quinta-feira, abril 06, 2023

Albrecht Durer morreu há 495 anos

    
Albrecht Dürer (Nuremberga, 21 de maio de 1471 - Nuremberga, 6 de abril de 1528) foi um gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. A sua mestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo e, no campo das artes gráficas, não tinha rival. As suas xilogravuras, consideradas revolucionárias, são ainda marcadas pelo estilo gótico. É considerado como o primeiro grande mestre da técnica da aguarela, principalmente no que diz respeito à representação de paisagens. Os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam ainda outros campos, como a geografia, a arquitetura, a geometria e a fortificação.
Conseguiu chamar a atenção do imperador Maximiliano I para o seu trabalho, tendo sido por ele nomeado pintor da corte em 1512. Viveu, provavelmente, duas vezes na Itália em adulto. Em 1520, depois da morte do imperador, partiu para os Países Baixos, visitou muitas das cidades do norte e conheceu pintores e homens de letras, como Erasmo de Roterdão. Nos seus últimos anos, em Nuremberga, partindo de estudos de teoria da Arte italianos de autores que o antecederam, ocupou-se principalmente com a elaboração de tratados sobre a medida e proporções humanas, perspetiva e geometria como elementos estruturantes da obra de arte.
Chegou até nós uma quantidade apreciável de documentos pessoais e autobiográficos, como cartas, textos e desenhos acompanhados de anotações minuciosas que permitem uma boa compreensão da sua obra. Esta documentação é ainda enriquecida por diversas fontes que derivam da fama conquistada por Dürer numa idade relativamente jovem.
  
O cavaleiro, a morte e o diabo, 1513, gravura em metal, Museu Boymans Van Beuningen, Rotterdam
      

Isaac Asimov morreu há trinta e um anos...

   
Isaac Asimov (Petrovichi, circa 2 de janeiro de 1920 - Nova Iorque, 6 de abril de 1992), foi um escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica.
Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galáctico e que logo combinou com sua outra grande série dos Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90.000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos  de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre Astronomia, Matemática, a Bíblia, textos sobre William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que faltasse frequentemente: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu o seu nome em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robô humanoide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
   
Biografia
Isaac Asimov nasceu em Petrovichi, no Oblast de Smolensk, República Soviética Russa (hoje província de Mahilou, Bielorrússia), filho de Anna Rachel Berman Asimov e Judah Asimov, um moleiro de uma família de judeus. Em virtude das diferenças entre o calendário hebraico e o calendário juliano (à época ainda em uso na região pela Igreja Ortodoxa), bem como pela falta de registos, a sua data de nascimento não pode ser precisada, situando-se entre 4 de outubro de 1919 e 2 de janeiro de 1920, sendo esta última considerada como a correta por Asimov, que sempre celebrou o seu aniversário a 2 de janeiro. A família deve o seu nome a uma palavra da língua russa que significa um cereal de inverno, que o seu bisavô negociava, ao qual o sufixo paterno foi adicionado. A família emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha só três anos de idade. Como os seus pais falavam sempre iídiche e inglês com ele, ele nunca aprendeu russo. Enquanto crescia em Brooklyn, Nova Iorque, Asimov aprendeu a ler, por si próprio, quando tinha cinco anos e permaneceu fluente em iídiche, bem como em inglês. Os seus pais tinham uma loja de doces, e toda a gente da família tinha de lá trabalhar. Revistas baratas de papel de fraca qualidade, chamadas pulp, sobre ficção científica eram vendidas em lojas, e ele começou a lê-las. Por volta dos onze anos, começou a escrever histórias próprias e, por volta dos dezanove anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender as suas histórias a revistas. John W. Campbell, o editor de Astounding Science Fiction,, a quem ele vendeu as suas primeiras histórias, foi uma forte influência formativa e tornou-se um amigo seu.
Asimov foi aluno das New York City Public Schools (escolas públicas de Nova Iorque), inclusive a Boys' High School, de Brooklyn. A partir daí, ele foi para a Universidade de Columbia, onde se graduou em 1939, depois tirando um Ph.D. em bioquímica, em 1948. Entretanto, passou três anos, durante a Segunda Guerra Mundial, a trabalhar como civil na Naval Air Experimental Station, do porto da Marinha em Filadélfia. Quando a guerra acabou foi destacado para o Exército Americano, tendo só servido nove meses antes de ser honrosamente dispensado. Durante a sua breve carreira militar ascendeu ao posto de cabo, baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco à participação nos testes da bomba atómica em 1946, no atol de Bikini.
Depois de completar o seu doutoramento, Asimov entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, à qual permaneceu associado a partir daí. Depois de 1958, isto foi sem ensinar, já que se virou para a escrita em tempo integral (os seus rendimentos da escrita já excediam os do salário académico). Pertencer ao quadro permanente significou que ele manteve o título de professor associado e, em 1979, a universidade honrou a sua escrita promovendo-o a professor catedrático de bioquímica. Os arquivos pessoais de Asimov, a partir de 1965, estão arquivados na Mugar Memorial Library da universidade, doados por ele a pedido do curador, Howard Gottlieb. A colecção preenche 464 caixas em 71 metros de prateleira.
Asimov casou-se com Gertrude Blugerman (Canadá, 1917 - Boston, 1990), em 26 de julho de 1942. Tiveram duas crianças, David (nascido em 1951) e Robyn Joan (nascida em 1955). Depois da separação, em 1970, ele e Gertrude divorciaram-se em 1973, e Asimov casou-se com Janet Jeppson mais tarde, no mesmo ano.
Asimov e a segunda esposa

Asimov era um claustrofilo; gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornais numa estação de metrô de Nova Iorque, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia.
Asimov tinha medo de voar, só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez, durante seu trabalho na Naval Air Experimental Station, e outra, na volta para casa da base militar de Oahu, em 1946). Raramente viajava grandes distâncias, em parte por causa de sua aversão a voar, adicionada às dificuldades logísticas de viajar longas distâncias. Esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como as histórias de mistério de Wendell Urth e as novelas sobre robôs de Elijah Baley. Nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de cruzeiro e, em várias ocasiões, ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência, em navios, como os RMS Queen Elizabeth 2. Asimov sabia entreter muitíssimo bem, era prolífico e procurado como discursador. Seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para um relógio, mas invariavelmente falava precisamente o tempo combinado.
Asimov era um participante habitual em convenções de ficção científica, onde ficava amável e disponível para conversa. Ele respondia pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de correio com postais, e gostava de dar autógrafos. Embora gostasse de mostrar o seu talento, raramente parecia levar-se a si próprio demasiadamente a sério.
Ele era de altura mediana, forte, com bigode e um óbvio sotaque de judeus do Brooklyn. A sua motricidade física era bastante limitada. Ele nunca aprendeu a nadar ou andar de bicicleta; no entanto, aprendeu a conduzir um carro, depois de se mudar para Boston. No seu livro de humor, Asimov Laughs Again, ele descreve a condução em Boston como "anarquia sobre rodas".
Ele demonstrou o seu amor por conduzir no seu conto de ficção científica, Sally, sobre carros-robôs. Um leitor atento reparará que ele faz uma descrição detalhada de um dos carros a que chama 'Giuseppe', de Milão - o que significa que Giuseppe era um Alfa Romeo. Asimov não especificou nenhum outro tipo de veículo em nenhuma das suas histórias, o que levou muitos fãs a considerarem que ele foi pago por aquela marca de automóvel.
Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, sua participação em organizações devotadas à opereta de Gilbert and Sullivan e em The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de Nero Wolfe, escritos por Rex Stout. Ele era um membro proeminente da Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre Sherlock Holmes. De 1985 até sua morte em 1992, ele foi presidente da American Humanist Association; seu sucessor foi o amigo e congénere escritor, Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em Star Trek: The Motion Picture, pelos conselhos que deu durante a produção.
Asimov morreu em 6 de abril de 1992 em Nova Iorque. Foi cremado e as suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou tudo à sua segunda mulher, Janet, e às crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da sua morte, a edição da autobiografia de Asimov, It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por SIDA; ele contraiu o vírus HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass, em dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infeção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas os seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o preconceito anti-SIDA estender-se-ia a seus familiares. A família de Asimov considerou divulgar a sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia que ocorreu, quando Arthur Ashe divulgou que tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.
   
Asimov e a Wikipédia
No livro Escolha a Catástrofe, Asimov disserta sobre os futuros problemas que poderiam levar a humanidade à extinção e como a tecnologia poderia salvá-la. Em certa parte do livro, ele fala sobre a educação e como ela poderia funcionar no futuro.
Cquote1.svg Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição. Cquote2.svg
Cquote1.svg …Certamente, cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria, simultaneamente, um professor e um aprendiz. Cquote2.svg
Isaac Asimov - 1979

Asimov e o Futuro
Asimov não se mostrou visionário apenas em relação à existência de uma Biblioteca Global, como visto acima. Em 1964, aceitou uma proposta do jornal The New York Times e fez uma série de previsões acerca do mundo do futuro, projetando-o como seria dali a 50 anos, isto é, em 2014.
Embora não utilizasse, à época, os termos de hoje, por seus escritos podemos notar que previu a existência dos micro-ondas nas nossas cozinhas, da fibra ótica, da Internet, dos microchips, das TVs de tela plana e até de pessoas acometidas de depressão. Mas também errou, como ao prever carros voadores e centrais nucleares de fusão atómica.
  
Leis da Robótica
Apresentadas no livro Eu, Robô, as 3 Leis da Robótica foram criadas, como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos, como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade. São elas:
  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei;
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
Mais tarde, no livro Os Robôs do Amanhecer, o robô Daneel viria a instituir uma quarta lei: a 'Lei Zero':
  • 'Lei Zero': Um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal.
   

O Genocídio no Ruanda começou há vinte e nove anos...

(imagem daqui)
    
O Genocídio no Ruanda foi o massacre perpetrado por extremistas hutus contra tutsis e hutus moderados, no Ruanda, entre 6 de abril e 4 de julho de 1994.
   
Caveiras de vítimas mostram marcas de violência
    
Antecedentes
Distinguem-se no Ruanda dois grupos étnicos: a maioria hutu e o grupo minoritário, tutsi. Desde a independência do país da Bélgica, os seus líderes foram sempre tutsis, num contexto de rivalidade étnica que se acentuou com o tempo, dada a escassez de terras e a fraca economia nacional, sustentada pela exportação de café. Em 1989, o preço mundial do café reduziu-se em 50%, e Ruanda perdeu 40% de seus rendimentos oriundos de exportações. Nessa época, o país enfrentou a sua maior crise alimentar em cinquenta anos, ao mesmo tempo que aumentavam os gastos militares em detrimento de investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Em outubro de 1990, a Frente Patriótica Ruandesa, composta por exilados tutsis expulsos do país pelos hutus com o apoio do exército, invade o Ruanda pela fronteira com Uganda. Em 1993, os dois países firmam um acordo de paz - o Acordo de Arusha.
Cria-se em Ruanda um governo de transição, composto por hutus e tutsis.
Em 1994, as tropas hutus, chamadas Interahamwe, são treinadas e equipadas pelo exército ruandês, em meio a arengas e incitação à confrontação com os tutsis por parte da Radio Télévision Libre de Mille Collines (RTLM), dirigida pelas fações hutus mais extremistas. Essas mensagens exaltavam as diferenças que separavam ambos os grupos étnicos e, à medida que os ânimos se exaltavam, os apelos à confrontação e à "caça aos tutsis" tornaram-se mais explícitos, sobretudo a partir do mês de abril, em que se fez circular o boato de que a minoria tutsi planeava o genocídio dos hutus.
De acordo com a jornalista britânica Linda Melvern, que teve acesso a documentos oficiais, o genocídio foi planeado. No início da carnificina, a tropa ruandesa era composta por 30.000 homens (um membro por cada dez famílias) e organizados por todo o país com representantes em cada vizinhança. Alguns membros da tropa podiam adquirir espingardas de assalto AK-47 tão somente preenchendo um formulário de demanda. Outras armas, tais como granadas, nem sequer requeriam esse trâmite e foram generosamente distribuídas.
Apurou-se que o genocídio foi financiado, pelo menos parcialmente, com o dinheiro apropriado de programas internacionais de ajuda, tais como o financiados pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional como Programa de Ajuste Estrutural. Estima-se que 134 milhões de dólares foram gastos na preparação do genocídio em Ruanda — uma das nações mais pobres da terra — sendo que 4,6 milhões de dólares foram gastos somente em catanas, enxadas, machados, lâminas e martelos. Estima-se que tal despesa permitiu a distribuição de uma nova catana por cada três hutus.
Segundo Melvern, o primeiro-ministro de Ruanda, Jean Kambanda, revelou que o genocídio foi discutido abertamente em reuniões de gabinete, e uma ministra teria dito que ela era "pessoalmente a favor de conseguir livrar-se de todo os tutsis... sem os tutsis todos os problemas de Ruanda desapareceriam".
Na década de 60, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, o ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.
Pressionados pelo revanchismo, os tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados no Uganda. Mesmo refugiados, os tutsis e alguns hutus moderados organizaram-se politicamente, com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e regressar ao país. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente Patriótica Ruandense (FPR), liderada por Paul Kagame.
Na década de 1990, vários incidentes demarcavam a clara insustentabilidade da relação entre tutsis e hutus. No ano de 1993, um acordo de paz entre o governo e os membros do FPR não teve forças para resolver o conflito. O ponto alto dessa tensão ocorreu no dia 6 de abril de 1994, quando um atentado derrubou o avião que transportava o presidente Habyarimana. Imediatamente, a ação foi atribuída aos tutsis ligados ao FPR.
Na cidade de Kigali, capital da Ruanda, membros da guarda presidencial organizaram as primeiras perseguições contra os tutsis e hutus moderados que formavam o grupo de oposição política no país.
   
Evolução demográfica do Ruanda - repare-se a notável descida na primeira metade dos anos 90, provocada pelo genocídio
    
O genocídio
Em abril de 1994, após o assassinato do presidente Juvénal Habyarimana, em atentado ao avião em que viajava, o avanço da Frente Patriótica Ruandesa produziu uma série de massacres no país contra os tutsis, o que causou um deslocamento maciço da população para os campos de refugiados situados nas áreas de fronteira, em especial com o Zaire (hoje República Democrática do Congo). Em agosto de 1995, tropas do Zaire tentaram forçar o retorno desses refugiados para Ruanda. Quatorze mil pessoas foram então devolvidas a Ruanda, enquanto outras 150.000 se refugiaram nas montanhas.
Mais de 500.000 pessoas foram massacradas. Quase todas as mulheres foram violadas. Muitos dos 5.000 meninos nascidos dessas violações foram assassinados.
As atrocidades envolveram também os religiosos. Muitos clérigos de várias denominações se posicionaram a favor de sua etnia. Padres, freiras, pastores e bispos tomaram o seu partido em ambos os lados. Pelo menos 300 clérigos e freiras foram mortos por serem tutsis ou porque estavam ajudando os tutsis. Outros, da etnia hutu, apoiaram ou até mesmo colaboraram com os matadores. Um dos casos que se tornaram muito conhecidos foi o que envolveu o Dr. Gerard Ntakirutimana, médico missionário que trabalhava em um hospital da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Mungonero, e seu pai, Elizaphan Ntakirutimana, um pastor protestante. Os membros do Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenaram por unanimidade o Dr. Ntakirutimana, por genocídio e por crimes contra a humanidade. Ele foi sentenciado a 25 anos de prisão, pela morte de duas pessoas e por atirar em refugiados tutsis em vários locais. Foi condenado também por participar de vários ataques contra tutsis na Colina de Murambi e na Colina de Muyira. O seu pai, o Pastor Elizaphan Ntakirutimana, presidente da associação da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Mugonero, no oeste de Rwanda, foi condenado a 10 anos de prisão por crimes menores. O Pr. Elizaphan levou os atacantes para a Igreja Adventista de Murambi, em Bisesero, onde era pastor presidente, e ordenou a remoção do telhado do edifício, a fim de localizar os tutsis que lá estavam abrigados. O ato conduziu à morte de muitos dos que estavam no local. Ele também levou os atacantes a vários locais, para caçar os tutsis.
De acordo com a BBC, centenas de tutsis, dentre membros e pastores, que procuraram refúgio na igreja e no hospital adventista, enviaram uma carta ao Pr. Elizaphan Ntakirutimana pedindo socorro. A carta, segundo a BBC incluía a frase:
"Nós desejamos informá-lo de que amanhã seremos mortos juntamente com nossas famílias".
A resposta do Pr. Elizaphan Ntakirutimana foi de que eles deviam se preparar para morrer. As milícias hutu, segundo testemunhas, chegaram pouco tempo depois com os Ntakirutimanas. Só alguns tutsis sobreviveram a agressão. Os Ntakirutimanas disseram no tribunal que eles tinham deixado a área antes das matanças. O Pr. Elizaphan Ntakirutimana fugiu para os Estados Unidos depois do massacre, mas foi extraditado para a Tanzânia.
Outro adventista, gerente do Hotel Mille Collines, em Kigali, foi o responsável pela salvação de 1.268 tutsis e hutus, abrigando-os no hotel. Paul Rusesabagina ficou mundialmente conhecido ao ser retratado no filme Hotel Ruanda. Rusesabagina, hoje residente na Bélgica, afirma que, se não forem tomadas posturas duras contra o tribalismo em Ruanda, o genocídio poderá voltar a ocorrer, agora pelas mãos dos tutsis, "governantes" do país desde o fim da matança. Rusesabagina ficou conhecido como o Oskar Schindler de Ruanda.
    
O Tribunal Penal Internacional para o Ruanda
Em 8 de novembro de 1994, através da resolução 955 do Conselho de Segurança da ONU, foi criado o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) para julgar os principais responsáveis pelo genocídio.
O Tribunal Penal Internacional é competente para julgar somente os crimes cometidos após a sua criação, em 1 de julho de 2002. Não é portanto competente para julgar os crimes cometidos em Ruanda, durante o genocídio.
O primeiro-ministro do governo interino ruandês, Jean Kambanda, foi julgado culpado e condenado por genocídio pelo TPIR. 75% dos membros do governo interino foram presos. Vários ministros desse governo foram considerados culpados de participação no genocídio ou estão em fase de julgamento. Dois outros foram libertados. Em 2011, alguns antigos chefes militares foram considerados culpados de genocídio.
Calcula-se que 800 mil tenham sido mortas no genocídio de Ruanda.
    
   in Wikipédia

Merle Haggard morreu há sete anos (e nasceu há 86 anos)...

  
Merle Ronald Haggard (Oildale, 6 de abril de 1937 - Palo Cedro, 6 de abril de 2016) foi um cantor, compositor, guitarrista, violinista e instrumentista norte-americano. Juntamente com Buck Owens, Haggard e a sua banda, The Strangers, ajudaram a criar o Bakersfield sound, um subgénero da música country caracterizada pelo som de guitarras Fender Telecaster.
A infância de Haggard foi bastante conturbada, devido à morte de seu pai. Foi preso diversas vezes na sua juventude. Regenerou-se após lançar-se numa carreira musical de sucesso, ganhando popularidade com as suas canções sobre a classe trabalhadora. Entre os anos 60 e os anos 80, teve 38 canções "número um" em diversas listas de canções mais executadas.
Recebeu muitas honrarias e prémios pela sua música, incluindo um Prémio Kennedy (2010), um Grammy Lifetime Achievement Award (2006) e um BMI Award (2006). Faleceu dia 6 de abril de 2016 - exatamente no dia de seu 79º aniversário - no seu rancho no norte da Califórnia, de pneumonia.
 

 


Hoje é o dia do Tartan...!

 
The Declaration of Arbroath is a declaration of Scottish independence, made in 1320. It is in the form of a letter submitted to Pope John XXII, dated 6 April 1320, intended to confirm Scotland's status as an independent, sovereign state and defending Scotland's right to use military action when unjustly attacked.
Generally believed to have been written in the Arbroath Abbey by Bernard of Kilwinning, then Chancellor of Scotland and Abbot of Arbroath, and sealed by fifty-one magnates and nobles, the letter is the sole survivor of three created at the time. The others were a letter from the King of Scots, Robert I, and a letter from four Scottish bishops which all presumably made similar points.
   

  
Sean Connery at a Tartan Day celebration in Washington D.C. with members of the USAF Reserve Pipes and Drums

Tartan Day is a celebration of Scottish heritage on April 6, the date on which the Declaration of Arbroath was signed in 1320. A one-off event was held in New York City in 1982, but the current format originated in Canada in the mid 1980s. It spread to other communities of the Scottish diaspora in the 1990s. In Australasia the similar International Tartan Day is held on July 1, the anniversary of the repeal of the 1747 Act of Proscription that banned the wearing of tartan.
Tartan Days typically have parades of pipe bands, Highland dancing and other Scottish-themed events.
   

quarta-feira, abril 05, 2023

O guitarrista Mark St. John morreu há 16 anos...

(imagem daqui)
  
Mark St. John, nome artístico de Mark Norton, (Hollywood, 7 de fevereiro de 1956 - 5 de abril de 2007) foi um guitarrista norte-americano. Ele estava mais interessado em basquetebol do que em música até o final do ensino secundário, quando finalmente descobriu a sua verdadeira vocação (começou a tocar guitarra por rebeldia). Ele começou a tocar guitarra em 1972, como hobby, e entrou nos Kiss no início de 1984. Mark foi o terceiro guitarrista oficial dos Kiss, tendo substituído Vinnie Vincent (que substituiu Ace Frehley).
  
A sua espalhafatosa forma de tocar refletiu a era dos guitarristas de rock influenciados por Van Halen. Chegou a gravar o álbum Animalize, que foi um grande sucesso, numa época onde o grupo já não usava a maquilhagem pesada e as roupas que eram antes a sua marca registada, mas precisou sair logo no início da turnê do disco por causa de uma artrite grave que o atormentava. John recebeu o diagnóstico dessa doença, chamada Síndrome de Reiter, que causou inchaço nas suas mãos e braços e o impediu de tocar guitarra. Tocou em alguns shows (e apenas num show completo) e gravou apenas um vídeo com os Kiss, o popular vídeo da MTV Heaven's On Fire, e foi substituído em dezembro de 1984 por Bruce Kulick.
Após deixar os Kiss a sua condição médica melhorou e Mark St. John formou os White Tiger com David Donato, que chegou a ter uma breve passagem pelo coros dos Black Sabbath. Depois, o guitarrista gravou com Jeff Scott Soto, em 1988, e com o baterista Peter Criss (ex-Kiss), em 1990 e apareceu como orador convidado nas convenções dos Kiss. Em 2001, St. John lançou um disco instrumental intitulado Single Bullet Theory.
Nos últimos anos, o músico andava bastante afastado da ribalta e havia voltado a dar aulas de guitarra em Los Angeles.
Faleceu a 5 de abril de 2007, aos 51 anos, de hemorragia cerebral.
    

 


Sismo fraco sentido na região de Leiria


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 05.04.2023 pelas 00.19 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.6 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 6 km a Norte-Nordeste de Leiria.

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) no concelho de Porto de Mós (Leiria).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Leiria e Nazaré (Leiria).


Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados. 

 

  
in IPMA

 


Registo no Geofone de Manteigas  (23.19 UTM)

Charlton Heston morreu há quinze anos...

  

Charlton Heston, nome artístico de John Charles Carter, (Evanston, Illinois, 4 de outubro de 1923 - Beverly Hills, 5 de abril de 2008) foi um ator norte-americano notabilizado no cinema por papéis heroicos em superproduções da época de ouro de Hollywood, como Moisés em Os Dez Mandamentos, Judah Ben-Hur dem Ben-Hur, o lendário cavaleiro espanhol El Cid no filme homónimo e Robert Neville em A Última Esperança da Terra.

Nascido no estado de Illinois, viu os seus pais divorciarem-se quando tinha dez anos; com o segundo casamento de sua mãe, com Chester Heston, a família mudou para um subúrbio de Chicago e ele adotou o nome do padrasto. Na escola secundária, Charlton envolveu-se na cadeira de artes dramáticas e teve um resultado tão bom que recebeu uma bolsa em drama para fazer a universidade.
Em 1944 deixou os estudos e se alistou na força aérea do exército, onde serviu como operador de rádio de bombardeiros B-25 nas Ilhas Aleutas durante a Segunda Guerra Mundial. Atingiu a patente de sargento e casou com uma colega de faculdade.
Após a guerra, o casal voltou para Nova Iorque onde ele iniciou uma carreira de ator em teatro e começou a aparecer em papéis históricos como Macbeth e Marco António & Cleópatra. Já usando o nome de Charlton, ele fez seu primeiro papel no cinema em Dark City, em 1950, recebendo reconhecimento pela sua atuação e chamando a atenção para o seu porte.
Morreu em 5 de abril de 2008, na  sua residência de Beverly Hills, em Los Angeles, aos 84 anos. Sofria desde 2002 de uma doença degenerativa com sintomas similares aos da doença de Alzheimer. Encontra-se sepultado no Saint Matthew's Episcopal Church Columbarium, Pacific Palisades, Condado de Los Angeles, Califórnia nos Estados Unidos.
   

Herbert von Karajan nasceu há 115 anos...

     
Heribert Ritter von Karajan (Salzburgo, 5 de abril de 1908Anif, 16 de julho de 1989), mais conhecido por Herbert von Karajan, foi um maestro da Áustria e um dos maestros de maior destaque do período pós-guerra. Passou 35 anos de sua vida à frente da Orquestra Filarmónica de Berlim.
O seu estilo na regência foi marcado pelo perfeccionismo, intensidade, introversão e exibicionismo.
    

 


Agnetha Faltskog, cantora dos ABBA, faz hoje 73 anos

   
Agneta Åse Fältskog (Jönköping, 5 de abril de 1950) é uma cantora e compositora sueca, ex-integrante do grupo de música pop ABBA, entre 1972 e 1982.
   
     

 


Xana, a vocalista dos Rádio Macau, celebra hoje 58 anos

(imagem daqui)
   
Alexandra Margarida Moreira do Carmo (Lisboa, 5 de abril de 1965), conhecida simplesmente como Xana, é uma cantora portuguesa, vocalista da banda Rádio Macau.
Durante os diversos interregnos da sua banda, Xana gravou dois álbuns a solo.
Em 1995 Xana é convidada por Manuel Faria a participar na compilação de Natal "Espanta Espíritos" com o tema original "Final do Ano (Zero a Zero)".
Foi namorada do Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, durante alguns anos.
Licenciou-se em Filosofia, fazendo depois o doutoramento com o tema: A obra de arte na fenomenologia, a partir de Henry Maldiney.
   
    
Discografia 
  
A solo
  • 1994 - As Meninas Boas Vão para o Céu, as Más para Todo o Lado (BMG)
  • 1998 - Manual de Sobrevivência (NorteSul)
  
Com os Rádio Macau
  • 1984 - Rádio Macau
  • 1986 - Spleen
  • 1987 - O Elevador da Glória
  • 1989 - O Rapaz do trapézio voador
  • 1992 - A Marca amarela
  • 2000 - Onde o tempo faz a curva
  • 2001 - A Vida num só Dia - Best Of (1984 - 2001) (compilação)
  • 2003 - Acordar
  • 2004 - Grandes Êxitos (compilação)
  • 2005 - Disco pirata (reedição)
  • 2008 - 8
  
Colaborações
   

 


O poeta Carlos Queirós nasceu há 116 anos...

  
José Carlos de Queirós Nunes Ribeiro, ou simplesmente Carlos Queirós (Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de abril de 1907Paris, 27 de outubro ou 28 de outubro de 1949) foi um poeta português.
Poeta do segundo modernismo Português, identificado como um dos grandes nomes da revista Presença.
Desempenhou um importante papel na ligação entre o primeiro modernismo português da geração da revista Orpheu e o segundo modernismo da Presença. É Carlos Queirós, que por volta de 1927 estabelece a ligação entre Pessoa e a revista coimbrã Presença, dirigida por Gaspar Simões, José Régio e Branquinho da Fonseca, no qual Pessoa veio a publicar diversos textos. Foi no número 5 da Presença (1927) que Carlos Queirós, juntamente com Fernando Pessoa e Almada Negreiros, iniciou a sua participação neste periódico.
David Mourão-Ferreira, no prefácio do primeiro volume da Obra Poética de Carlos Queirós, refere que entre 1927 e 1937, ano em que Carlos Queirós deixou de colaborar com a Presença, terá publicado, nas edições que vão do n.º 5 ao n.º 49, cerca de 49 poemas e ainda dois textos em prosa, constituindo-se como um dos nomes de referência e de continuidade desta publicação.
É Carlos Queirós, num número especial da revista Presença, de homenagem a Fernando Pessoa, que dá a conhecer os amores de Fernando Pessoa por Ophélia Queiroz, a sua tia, publicando nesse número diversas cartas de amor de Pessoa escritas a Ofélia.
A participação literária de Carlos Queirós não se circunscreveu somente à celebre revista Presença. Publicou em diversas revistas e folhas literárias, tendo uma obra poética espalha por diversos periódicos: revista Ocidente, revista Atlântico, Revista de Portugal, revista Momento, revista Aventura, revista Vamos Ler e revista Litoral esta última dirigida pelo próprio.
Carlos Queirós publicou dois livros em vida o primeiro, intitulado Desaparecido, em 1935, tendo à data o poeta 28 anos de idade e que foi alvo dos maiores elogios. Destaca-se a crítica publicada por Pessoa na Revista de Portugal. Pessoa escreve no primeiro parágrafo do seu texto crítico:
  
A beleza do livro começa pelo livro. A edição é lindíssima. A beleza do livro continua pelo livro fora; os poemas são admiráveis.  
Mais à frente, no seu texto, Pessoa prossegue:  
Não se pode dizer deste livro o que é vulgar dizer-se, elogiosamente, de um primeiro livro, sobretudo de um jovem - que é uma bela promessa. O livro de Carlos Queirós não é uma promessa, porque é uma realização.
in Revista de Portugal, n.º 2 Coimbra, janeiro de 1938
 

O segundo livro publicado em vida foi Breve Tratado de Não Versificação, editado em 1948.

Entre 1945 e 1949, colaborou com Victor Buescu na tradução para português de uma selecção da obra poética de Mihai Eminescu, que veio a lume apenas em 1950.

A obra poética de Carlos Queirós, pouco divulgada, está atualmente editada em dois livros pela Editora Ática. O primeiro livro tem como data de publicação 1984, intitula-se Desaparecido – Breve Tratado de Não Versificação, sendo a compilação dos dois livros publicados em vida por Carlos Queirós. O segundo livro tem como data de publicação 1989 e intitula-se Epístola aos Vindouros e Outros Poemas, sendo constituído por uma coletânea de poemas dispersos, por diversas publicações da época e alguns inéditos recolhidos por David Mourão-Ferreira, com a ajuda de uma das filhas do poeta.
 
Casou com Guilhermina Maria Correia Manoel de Aboim Borges (Loures, Loures, 20 de dezembro de 1907 - Lisboa, 18 de outubro de 1975), sobrinha materna do 1.º Visconde de Idanha e sobrinha-neta do 1.º Visconde de Vila-Boim, de quem teve quatro filhas.
    

 

Desaparecido


Sempre que leio nos jornais:
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.

Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.

Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto do arrependimento.

Eu, que pudesse, enfim, ser eu!
- Livre o instinto, em vez de coagido.
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Eu, o feliz desaparecido!


in Desaparecido (1935) - Carlos Queirós

 

Bette Davis nasceu há 115 anos



  
Ruth Elizabeth "Bette" Davis (Lowell, 5 de abril de 1908 - Neuilly-sur-Seine, 6 de outubro de 1989), foi uma atriz dos Estados Unidos de cinema, televisão e teatro, conhecida por sua vontade de interpretar personagens antipáticas, ela era venerada por suas atuações numa variada gama de géneros cinematográficos; de melodramas policiais, filmes de época e comédias, embora os seus maiores sucessos tenham sido romances dramáticos.
  

Carlos Guastavino nasceu há cento e onze anos

  
Aluno de Manuel de Falla, é considerado como um dos maiores compositores argentinos do século XX, tendo produzido mais de 500 obras, na sua maioria canções para piano e voz, muitas ainda não publicadas. Conhecido como "o Schubert das Pampas", o seu estilo era um tanto conservador, sempre tonal e romântico. As suas composições foram claramente influenciadas pela música folclórica argentina.
Algumas das suas canções, como Pueblito, mi pueblo, La rosa y el sauce e Se equivocó la paloma, fizeram grande sucesso no seu país. Ao contrário de muitos compositores, Guastavino obtinha suficiente remuneração de seus direitos de autor e de performance, não necessitando de outro ofício a não ser o de compositor.