segunda-feira, dezembro 22, 2025

Be My Baby...

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

 

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

  
   
in
Poemas de Deus e do Diabo (1925) - José Régio

Karl Friedrich Abel nasceu há 302 anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/Carl_Friedrich_Abel.jpg/411px-Carl_Friedrich_Abel.jpg

 
Karl Friedrich Abel (Kothen, 22 de dezembro de 1723Londres, 20 de junho de 1787) foi um compositor alemão. Ficou célebre por tocar viola da gamba e deixar composições notáveis, sob o ponto de vista da melodia e da harmonia.
  
 

London Calling...

O poeta Álvaro Cunqueiro nasceu há 114 anos


Álvaro Patricio Cunqueiro Mora (máis coñecido simplemente como Álvaro Cunqueiro) nado en Mondoñedo o 22 de decembro de 1911 e finado en Vigo o 28 de febreiro de 1981, foi un novelista, poeta, dramaturgo, xornalista e gastrónomogalego, considerado un dos grandes autores da literatura galega e da literatura española do século XX. Foi director do xornal Faro de Vigo. Ingresou na Real Academia Galega en 1963. Foi nomeado fillo predilecto de Mondoñedo en 1965. Investírono doutor honoris causa pola Universidade de Santiago de Compostela en 1980 e recibiu o Pedrón de Ouro no mesmo ano. Tamén en 1980 apareceu o I volume da súa Obra completa, e postumamente os volumes II (1982) e III (1983). En 1991 dedicóuselle o Día das Letras Galegas.
Ao longo da súa vida chegou a usar os seguintes pseudónimos: Al Farish ibn Iaquim Al Galizi, Álvaro Labrada, Ariel García, Benito Moirón, Carlos Sobrado, Cristóbal Xordán, M. Mª Seoane, Manuel da Fonte, Mark Tapley, Patricio Mindonio, Patricio Mor, X. Berenguer, Xusto Cabarcos e Filón o Mozo.
 
 
 
Al otro lado me dijeron
 

Al otro lado me dijeron
los viejos se van convirtiendo en árboles
viejos también sin hojas en el lado del sol
aguardando sin saber qué, mudos.

Pero súbitamente un árbol cualquiera
siente subir dentro de él la savia de un sueño
al borde de la muerte ya, pero todavía
tibio como la leche de la madre.

El sueño va subiendo por las venas del árbol
una vida entera que pasa
hasta hacerse pájaro en una rama
un pájaro que recuerda, canta y se marcha
poco antes de que todos los árboles mueran.

Si yo me hago árbol viejo al otro lado del río
y me toca ser el árbol que recuerda y sueña
puedes estar bien segura que soñaré contigo

con tus ojos grises como el alba
y con tu sonrisa
con la cual se vistieron los labios de los rosales
en los días mas felices.

 

Álvaro Cunqueiro

Saudades de Joe Cocker...

José Régio morreu há 56 anos...


Ventura Porfírio, Poeta de Deus e do Diabo, 1958 - Casa-Museu José Régio
          
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde, 17 de setembro de 1901 - Vila do Conde, 22 de dezembro de 1969) foi um escritor português que viveu grande parte da sua vida na cidade de Portalegre (de 1928 a 1967). Foi possivelmente o único escritor em língua portuguesa a dominar com igual mestria todos os géneros literários: poeta, dramaturgo, romancista, novelista, contista, ensaísta, cronista, jornalista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo e historiador da literatura, para além de editor e diretor da influente revista literária Presença, desenhador, pintor, e grande colecionador de arte sacra e popular. Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira.
    
    
 
Poema do Silêncio 

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.


Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.


Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
- Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!


Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...


O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.


Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!


Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.


Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!


Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.


Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!


Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.


Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...


Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...


Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
 


in As Encruzilhadas de Deus - José Régio

Vanessa Paradis - 53 anos

    
Vanessa Chantal Paradis, (Saint-Maur-des-Fossés, 22 de dezembro de 1972) é uma atriz e cantora francesa. Ela tornou-se uma das cantoras mais conhecidas da sua geração aos 14 anos, com o seu primeiro single, "Joe le Taxi", e desde então leva uma carreira consistente, tanto na música como no cinema.
É sobrinha do ator e produtor Didier Pain e irmã da atriz Alysson Paradis.
De maio de 1998 até junho de 2012 manteve um relacionamento com o ator americano Johnny Depp, o pai dos seus dois filhos: Lily-Rose Melody Depp, nascida a 27 de maio de 1999, e Jack John Christopher III, nascido a 9 de abril de 2002 (ambos nasceram em Paris). 
    
 

Chico Mendes foi assassinado há trinta e sete anos...

Chico Mendes em sua casa, em Xapuri (Acre), com os seus dois filhos mais novos
         
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes (Xapuri, 15 de dezembro de 1944 - Xapuri, 22 de dezembro de 1988) foi um seringueiro, sindicalista, ativista político e ambientalista brasileiro. Ele lutou pelos seringueiros da Bacia Amazónica, cujos meios de subsistência dependiam da preservação da floresta e das suas seringueiras nativas. Esse ativismo ecológico lhe valeu fama internacional.
Em julho de 2012, foi Reeleito um dos "100" maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado por SBT com a BBC de Londres.
   
(...)
 
Morte
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado, com tiros de escopeta no peito, na porta das traseiras da sua casa, quando saía desta para tomar banho. Chico anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazónia e buscou proteção, mas as autoridades e a imprensa não lhe deram atenção.
Casado com Ilzamar Mendes (2ª esposa), deixou três filhos, Angela (do primeiro casamento), Sandino e Elenira, na época com dezanove, dois e quatro anos de idade, respetivamente.
Após o assassinato de Chico Mendes mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o "Comité Chico Mendes". Eles exigiam providências e através de articulação nacional e internacional pressionaram os órgãos oficiais para que o crime fosse punido.
Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão. A principal testemunha do caso foi um empregado de 13 anos da fazenda de Darly, Genésio Ferreira da Silva. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazónia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsificação de documentos rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e 8 meses de prisão.
A pressão da imprensa e da opinião pública fizeram Darly, Darci e um irmão do fazendeiro, Alvarino Alves da Silva (a sua participação nunca foi comprovada), serem julgados por júri popular. Pai e filho foram condenados à prisão em 1990, com pena de 19 anos, facto considerado inédito na justiça rural no Brasil.
        

Ceausescu foi (finalmente) derrubado há 36 anos

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O regime de Ceauşescu acabou após o início de manifestações na cidade de Timişoara, a 16 de dezembro de 1989. Os protestos começaram por ser pacíficos, mas logo se tornaram mais intensos, fazendo com que o general Victor Stanculescu ordenasse que as forças militares normais e a Securitate disparassem contra os protestantes anti-comunistas, matando centenas de cidadãos. Em 21 de dezembro Ceauşescu fez um comício na praça principal de Bucareste, conhecida então como Pieta Republica (hoje chamada de Pieta Revolutiei) para 80 mil pessoas, evento que foi transmitido pela televisão para todo o país, e os presentes passaram a fazer perguntas difíceis, constrangendo o ditador em público. A rebelião alastrou pelo país inteiro, chegando a Bucareste, e a 22 de dezembro as forças armadas fraternizaram com os manifestantes. Nesse mesmo dia, Ceauşescu foge da capital de helicóptero com a sua mulher, enquanto um ajudante apontava uma pistola à cabeça do piloto, que aterra ao simular uma falha mecânica. Ceauşescu é capturado pelas forças armadas, num bloqueio de estrada, e levado para uma base militar em Târgovişte (a 15 km de Bucareste) juntamente com a sua esposa. No dia de Natal de 1989, Ceauşescu e a sua mulher são julgados por um tribunal militar, constituído por três civis, cinco juízes, dois promotores e dois advogados de defesa, com a presença de um cinegrafista. Foram condenados à morte por vários crimes, incluindo genocídio de mais de 60 mil cidadãos, e imediatamente fuzilados, num pátio localizado na mesma base militar. O ditador foi sepultado no Cemitério Ghencea. A Roménia foi o único país do Bloco do Leste europeu com um fim violento do regime comunista.

Após a queda de Nicolae Ceauşescu, Ion Iliescu ganhou as eleições presidenciais em 1990

   

  

Lech Walesa tomou posse como Presidente da Polónia há 35 anos...!

     
Lech Wałęsa (Popowo, 29 de setembro de 1943) é um político polaco e ativista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da Polónia, entre 1990 e 1995, sendo o primeiro após a derrocada do comunismo. Foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1983.
Em 1967 começou a trabalhar como eletricista no estaleiro naval de Gdansk, onde assistiu à repressão de manifestações operárias pela força das armas. Estes acontecimentos trágicos levaram-no a lutar pela constituição de sindicatos livres no país.
Wałęsa tornar-se-ia, com efeito, fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polaco em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.
Em 1980, Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, cerca de 17.000, que protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas.
Com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser concedidas. As reivindicações sociais dos trabalhadores tomaram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.
O facto de ter liderado as paralisações dos grevistas e de ser católico deu a Wałęsa uma grande base de apoio popular, mas os seus ganhos tiveram um carácter efémero, ante a resistência do regime. Em 13 de dezembro de 1981 o Governo impôs a lei marcial, e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałęsa, até 14 de novembro de 1982. Em 8 de outubro de 1982 o Solidariedade foi considerado ilegal.
O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. A agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Wałęsa só seria libertado em 1982 e, um ano depois era-lhe atribuído o Nobel da Paz. Ele foi incapaz de aceitá-lo pessoalmente, temendo que o governo polaco o impedisse de voltar ao país, pelo que a sua esposa Danuta recebeu o prémio em seu lugar.
O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o Governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais. Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres.
Em 9 de dezembro de 1990 Wałęsa foi eleito presidente, tendo tomado posse a 22 de dezembro de 1990
 

O Massacre de Acteal foi há vinte e oito anos...

No lugar onde ocorreu o Massacre de Acteal hoje está a Coluna da Infâmia

 

O massacre de Acteal, ocorrido em 22 de dezembro de 1997, consistiu na chacina de 45 indígenas tzotziles que se encontravam a rezar numa igreja católica na localidade de Acteal, no estado mexicano de Chiapas. A opinião dominante é que este massacre terá sido executado por forças paramilitares eventualmente opostas ao Exército de Libertação Nacional Zapatista (EZLN) mas nunca realmente identificadas. Entre as vítimas contavam-se dezasseis crianças e adolescentes, bem como vinte mulheres (algumas delas supostamente grávidas) e nove homens adultos.

Segundo os relatos de testemunhas as vítimas, pertencentes a um grupo comunitário denominado Las Abejas (As Abelhas) simpatizante do EZLN, terão sido mortas por cerca de 90 paramilitares, supostamente membros dum grupo denominado Máscara Roja (Máscara Vermelha), durante uma operação que se terá prolongado por cerca de 7 horas, a curta distância de um posto militar. Os militares ali estacionados não intervieram de forma a evitar o massacre, existindo relatos de que na manhã seguinte alguns deles se encontravam na igreja, lavando o sangue das paredes.

Na sequência do massacre, cerca de 100 pessoas, na sua maioria indígenas, acabariam por ser detidas numa prisão de Tuxtla Gutiérrez, a capital de Chiapas.

O então bispo de San Cristóbal de las Casas, Samuel Ruiz, afirmou ser necessário que a Procuradoria Geral da República investigasse sobre quem seriam os instigadores deste massacre.

Entre os presumíveis participantes encontravam-se oito ex-oficiais das forças de segurança pública, condenados a penas de pouco mais de três anos de prisão e libertados logo de seguida.

Segundo dados não oficiais, crê-se que nessa altura em Chiapas operavam vários grupos paramilitares que combatiam o EZLN. Há quem sugira que estariam ligados ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), então no poder havia 68 anos. 

 

Joe Strummer, vocalista dos The Clash, morreu há vinte e três anos...

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Joe-Strummer.jpg

 
Joe Strummer, nascido John Grahan Mellor (Ancara, 21 de agosto de 1952 - Somerset, 22 de dezembro de 2002) mais conhecido pelo seu trabalho como vocalista e guitarrista da banda The Clash. Antes foi membro integrante da banda The 101ers e foi ainda membro dos The Mescaleros e, temporariamente, dos The Pogues.
Strummer nasceu em Ancara na Turquia. A sua mãe, Anna Mackenzie, era enfermeira de origem escocesa. O seu pai, Ronald Mellor, um indiano que trabalhava como diplomata de serviços estrangeiros nas ilhas britânicas. A sua família mudava-se de um lugar para outro muitas vezes e Joe passou partes de sua infância no Cairo, na Cidade do México e em Bona. Aos 9 anos, junto com seu irmão David (de 10 anos), começou a estudar na "City of London Freemen's School" em Surrey. Joe poucas vezes viu os seus pais durante os sete anos seguintes à sua entrada na escola. Ele desenvolveu o seu amor pelo rock ouvindo gravações de Little Richard, Beach Boys e Woody Guthrie (Joe inclusive assumiu a alcunha "Woody" por alguns anos).
Em 1970 o seu irmão, David, afastou-se da família e entrou para o British National Front (partido de extrema-direita). O seu suicídio, em julho do mesmo ano, afetou profundamente Joe, que precisou identificar o corpo, após 3 dias de desaparecimento.
Em 22 de dezembro de 2002 morreu, por causa de deficiência cardíaca congénita, conforme foi referido no seu site oficial, tranquilamente, na sua casa em Somerset, deixando a esposa, duas filhas e uma neta.
    
 

Aurora Miranda morreu há vinte anos...

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Aurora Miranda da Cunha Richaid (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1915 - Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2005) foi uma atriz e cantora brasileira.
Estreou na Rádio Mayrink Veiga em 1932, transferindo-se logo para a Philips. Em 1933, no seu primeiro disco, gravou Cai, Cai, Balão, cantada em dupla com Francisco Alves. Além de fazer dupla com a sua irmã, a famosa Carmen Miranda, Aurora também teve sucesso como cantora na década de 30, as duas irmãs imortalizaram a canção Cantores de Rádio (João de Barro, Lamartine Babo e Alberto Ribeiro), no filme Alô, Alô Carnaval. Aurora e Carmen trabalharam no Cassino da Urca e moraram juntas nos Estados Unidos durante 12 anos.
Gravou Cidade Maravilhosa, hino oficial do extinto estado de Guanabara, em dupla com o compositor André Filho, em 1934. Aurora também trabalhou nos filmes Estudantes (1935), Alô, Alô, Brasil (1935) e Alô, Alô, Carnaval (1936). No desenho animado Você Já Foi à Bahia?, de 1944, Aurora "atuou" com os personagens Pato Donald e Zé Carioca, graças a uma montagem que misturou filme e desenho animado. Este filme concedeu-lhe, em conjunto com os outros integrantes do Bando da Lua, o título de primeiros seres humanos a contracenar com desenhos animados.
Voltou para o Brasil em 1952 e, quatro anos depois, regravou um LP com oito antigos sucessos, encerrando a sua carreira de mais de 80 discos de 78 rotações. Aurora Miranda ainda voltou ao cinema em 1989, no filme Dias Melhores Virão, convidada pela atriz Marília Pera.
   
    

Joe Cocker morreu há onze anos...

 
John Robert Cocker (Sheffield, 20 de maio de 1944 - Crawford, 22 de dezembro de 2014) foi um cantor britânico de rock, influenciado pela soul music no início da carreira.
Em 22 de dezembro de 2014 morreu, aos 70 anos de idade, vítima de um cancro do pulmão, na sua casa no Colorado.

 

Hoje é dia de ouvir a música de Júlio Pereira...!

domingo, dezembro 21, 2025

Poema adequado à data...

Sun on Winter Solstice

(imagem daqui)

 

Glosa à  chegada do Inverno

 

Ao frio suave, obscuro e sossegado,
e com que a noite, agora, se anuncia
depois de posto, ao longe, um sol dourado
que a uma rosada fímbria arrasta e esfia…

Da solidão dos homens apartado,
e entregue a tal silêncio, que devia
mais entender as sombras a meu lado
que a terra nua onde se atrasa o dia…

Recordo o amor distante que em mim vive,
sem tempo ou espaço, e apenas amarrado
à liberdade imensa que não tive,

e que não há. Como o recordo agora
que a luz do dia já se não demora,
se apenas de si próprio é recordado?

 

Jorge de Sena

Poesia de Bocage, para recordar o aniversário da sua morte...

https://en.numista.com/catalogue/photos/portugal/63e4a035c0ea06.57664349-original.jpg

 

Camões, grande Camões, quão semelhante  

 

Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante;

Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.

Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.

Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza. 



Bocage 

Hoje é dia de ouvir Elomar Figueira Melo...

 
 
O Violeiro - Elomar Figueira Melo
 
 

Vou cantar num canto de primeiro
As coisas lá da minha modernagem
Que me fizeram errante violeiro
Eu falo sério e não é vadiagem
É pra você que agora está me ouvindo
Eu juro inté pelo santo menino
Virgem Maria que ouve o que eu digo
Se for mentira que me mande um castigo

Ia pois pro cantador e violeiro
Só há três coisas nesse mundo vão
Amor, forria, viola, nunca dinheiro
Viola, forria, amor, dinheiro não

Cantador de trovas e martelos
De gabinetes, ligeira e mourão
Ai cantador corri o mundo inteiro
Já inté cantei nas portas de um castelo
De um rei que se chamava de João
Pode acreditar meu companheiro
A dispois de eu ter cantado o dia inteiro
O rei me disse fica
Eu disse não

Se eu tivesse de viver obrigado
Um dia e antes desse dia eu morro
Deus fez os homens e os bichos tudo forro
Já havia escrito no livro sagrado
Que a vida nessa terra é uma passagem
Cada um leva um fardo pesado
É o ensinamento que desde a modernagem
Eu trago dentro do coração guardado

Tive muita dor de não ter nada
Pensando que nesse mundo é tudo ter
Mas só depois de penar pelas estradas
Beleza na pobreza é que fui ver
Fui ver na procissão louvado seja
Mal assombro das casas abandonadas
Coro de cego nas portas das igrejas
E o ermo da solidão nas estradas

Pispiando tudo do começo
Eu vou mostrar como se faz um pachola
Que enforca o pescoço da viola
E revira toda moda pelo avesso
Sem reparar sequer se é noite e dia
Vai hoje cantando o bem da forria
Sem um tostão na cuia o cantador
Canta até morrer o bem do amor

Bonita música para celebrar a chegada do inverno...