domingo, abril 06, 2025

As Cortes de Coimbra deram-nos um novo Rei e uma nova Dinastia há 640 anos...!

     
De acordo com a decisão tomada pelo Mestre de Avis, pelos nobres e representantes do povo reunidos no mosteiro de São Domingos de Lisboa e a conselho de D. Nuno Álvares Pereira, convocou o primeiro, na qualidade de Defensor do Reino, as cortes de Coimbra, nos Paços de El-Rei naquela cidade, para 6 de abril de 1385, com a seguinte ordem de trabalhos:
  • atribuições da coroa;
  • o financiamento da guerra;
  • a formulação dos capítulos que um dos três estados podia propor à resolução real.
O clero esteve representado pelo arcebispo de Braga, pelos bispos das principais cidades, pelo prior de Santa Cruz de Coimbra, por dois abades mitrados beneditinos, por Rui Lourenço, deão de Coimbra, e «outros prelados» entre os quais D. João de Ornelas, abade de Alcobaça. A nobreza, por setenta e dois fidalgos e muitos outros cavaleiros e escudeiros. E, como procuradores dos povos, os representantes de trinta e uma vilas e cidades. Antes de referir o que de fundamental se passou nestas cortes convém dizer em traços largos qual o panorama político-económico-social do País.
Alguns autores interpretam que os burgueses e os legistas apressaram o desmembramento da nobreza, quando promoveram e orientaram a revolução, aproveitando, ao que parece, uma experiência anterior, vivida escassos anos atrás, aquando dos tumultos de 1372, em que a «arraia-miúda» se manifestou contra o casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles. Essa, sim, terá sido a verdadeira rebelião popular espontaneamente surgida, pois o povo não queria ver fortalecida, junto do rei, a posição da nobreza, a que estava ligada a nova rainha. Assim, o movimento dos mesteirais de Lisboa, capitaneado por Fernão Vasques, em 1372, terá ficado na memória da burguesia, mostrando-lhe bem a valia potencial das massas revoltadas, se estas viessem a ser orientadas para lhe servirem de instrumento para a consecução do papel político que era ambicionado pelos armadores e mercadores de Lisboa e do Porto.
Desencadeada essa força, a burguesia irá servir-se dela para se alcandorar, com o Mestre de Avis, à direção superior do Reino, sendo, para isso, assistida pelos legistas, cujas conceções de Direito romano irão ajudar à consolidação do Estado.
A aceitação de um rei estrangeiro pelos Portugueses mostrava-se difícil.
Formaram-se logo três partidos:
No que respeita ao clero, houve no início algumas figuras marcantes, como os bispo de Lisboa, bispo de Coimbra e bispo da Guarda (os dois primeiros, D. Martinho e D. João Cabeça de Vaca, eram castelhanos), que aderiram ao partido do rei de Castela. Mas o mesmo não aconteceu com outros, como o arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente que, sendo partidário da causa nacional, teve uma atitude patriótica ao longo de toda a crise e muito contribuiu para o triunfo final.
Em grande parte, a nobreza desta época alinhou com João I de Castela, que reclamava ser rei e senhor efetivo de Portugal pelo seu casamento com Beatriz e pela renúncia à regência de Leonor Teles de Meneses. Mas houve também fidalgos que tomaram o partido do mestre de Avis. Eram, no entanto, na sua maioria, das mais baixas camadas da nobreza. A única exceção de relevo verificou-se nas Ordens Militares, que se mantiveram quase todas do lado português. Assim, para além do povo e das baixas camadas da nobreza e respetivos homens de armas, o núcleo mais ativo com que pôde contar o «Regedor e Defensor do Reino» foi constituído por uma classe média de burgueses e de artesãos.
No entanto nem todos os burgueses estavam de acordo com o célebre Álvaro Pais. Os grandes da cidade de Lisboa, chamados a ratificar a escolha do mestre de Avis para «Regente», mostraram-se hesitantes e tiveram de ser persuadidos pela rudeza do povo personificada num seu representante, o tanoeiro Afonso Anes Penedo.
Abertas as cortes, o dr. João das Regras, notável legista, omitindo o nome do seu candidato, refutou os possíveis direitos daqueles que se apresentavam como pretendentes ao trono de Portugal. Contra Beatriz e João I de Castela, a principal razão invocada foi a quebra pelo rei castelhano do tratado antenupcial de Salvaterra, de março de 1383, e o facto de ser cismático. Mas a despeito de todos os seus argumentos, que visavam demonstrar que o trono estava completamente vago, os seguidores do infante D. João não se deram por vencidos, dizendo que era a ele que o reino pertencia de direito e sem qualquer dúvida. As discussões arrastavam-se, e então, de forma inesperada e arrasadora, o legista exibe e lê a carta em que o Papa Inocêncio VI se tinha recusado a legitimar os filhos do Rei D. Pedro e de D. Inês de Castro, fazendo cessar a oposição por parte de Martim Vasques da Cunha e dos outros apoiantes do infante D. João a que as Cortes elegessem um novo rei. João das Regras propõe então abertamente D. João, Mestre de Avis, para rei de Portugal, o qual é eleito «por unida concordança de todos os grandes e comum povo» (Fernão Lopes, Crónica de El-Rei D. João I, capítulo 191). Para reforçar a escolha no Mestre de Avis, D. Nuno entra na sala com vários escudeiros bem armados o que reforçou a eleição do Mestre de Avis. Começava assim uma nova dinastia.
Quanto ao «financiamento da guerra», os concelhos autorizaram um «pedido» de 400.000 libras. Seguiram-se os capítulos dos povos, na sua maioria de grande importância, e só a cidade de Lisboa apresentou 36. Os diplomas que despacham os capítulos das cortes têm a data de 10 de abril de 1385.
   

Daniel Filipe morreu há sessenta e um anos...

(imagem daqui)

 
Daniel Damásio Ascensão Filipe
(Ilha da Boavista, Cabo Verde, 11 de dezembro de 1925 - 6 de abril de 1964) foi um poeta e jornalista de Cabo Verde

 

Vida

Daniel Filipe nasceu na Ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1925. Veio para Portugal ainda criança, onde acabaria por concluir o Curso Geral dos Liceus. Mais tarde, foi co-director dos cadernos "Notícias do Bloqueio", colaborador assíduo da revista "Távola Redonda" e do jornal Diário Ilustrado (1956-), e também realizador, na Emissora Nacional, do programa literário "Voz do Império" e revista luso-brasileira Atlântico. Combateu a ditadura salazarista, sendo perseguido e torturado pela PIDE.

Estreou-se em livro no ano de 1949 com "Missiva". A sua obra mais conhecida é porventura A invenção do Amor e Outros Poemas, publicada em 1961, após a edição de uma novela, O manuscrito na garrafa, e o Prémio Camilo Pessanha, pelo livro a Ilha e a solidão (escrito sob o pseudónimo de Raymundo Soares), no ano de 1956. Trabalhou na extinta Agência-Geral do Ultramar e na área jornalística. Grande parte da poesia de Daniel Filipe destaca-se pelo combate ideológico e pelo comprometimento social, o que lhe valeu o estigma de poeta neo-realista. Morreu novo, em 1964, mas deixou uma obra consistente marcada pelos sentimentos de solidão e exílio.

 

in Wikipédia

  

Canto e Lamentação na Cidade Ocupada: Poema 8
 
 
O que menos importa é o fato surrado
Afinal cada qual tem o seu próprio fado

Comer um vez por dia não tem importância
É até um bom preceito de elegância

Recear a prisão.....a pancada....as torturas
ora.....quem os manda meter-se em aventuras

Não chegar o dinheiro para pagar o aluguer
nem para ir ao cinema.....nem para ter mulher

Disparates....doutra forma o poder cai na rua
e....lembrem-se senhores....a revolução continua

 

 
in A invenção do amor e outros poemas, Daniel Filipe

Where Is My Mind?

Rafael morreu há 505 anos - e nasceu há 542 anos...

Rafael Sanzio, Autorretrato

Rafael Sanzio (em italiano: Raffaello Sanzio; Urbino, 6 de abril de 1483 - Roma, 6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Juntamente com Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
      

O Genocídio no Ruanda começou há trinta e um anos...

(imagem daqui)
    
O Genocídio no Ruanda foi o massacre perpetrado por extremistas hutus contra tutsis e hutus moderados, no Ruanda, entre 6 de abril e 4 de julho de 1994.
   
Caveiras de vítimas mostram marcas de violência
    
Antecedentes
Distinguem-se no Ruanda dois grupos étnicos: a maioria hutu e o grupo minoritário, tutsi. Desde a independência do país da Bélgica, os seus líderes foram sempre tutsis, num contexto de rivalidade étnica que se acentuou com o tempo, dada a escassez de terras e a fraca economia nacional, sustentada pela exportação de café. Em 1989, o preço mundial do café reduziu-se em 50%, e Ruanda perdeu 40% de seus rendimentos oriundos de exportações. Nessa época, o país enfrentou a sua maior crise alimentar em cinquenta anos, ao mesmo tempo que aumentavam os gastos militares em detrimento de investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Em outubro de 1990, a Frente Patriótica Ruandesa, composta por exilados tutsis expulsos do país pelos hutus com o apoio do exército, invade o Ruanda pela fronteira com Uganda. Em 1993, os dois países firmam um acordo de paz - o Acordo de Arusha.
Cria-se em Ruanda um governo de transição, composto por hutus e tutsis.
Em 1994, as tropas hutus, chamadas Interahamwe, são treinadas e equipadas pelo exército ruandês, em meio a arengas e incitação à confrontação com os tutsis por parte da Radio Télévision Libre de Mille Collines (RTLM), dirigida pelas fações hutus mais extremistas. Essas mensagens exaltavam as diferenças que separavam ambos os grupos étnicos e, à medida que os ânimos se exaltavam, os apelos à confrontação e à "caça aos tutsis" tornaram-se mais explícitos, sobretudo a partir do mês de abril, em que se fez circular o boato de que a minoria tutsi planeava o genocídio dos hutus.
De acordo com a jornalista britânica Linda Melvern, que teve acesso a documentos oficiais, o genocídio foi planeado. No início da carnificina, a tropa ruandesa era composta por 30.000 homens (um membro por cada dez famílias) e organizados por todo o país com representantes em cada vizinhança. Alguns membros da tropa podiam adquirir espingardas de assalto AK-47 tão somente preenchendo um formulário de demanda. Outras armas, tais como granadas, nem sequer requeriam esse trâmite e foram generosamente distribuídas.
Apurou-se que o genocídio foi financiado, pelo menos parcialmente, com o dinheiro apropriado de programas internacionais de ajuda, tais como o financiados pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional como Programa de Ajuste Estrutural. Estima-se que 134 milhões de dólares foram gastos na preparação do genocídio em Ruanda — uma das nações mais pobres da terra — sendo que 4,6 milhões de dólares foram gastos somente em catanas, enxadas, machados, lâminas e martelos. Estima-se que tal despesa permitiu a distribuição de uma nova catana por cada três hutus.
Segundo Melvern, o primeiro-ministro de Ruanda, Jean Kambanda, revelou que o genocídio foi discutido abertamente em reuniões de gabinete, e uma ministra teria dito que ela era "pessoalmente a favor de conseguir livrar-se de todo os tutsis... sem os tutsis todos os problemas de Ruanda desapareceriam".
Na década de 60, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, o ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.
Pressionados pelo revanchismo, os tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados no Uganda. Mesmo refugiados, os tutsis e alguns hutus moderados organizaram-se politicamente, com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e regressar ao país. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente Patriótica Ruandense (FPR), liderada por Paul Kagame.
Na década de 90, vários incidentes demarcavam a clara insustentabilidade da relação entre tutsis e hutus. No ano de 1993, um acordo de paz entre o governo e os membros do FPR não teve forças para resolver o conflito. O ponto alto dessa tensão ocorreu no dia 6 de abril de 1994, quando um atentado derrubou o avião que transportava o presidente Habyarimana. Imediatamente, a ação foi atribuída aos tutsis ligados ao FPR.
Na cidade de Kigali, capital da Ruanda, membros da guarda presidencial organizaram as primeiras perseguições contra os tutsis e hutus moderados que formavam o grupo de oposição política no país.
   
Evolução demográfica do Ruanda - repare-se a notável descida na primeira metade dos anos 90, provocada pelo genocídio
    
O genocídio
Em abril de 1994, após o assassinato do presidente Juvénal Habyarimana, em atentado ao avião em que viajava, o avanço da Frente Patriótica Ruandesa produziu uma série de massacres no país contra os tutsis, o que causou um deslocamento maciço da população para os campos de refugiados situados nas áreas de fronteira, em especial com o Zaire (hoje República Democrática do Congo). Em agosto de 1995, tropas do Zaire tentaram forçar o retorno desses refugiados para Ruanda. Quatorze mil pessoas foram então devolvidas a Ruanda, enquanto outras 150.000 se refugiaram nas montanhas.
Mais de 500.000 pessoas foram massacradas. Quase todas as mulheres foram violadas. Muitos dos 5.000 meninos nascidos dessas violações foram assassinados.
As atrocidades envolveram também os religiosos. Muitos clérigos de várias denominações se posicionaram a favor de sua etnia. Padres, freiras, pastores e bispos tomaram o seu partido em ambos os lados. Pelo menos 300 clérigos e freiras foram mortos por serem tutsis ou porque estavam a ajudar os tutsis. Outros, da etnia hutu, apoiaram ou até mesmo colaboraram com os matadores. Um dos casos que se tornaram muito conhecidos foi o que envolveu o Dr. Gerard Ntakirutimana, médico missionário que trabalhava num hospital da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Mungonero, e seu pai, Elizaphan Ntakirutimana, um pastor protestante. Os membros do Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenaram por unanimidade o Dr. Ntakirutimana, por genocídio e por crimes contra a humanidade. Ele foi sentenciado a 25 anos de prisão, pela morte de duas pessoas e por atirar em refugiados tutsis em vários locais. Foi condenado também por participar de vários ataques contra tutsis na Colina de Murambi e na Colina de Muyira. O seu pai, o Pastor Elizaphan Ntakirutimana, presidente da associação da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Mugonero, no oeste de Rwanda, foi condenado a 10 anos de prisão por crimes menores. O pastor Elizaphan levou os atacantes para a Igreja Adventista de Murambi, em Bisesero, onde era pastor presidente, e ordenou a remoção do telhado do edifício, a fim de localizar os tutsis que lá estavam abrigados. O ato conduziu à morte de muitos dos que estavam no local. Ele também levou os atacantes a vários locais, para caçar os tutsis.
De acordo com a BBC, centenas de tutsis, dentre membros e pastores, que procuraram refúgio na igreja e no hospital adventista, enviaram uma carta ao pastor Elizaphan Ntakirutimana pedindo socorro. A carta, segundo a BBC incluía a frase:
"Nós desejamos informá-lo de que amanhã seremos mortos juntamente com nossas famílias".
A resposta do Pr. Elizaphan Ntakirutimana foi de que eles deviam se preparar para morrer. As milícias hutu, segundo testemunhas, chegaram pouco tempo depois com os Ntakirutimanas. Só alguns tutsis sobreviveram a agressão. Os Ntakirutimanas disseram no tribunal que eles tinham deixado a área antes das matanças. O Pr. Elizaphan Ntakirutimana fugiu para os Estados Unidos depois do massacre, mas foi extraditado para a Tanzânia.
Outro adventista, gerente do Hotel Mille Collines, em Kigali, foi o responsável pela salvação de 1.268 tutsis e hutus, abrigando-os no hotel. Paul Rusesabagina ficou mundialmente conhecido ao ser retratado no filme Hotel Ruanda. Rusesabagina, hoje residente na Bélgica, afirma que, se não forem tomadas posturas duras contra o tribalismo em Ruanda, o genocídio poderá voltar a ocorrer, agora pelas mãos dos tutsis, "governantes" do país desde o fim da matança. Rusesabagina ficou conhecido como o Oskar Schindler de Ruanda.
    
O Tribunal Penal Internacional para o Ruanda
Em 8 de novembro de 1994, através da resolução 955 do Conselho de Segurança da ONU, foi criado o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) para julgar os principais responsáveis pelo genocídio.
O Tribunal Penal Internacional é competente para julgar somente os crimes cometidos após a sua criação, em 1 de julho de 2002. Não é portanto competente para julgar os crimes cometidos em Ruanda, durante o genocídio.
O primeiro-ministro do governo interino ruandês, Jean Kambanda, foi julgado culpado e condenado por genocídio pelo TPIR. 75% dos membros do governo interino foram presos. Vários ministros desse governo foram considerados culpados de participação no genocídio. Dois outros foram libertados. Em 2011, alguns antigos chefes militares foram considerados culpados de genocídio.
Calcula-se que 800 mil pessoas tenham sido mortas no genocídio de Ruanda.
    
   in Wikipédia

Um exército luso-britânico conquistou Badajoz há 213 anos

"The Devil's Own" 88º Regimento no cerco de Badajoz - aguarela de Richard Caton Woodville Jr.
 
A Batalha de Badajoz, travada na noite de 6 para 7 de abril de 1812, com o objetivo de capturar aquela praça, então ocupada pelos franceses, foi o culminar de um cerco efetuado pelo Exército de Wellington, com início a 16 de março. A guarnição francesa, sob o comando do General Philippon, só se rendeu quando as forças de Wellington se encontravam já dentro da praça. Este facto originou uma ação de saque que foi dos mais violentos da Guerra Peninsular.

(...)


Após a entrada das tropas anglo-lusas na cidade, iniciou-se o saque que, contra os costumes da época, durou três dias. Aos homens foi permitido divertirem-se durante o resto do dia e a usual e terrível cena de pilhagem teve início o que os oficiais acharam ser prudente evitarem de momento pelo que se retiraram para o exterior da cidade. A memória dos incidentes registados com a população quando as tropas britânicas tinham estado aquarteladas em Badajoz após a Batalha de Talavera (1809) e o facto assumido pelas tropas de que os habitantes que tinham permanecido na cidade eram afrancesados, terão provocado graves excessos neste tipo de ocorrência.
Esta foi uma das ocasiões em que a distinção entre combatentes e não-combatentes desapareceu completamente. Não foi caso único em que, no final da batalha, o sofrimento dos civis – devido a pilhagem, violação, tortura, morte – excedia o da guarnição. Nos costumes da época, poupavam-se os civis e até se negociavam os termos da rendição se a cidade se rendia antes do assalto. No entanto, quando a cidade resistia e era capturada através de uma ação sangrenta, as tropas ficavam fora de controlo e não existiam garantias que defendessem quem quer que seja. Esta prática era utilizada como incentivo e como prémio para as forças de assalto. No entanto, quando uma cidade era abandonada à pilhagem, esta limitava-se a vinte e quatro horas.
Em Badajoz, depois de todas as dificuldades por que passou a força de assalto e das numerosas baixas verificadas, mais de 3.500, os soldados descarregaram a sua raiva sobre a população, em três dias de saque.

A captura das praças de Badajoz e Ciudad Rodrigo permitiu aos Aliados controlarem os dois eixos de invasão. A posse destes eixos iria permitir a Wellington tomar a iniciativa e preparar a invasão de Espanha. A preocupação dos franceses já não era a de expulsar os britânicos de Portugal. Para tentarem novamente essa possibilidade teriam de voltar a capturar Ciudad Rodrigo e Almeida, no norte, e Badajoz e Elvas, no sul. No entanto o único trem de cerco existente estava empenhado no cerco de Cadiz. Além disso, o Exército Aliado estava muito mais forte do que em 1810. As tropas portuguesas tinham experiência de batalha e mostraram ser tropas de confiança. A cavalaria britânica tinha recebido importantes reforços. Sem contar com o apoio que os espanhóis viessem a prestar, Wellington dispunha agora de um exército de campanha com cerca de 60.000 homens e estava senhor do terreno onde aquelas fortalezas constituíam fortes bases de operações.
   

Jeanne Hébuterne, a companheira de Modigliani, nasceu há 127 anos...

      
Jeanne Hébuterne (Arras, 6 de abril de 1898 - Paris, 25 de janeiro de 1920) foi uma pintora francesa.
   
Biografia
Jeanne Hébuterne nasceu a 6 de abril de 1898 em Arras, no norte da França. O seu pai, Achille Casimir Hébuterne, trabalhava como chefe de perfumaria da loja de departamentos Bon Marché, era um ardente admirador de Pascal, lia sempre fragmentos da sua obra enquanto a família descascava batatas para o jantar, o que sempre irritou a Jeanne. O seu irmão, André Hébuterne (1894-1992), ao escolher a arte como profissão, causou a primeira rutura na conhecida respeitabilidade dos seus pais. Quando Jeanne seguiu o seu irmão no caminho da arte, escolheu estudar na Academia Colarossi, na rua Grande Chaumière, desde pequena mostrou aptidão para a pintura e para o desenho. Possuía estilo próprio e criava suas próprias roupas. De acordo com o escultor Leon Indebaum, Jeanne no era una luminaria de la vida de los cafés sino una figura menor, interesante por sus exóticos turbantes, su capa marrón y sus botas altas.
Por influência de seu irmão, conheceu Tsuguharu Foujita (1886-1968) pintor francês de ascendência japonesa, personagem característico de Montparnasse, sendo retratada por ele diversas vezes. Jeanne tinha a rosto pálido e ovalado com grandes olhos azuis, usava grandes tranças, era considerada uma mulher tímida, porém de olhar intrigante.
Em 1917, Jeanne conheceu o pintor Amedeo Modigliani no Café de La Rotonde, todos disputavam para saber quem ficaria primeiro com Jeanne, e como Modigliani tinha a fama de mulherengo, ganhou. Primeiro ele desenhou-a, em seguida a levou para um hotel miserável e pintou-a, depois dormiram juntos, tinha ela apenas dezoito anos. Modigliani, que era treze anos mais velho do que ela, era um homem muito considerado e com charme. Começaram a encontrar-se imediatamente e acabaram apaixonando-se. Em 29 de novembro de 1918 dá a luz a uma menina, que recebe o mesmo nome da mãe, Jeanne Modigliani (1918-1984), sendo reconhecida como filha por Modigliani.
No final de junho de 1919, informa Modigliani que estava grávida novamente, ao que este, surpreendido, teria dito: "Não temos sorte!". É afastada da sua família, por escolher viver com Modi. Logo fica comprometida a casar-se com o pintor. A vida do casal não era um mar de rosas e Modigliani tinha a saúde debilitada, devido a uma tuberculose mal curada e ao consumo excessivo de álcool e drogas. Em janeiro de 1920 trouxeram Modigliani, com febre e delirando, não tinha carvão e nem água, era necessário descer até o pátio para tirar água do poço, Jeanne grávida de nove meses, estava muito fraca, quase não tinham comida, pois alimentavam-se apenas de sardinhas enlatadas. Ficaram esquecidos por todos e trancados no estúdio durante uma semana. Modigliani delirava e Jeanne desenhava-se a si mesma.
  
Morte
No dia 21 de janeiro de 1920, quando o pintor Ortiz de Zárate apareceu no estúdio e horrorizado, fez com que Modigliani fosse internado no Hospital de la Charité. Jeanne, atordoada, é levada a casa dos pais, sendo a última vez que viu Modigliani com vida, pois ele morre no dia 24 de janeiro, de tuberculose meningítica, aos 35 anos de idade. Ortiz levou a triste notícia a Jeanne, que estava quase em trabalho de parto. Na manhã seguinte, ela foi até ao hospital para ver Amedeo. Quando entrou no quarto em que o corpo estava, aproximou-se e olhou para ele durante um longo período. Depois, segundo Francis Carco, cortaram a mecha do cabelo de Jeanne e colocaram-no sobre o peito do seu amado, saindo em seguida, sem dizer uma palavra.
À tarde, Jeanne volta para a casa dos seus pais na rua Amyot, nº 8. O seu irmão, André, passa grande parte da noite no quarto de Jeanne em sua companhia, porém, com a proximidade do amanhecer, ele adormece. Jeanne, companheira devotada e grávida de nove meses do segundo filho, aproveita o momento e atira-se de costas do quinto andar da casa de seus pais, tinha 21 anos. O corpo de Jeanne foi recolhido por um homem que o levou até o apartamento da família. Apavorado, André Hébuterne não quis recebê-lo e ordenou que o levasse ao ateliê de Modigliani. O corpo fora então transportado numa carroça até o ateliê da Grand Chaumière , contudo a zeladora recusou-se a recebê-lo. De novo aquele homem com compaixão exemplar conduziu os pobres e rejeitados restos pelo bairro até a delegacia. A polícia acabou com a grotesca peregrinação mostrando uma ordem que obrigava a zeladora do estúdio a receber a defunta. E ali ficou abandonado o corpo de Jeanne.
Uma amiga de Jeanne da École des Arts Décoratifs e da Academia Colarossi, Chantal Quenneville e Jeanne Léger, esposa do pintor Fernand Léger foram até ao ateliê. A visão da jovem dotada de tão incondicional amor por Amadeo transtornou-as. Léger foi buscar uma enfermeira para limpar e vestir o corpo.
O enterro de Modigliani, no dia 27 de janeiro de 1920, foi um estrondoso acontecimento público, onde a essa alturas suas obras já haviam experimentado uma vertiginosa valorização, do nada à glória. O corpo de Jeanne Hébuterne foi sepultado no mesmo dia, às escondidas e em penosa solidão, pelos pais, no cemitério de Bagneux. A sua filha foi criada pelas irmãs de Modigliani, e cresceu sem saber o que ocorrera com os pais. Apenas nove anos depois, o irmão mais velho de Modigliani conseguiu convencer a família Hébuterne a trasladar os restos mortais de Jeanne e do seu filho que não nasceu para o cemitério do Père Lachaise, onde, transfigurados pela imaginação e pela lenda, descansam enfim juntos.
Os trabalhos de Jeanne foram guardados pelo seu irmão André, a sete chaves, e apenas em 2000 foram mostrados em público, numa exposição na Itália, com uma sala reservada apenas para obras do casal.
    
Autorretrato
       

Os Estados Unidos da América declararam guerra à Alemanha há 108 anos

(imagem daqui)
      
The American entry into World War I came in April 1917, after two and a half years of efforts by President Woodrow Wilson to keep the United States neutral. Apart from an Anglophile element supporting the British, American public opinion went along with neutrality at first. The sentiment for neutrality was strong among Irish Americans, German Americans and Swedish Americans, as well as among church leaders and women. On the other hand, even before World War I broke out, American opinion toward Germany was already more negative than it was toward any other country in Europe. The citizenry increasingly came to see the German Empire as the villain after news of atrocities in Belgium in 1914, and the sinking of the passenger liner RMS Lusitania in May 1915. Wilson made all the key decisions and kept the economy on a peacetime basis, while allowing banks to make large-scale loans to Britain and France. To preclude making any military threat, President Wilson made only minimal preparations for war and kept the United States Army on its small peacetime basis, despite increasing demands for preparedness. However, he did enlarge the United States Navy.
In early 1917, Germany decided to resume all-out submarine warfare on every commercial ship headed toward Britain, realizing that this decision would almost certainly mean war with the U.S. Germany also offered to help Mexico regain territories lost in the Mexican–American War in the Zimmermann Telegram. Publication of that offer outraged Americans just as German U-boats (submarines) started sinking American ships in the North Atlantic. Wilson asked Congress for "a war to end all wars" that would "make the world safe for democracy", and Congress voted to declare war on Germany on April 6, 1917.
  
(...)
   
On April 2, 1917, Wilson asked a special joint session of Congress to declare war on the German Empire, stating, "We have no selfish ends to serve". To make the conflict seem like a better idea, he painted the conflict idealistically, stating that the war would "make the world safe for democracy" and later that it would be a "war to end war". The United States had a moral responsibility to enter the war, Wilson proclaimed. The future of the world was being determined on the battlefield, and American national interest demanded a voice. Wilson's definition of the situation won wide acclaim, and, indeed, has shaped America's role in world and military affairs ever since. Wilson believed that if the Central Powers won, the consequences would be bad for the United States. Germany would have dominated the continent and perhaps would gain control of the seas as well. Latin America could well have fallen under Berlin's control. The dream of spreading democracy, liberalism, and independence would have been shattered. On the other hand, if the Allies had won without help, there was a danger they would carve up the world without regard to American commercial interests. They were already planning to use government subsidies, tariff walls, and controlled markets to counter the competition posed by American businessmen. The solution was a third route, a "peace without victory", according to Wilson.

On April 6, 1917, Congress declared war. In the Senate, the resolution passed 82 to 6, with Senators Harry Lane, William J. Stone, James Vardaman, Asle Gronna, Robert M. La Follette, Sr., and George W. Norris voting against it. In the House, the declaration passed 373 to 50, with Claude Kitchin, a senior Democrat, notably opposing it. Another opponent was Jeannette Rankin, who alone voted against entry into both World War I and World War II. Nearly all of the opposition came from the West and the Midwest.
  

Ziraldo morreu há um ano...

  

Ziraldo Alves Pinto (Caratinga, 24 de outubro de 1932Rio de Janeiro, 6 de abril de 2024) foi um cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, desenhista, apresentador, humorista, advogado e jornalista brasileiro.

Foi o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e foi um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis de seu tempo. Ziraldo foi pai de três filhos, a cineasta Daniela Thomas, o compositor Antonio Pinto e a diretora de teatro Fabrízia Alves Pinto. Faleceu em sua residência no estado do Rio de Janeiro, Lagoa Rodrigo de Freitas em 6 de abril de 2024 aos 91 anos.

 
 
Carreira

Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Os seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.

Em 1960 lançou a primeira revista em quadradinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadradinhos a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do regime militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial. A revista da Turma do Pererê, teve outras passagens pelas bancas, numa edição encadernada pela Editora Primor no ano de 1986 e em formato de almanaque pela Editora Abril na década de 90.

Em 1960 recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prémio Merghantealler, principal prémio da imprensa livre da América Latina.

Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tabloide de oposição ao regime militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.

Em 1980, lançou o livro "O Menino Maluquinho", o seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado na televisão e no cinema. Para televisão, foi adaptado em 2006 pela TV Brasil, chamada Um Menino muito Maluquinho, que durou uma temporada com vinte e seis episódios sob a direção de Anna Muylaert e Cao Hamburger. No cinema, foi adaptado três vezes, a primeira em Menino Maluquinho - O Filme em 1995 e uma sequência em 1998 dirigida por Fernando Meirelles, Menino Maluquinho 2 - A Aventura. A adaptação mais recente da série é Uma Professora Muito Maluquinha de 2010, estrelado por Paolla Oliveira.

Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o quotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o dia a dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.

Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas "Private Eye" da Inglaterra, "Plexus" da França e "Mad", dos Estados Unidos.

Desde o ano de 2000 participa da "Oficina do Texto", maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, Criada por Samuel Ferrari Lago então diretor do Portal Educacional, onde já ilustrou histórias que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando aproximadamente um milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual número de crianças.

No dia 3 de outubro de 2016 recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em cerimónia presidia pelo reitor Jaime Arturo Ramírez no auditório da reitoria da universidade.

 
Problemas de saúde e morte

Em 2013, durante uma viagem a Alemanha, Ziraldo teve um enfarte leve, necessitando fazer um cateterismo. Em 2018, sofreu um AVC e chegou a ficar internado em estado grave. Nos quatro anos seguintes, sofreu outros dois AVCs, o que o fez ficar com a saúde debilitada. Por causa disso, passou a aparecer em público em poucas ocasiões. Nos últimos meses, Ziraldo passava a maior parte do tempo acamado e se alimentando por sonda.

Na tarde do dia 6 de abril de 2024, em torno das 15.00 horas, aos 91 anos, Ziraldo morreu na sua casa enquanto dormia, segundo a sua família. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Ziraldo e afirmou que "O Brasil perdeu neste sábado, 6/4, um de seus maiores expoentes da cultura, da imprensa, da literatura infantil e do imaginário do país." Várias instituições prestaram homenagens ao cartunista, como os clubes de futebol Flamengo, Atlético Mineiro e Corinthians. Mais tarde, no mesmo dia, uma de suas filhas revelou que a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. No dia seguinte, o corpo de Ziraldo foi velado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério de São João Batista.

  
  
       

Stravinsky morreu há cinquenta e quatro anos...

   
Ígor Fiódorovitch Stravinsky (Oranienbaum, 17 de junho de 1882Nova Iorque, 6 de abril de 1971) foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento, que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes nas estreias das suas obras.
   
 

A sonda Pioneer 11 foi lançada há 52 anos...

    
A sonda espacial Pioneer 11 foi uma das primeiras sondas do programa de exploração espacial da NASA. Foi lançada do Cabo Canaveral, Estados Unidos, em 6 de abril de 1973. Depois de atravessar com êxito a cintura de asteroides, a 19 de abril de 1974, chegou em 1 de setembro de 1979 a Saturno, fazendo as primeiras fotografias a curta distância do planeta, onde descobriu novas luas e anéis. Depois do seu encontro com Saturno, prosseguiu a sua rota para o exterior do sistema solar, estudando as partículas energéticas do vento solar. Não há mais comunicações com a nave, tendo os últimos dados sido recebidos a 24 de novembro de 1995.
  
História
O projeto para a construção das duas sondas, Pioneer 10 e Pioneer 11, foi aprovado em 1969. Cedendo a múltiplas propostas durante a década de 60, os objetivos iniciais da missão foram definidos:
  • Explorar o meio interplanetário para além da órbita de Marte.
  • Investigar a natureza da cintura de asteroides do ponto de vista científico e avaliar eventuais perigos a correr em missões para os planetas exteriores.
  • Explorar o ambiente de Júpiter.
Após o planeamento do encontro com Saturno, muitos outros objetivos foram acrescentados:
  • Mapear o campo magnético de Saturno, sua intensidade, direção e estrutura.
  • Determinar como muitos eletrões e protões de várias energias são distribuídas ao longo da trajetória da nave através do sistema de Saturno.
  • Mapear a interação do vento solar com o sistema de Saturno.
  • Medir a temperatura da atmosfera de Saturno e Titã, a grande lua de Saturno.
  • Mapear a estrutura térmica da atmosfera de Saturno através de observações no infravermelho acoplada com rádio de ocultação de dados.
  • Obter e digitalizar as imagens do sistema de Saturno em duas cores e durante a sequência de medidas de polarimetria no encontro com o planeta.
  • Sondar o sistema de anéis e atmosfera de Saturno com ondas de rádio na banda S.
  • Determinar com maior precisão a massa de Saturno e seus satélites maiores por observações precisas dos efeitos de seus campos gravitacionais sobre o movimento da nave espacial.
  • Como um precursor para a missão Marineer Júpiter/Saturno, verificar o ambiente do plano do anel para descobrir onde ele pode ser seguramente cruzado pela sonda Marineer sem graves danos.
Muitos elementos e a experiência com as sondas Pioneer 11 e 10 provou ser fundamental para as sondas Voyager 1 e Voyager 2, que obtiveram bastante sucesso nos seus objetivos e missões.

 Design e estrutura  

  
Placa Pioneer
Uma placa de ouro-alumínio foi anexada na Pioneer 11 e outra na sua sonda irmã Pioneer 10, foram criadas no caso de uma forma de vida inteligente de outros lugares do universo conseguirem achar ou intercetar a sonda, a placa mostra dois humanos, um masculino e outro feminino, alem de símbolos que mostram a localização da origem da nave, a Terra.

Controle de altitude e propulsão
A nave tinha seis propulsores de 4,5 newtons cada, eles utilizavam hidrazina, a referência para a Terra era a estrela Canopus e dois sensores solares.

Comunicação
A sonda espacial incluía um sistema redundante de transceptores, um ligado à antena de alto ganho, o outro para uma antena omni e uma antena de médio prazo. Cada transmissor tinha 8 watts e transmite dados em toda a banda S com 2110 MHz para o uplink da Terra e 2292 MHz para downlink para a Terra, com a Deep Space Network a rastrear o sinal. Antes da transmissão de dados, utilizou um codificador convolucional, uma forma de correção de erro, para evitar o envio de dados corrompidos.

Energia elétrica
A energia para a sonda provinha de quatro RTGs SNAP-19 que estavam posicionadas a três metros por uma antena, no lançamento a nave recolhia 155 Watts dos RTGs, quando chegou a Júpiter a potência era de 140 watts, eram necessários 100 watts para que a sonda funcionasse corretamente.

Computador 
Grande parte do cálculo para a missão na Terra foi realizada e transmitida para a sonda, onde foi capaz de reter na memória, até cinco comandos dos 222 possíveis entradas pelos controladores de terra. A sonda inclui dois descodificadores de comando e uma unidade de distribuição de comando, uma forma muito limitada de processador, para operações diretas na nave espacial. Este sistema exige que os operadores da missão preparem os comandos muito antes de transmiti-los para a sonda. Uma unidade de armazenamento de dados foi incluído para gravar até 6144 bytes de informações recolhidas pelos instrumentos. A unidade de telemetria digital seria então usada para preparar os dados coletados num dos possíveis formatos dos treze antes de transmiti-lo de volta à Terra.

Estado Atual
Em maio de 2010, a sonda encontrava-se já a 80,8 UA do Sol a uma velocidade relativa de 11,4 km/s, na constelação do Escudo.
Em cerca de 14.000 anos ou mais, a sonda ultrapassará os limites da Nuvem de Oort, caso não aconteça nenhum dano físico que a comprometa, libertando-se definitivamente da influência solar.
 
 

Foto de Saturno feita pela Pioneer 11 a 26/08/1979
   

Albrecht Durer morreu há 497 anos

    
Albrecht Dürer (Nuremberga, 21 de maio de 1471 - Nuremberga, 6 de abril de 1528) foi um gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. A sua mestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo e, no campo das artes gráficas, não tinha rival. As suas xilogravuras, consideradas revolucionárias, são ainda marcadas pelo estilo gótico. É considerado como o primeiro grande mestre da técnica da aguarela, principalmente no que diz respeito à representação de paisagens. Os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam ainda outros campos, como a geografia, a arquitetura, a geometria e a fortificação.
Conseguiu chamar a atenção do imperador Maximiliano I para o seu trabalho, tendo sido por ele nomeado pintor da corte em 1512. Viveu, provavelmente, duas vezes na Itália em adulto. Em 1520, depois da morte do imperador, partiu para os Países Baixos, visitou muitas das cidades do norte e conheceu pintores e homens de letras, como Erasmo de Roterdão. Nos seus últimos anos, em Nuremberga, partindo de estudos de teoria da Arte italianos de autores que o antecederam, ocupou-se principalmente com a elaboração de tratados sobre a medida e proporções humanas, perspetiva e geometria como elementos estruturantes da obra de arte.
Chegou até nós uma quantidade apreciável de documentos pessoais e autobiográficos, como cartas, textos e desenhos acompanhados de anotações minuciosas que permitem uma boa compreensão da sua obra. Esta documentação é ainda enriquecida por diversas fontes que derivam da fama conquistada por Dürer numa idade relativamente jovem.
  
O cavaleiro, a morte e o diabo, 1513, gravura em metal, Museu Boymans Van Beuningen, Roterdão