1942) foi um xadrezista cubano detentor do título de campeão do mundo da modalidade entre 1921 e 1927.

Carreira
Capablanca é referido por vários historiadores da modalidade como o Mozart do xadrez, uma vez que o seu brilhantismo desde cedo se evidenciou.
Aos quatro anos teria aprendido as regras do xadrez simplesmente observando o seu pai a jogar. Conta-se que Capablanca teria visto o seu pai fazer uma jogada ilegal com o cavalo, acusando-o de fazer batota e seguidamente explicando-lhe o que teria feito.
Com doze anos de idade Capablanca derrotou o campeão de Cuba, Juan Corzo, obtendo o resultado de 4 vitórias, 2 derrotas e 6 empates.

Em 1909, aos vinte anos, Capablanca venceu o campeão dos Estados Unidos, Frank Marshall, uma vitória avassaladora com o resultado de oito vitórias, uma derrota e quatorze empates. Note-se que Marshall era um jogador com qualidade suficiente para ter disputado um match pelo título de campeão do mundo apenas dois anos antes.
Em 1911, persuadido por Marshall, Capablanca jogou o torneio de São Sebastião, Espanha, um dos mais importantes torneios do mundo na altura, veja-se que dentre os jogadores de topo da época apenas o campeão do mundo, Emanuel Lasker, não estava presente. Ossip Bernstein e Aaron Nimzowitsch discordaram da presença de Capablanca, por este ainda não ter vencido um torneio de relevo e a resposta de Capablanca foi vencer a primeira ronda contra Bernstein, tendo este jogo conquistado o prémio de brilhantismo. Após isto, Bernstein ganhou um novo respeito por Capablanca e afirmou que não seria surpresa para ele se Capablanca viesse a ganhar o torneio. O jovem cubano levou facilmente de vencida Nimzowitsch em alguns jogos de rápidas que disputaram. Os mestres reconheceram que não havia quem levasse a melhor a Capablanca nas variantes rápidas do jogo. Capablanca venceu ainda Nimzowitsch naquele que foi considerado o jogo do torneio.
Capablanca surpreendeu o mundo do xadrez ao vencer o torneio com seis vitórias, uma derrota e sete empates, superando Akiba Rubinstein, Carl Schlechter e Siegbert Tarrasch.
Em 1911 Capablanca desafiou Lasker para disputarem o campeonato do mundo, este assentiu mas impôs dezassete condições para o match. Como Capablanca não acordou com todas estas condições, o match acabou por não se disputar.
Em setembro de 1913, Capablanca conseguiu lugar no Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, onde não tinha qualquer tarefa exceto jogar xadrez. Esta posição permitiu-lhe defrontar em vários jogos de exibição os melhores jogadores europeus, onde provou a sua superioridade.
Em 1914, num torneio em São Petersburgo, Capablanca encontrou Lasker no tabuleiro pela primeira vez, e, apesar de ter estado com uma vantagem de 1,5 pontos acabou por perder para Lasker, com 13 pontos contra os 13,5 deste, embora com larga vantagem para o terceiro classificado, Alexander Alekhine.

Campeão mundial
Em 1920, Lasker verificou que Capablanca estava demasiado forte para ele, e desistiu do seu título em favor deste, dizendo: "Você ganhou o título não através dum desafio formal, mas através das suas brilhantes capacidades." Apesar disso, Capablanca queria vencer num match, mas Lasker insistiu que ele próprio é que era o desafiante, que se disputou em Havana, em 1921, tendo o resultado cifrado-se em +4 -0 =10 (4  vitórias, 0 derrotas e 10 empates). O feito de ganhar o título de campeão do mundo sem derrotas só tem paralelo na vitória de Vladimir Kramnik sobre Garry Kasparov +2 -0 =14, em 2000.
Já como campeão do mundo, Capablanca dominou absolutamente em 1922 em Londres. Nesta altura apareciam cada vez mais jogadores de qualidade e pensou-se que o campeão do mundo não deveria poder evitar desafios ao seu título, como se verificou até então. Neste torneio os grandes jogadores da época Alekhine, Efim Bogoljubow, Geza Maroczy, Richard Réti, Akiba Rubinstein, Savielly Tartakower e Milan Vidmar encontraram-se para discutir as regras pelas quais se conduziriam os futuros campeonatos. Entre outras condições, uma imposta por Capablanca foi que o desafiante deveria angariar um mínimo de dez mil dólares para o prize money. Nos anos que se seguiram Rubinstein e Nimzowitsch desafiaram Capablanca mas não conseguiram reunir o dinheiro suficiente. Posteriormente Alekhine desafiou Capablanca, residindo o seu suporte financeiro num grupo de empresários argentinos e no próprio presidente do país.
No período em que foi campeão do mundo, Capablanca teve grandes mudanças na sua vida pessoal: em dezembro de 1921 casou com Gloria Simoni Beautucourt e deste casamento nasceram José Raul em 1923 e Gloria em 1925. O casal acabou contudo por se divorciar e, neste período, os pais de Capablanca faleceram.
Em 1924 Capablanca foi o segundo classificado, atrás de Lasker, em Nova Iorque, novamente com larga vantagem para o terceiro classificado, Alekhine, em Moscovo, em 1925, ficou-se somente pelo terceiro lugar atrás de Efim Bogoljubow e Lasker, mas dominou completamente o torneio de seis jogadores, disputado em Nova Iorque em 1927, ao não perder qualquer jogo e terminando com 2,5 pontos de vantagem para Alekhine. Nestas condições Capablanca era o claro favorito à vitória no match contra Alekhine a disputar nesse ano.

Perda do título
Neste match verificou-se a queda de Capablanca. Apesar de ter tentado fazer Alekhine anular o match quando este rotundou numa série de empates, Alekhine recusou-se e acabou por levar o título com +6 -3 =25, contudo, apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival.

Após ter perdido o título, Capablanca venceu vários torneios fortes, e em 1931 derrotou Max Euwe +2 -0 =8. Em seguida retirou-se do xadrez de alto nível, jogando apenas em jogos de menor responsabilidade no Manhattan Chess Club e simultâneas. Reuben Fine refere que neste período estava a um nível próximo do de Alekhine no blitz, mas Capablanca vencia-o "sem misericórdia" nas poucas vezes que jogaram.
Em 1934, Capablanca voltou a jogar ao mais alto nível. Tinha encontrado uma nova companheira, Olga Chagodayev, com quem casou em 1938, que o levou a jogar novamente. Em 1935, Alekhine perdeu o título para Euwe. Capablanca ficou com esperanças renovadas quanto à possibilidade de recuperar o título, tendo vencido o torneio de Moscovo em 1936, à frente de Botvinnik e Lasker. Venceu empatado com Botvinnik o super-torneio de Nottingham também em 1936, à frente de Euwe, Lasker, Alekhine e os jogadores jovens mais promissores, neste torneio Capablanca e Alekhine defrontaram-se pela primeira vez desde o fatídico match e Capablanca conseguiu vingar-se. A sua "raiva mútua" era ainda forte, por isso nunca eram vistos sentados os dois junto ao tabuleiro por mais de alguns segundos, cada um fazia a sua jogada levantando-se em seguida.
Em 1937, Euwe, ao contrário do que Alekhine fez com Capablanca, correspondeu à obrigação de permitir a Alekhine o match de desforra, que este ganhou sem dificuldade. Depois disto, já não havia esperança para Capablanca recuperar o título, e Alekhine não jogou mais nenhum match pelo campeonato do mundo até à sua morte. O controlo absoluto que o campeão fazia do título fez com que a FIDE adquirisse o controlo da atribuição do título, para garantir que o melhor concorrente tivesse a possibilidade de defrontar o campeão.
Durante o Torneio de Xadrez AVRO 1938 ele sofreu um pequeno ataque cardíaco e também o pior resultado da sua carreira, sétimo entre oito jogadores. Ainda assim, conseguia obter grandes resultados no seu tabuleiro, na Olimpíada de Xadrez de 1939, em Buenos Aires, conseguiu o melhor resultado para Cuba, vencendo Alekhine e Paul Keres.
Na tarde de 7 de março de 1942, no Clube de Xadrez de Manhattan, Capablanca subitamente sofreu uma severa dor de cabeça e começou a perder a consciência. Foi levado às pressas ao hospital e na manhã seguinte, nos braços da sua mulher Olga, morreu de hemorragia cerebral… Havana enterrou o seu herói nacional com honras de Estado.

Jogo
Capablanca ainda é considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Ele é especialmente conhecido pela sua rapidez de julgamento, isenção de erros, grande qualidade nos finais e estilo posicional. É ainda conhecido pelo seu enorme talento natural e pelo pouco tempo despendido para se prepar para os torneios.
Em toda a sua carreira, Capablanca sofreu menos de cinquenta derrotas em jogos oficiais, conseguindo ainda o feito de estar invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923 inclusive, uma série de 63 jogos sem perder incluindo a vitória no campeonato do mundo. De facto, apenas Marshall, Lasker, Alekhine e Rudolf Spielmann ganharam dois ou mais jogos "a sério" ao já amadurecido Capablanca, embora ficassem com uma desvantagem no total dos confrontos, Capablanca vs Marshall +20 -2 =28, vs Lasker +6 -2 = 16, vs Alekhine +9 -7 =33, excepto Spielmann que tem o resultado empatado +2 -2 =?. Dos jogadores de topo, apenas Keres tinha vantagem nos confrontos com Capablanca +1 -0 =5, note-se que esta vitória foi conseguida quando Capablanca já tinha cinquenta anos de idade.
Richard Réti afirmou que "O xadrez era a língua mãe de Capablanca". E, de acordo com o sistema de classificação de Jeff Sonas, do site chessmetrics, Réti não se enganava muito, visto que Capablanca lidera as listas feitas por períodos de 1 ano, 3 anos, 5 anos e 9 anos.
Capablanca não fundou uma nova escola per se, mas o seu estilo influenciou muito o jogo de dois campeões do mundo, Bobby Fischer e Anatoly Karpov. Mikhail Botvinnik também escreveu que tinha aprendido muito com Capablanca, e até apontou que o próprio Alekhine aprendeu muito com este em termos de jogo posicional, antes do match que os iria tornar rivais para sempre.
Botvinnik apontava o livro de Capablanca Chess Fundamentals como indubitavelmente o melhor livro de xadrez alguma vez escrito. Nele, Capablanca referia que apesar de o bispo ser habitualmente mais forte que o cavalo, a combinação dama e cavalo era normalmente superior à combinação dama e bispo. Botvinnik atribuía a Capablanca o crédito de ter sido o primeiro a ter esta noção.