quarta-feira, agosto 07, 2013

Caetano Veloso - 71 anos

Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, Bahia, 7 de agosto de 1942), mais conhecido como Caetano Veloso, é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro. Com uma carreira que já ultrapassa quatro décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação e considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético. Embora desde cedo já tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos de bossa nova (notavelmente João Gilberto, o seu "mestre supremo" e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou seu trabalho profissionalmente apenas em 1965, com o compacto "Cavaleiro/Samba em Paz", enquanto acompanhava a irmã mais nova, Maria Bethânia, nas suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro.
Nessa década, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, participou dos festivais de música popular da Rede Record e compôs bandas sonoras de filmes. Em 1967, saiu o seu primeiro LP, Domingo, com Gal Costa, e, no ano seguinte, liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco Tropicalia ou Panis et Circencis, ao lado de vários músicos. Em 1968, face ao endurecimento do regime militar no Brasil, compôs o hino "É Proibido Proibir", que foi desclassificado e amplamente vaiado durante o III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para um exílio político em Londres, onde lançou o disco Caetano Veloso (1971), disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil. O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar os Doces Bárbaros, grupo influenciado pela temática hippie dos anos 1970, lançando um disco, Doces Bárbaros, e saindo em turnê. Na década de 1980, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock nacionais, aventurou-se na produções dos discos Outras Palavras, Cores, Nomes, Uns e Velô, e, em 1986, participou de um programa de televisão com Chico Buarque. Na década de 1990, escreveu o livro Verdade Tropical (1997), e o disco Livro (1998) ganhou um Prémio Grammy em 2000, na categoria World Music. Com o disco A Foreign Sound, cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum , fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes géneros ao samba, Zii e Zie, de 2009, fechou a parceria com a Banda Cê.
Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de "aedo pós-moderno". Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em bandas sonoras de filmes como Hable con Ella, de Pedro Almodovar e Frida, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polémicas e com maior força de opinião no Brasil. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley, John Lennon e Paul McCartney.
Foi eleito pela revista Rolling Stone, o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra, e pela mesma revista, o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.
  

Bruce Dickinson, o vocalista da banda Iron Maiden, faz hoje 55 anos!

Paul Bruce Dickinson (7 de agosto de 1958), nascido em Nottinghamshire, Inglaterra é um cantor, compositor, piloto, historiador, esgrimista, locutor de rádio, autor, roteirista e, inicialmente, diretor de marketing, mais conhecido como o vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden.
Bruce começou a sua carreira musical em pequenas bandas na escola e na faculdade, como a banda Styx em 1976, Speed (em 1977 e 1978) e Shots no começo de 1979. Ele entrou, então, na banda Samson no fim de 1979, onde ganhou um pouco de popularidade com o nome artístico "Bruce Bruce." Ele saiu dos Samson em 1981 para entrar nos Iron Maiden, substituindo Paul Di'Anno, e estreando no álbum The Number of the Beast. Durante a sua primeira participação na banda, foram lançados vários álbuns de sucesso, resultando na fama mundial de Bruce, que se tornou um dos vocalistas de heavy metal mais conceituados.
Bruce saiu dos Maiden em 1993, para seguir com sua a carreira a solo, sendo substituído por Blaze Bayley, que o viu como um experiência em vários estilos de rock e metal. Bruce juntou-se aos Iron Maiden novamente em 1999 juntamente com o guitarrista Adrian Smith, com quem lançou mais 4 álbuns de estúdio. Desde então, Bruce lançou apenas mais um álbum em sua carreira solo, Tyranny of Souls. Ele é o primo mais velho de Rob Dickinson, primeiro vocalista da banda britânica de rock alternativo Catherine Wheel. O seu filho, Austin, é o vocalista da banda de metalcore Rise to Remain. No dia 19 de julho de 2011 recebeu um doutoramento honoris causa pelo Queen Mary College de Londres, pela sua contribuição para a indústria musical. Segundo a Hit Parader, Bruce Dickinson é considerado o 7º melhor vocalista de heavy metal do mundo.

  

Notícia sobre um amigo meu no Público...

Carlos Dias, um português entre a elite do xadrez 
Jorge Guimarães - 27.03.2013 

Árbitro credenciado, foi nomeado pelo presidente da FIDE para o torneio de candidatos. E fala um pouco sobre os bastidores da prova. 

Há um representante português no torneio de candidatos ao título de campeão mundial de xadrez. Só que não se trata de um jogador. Carlos Oliveira Dias é um dos três árbitros da prova, tendo sido directamente nomeado para essa função pelo presidente da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), Kirsan Ilyumzhinov, naquela que é a mais importante arbitragem da sua carreira e um feito que nenhum outro juiz português alcançou.
Nascido em Moçambique há 53 anos, em Lourenço Marques, actual Maputo, foi ainda na infância que teve as primeiras luzes sobre xadrez, por intermédio de dois tios, que o introduziram nos segredos de Caíssa. Desde cedo se revelou mais vocacionado para a componente organizativa das provas, tendo começado a desenvolver essa vocação a nível escolar. O período conturbado da descolonização fê-lo regressar, como tantos outros, a Portugal, instalando-se na cidade de Leiria.
No início dos anos 1980 realizou as suas primeiras arbitragens a nível nacional e alcançou o título de árbitro internacional em 1997. O topo da carreira surgiria em 2010, quando lhe foi outorgado o título máximo na arbitragem, o de FIDE Lecturer, que apenas 43 árbitros no mundo inteiro possuem. Em conversa com o PÚBLICO, partilhou algumas das suas impressões sobre aquele que, para muitos, já é classificado como o mais importante torneio da história do xadrez.
No carismático Savoy Place, no centro de Londres, onde decorre a prova, tudo está organizado com o máximo de profissionalismo. O torneio foi planeado de forma rigorosa: desde o conforto providenciado aos participantes aos cuidados para evitar tentativas de fraude por uso de meios informáticos, com detectores de metais e bloqueio de sinal de Internet, passando pelo fornecimento de um tablet aos espectadores presentes, com acesso apenas a uma fonte específica de sinal, que permite seguir os comentários em directo das partidas a decorrer.
“A prova é realmente algo de especial. Desde os aspectos competitivos até aos extracompetitivos, tudo foi programado ao detalhe.
As peças são um modelo novo, com design especial e exclusivo. As próprias transmissões são inovadoras”, continua Carlos Dias. Aponta como único senão o ritmo de reflexão utilizado, sem incremento de tempo por jogada nos primeiros 60 lances e, a partir daí, com 30 segundos acrescidos, o que já valeu ao infeliz Vassily Ivanchuk três derrotas por exceder o limite estipulado de duas horas para os primeiros 40 movimentos.
Ivanchuk é apenas um dos grandes xadrezistas com os quais o árbitro português convive regularmente. “Os jogadores, de um modo geral, são simpáticos. Claro, uns mais que outros. O [Levon] Aronian chegou mesmo a juntar-se a mim e ao árbitro chefe na cerimónia de abertura e, quando lhe disse que a primeira vez que o arbitrei foi em Cappelle, em 1996, era ele um garoto, respondeu-me: ‘The good old days [Os bons velhos tempos].’ O [Boris] Gelfand, por exemplo, bebe um expresso no início e outro quase ao fim das sessões. Já nem pede... no tempo certo, lá está o café”, conta.
A visita a Lisboa da elite do xadrez mundial esteve na agenda da FIDE até há pouco tempo - estava prevista a realização do terceiro torneio da série Grand Prix na capital portuguesa -, mas, por decisão da Agon (empresa que detém os direitos de organização do evento), a prova acabou por ser desviada para Zurique, onde Carlos Dias fará a próxima arbitragem: “Com o cancelamento do torneio de Lisboa, perdemos uma boa oportunidade de dar um empurrão no nosso xadrez. Mas outras provas virão, estou certo.”
in Público - ler notícia


NOTA: o meu amigo Carlos Dias, árbitro, jogador e empresário na área do Xadrez, tem feito imenso pelo desporto que eu pratico desde longa data - os nossos parabéns pela notícia!

Há 16 anos um duplo atentado matou 223 pessoas em África

Aftermath at the US embassy in Nairobi

The 1998 United States embassy bombings were a series of attacks that occurred on August 7, 1998, in which hundreds of people were killed in simultaneous truck bomb explosions at the United States embassies in the East African capitals of Dar es Salaam, Tanzania, and Nairobi, Kenya. The date of the bombings marked the eighth anniversary of the arrival of American forces in Saudi Arabia.
The attacks were linked to local members of the Egyptian Islamic Jihad, brought Osama bin Laden and Ayman al-Zawahiri to the attention of the American public for the first time, and resulted in the U.S. Federal Bureau of Investigation placing bin Laden on its Ten Most Wanted Fugitives list. The FBI also connected the attack to Azerbaijan, as 60 calls via satellite phone were placed by Bin Laden to associates in Baku regarding the strike. Fazul Abdullah Mohammed was credited for being the mastermind behind the bombings.
 
A Nissan Atlas truck, similar to that used in Dar es-Salaam

The bombings are widely believed to have been revenge for American involvement in the extradition, and alleged torture, of four members of Egyptian Islamic Jihad (EIJ) who had been arrested in Albania in the two months prior to the attacks. Between June and July, Ahmad Isma'il 'Uthman Saleh, Ahmad Ibrahim al-Sayyid al-Naggar, Shawqi Salama Mustafa Atiya and Mohamed Hassan Tita were all renditioned from Albania to Egypt, with the cooperation of the United States; the four men were accused of participating in the assassination of Rifaat el-Mahgoub, as well as a later plot against the Khan el-Khalili market in Cairo. The following month, a communique was issued warning the United States that a "response" was being prepared to repay them for their interference.
According to journalist Lawrence Wright, the Nairobi operation was named after the Holy Kaaba in Mecca; the Dar es Salaam bombing was called Operation al-Aqsa in Jerusalem, but "neither had an obvious connection to the American embassies in Africa. Bin Laden initially said that the sites had been targeted because of the 'invasion' of Somalia; then he described an American plan to partition Sudan, which he said was hatched in the embassy in Nairobi. He also told his followers that the genocide in Rwanda had been planned inside the two American embassies."
Wright concludes that bin Laden's actual goal was "to lure the United States into Afghanistan, which had long been called 'The Graveyard of Empires.'" According to a 1998 memo authored by Mohammed Atef and seized by the FBI, around the time of the attacks, al-Qaeda had both an interest in and specific knowledge of negotiations between the Taliban and the American-led gas pipeline consortium CentGas.
In May 1998, a villa in Nairobi was purchased by one of the bombers for the purpose of accommodating bomb building in the garage. Sheikh Ahmed Salim Swedan purchased a beige Toyota Dyna truck in Nairobi and a 1987 Nissan Atlas refrigeration truck in Dar es Salaam. Six metal bars were used to form a "cage" on the back of the Atlas to accommodate the bomb.
In June 1998, KK Mohamed rented House 213 in the Illala district of Dar es Salaam, about four miles (6 km) from the U.S. Embassy. A white Suzuki Samurai was used to haul bomb components hidden in rice sacks, from House 213.
In both Nairobi and Dar es Salaam, Mohammed Odeh supervised construction of two massive, 900kg destructive devices. The Nairobi bomb was made of 400 to 500 cylinders of TNT (about the size of soda cans), aluminum nitrate, aluminum powder and detonating cord. The explosives were packed into some twenty specially designed wooden crates that were sealed and then placed in the bed of the trucks. Muhsin Musa Matwalli Atwah ran a wire from the bomb to a set of batteries in the back of the truck cab and then to a detonator switch beneath the dashboard. The Dar es Salaam bomb used a slightly different construction: the TNT was attached to fifteen oxygen tanks and gas canisters, and was surrounded with four bags of ammonium nitrate fertilizer and some sand bags to tamp and direct the blast.
The bombings were scheduled for August 7, the eighth anniversary of the arrival of American troops in Saudi Arabia, likely a choice by Osama bin Laden.
 
Attacks and casualties
On August 7, between 10:30 am and 10:40 am local time (3:30–3:40 am Washington time), suicide bombers in trucks laden with explosives parked outside the embassies in Dar es Salaam and Nairobi, and almost simultaneously detonated. In Nairobi, approximately 212 people were killed, and an estimated 4,000 wounded; in Dar es Salaam, the attack killed at least 11 and wounded 85. Seismological readings analyzed after the bombs indicated energy of between 3–17 tons of high explosive material. Although the attacks were directed at American facilities, the vast majority of casualties were local citizens; 12 Americans were killed, including two Central Intelligence Agency employees in the Nairobi embassy, Tom Shah and Molly Huckaby Hardy, and one Marine, Sergeant Jesse Aliganga, a Marine Security Guard at the Nairobi embassy.
While driver Azzam drove the Toyota Dyna quickly toward the Nairobi embassy along with Mohamed Rashed Daoud Al-Owhali, local security guard Benson Okuku Bwaku was warned to open the gate immediately – and fired upon when he refused to comply. Al-Owhali threw a stun grenade at embassy guards before exiting the vehicle and running off. Osama bin Laden later offered the explanation that it had been Al-Owhali's intention to leap out and shoot the guards to clear a path for the truck, but that he had left his pistol in the truck and subsequently ran off. As Bwaku radioed to Marine Post One for backup, the truck detonated.
The explosion damaged the embassy building and flattened the neighbouring Ufundi Building where most victims were killed, mainly students and staff of a secretarial college housed here. The heat from the blast was channelled between the buildings towards Haile Selassie Avenue where a packed commuter bus was burned. Windows were shattered in a radius of nearly one kilometer. A large number of eye injuries occurred because people in buildings nearby who had heard the first explosion of the hand grenade and the shooting went to their office windows to have a look when the main blast occurred and shattered the windows.
Meanwhile, the Atlas truck in Dar es Salaam was being driven by Hamden Khalif Allah Awad, known as "Ahmed the German" due to his blonde hair, a former camp trainer who had arrived in the country only a few days earlier. The death toll was less than in Nairobi as the U.S. embassy was located outside the city center on Bagamoyo Road on a large plot with no immediate neighbours close to the gate where the explosion occurred.
Following the attacks, a group calling itself the "Liberation Army for Holy Sites" took credit for the bombings. American investigators believe the term was a cover used by Egyptian Islamic Jihad, who had actually perpetrated the bombing.
 
Aftermath and international respons
In response to the bombings, President Bill Clinton ordered Operation Infinite Reach, a series of cruise missile strikes on targets in Sudan and Afghanistan on August 20, 1998, announcing the planned strike in a prime time address on American television.
In Sudan, the missiles destroyed the Al-Shifa pharmaceutical factory, where 50% of Sudan's medications for both people and animals were manufactured. The Clinton administration claimed that there was ample evidence to prove that the plant produced chemical weapons, but a thorough investigation after the missile strikes revealed that the intelligence was false.[24]
The United Nations Security Council passed Resolution 1189 condemning the attacks on the embassies.
Both embassies were heavily damaged and the Nairobi embassy had to be rebuilt. It is now located across the road from the office of the World Food Programme for security purposes. A few months after the attacks and subsequent American missile strikes in Afghanistan, the American energy company Unocal withdrew its plans for a gas pipeline through Afghanistan.
Within months following the bombings, the United States Department of State Bureau of Diplomatic Security added Kenya to its Antiterrorism Assistance Program (ATA), which was originally created in 1983. While the addition was largely a formality to reaffirm America's commitment to fighting terrorism in Kenya, it nonetheless sparked the beginning of an active bilateral antiterrorism campaign between the United States and Kenya. The U.S. Government also rapidly and permanently increased the monetary aid to Kenya. Immediate changes included a $42 million grant targeted specifically towards Kenyan victims.
 

terça-feira, agosto 06, 2013

Jorge Amado morreu há 12 anos

Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 - Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos e Tenda dos Milagres. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Os seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prémio Camões.

Andy Warhol nasceu há 85 anos

Andy Warhol (nascido Andrew Warhola; Pittsburgh, 6 de agosto de 1928 - Nova Iorque, 22 de fevereiro de 1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento de pop art.

Andy Warhol nasceu em Pittsburgh, Pensilvânia. Era o quarto filho de Ondrej Warhola e Ulja, apelido de solteira Zavacká (1892–1972), cujo primeiro filho nasceu na sua terra natal e morreu antes da sua migração para os Estados Unidos. Os seus pais eram imigrantes da classe operária originários de Mikó (hoje chamada Miková), no nordeste da Eslováquia, então parte do Império Austro-Húngaro. O pai de Warhol emigrou para os E.U.A em 1914 e sua mãe juntou-se-lhe em 1921, após a morte dos avós de Andy Warhol. O seu pai trabalhou numa mina de carvão. A família vivia na Rua Beelen, e mais tarde, na Rua Dawson, em Oakland, um bairro de Pittsburgh. A família era católica bizantina rutena (uniata) e frequentava a igreja bizantina de São João Crisóstomo, em Pittsburgh. Andy Warhol tinha dois irmãos mais velhos, Ján e Pavol, que nasceram na atual Eslováquia. O filho de Pavol, James Warhola, tornou-se um bem sucedido ilustrador de livros para crianças.
Nos primeiros anos de estudo, Warhol teve coreia, uma doença do sistema nervoso que provoca movimentos involuntários das extremidades, que se acredita ser uma complicação da escarlatina e causa manchas de pigmentação na pele. Ele tornou-se hipocondríaco, desenvolvendo um medo de hospitais e médicos. Muitas vezes de cama enquanto criança, tornou-se um excluído entre os seus colegas de escola, ligando-se fortemente à sua mãe. Às vezes, quando estava confinado à cama, desenhava, ouvia rádio e colecionava imagens de estrelas de cinema ao redor da sua cama. Warhol depois descreveu esse período como muito importante no desenvolvimento da sua personalidade, do conjunto de suas habilidades e de suas preferências.
Aos 17 anos, em 1945, entrou para o Instituto de Tecnologia de Carnegie, em Pittsburgh, hoje Universidade Carnegie Mellon e formou-se em design.
Logo após mudou para Nova York e começou a trabalhar como ilustrador de importantes revistas, como a Vogue, Harper's Bazaar e The New Yorker, além de fazer anúncios publicitários e displays para vitrines de lojas. Começa aí uma carreira de sucesso como artista gráfico, ganhando diversos prémios como diretor de arte do Art Director's Club e do The American Institute of Graphic Arts.
Fez a sua primeira mostra individual em 1952, na Hugo Galley onde exibe quinze desenhos baseados na obra de Truman Capote. Esta série de trabalhos é mostrada em diversos lugares durante os anos 50, incluindo o MOMA, Museu de Arte Moderna, em 1956. Passa então a assinar-se Warhol.
Os anos 1960 marcam uma mudança na sua carreira de artista plástico e passa a utilizar os motivos e conceitos da publicidade nas suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes e tintas acrílicas. Reinventa a pop art, com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos são temas do quotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icónicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos em série, com variações de cores.
Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.
Em 1968, Valerie Solanas, fundadora e único membro da SCUM (Society for Cutting Up Men - Sociedade para Eliminar os Homens) invade o estúdio de Warhol e fere-o com três tiros, mas o ataque não é fatal e Warhol recupera, depois de se submeter a uma cirurgia que durou cinco horas. Este facto é tema do filme I shot Andy Warhol (Eu disparei contra Andy Warhol), dirigido por Mary Harron, em 1996.
Em 1987, ele foi operado à vesícula biliar. A operação aparentemente correu bem mas Andy Warhol morreu no dia seguinte. Ele era célebre há 35 anos. De facto, a sua conhecida frase: In the future everyone will be famous for fifteen minutes (No futuro todos terão quinze minutos de fama), só se aplicará no futuro, quando a produção cultural for totalmente massificada e em que a arte será distribuída por meios de produção de massa.

Andy Warhol também foi financiador e mentor intelectual da banda The Velvet Underground. Em 1967, forçou a entrada de sua amiga Nico, cantora e modelo alemã, para a banda. Houve rejeição e conflito por parte da banda e o nome do primeiro álbum foi The Velvet Underground and Nico, excluindo Nico, de certa forma. Logo depois da gravação do álbum White Light/White Heat, Andy Warhol se afastou e Nico foi expulsa da banda.

Andy fez diversos filmes, pouco divulgados e alguns com uma duração temporal pouco habitual, e também foi autor de alguns livros, a saber:
Foi ainda o fundador da revista Interview.


Há 68 anos um rapazinho destruiu Hiroshima

Little Boy ("rapazinho", em português) é o nome de código de uma bomba atómica largada sobre Hiroshima, no Japão, na segunda-feira dia 6 de agosto de 1945. Após ter sido largado a partir do avião denominado Enola Gay (um modelo B-29 Superfortress) pilotado pelo então tenente-coronel Paul Tibbets, a cerca de 31.000 pés (9.450 metros) de altitude, o engenho explodiu aproximadamente às 08.15 da manhã (hora local), a cerca de 600 metros do solo, com uma explosão de potência equivalente à de 13 kilotoneladas de TNT.
A Mk I "Little Boy" tinha 3,0 metros em comprimento, 71 cm de largura e massa de aproximadamente 4.400 kg. O projeto tinha um mecanismo igual ao de uma arma para explodir uma massa de urânio-235 e três anéis de U-235, iniciando uma reacção nuclear em cadeia. Continha 64 kg de U-235. O urânio foi enriquecido nas enormes fábricas de Oak Ridge, no Tennessee, durante o Projecto Manhattan.
Aproximadamente 70.000 pessoas foram mortas como resultado direto da explosão e um número equivalente de pessoas foram feridas. Um maior número de pessoas foram morrendo após a explosão, devido ao resultado de radiações após o ataque por causa de cancro. Também muitas mães grávidas perderam os seus filhos e noutros casos as crianças nasceram com deformações.

O Papa Paulo VI morreu há 35 anos

O Papa Paulo VI (em latim: Paulus PP. VI; em italiano: Paolo VI), nascido Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini (Concesio, 26 de setembro de 1897Castelgandolfo, 6 de agosto de 1978) foi o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana e Soberano da Cidade do Vaticano de 21 de junho de 1963 até a sua morte. Sucedeu ao Papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, e decidiu continuar os trabalhos do predecessor. Promoveu melhorias nas relações ecuménicas com os Ortodoxos, Anglicanos e Protestantes, o que resultou em diversos encontros e acordos históricos.


Montini serviu no Departamento de Estado do Vaticano de 1922 a 1954. Enquanto esteve no Departamento de Estado, Montini e Domenico Tardini foram considerados os colaboradores mais próximos e influentes do Papa Pio XII, que o nomeou, em 1954, arcebispo da Arquidiocese de Milão, um cargo que fez dele automaticamente Secretário da Conferência de Bispos Italianos. João XXIII elevou-o ao Colégio de Cardeais em 1958, e após a morte de João XXIII, Montini foi considerado um dos mais prováveis sucessores.
Escolheu o nome Paulo, para indicar que tinha uma missão mundial renovada de propagar a mensagem de Cristo. Ele reabriu o Concílio Vaticano II, que fora automaticamente fechado com a morte de João XXIII e atribuiu-lhe prioridade e direção. Após ser concluído o trabalho do Concílio, Paulo VI tomou conta da interpretação e implementação de seus mandatos, frequentemente andando sobre uma linha entre as expectativas conflitantes de vários grupos da Igreja Católica. A magnitude e a profundidade das reformas, que afetaram todas as áreas da vida da Igreja durante o seu pontificado, excederam políticas reformistas semelhantes de seus predecessores e sucessores.
Paulo VI foi um devoto mariano, discursando repetidamente a congressistas marianos e em reuniões mariológicas, visitando santuários marianos e publicando três encíclicas marianas. Paulo VI procurou diálogo com o mundo, com outros cristãos, religiosos e irreligiosos, sem excluir ninguém. Viu-se como um humilde servo de uma humanidade sofredora e exigiu mudanças significativas dos ricos na América e Europa em favor dos pobres do Terceiro Mundo.
O seu ensinamento, na linha da tradição da Igreja, contrário à regulação da natalidade por métodos artificiais (ver Humanae Vitae) e a outras questões foram controversas na Europa Ocidental e na América do Norte; no entanto, o Pontífice foi elogiado em grande parte da Europa Oriental e Meridional, além da América Latina. O seu pontificado decorreu durante, certas vezes, mudanças revolucionárias no mundo, revoltas estudantis, a Guerra do Vietname e outros transtornos. Paulo VI procurava entender todos os assuntos, mas ao mesmo tempo, defender o princípio do fidei depositum, uma vez que que lhe foi confiado. Paulo VI faleceu em 6 de agosto de 1978, na Festa da Transfiguração. O processo diocesano para a beatificação de Paulo VI iniciou-se em 11 de maio de 1993.

segunda-feira, agosto 05, 2013

Marilyn desistiu há 51 anos...

Marilyn Monroe (nascida Norma Jeane Mortenson; 1 de junho de 1926 - 5 de agosto de 1962) foi uma atriz, cantora e modelo norte-americana que estrelou em 29 filmes que se tornaram um sucesso durante os anos de 1950 e 1960, e fizeram dela um sex symbol.
Depois de passar boa parte de sua infância em lares adotivos, Monroe começou uma carreira como modelo, o que a rendeu um contrato no cinema em 1946, com a 20th Century-Fox. As suas aparições nos seus primeiros filmes eram pequenas, mas suas interpretações em The Asphalt Jungle, All About Eve e sendo a primeira mulher a posar para a Playboy, chamou a atenção do público. Em 1952, ela teve seu primeiro papel principal em Don't Bother to Knock que prosseguiu com o papel principal em Niagara, um filme melodramático que habitava seu poder de sedução. A sua personalidade cómica como "loira burra" foi usada para filmes posteriores como Gentlemen Prefer Blondes (1953), How to Marry a Millionaire (1953) e The Seven Year Itch (1955). Monroe estudou na Actors Studio para ampliar o seu alcance na atuação para seu próximo filme dramático, Bus Stop (1956), que foi aclamado pela crítica e recebeu uma indicação para o Globo de Ouro. A sua produtora, "Marilyn Monroe Productions", lançou  The Prince and the Showgirl (1957), pelo qual recebeu uma indicação ao BAFTA e ganhou o prémio italiano David di Donatello. Ela recebeu um Globo de Ouro pela sua interpretação em Some Like It Hot (1959). O último filme concluído de Monroe foi The Misfits (1961), onde ela estrelava ao lado de Clark Gable, enquanto que o roteiro ficou por conta de seu então marido, Arthur Miller.
As circunstâncias de sua morte foi de uma overdose de barbitúricos, e têm sido objeto de especulação. Embora oficialmente classificado como um "provável suicídio", a possibilidade de uma overdose acidental, bem como de homicídio, não foram descartadas. Em 1999, Monroe foi classificada como a sexta maior estrela feminina de todos os tempos pela American Film Institute. Nas décadas seguintes a sua morte, ela tem sido frequentemente citada tanto como um ícone pop e cultural, bem como o símbolo sexual por excelência americana. Em 2009, um canal americano a nomeou na 1.ª posição das mulheres mais sexy de todos os tempos.
(...)
Em 5 de agosto de 1962, às 04.25 horas, o sargento Jack Clemmons recebeu um telefonema do Dr. Ralph Greenson, psiquiatra de Marilyn Monroe, dizendo que Monroe foi encontrada morta na sua casa em Brentwood, Los Angeles, Califórnia. Ela faleceu aos 36 anos de idade. Na autópsia posterior,  hidrato de cloro e Nembutal foram encontrados no seu corpo, e o Dr. Thomas Noguchi disse que a causa da sua morte foi "envenenamento barbitúrico agudo", resultante de um "provável suicídio".
Na morte de Marilyn

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.

 

in Transporte No Tempo (1973) - Ruy Belo

Carmen Miranda morreu há 58 anos

Maria do Carmo Miranda da Cunha (Marco de Canaveses, 9 de fevereiro de 1909 - Los Angeles, 5 de agosto de 1955), mais conhecida como Carmen Miranda, foi uma cantora e atriz luso-brasileira. A sua carreira artística foi no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. O seu estilo eclético faz com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.

(...)

Desde o início de sua carreira americana, Carmen fez uso de barbitúricos para poder ter uma agenda extenuante. Adquiria as drogas com receitas médicas pois, na época, elas eram receitadas pelos médicos sem muitas preocupações com os efeitos colaterais. Nos Estados Unidos, tornou-se dependente de vários outros remédios, tanto estimulantes quanto calmantes. Por conta do uso cada vez mais frequente, Carmen desenvolveu uma série de sintomas característicos do uso de drogas, mas não percebia os efeitos devastadores, que foram erradamente diagnosticados como cansaço por médicos americanos.
Em 3 de dezembro de 1954, Carmen retornou ao Brasil após uma ausência de 14 anos viajando e fazendo shows pelo mundo, além de estar morando nos EUA. Ela continuava casada e sofrendo com o marido, cada vez mais alcoólico e violento. O seu médico brasileiro constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses internada em tratamento numa suíte do hotel Copacabana Palace. Carmen melhorou, embora não tenha abandonado completamente remédios. Os exames realizados no Brasil não constataram alterações de frequência cardíaca.

Ligeiramente recuperada, retornou para os Estados Unidos em 4 de abril de 1955. Imediatamente começou com as apresentações. Fez uma turnê por Cuba e Las Vegas entre os meses de maio e agosto e voltou a usar barbitúricos, além de fumar e beber mais do que antes.
No início de agosto de 1955, Carmen gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Durante. Recuperou-se e terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos na sua residência em Beverly Hills, na Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen subiu para o seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquilhagem e caminhou em direção à cama com um pequeno espelho na mão. Um colapso cardíaco fulminante a derrubou morta sobre o chão no dia 5 de agosto. O seu corpo foi encontrado pela mãe no dia seguinte, às 10.30 horas da manhã. Tinha 46 anos.


domingo, agosto 04, 2013

Louis Armstrong nasceu há 112 anos

Louis Daniel Armstrong (Nova Orleans, 4 de agosto de 1901 - Nova Iorque, 6 de julho de 1971) foi um cantor, compositor, instrumentista, trompetista, cornetista, saxofonista, escritor, letrista, arranjador, produtor musical, dramaturgo, artista plástico, ator, tenor, maestro e ativista político e social dos Estados Unidos da América, considerado "a personificação do jazz". Louis Armstrong é famoso tanto como cantor quanto como solista, com seu o trompete.


Hoje é um dia triste e mágico para Portugal

(imagem daqui)

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

El-Rei D. Sebastião morreu (e começou o mito...) há 435 anos, na Batalha de Alcácer-Quibir

Única representação conhecida da batalha (Miguel Leitão de Andrade, "Miscellânea", 1629)

A Batalha de Alcácer-Quibir, conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis, foi uma grande batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Ksar-El-Kebir, entre Tânger e Fez, em 4 de agosto de 1578. Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião aliados ao exército do sultão Mulay Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadi) contra um grande exército marroquino liderado pelo Sultão de Marrocos Mulei Moluco (Abd Al-Malik da dinastia Saadi) com apoio otomano.
No seu fervor religioso, o rei D. Sebastião planeara uma cruzada após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que seu tio Abd Al-Malik havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa. Além do rei português morreram na batalha os dois sultões rivais originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os Marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do Sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos. A batalha ditou o rápido fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.


D. Sebastião, Rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

sábado, agosto 03, 2013

Tony Bennett - 87 anos

Tony Bennett, nome artístico de Anthony Dominick Benedetto, (Queens, Nova Iorque, 3 de agosto de 1926) é um cantor norte-americano, considerado um dos melhores cantores populares do século XX. É tido como uma lenda do jazz e da música pop. Começou a obter sucessos nos anos 50, sendo o maior a música I Left my Heart in San Francisco, e do seu reportório constam outros destaques como Because of You, Rags to Riches e Cold, Cold Heart. Nos anos seguintes, conquistou seus dois primeiros Grammy Awards, prémio concedido pela National Academy of Recording Arts and Sciences, dos Estados Unidos, dos quais chegou a receber 15, em anos subsequentes. Até 2009, já tinha atingido a marca de 50 milhões de discos vendidos, em todo o mundo. Aos 83 anos, continuava dando concertos pelo mundo fora. Em outubro de 2009 passou pelo Brasil, apresentado-se em Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília. Em 2010 fez parte do grupo que regravou a música We are the World, na versão Haiti.


Políbio Gomes dos Santos morreu há 74 anos

(imagem daqui)

Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de agosto de 1911 - Ansião, 3 de agosto de 1939, foi um poeta português.
Políbio frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército em Lisboa e terminou os seus estudos liceais em Coimbra, tendo aí ingressado na Faculdade de Letras e Direito.
Devido a ter adoecido, em setembro de 1938, com tuberculose, esteve internado no Sanatório da Guarda.
Foi um dos colaboradores dos Cadernos da Juventude, da Presença, do Sol Nascente e do O Diabo, assim como fez parte do grupo Novo Cancioneiro, de tendência neo-realista.
Actualmente, existe o prémio literário Políbio Gomes dos Santos, em homenagem ao poeta.
Poema da Voz Que Escuta
 
Chamam-me lá em baixo.
São as coisas que não puderam decorar-me:
As que ficaram a mirar-me longamente
E não acreditaram;
As que sem coração, no relâmpago do grito,
Não puderam colher-me.
Chamam-me lá em baixo, 
Quase ao nível do mar, quase à beira do mar,
Onde a multidão formiga
Sem saber nadar.
Chamam-me lá em baixo
Onde tudo é vigoroso e opaco pelo dia adiante
E transparente e desgraçado e vil
Quando a noite vem, criança distraída,
Que debilmente apaga os traços brancos
Deste quadro negro - a Vida.
Chamam-me lá em baixo:
Voz de coisas, voz de luta.
É uma voz que estala e mansamente cala
E me escuta.

Políbio Gomes dos Santos


À Memória de Políbio Gomes dos Santos

O poeta que morreu entrou agora,
Não se sabe bem onde, mas entrou,
Todo coberto de demora,
No bocado de noite em que ficou.

As ervas lhe desenham
Seu espaço devido:
Depressa, venham
Lê-lo no chão os que o não tenham lido.

Que o sorriso que o veste
Já galga como um potro
As coisas tenebrosas,
E esquecido – só outro:
Este
Nem precisa de rosas.


in Eu, Comovido a Oeste (1940) - Vitorino Nemésio