segunda-feira, fevereiro 03, 2014

O cineasta português João César Monteiro morreu há 11 anos

(imagem daqui)

João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).


Eduardo Mondlane, o primeiro líder da FRELIMO, foi assassinado há 45 anos

(imagem daqui)

Eduardo Chivambo Mondlane (Manjacaze, Gaza, 20 de junho de 1920 - Dar es Salaam, 3 de fevereiro de 1969) foi um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.

Vida e obra
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou inicialmente numa missão presbiteriana suíça próxima de Manjacaze, mas viria a terminar os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul. Após ter sido expulso, na sequência da subida ao poder do Partido Nacional, da Universidade de Witwatersrand, onde cursava Antropologia e Sociologia, seguiu estudos, usufruindo de uma bolsa, na Universidade de Lisboa. Aí conheceu outros estudantes que viriam a ser os líderes dos movimentos nacionalistas e anticoloniais de vários países africanos, como Amílcar Cabral e Agostinho Neto. Terminaria os estudos nos Estados Unidos, frequentando o Oberlin College (Ohio) e a Northwestem University (Evaston, Illinois) e vindo a obter o doutoramento em Sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque. Nessa altura (década de 50), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às suas colónias africanas.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu de que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique African National Union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere – a FRELIMO foi de facto criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente, com Uria Simango como Vice-Presidente.



Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
A luta armada foi desencadeada em 25 de setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha e Lázaro Nkavandame, que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por desertar, em 1969, pouco depois da morte de Mondlane.
Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos jovens da sua província (Tete) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em março de 1968, verificou-se um motim, seguído pelo abandono quase maciço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em maio, uma multidão de macondes invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, Mateus Sansão Muthemba - exigiam a independência imediata de Cabo Delgado. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na Tanzânia, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa, em julho de 1968.
Nesse congresso - o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas de parte dela.
Eduardo Mondlane morreu a 3 de fevereiro de 1969, ao abrir uma encomenda que continha uma bomba, na casa de uma ex-secretária sua, Betty King. Suspeita-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques, pela PIDE/DGS, a polícia secreta portuguesa, mas como chegou às suas mãos e por que foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro, "Lutar por Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.

Há 55 anos este foi o dia em que a música morreu...

Monumento erguido no local do acidente

A 3 de fevereiro de 1959, um avião de pequeno porte caiu próximo a Clear Lake, Iowa, matando três músicos dos Estados Unidos de rock and roll: Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. "The Big Bopper" Richardson, assim como o piloto Roger Peterson. Este dia seria definido, posteriormente, por Don McLean, na sua canção "American Pie", como "o dia em que a música morreu" – The Day the Music Died.
  
Antecedentes
Os músicos estavam juntos na turnê "The Winter Dance Party", projetada para cobrir vinte e quatro cidades do centro-oeste dos Estados Unidos em apenas três semanas, de 23 de janeiro a 15 de fevereiro de 1959. Um dos problemas logísticos era o tempo gasto durante as viagens, pois a distância entre os locais dos concertos não foi considerado quando cada um deles foi agendado. Outro era o autocarro usado para transportar os músicos, não preparado para enfrentar o inverno. O seu sistema de aquecimento avariou pouco depois do início da turnê, e como consequência, o baterista de Holly, Carl Bunch, desenvolveu um caso grave de congelamento nos pés, tendo de ser internado num hospital. Enquanto ele se recuperava, Buddy Holly e Ritchie Valens revezavam-se na bateria.
O The Surf Ballroom em Clear Lake, Iowa, não estava agendado para ser a próxima parada da turnê, mas seus organizadores, esperando incluir mais datas, entraram em contato com Carroll Anderson, gerente do local, que aceitou a proposta. O show foi marcado para uma segunda-feira, 2 de fevereiro.
Ao chegar no local, Buddy Holly, frustrado com o autocarro de viagem, disse a seus colegas de banda que, terminado o show, ele tentaria fretar um avião para alcançar a próxima paragem da turnê, a cidade de Moorhead, em Minnesota. Holly também estaria incomodado por não ter mais camisolas, meias e cuecas limpas. Ele precisaria lavar as suas roupas antes do próximo concerto, mas a lavandaria local estava fechada naquele dia.
Ele conseguiu então combinar um vôo com Roger Peterson, um piloto de 21 anos que trabalhava para a Dwyer Flying Service na cidade vizinha de Mason City. Uma taxa de 36 dólares por passageiro foi acertada para que Peterson levasse Holly e mais dois acompanhantes até Fargo no seu Beechcraft Bonanza, modelo B35, fabricado em 1947.
Uma das vagas foi oferecida a Dion DiMucci, vocalista do grupo Dion and the Belmonts, mas ele decidiu que não gastaria os 36 dólares da passagem pois aquele era o mesmo valor que seus pais pagavam pelo aluguer de um apartamento, e sendo assim ele sentiu que não poderia justificar a extravagância de gastar aquele valor. Os dois assentos ficariam então com Waylon Jennings e Tommy Allsup, músicos que acompanhavam Holly na sua recém-iniciada carreira a solo.
J.P. Richardson, que contraíra gripe durante a turnê, pediu a Jennings que lhe cedesse o seu lugar no avião. Jennings concordou, e quando Holly ficou sabendo do acordo, brincou: "Bom, espero que esse seu autocarro velho congele". Jennings, também em tom de brincadeira, respondeu: "E eu espero que o seu avião velho caia". Este diálogo perseguiria Jennings pelo resto de sua vida.
Ritchie Valens, que nunca viajara de avião antes, pediu pelo lugar de Tommy Allsup, que respondeu que isso seria decidido em um jogo de cara ou coroa. Bob Hale, radialista da KRIB-AM, estava trabalhando no concerto como DJ naquela noite, e jogou a moeda pouco antes dos músicos partirem para o aeroporto. Valens venceu, ganhando o assento no avião.

Acidente
O avião descolou por volta de 00.55 (hora local). Pouco depois de 01.00 da manhã, Hubert Dwyer, piloto comercial e dono da aeronave, observando de uma plataforma do lado de fora da torre de controle, viu a luz de cauda do avião descer gradualmente até desaparecer de vista.
Peterson havia dito a Dwyer que passaria o seu plano de vôo à torre de controle por rádio depois da descolagem. Como ele não se comunicou com os controladores, Dwyer pediu que eles tentassem entrar em contato com a aeronave, mas não obtiveram resposta.
Às 03.30 da manhã, quando o Aeroporto Hector em Fargo, Dakota do Norte, informou não ter recebido qualquer sinal do Bonanza, Dwyer contactou as autoridades e declarou a aeronave como desaparecida.
Por volta das 09.15 da manhã, Dwyer descolou de outro avião de pequeno porte para seguir a rota planeada por Peterson. Pouco tempo depois, ele visualizou os destroços do Bonanza numa plantação de milho pertencente a Albert Juhl, situada oito quilómetros a noroeste do aeroporto.
A aeronave estava num ângulo levemente descendente e inclinada para a direita quando atingiu o solo a 270 quilómetros por hora. Ela capotou e derrapou por mais 170 metros na terra congelada, antes de que a massa retorcida do avião batesse contra uma cerca de arame farpado, nas cercanias da propriedade de Juhl. Os corpos de Holly e Valens caíram próximos do avião, Richardson foi arremessado através da cerca e ficou dentro da plantação de milho do vizinho de Juhl, Oscar Moffett, enquanto Peterson ficou preso na cabine. Carroll Anderson, o gerente do Surf Ballroom que levara os músicos ao aeroporto da cidade vizinha e presenciara a descolagem do avião, foi o primeiro a identificar as vítimas.
Autópsias posteriores indicaram que todos os quatro morreram instantaneamente com o impacto. O laudo do legista detalhou os ferimentos múltiplos sofridos por Holly, demonstrando como ele morreu na queda:
Cquote1.svg O corpo de Charles H. Holley estava vestido em uma jaqueta amarela de material semelhante a couro, com as costuras na parte das costas rasgadas em quase toda sua extensão. O crânio foi partido no meio da testa, com o dano estendendo-se ao cérebro. Aproximadamente metade do tecido cerebral estava ausente. Havia sangue em ambos os ouvidos, e a face mostrava diversos cortes. A consistência do tórax estava mole devido a extensivo esmagamento da estrutura óssea. Ambas as pernas apresentavam fraturas múltiplas. Cquote2.svg
Investigações concluíram que o acidente foi provocado por uma combinação de mau tempo e erro humano. Peterson, operando em voo por instrumentos, ainda estava sendo testado nesta especialidade, não sendo habilitado para pilotar em condições climáticas não visuais, que requeriam que operação da aeronave fosse feita apenas por orientação dos instrumentos. O inquérito final da Civil Aeronautics Board observou que Peterson havia sido treinado em aeronaves equipadas com horizonte artificial, não tendo portanto experiência com o pouco comum giroscópio indicador de altitude Sperry F3 utilizado no Bonanza. Para piorar a situação, os dois instrumentos indicavam o eixo de uma aeronave de maneira exatamente oposta ao habitual; isso levou os investigadores a concluírem que Peterson pode ter pensado que estava subindo quando estava, de facto, descendo. Eles também descobriram que o piloto não recebeu os alertas adequados sobre as condições climáticas, o que, dado seus conhecimentos limitados, poderia tê-lo feito adiar o voo.

Há 48 anos a sonda soviética Luna 9 chegou à Lua e mostrou como esta era...

A Luna 9, também conhecida como Luna E-6M No.1, foi a designação de uma sonda soviética do Programa Luna usando a plataforma E-6M, com o objetivo de efetuar uma alunagem suave na Lua.
Depois de um lançamento bem sucedido em 31 de janeiro de 1966, ela efetuou as correções de curso necessárias, acionou os retrofoguetes conforme o planeado e tornou-se a primeira nave espacial a efetuar uma alunagem suave na superfície da Lua, a 3 de fevereiro de 1966.

A sonda
A nave espacial era baseada na plataforma E-6M, uma versão melhorada e reforçada (desenvolvida pelo escritório Lavochkin), em relação à anterior. Pesando 1.583 kg no total, o módulo de aterragem possuía uma esfera de aço no topo, pesando 99 kg. Essa esfera era recoberta por bolsas infláveis pouco antes do pouso e libertada a cerca de cinco metros de altura, momentos antes de o módulo de aterragem/alunagem tocar o solo. Essa esfera, hermeticamente fechada, possuía no seu interior equipamento de rádio comunicação, dispositivos temporizadores, sistema de controle de temperatura, instrumentos científicos e um sistema de transmissão de imagens de televisão.

Lançamento e percurso
A Luna 9 foi lançada por um foguete Molniya-M (8K78M) as 11:45:00 UTC de 31 de janeiro de 1966, a partir da plataforma 31/6 do Cosmódromo de Baikonur. Depois de um lançamento bem sucedido e de ter atingido uma órbita de espera de 168 por 219 km e 51,8° de inclinação, a parte superior do foguete, um Bloco-L, reiniciou e ela foi colocada em trajetória de injeção translunar (uma órbita elíptica alta com 500.000 km de apogeu).
Depois disso, a sonda iniciou um processo de rotação sobre o próprio eixo a 0.67 rpm, usando jatos de azoto. Em 1 de fevereiro, às 19.29 horas UTC, uma correção de curso foi efetuada, envolvendo o acionamento de um dos motores durante 48 segundos.
 
A esfera de recolha de dados e imagens da Luna 9
 
Descida e alunagem
A uma distância de 8.300 km da Lua, a sonda foi orientada para acionar os seus retrofoguetes e a sua rotação parou, para preparação para o pouso. A 25 km da superfície lunar, o radioaltímetro comandou o abandono dos módulos laterais, o enchimento das bolsas de ar, e um novo acionamento dos retrofoguetes. A 250 m da superfície, o retrofoguete principal foi desligado e os quatro retrofoguetes auxiliares foram usados para diminuir a velocidade. A aproximadamente 5 m acima da superfície lunar, um sensor de contacto tocou o solo e comandou o desligar dos motores e a ejeção da cápsula de pouso. A nave "pousou" a 22 km/h de velocidade.
A esfera de pouso, bateu e rolou algumas vezes antes de parar a oeste das crateras Reiner e Marius, num lugar com as coordenadas aproximadas de 7.08 N, 64.37 W, da região conhecida como Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas, em português), às 18.45.30 UTC do dia 3 de fevereiro de 1966, 3 dias, 8 horas, 3 minutos e 15 segundos após o seu lançamento.
A Luna 9, foi o primeiro objeto feito pelo homem a pousar num outro corpo celeste. Foi a décima segunda tentativa da União Soviética em efetuar um pouso suave na Lua; também foi a primeira sonda espacial bem sucedida produzida pelo escritório de projetos Lavochkin, que passou a ser o responsável por praticamente todas as sondas lunares e interplanetárias soviéticas (depois russas). Todas as operações antes da alunagem, correram sem falhas. Aproximadamente cinco minutos depois do alunagem, a Luna 9 começou a transmitir dados para a Terra, mas somente depois de 7 horas, quando o Sol atingiu 7° de elevação, a sonda começou a enviar a primeira de nove imagens (incluindo cinco panorâmicas) da superfície da Lua. Essas foram as primeiras imagens transmitidas da superfície de um outro corpo celeste.
 
Operação na superfície Aproximadamente 250 segundos depois do pouso, as quatro "pétalas" que cobriam a parte superior da sonda esférica abriram e estabilizaram-na na superfície lunar. As antenas assumiram sua posições operacionais e o sistema de espelhos rotativos da câmara de televisão iniciaram o varrimento do ambiente lunar. Sete sessões de rádio, totalizando 8 horas e 5 minutos, foram transmitidas, assim como três séries de imagens de TV. Depois de editadas, as fotografias forneceram uma visão panorâmica da superfície lunar nas vizinhanças do local de pouso, incluindo rochas e o horizonte, a cerca de 1,4 km.
As imagens da Luna 9, não foram mostradas imediatamente pelas autoridades soviéticas. No meio tempo, os cientistas do observatório Jodrell Bank,  na Inglaterra, que estava monitorizando a nave espacial, notaram que o formato dos sinais utilizados por ela era o mesmo usado internacionalmente pelos jornais da época para transmitir fotografias. O Daily Express apressou-se a obter um receptor para o observatório, e as fotografias da Luna 9 foram descodificadas e publicadas em todo o Mundo. A BBC News especulou que os projetistas da nave deliberadamente equiparam a sonda com equipamentos de acordo com o padrão comercial da época, para permitir a recepção das imagens pelo observatório Jodrell Bank.
O detector de radiação, o único instrumento a bordo, mediu uma dosagem de 30 milirads (0,3 miligrays), por dia. A missão também constatou que um foguetão não iria afundar no solo lunar; que o solo podia suportar um módulo de aterragem pesado. A última transmissão da sonda foi recebida no dia 6 de fevereiro de 1966, às 22.55 horas UTC, quando se perdeu contacto com a superfície lunar.

domingo, fevereiro 02, 2014

Sid Vicious morreu há 35 anos...

Sid Vicious (nome artístico de John Simon Ritchie-Beverly, Londres, 10 de maio de 1957 - Nova Iorque, 2 de fevereiro de 1979) foi um músico inglês, conhecido por tratar-se de um ícone da cultura punk, baixista da banda Sex Pistols.
Sid Vicious, antes de entrar para a banda Sex Pistols, era o baterista dos Siouxsie & The Banshees. Também foi o vocalista da banda The Flowers of Romance.
  
Infância
Sid Vicious nasceu a 10 de maio de 1957, em Londres. Batizado como John Simon Ritchie, era filho de um ex-guarda, John Ritchie, e de Anne Randall, uma hippie, o que o deixava à vontade. Alguns consideravam-no um pouco problemático desde pequeno, sentia falta de atenção e fazia de tudo para que todos olhassem para ele. A família morava em Lee Green e o seu pai abandonou Anne logo após o seu nascimento.
Com 3 anos, John foi com a mãe para Ibiza (ilha espanhola) com a ajuda financeira do pai. Anne vendia drogas para sobreviver e, após perder o apoio financeiro do "ex", foi obrigada a voltar para a Inglaterra com John.
Após o regresso de Ibiza, John e a mãe não tiveram uma residência fixa e a mãe acabou casando com Christover Beverly, que morreu 6 meses depois, antes mesmo de adotar a criança. Em 1971 (ou 1974 - varia conforme a fonte) John mudou-se para Hackney (com ou sem a mãe, também varia de acordo com a fonte). Segundo o que se conta, o garoto foi estudar fotografia e arte e nessa época já tinha tido empregos temporários e já tinha vendido LSD em concertos, para ajudar a mãe.

O encontro com Johnny Rotten
Em Hackney (bairro no nordeste de Londres), John conheceu John Joseph Lydon (que mais tarde se tornou Johnny Rotten), John Wardle e John Gray, formando "o bando de Johns". Nessa época, ficou bastante amigo de John Lydon e já eram considerados estranhos, pois ele pintava os cabelos, influenciado por David Bowie.
Antes de ser Sid Vicious, John eram chamado de Sly e acabou trocando seu apelido após levar uma mordida do roedor de John Lyndon, Sydney, e chamá-lo de perverso (vicious significa perverso em inglês - daí surgiu o nome Sid Vicious).
Sid e John andavam sempre estranhos e Sid inspirava-se muito em David Bowie. John não aguentava mais o fanatismo religioso da família e fugiu de casa, levando Sid com ele.
Abandonando a escola, Sid e o amigo passaram por diversos "squats" (prédios abandonados que são invadidos por jovens, e que passaram a ficar conhecidos por se tornarem centros culturais e de encontros promovidos por punks) e acabaram ficando no apartamento de Linda Ashby, uma prostituta lésbica amiga deles.

Formação dos Sex Pistols
Nessa época, Sid vivia sem emprego fixo e a suas ideias anarquistas começavam a surgir. A vida era difícil e, noutro canto da cidade, Malcom McLaren teve a brilhante ideia de criar uma banda (os Sex Pistols) para divulgar sua loja, a Sex, onde vendia roupas para interessados no rock e acessórios considerados "estranhos", que atraiam jovens como Sid e John.
Um dia, Sid e John chamaram a atenção de McLaren na Sex, pelo seu cabelo vermelho e estilo estranho. Os Sex Pistols precisava de um vocalista e Malcon convenceu Lydon a tentar preencher o cargo.
Foi cantando com uma jukebox a música "I'm Eighteen", de Alice Cooper que Lydon se tornou oficialmente vocalista da banda punk e Sid, que acompanhava de perto, se apaixonou de vez pelo estilo.
Sid substituiu David Bowie pelo estilo punk, que cada vez mais crescia, e, no primeiro festival punk, o 100 Club, em Oxford Street, apareceu como baterista da banda Siouxsie & The Banshees. O festival contava com outras bandas, tais como: Subway Seet, The Clash e os próprios Sex Pistols. Mesmo nunca tendo tocado bateria, Sid impressionou com a sua performance, que durou pouco, pois a banda foi criada apenas para o evento. Após a bateria, Sid arriscou-se e passou a vocalista da banda The Flowers of Romance, que também durou pouco.
Os Sex Pistols cresceram mas havia constantes disputas entre Johnny Rotten (Lydon já havia adquirido o novo nome nessa época) e o baixista Glen Matlock - que segundo o que dizem, era o único da banda que realmente sabia tocar.

Sex Pistols
Sem Matlock, Malcom foi atrás de Vicious para assumir a vaga de baixista. Sid não sabia tocar mas compensava com o seu estilo e aparência, o mais importante da banda. Em março de 1977, Sid entra para os Pistols e recusa a ajuda de Matlock para aprender a tocar baixo.
Como Sid não sabia tocar baixo, Jones (o guitarrista da banda) teve que ajuda-lo em todas as músicas do álbum da banda, com exceção de "Anarchy in the UK" que o Glen Matlock (baixista original da banda) gravou.
Mesmo que não tivesse nenhum senso sobre como tocar, Sid era uma imagem publicitária enorme para os Pistols e eles fecham um contrato com a A&M Records. Como a festa de comemoração do novo contrato acabou em muita disputa e pancadaria (bem ao estilo deles), pelo que a A&M cancelou tudo e eles ficaram novamente sem gravadora.
Com os problemas causados pelas letras polémicas e desrespeito pelas regras impostas pelo país e pela Rainha da Inglaterra (eles foram proibidos de tocar em território inglês, pelo que fizeram um show num barco, sob as águas da Inglaterra) e foram parar à cadeia. Eles começaram a ser obrigados a tocar escondidos e a palavra "bollocks" no encarte de seu disco (Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols) fez com que ele fosse retirado das lojas.
Para a felicidade de McLaren, os Sex Pistols deixavam notícias por onde passavam. Porém, além de alguns problemas envolvendo Sid e Nancy, as disputas entre os integrantes fez com que a banda finalmente acabasse, em 1978, em São Francisco após a turnê americana.
Os outros integrantes dos Pistols nunca gostaram de Sid, pois achavam-no um idiota.

Sid e Nancy
Em novembro de 1977, Sid conheceu Nancy Spungen, por quem se apaixonou. Nancy era uma drogada que tentara a vida como prostituta em Nova York e que acabou apelidada de groupie, por se aproximar de vários astros do rock. Ninguém gostava dela, então ela arriscou a sua sorte em Inglaterra e foi parar ao apartamento da sua amiga Linda, o mesmo de Sid e Johnny, na época em que Sid entrou para os Sex Pistols.
Nancy já era viciada em heroína, enquanto Sid ainda era virgem. Começaram a namorar, e Sid pediu a Nancy que lhe desse heroína, afirmando que já sabia usar. Passou o dia inteiro a vomitar.
Nancy dividia um colchão com Sid no apartamento. Ela relata que lhe tirou a virgindade e o encantou.
Sid uniu-se a ela e aos seus amigos e se viciaram juntos na heroína (ele já tinha a filosofia de vida de viver intensamente e morrer jovem). Ele usava liamba e anfetaminas apenas para se divertir.
Os amigos de Sid tentaram ajudá-lo a sair da situação. Eles achavam que afastá-lo de Nancy seria a solução. Malcon, sem sucesso, tentou sequestrá-la, mas apenas conseguiu mantê-la fora da turnê americana. De qualquer forma, Sid bebia e falava de Nancy o tempo todo durante a turnê, o que comprova que a sua vontade era estar com Nancy.
Após o fim da banda, Sid foi morar com Nancy em Nova York, no hotel Chelsea. Spungen tornou-se a sua manager em 1978. Chegou um momento em que Sid estava convencido de que ele era a alma da banda e que poderia muito bem seguir numa carreira a solo. Até fez uma versão da música My Way (de Paul Anka), mas não foi muito longe. A carreira a solo de Sid fracassou completamente e todo o dinheiro que conseguia era destinado ao vício em heroína.

A morte de Nancy
Vicious e a namorada tinham constantes disputas e, em 12 ou 13 de outubro, varia conforme a fonte, ele encontrou a sua namorada morta na casa de banho, com uma facada no abdómen, no quarto nº100 onde moravam. Uma das histórias, diz que Sid estava drogado e a matou. Outra versão, envolve dinheiro desaparecido durante o assassinato e conta que Nancy foi assassinada por um traficante que vivia no apartamento. A terceira versão da história diz que Nancy, drogada, se matou. Ela não esperava nada da vida e eles tinham feito um pacto de suicídio.
Sid foi preso acusado de assassiná-la e, arrasado, tentou se matar várias vezes na cadeia. Enquanto esteve lá, Sid escreveu poesias e músicas para Nancy.
Juntando 30 mil dólares, a gravadora pagou a fiança e Sid foi libertado. Dizem que ele era um bom compositor e que as letras escritas na prisão nunca foram gravadas.
  
A recuperação de Sid e a sua morte
Após ser libertado, Sid começa a namorar Michelle Robinson e, mesmo estando com ela, ele envolveu-se com a namorada do irmão de Patti Smith, Todd Smith. A história acaba com uma luta e Sid agridiu Todd com uma garrafa de cerveja no rosto. Sid regressa à cadeia e mais uma vez sob fiança, sai de lá após 55 dias, com liberdade condicional.
Todos acreditavam na desintoxicação de Sid mas, após uma festa de homenagem pela sua libertação, na casa da sua mãe, ele fechou-se na casa de banho e injetou uma grande dose de heroína. Foi achado morto, deitado de costas na cama do apartamento de Michelle Robinson, na manhã de 2 de fevereiro de 1979, aos 21 anos, de overdose de heroína. Acredita-se que Sid havia roubado a droga à própria mãe (que tinha ido para a prisão por posse de drogas). Uma das últimas pessoas que estiveram com ele naquela noite foi Jerry Only o baixista do Misfits.
Após a morte, a sua mãe encontrou na sua jaqueta uma carta de suicida, que dizia:
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We had a death pact, and I have to keep my half of the bargain. Please bury me next to my baby in my leather jacket, jeans and motorcycle boots. Goodbye.
(Nós fizemos um pacto de morte, e eu tenho que manter a minha parte do acordo. Por favor, enterrem-me ao pé do meu amor com a minha jaqueta, jeans e botas de motard. Adeus.)
Cquote2.svg
- Sid Vicious
Pelo facto de Nancy ser judia e ter sido enterrada em cemitério israelita, Vicious não foi autorizado a ser enterrado próximo de Nancy. Ele foi cremado e conta-se que a sua mãe perdeu parte de suas cinzas no aeroporto de Heathrow e depositou o resto no túmulo de Nancy, contrariando as autoridades judaicas.
O seu romance com Nancy tornou-se a versão de Romeu e Julieta no mundo punk.




Chico Science morreu há 17 anos

Francisco de Assis França, mais conhecido pela alcunha de Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966 - Recife, 2 de fevereiro de 1997) foi um cantor e compositor brasileiro, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, tendo a sua carreira sido precocemente encerrada por um acidente de carro numa das vias que ligam Olinda ao Recife. Os seus dois álbuns foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone, elaborada a partir de uma votação com 60 jornalistas, produtores e estudiosos de música brasileira: Da Lama ao Caos na 13ª posição e Afrociberdelia em 18° lugar. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Chico Science em 16ª lugar.


Dmitri Mendeleiev morreu há 107 anos

Dmitri Ivanovich Mendeleev, também grafado Mendeleiev, (Tobolsk, 8 de fevereiro de 1834 - São Petersburgo, 2 de fevereiro de 1907), foi um químico russo, criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos, prevendo as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.

O cineasta português João César Monteiro nasceu há 75 anos

(imagem daqui)

João César Monteiro Santos (Figueira da Foz, 2 de fevereiro de 1939 - Lisboa, 3 de fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual - Veredas e Silvestre -, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela).

Biografia
Pertencia a uma família da burguesia rural, anticlerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para prosseguir os estudos liceais, transfere-se com a família para Lisboa, a capital do Império, tendo estudado no Colégio Moderno, de onde seria expulso.
É dos poucos cineastas associados ao movimento do novo cinema que não prossegue estudos universitários. A propósito, o seu alter-ego, no filme Fragmentos de um Filme Esmola (1973), explica-se assim: A escola é a retrete cultural do opressor.
Começa a trabalhar como assistente de realização de Perdigão Queiroga. Em 1963, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vai para a Grã-Bretanha estudar na London School of Film Technique. De volta a Portugal, em 1965, inicia a rodagem do que viria a ser a sua primeira obra: Quem espera por sapatos de defunto morre descalço. O filme só será concluído cinco anos depois, como média-metragem.
A sua obra, polémica e dificilmente classificável, caracteriza-se pelo lirismo, em forma de filmes-poema. A sua veia satírica como realizador tem sido objecto de estudo para portugueses e estrangeiros, críticos e académicos. João César Monteiro, que tem sérios detractores, é conhecido como um dos mais importantes realizadores portugueses.
Morreu de cancro em 2003.
  
Filmografia
Curtas e médias-metragens  
Como produtor  
Como actor
  • Vai e Vem (2003)
  • As Bodas de Deus (1999)
  • Le Bassin de J.W. (1997)
  • A Comédia de Deus (1995)
  • O Bestiário ou o Cortejo de Orpheu (1995)
  • Lettera Amorosa (1995)
  • Passeio com Johnny Guitar (1995)
  • Rosa Negra, de Margarida Gil (1992)
  • Paroles, de Anne Benhaïem (1992)
  • Conserva Acabada (1990)
  • Recordações da Casa Amarela (1989)
  • Relação Fiel e Verdadeira, de Margarida Gil (1989)
  • Doc's Kingdom, de Robert Kramer (1987)
  • À Flor do Mar (1986)
  • A Estrangeira, de João Mário Grilo (1983)
  • Amor de Perdição, de Manoel de Oliveira (1979)
Escritos 
Livros
  • Corpo Submerso (ed. Autor, 1959)
  • Morituri te Salutant (& etc, 1974)
  • Le Bassin de John Wayne/As Bodas de Deus (& etc, 1998)
  • Uma Semana Noutra Cidade (& etc, 1999)
 
Revistas e jornais
  • Imagem
  • O Tempo e o Modo
  • A República
  • Diário de Notícias
  • Trafic
  • Les Cahiers du Cinéma
  • O Cinéfilo
  • & ETC.


Giovanni Pierluigi da Palestrina morreu há 420 anos

Palestrina (Itália) - estátua dedicada ao grande mestre na cidade que lhe deu o nome

Giovanni Pierluigi da Palestrina (Palestrina, 3 de fevereiro de 1525 - Roma, 2 de fevereiro de 1594) foi um compositor italiano da Renascença. Ele era o mais famoso no século XVI, representante da Escola Romana. Palestrina teve uma grande influência sobre o desenvolvimento da música sacra na Igreja Católica Apostólica Romana.

Biografia
Giovanni Pierluigi da Palestrina terá nascido, como o próprio nome indica, em Palestrina (arredores de Roma), por volta do ano de 1525. O seu talento musical manifestou-se no final da infância, vindo, por isso, a estudar música, em 1537, como pequeno cantor, na escola da Basílica de Santa Maria Maior, retornando à sua cidade natal em 1544 como organista.
Pierluigi não é um segundo nome de batismo, e sim a primeira parte do duplo apelido (Pierluigi, e da Palestrina).
Em 1550, o bispo de sua cidade foi eleito papa, com o nome de Júlio III. Este convidou-o para segui-lo, em Santo Sólio, em 1551, onde foi nomeado mestre da Capela Giulia e cantor da Capela Sistina.
Para seu infortúnio, um papa que lhe sucedeu, Paulo IV, levou à demissão todos os cantores casados ou que houvessem composto obras de música profana (profana no sentido de que não é religiosa), e Palestrina encontrava-se nas duas categorias. Desta forma, abandonou o Vaticano, mas assumiu, imediatamente, a direção musical da Basílica de São João de Latrão em 1555 e, sucessivamente, da Basílica de Santa Maria Maior, em 1561. Em 1571, dirigiu-se para São Pedro. Foi também grande seguidor de São Felipe Neri.
Em 1580, após a morte da sua amada esposa, Lucrezia Gori, teve um momento de crise mística e resolve consagrar-se à igreja. Entretanto, a sua vocação terminou rapidamente, pois, pouco depois, casou-se com uma rica viúva romana, Virginia Dormoli.
Palestrina foi um dos poucos e afortunados músicos da sua época a ostentar uma brilhante carreira pública. A sua fama foi reconhecida universalmente pelos colegas de seu tempo e seus serviços foram requisitados por diversas autoridades da Europa.
Após sua morte, em 1594, Palestrina foi enterrado na Basílica de São Pedro durante uma cerimónia fúnebre que teve a participação de grande número de músicos e de pessoas da comunidade.

O Artista
Não houve compositor anterior a Bach tão prestigiado como Palestrina, nem outro cuja técnica de composição tivesse sido estruturada com maior minúcia. Palestrina foi denominado como "O Príncipe da Música", e as suas obras foram classificadas como a "perfeição absoluta" do estilo eclesiástico. Reconheceu-se que Palestrina captou, melhor que nenhum outro compositor, a essência do aspecto sóbrio e conservador da Contra-Reforma, numa polifonia de extrema pureza, apartada de qualquer sugestão profana. O estilo palestriniano pode-se verificar, com claridade nas suas Missas; a sua índole objectiva, friamente impessoal, resulta extremamente apropriada aos textos formais e rituais do Ordinário. Desde logo a base do seu estilo é o contraponto imitativo franco-flamengo; as partes vocais fluem num ritmo continuo, com um motivo melódico novo para cada frase do texto. Palestrina mostra o caráter que vem associado ao génio: plenamente consciente das suas capacidades e forte popularidade obtidos através de suas composições, nunca foi forçado a aceitar encomendas desagradáveis para sobreviver. Pelo contrário, soube fazer-se recompensar generosamente por todos os seus protetores, de modo que o Vaticano se viu constrangido a aumentar continuamente o seu salário anual, para mantê-lo em Roma, por causa de tantas propostas que recebia.
Foi um homem volitivo, mas com fortes impulsos que o levaram a súbitas e surpreendentes escolhas, tais como o segundo casamento, celebrado após receber ordenações religiosas menores.
Compositor prolífero, publicou muito em vida, e suas obras não caíram no esquecimento; ao contrário, foram sempre apreciadas como obras-primas da polifonia.

Produção musical
O corpus musicale palestriniano foi escrito, preponderantemente, em Roma e apenas para Roma, para uso principalmente litúrgico: para a Missa e o Ofício. Uma boa parte da sua produção aconteceu no período do seu último cargo na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O orgânico vocal da capela vaticana era, naquele tempo, mais vasto do que o de qualquer outra igreja (em 1594 era composto, ao todo, de 24 cantores), mas não se adotou o uso de instrumentos, com exceção do órgão.
A linguagem polifónica de Palestrina não se distanciou tanto da maneira tradicional dos mestres franco-flamengos (os nórdicos foram os seus primeiros mestres em Roma).
A arte contrapontística de Palestrina desenvolveu-se, sobretudo, em direção à inteligibilidade da palavra e de uma sonoridade ordenada de maneira a evitar a enunciação simultânea de textos diversos.
No que se refere ao desenvolvimento das linhas melódicas, é evidente a influência do canto gregoriano. Neste sentido, podemos dizer que o compositor aplicava as regras do Concílio de Trento.
Na grande quantidade de motetos palestrinianos, destaca-se entre todos, pela sua intensa expressividade, o Salmo 137, Super Flumina Babylonis.
Entre os compositores do círculo romano que conservam o rigor técnico do contraponto de Palestrina, deve-se recordar de seus discípulos Giovanni Maria Nanino (1543-1607), Francisco Soriano (1548-1621) e Felice Anerio (1560-1614). Pela alta qualidade da sua produção, destaca-se, entre todos, o espanhol castelhano Tomás Luis de Victoria (1548-1611), enquanto, entre as maiores autoridades intérpretes de Palestrina, ainda hoje em vida, destacam-se os maestros Domenico Bartolucci (1917).




João Aguardela nasceu há 45 anos...

(imagem daqui)

João Aguardela (Lisboa, 2 de fevereiro de 1969 - Lisboa, 18 de janeiro de 2009) foi um cantor, músico e compositor português, conhecido por fazer parte das bandas Sitiados, Linha da Frente, Megafone e A Naifa.
Cedo mostrou apetência musical, tendo-se destacado como líder da banda Sitiados, que apareceu num dos concursos do Rock Rendez-Vous e que logo no início dos anos 1990 registou inúmeros êxitos musicais. Frequentou a escola de artes António Arroio, em Lisboa.
Foi uma pessoa activista em muitas causas. Manifestou o seu repúdio pela extrema-direita - mais concretamente pela morte do membro do PSR, José Carvalho, por skinheads - tendo participado em inúmeras manifestações sociais e políticas. Aquando da invasão do Iraque por parte dos EUA, também mostrara o seu total descontentamento.
João Aguardela foi distinguido, em 1994, com o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Autores.
Depois do fim dos Sitiados fez parte dos projetos Linha da Frente e A Naifa. Tinha ainda o seu projecto mais pessoal: Megafone, com quatro discos.
Faleceu no Hospital da Luz, em Lisboa, a 18 de janeiro de 2009, vítima de cancro do estômago, aos 39 anos de idade.


Shakira - 37 anos

Shakira Isabel Mebarak Ripoll (Barranquilla, 2 de fevereiro de 1977), mais conhecida simplesmente como Shakira, é uma cantora, compositora, coreógrafa, arranjadora, produtora, filantropa, empresária e atriz colombiana.
Vencedora de 2 prémios Grammy, 8 Latin Grammy, 4 VMA, 1 EMA, 2 AMA, 3 BMA, 22 Latin Billboard Awards, 3 WMA e 4 NRJ Music Awards, Shakira já vendeu mais de 60 milhões de álbuns em todo o mundo, sendo uma das maiores vendedoras de discos nos anos 2000. Essa ampla rede de ritmos é identificável em canções como "Ciega, Sordomuda" (em que há nítidas influências mexicanas), "Ojos Así" e "Suerte" (dotadas de sons andinos e orientais), "Te Aviso, Te Anuncio" (em que o rock se mistura ao tango), "Obtener Un Sí" (no estilo bossa nova), "La Tortura" (com o reggaeton), "She Wolf" (estilo dance dos anos 80, misturado com música eletrónica). Shakira teve, até hoje, 9 músicas em #1 na Billboard Hot Latin Songs. Para além do castelhano, que é a sua língua materna, é fluente em inglês, português e francês. No total, Shakira, já vendeu pouco mais de 60 milhões de álbuns e 50 milhões de singles, mundialmente. O seu primeiro filho, Milan Piqué Mebarak, nasceu, na Espanha, em 22 de janeiro de 2013, filho do seu companheiro, Gerard Piqué, jogador do Barcelona F.C. e da seleção espanhola de futebol.
Além disso, Shakira é o nome da marca de perfumes da artista, em colaboração com a companhia de moda e perfumes espanhola Puig.


sábado, fevereiro 01, 2014

Hope There's Someone - às vezes é preciso ouvir música triste...


Hope There's Someone - Antony And The Johnsons


Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired

There's a ghost on the horizon
When I go to bed
How can I fall asleep tonight
How will I rest my head

Oh I'm scared of the middle place
Between light and nowhere
I don't want to be the one
Left in there, left in there

There's a man on the horizon
Wish that I'd go to bed
If I fall to his feet tonight
Will allow rest my head

So here's hoping I will not drown
Or paralyze in light
And godsend I don't want to go
To the sea's watershed

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, Will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired


(imagem daqui)

Porque hoje é um dia para nunca esquecer - AD PERPETUAM REI MEMORIAM


1 de fevereiro de 1908 - 1 de fevereiro de 2014

 "Estaria em crer que a glória de perdoar aos nossos inimigos valia bem a honra de os odiar para sempre."
(Pierre Marivaux)

in Risco Contínuo - post de Fernando Sá Monteiro