terça-feira, outubro 25, 2011

Música de aniversariante para geopedrados



S.A.R. a Raínha Dª Amélia de Orleães e Bragança - um filme sobre a sua vida

Amadeo de Souza-Cardoso morreu há 93 anos

Amadeo de Souza-Cardoso (Manhufe, freguesia de Mancelos, Amarante, 14 de novembro de 1887Espinho, 25 de outubro de 1918) foi um pintor português, precursor da arte moderna, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época. Embora tendo tido uma vida curta, a sua obra tornou-se imortal.

Amadeo de Souza-Cardoso foi um pintor português, precursor da arte moderna, prosseguindo o caminho traçado pelos artistas de vanguarda da sua época. Embora tendo tido uma vida curta, a sua obra tornou-se imortal. Frequentou o curso de Arquitectura na Academia de Belas Artes de Lisboa em 1905 que interrompeu para partir para Paris, em 1906, instalando-se em Montparnasse, tomando contacto primeiro com o Impressionismo e depois com o Expressionismo e o Cubismo, dedicando-se, assim, exclusivamente à pintura. As primeiras experiências deram-se no desenho, especialmente como caricaturista. Em 1908 instala-se no número catorze da Cité de Falguière e conhece Lucie Meynardi Peccetto, com quem vive em segredo a partir de 1910, e casa, no Porto, em 1914. Em Paris, frequentou ateliers preparatórios para Academia de Beaux-Arts e a Academia Viti do pintor catalão Anglada Camarasa. Em 1910 fez uma estadia de alguns meses em Bruxelas e em 1911 expôs trabalhos no Salon des Indépendants, em Paris, havendo-se aproximado progressivamente das vanguardas e de artistas como Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi, Alexander Archipenko, Juan Gris e Robert Delaunay. Em 1912 publicou um álbum com vinte desenhos e, em seguida, copiou o conto de Gustave Flaubert, "La Légende de Saint Julien l'Hospitalier", trabalhos ignorados pelos apreciadores de arte. Depois de participar em 1913 de uma exposição com oito trabalhos nos Estados Unidos da América, no Armory Show, voltou a Portugal, onde teve a ousadia de realizar duas exposições, respectivamente no Porto e em Lisboa. Nesse ano participou ainda no Herbstsalon da Galeria Der Sturm, em Berlim. Em 1914 encontrou-se em Barcelona com Antoni Gaudí, e parte para Madrid onde é surpreendido pelo início da I Guerra Mundial. Regressou então a Portugal, onde iniciou meteórica carreira na experimentação de novas formas de expressão, tendo pintado com grande constância ao ponto de, em 1916, expor no Porto 114 obras com o título "Abstraccionismo", que foram também expostas em Lisboa, num e noutro caso com novidade e algum escândalo. O cubismo em expansão por toda a Europa foram influências marcantes no seu cubismo analítico. Amadeo de Souza-Cardoso explora o expressionismo e nos seus últimos trabalhos experimenta novas formas e técnicas, como as colagens e outras formas de expressão plástica. Em 25 de outubro de 1918, aos 30 anos de idade, morre prematuramente em Espinho, vítima da "pneumónica" que grassava em Portugal.




Entrada, 1917

El-Rei João II morreu há 516 anos

D. João II de Portugal (Lisboa, 3 de maio de 1455Alvor, 25 de outubro de 1495) foi o décimo-terceiro Rei de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto D. Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.
D. João II de Portugal sucedeu ao seu pai após a sua abdicação em 1477, mas só ascendeu ao trono após a sua morte, em 1481. Concentrou então o poder em si, retirando-o à aristocracia. Nas conspirações que se seguiram suprimiu o poder da casa de Bragança e apunhalou pelas suas próprias mãos o seu primo Diogo, Duque de Viseu. Governando desde então sem oposição, João II foi um grande defensor da política de exploração atlântica, dando prioridade à busca de um caminho marítimo para a Índia. Após ordenar as viagens de Bartolomeu Dias e de Pêro da Covilhã, foi D.João II que delineou o projecto da primeira viagem.
O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal.

(...)
João II morreu em 1495, sem herdeiros legítimos. Dado o ódio que a nobreza portuguesa sempre lhe teve, a hipótese de envenenamento por um copo de água que tomou não é de excluir. Antes de morrer, João II escolheu Manuel de Viseu, duque de Beja, seu primo direito e cunhado (era irmão da rainha Leonor) para sucessor.
A rainha Isabel, a Católica, de Castela, por ocasião da sua morte, terá afirmado «Murió el Hombre!», referindo-se ao monarca português como o Homem por antonomásia, devido às posições de força que assumira durante o seu reinado.
Foi-lhe atribuído o cognome o Príncipe Perfeito pois foi graças às medidas por ele implantadas que emergiu triunfante o valor da sua obra, ou seja, a época de ouro de Portugal.

Picasso nasceu há 130 anos


Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (Málaga, 25 de Outubro de 1881 - Mougins, 8 de Abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhador espanhol, tendo também desenvolvido a poesia.


Les demoiselles d'Avignon (daqui)

A Quinta-Feira Negra da Bolsa de Wall Street (Nova Iorque) ocorreu há 82 anos

 Uma multidão à porta da Bolsa de Nova Iorque

A Quinta-Feira Negra (24 de outubro de 1929) foi um dia marcado quando a New York Stock Exchange, a bolsa de valores de Nova Iorque, quebrou.
Nesse dia, dezasseis milhões de títulos (ações) de empresas foram postos à venda a preços insignificantes, pelo facto de empresários especularem com suas empresas, os investidores, desconfiados, colocaram suas ações a venda, contudo não encontraram compradores. Foi o crash da Bolsa de Wall Street.

A Rainha Dona Amélia morreu há 60 anos

(imagem daqui)

Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28 de Setembro de 1865 - Chesnay, 25 de Outubro de 1951) foi a última rainha de facto de Portugal.
Durante a sua vida, D. Amélia perdeu todos os seus familiares directos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como Regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro D. Manuel II; e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria Ana de Bragança, nascida em um parto prematuro.
Ela foi o único membro da família real portuguesa exilada pela República que visitou Portugal em vida, bem como o último membro a morrer, aos oitenta e seis anos. Amélia de Orleães viveu sofridas décadas de exílio, entre Inglaterra e França, onde aguentou a Segunda Guerra Mundial.
Esta frase estava entre as suas últimas palavras: "Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal".

Leeuwenhoek nasceu há 379 anos

Antonie van Leeuwenhoek (Delft, 24 de outubro de 1632 - Delft, 26 de agosto de 1723) foi um comerciante de tecidos, cientista e construtor dos microscópios de Delft, nos Países Baixos.
Antonie van Leeuwenhoek é conhecido pelas suas contribuições para o melhoramento do microscópio, além de ter contribuído com as suas observações para a biologia celular (descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de "glóbulos"). Utilizando um microscópio feito por si mesmo (possuía a maior colecção de lentes do mundo, cerca de 250 microscópios), foi o primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias , protozoários e o fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes.
O microscópio utilizado por Leeuwenhoek para as suas descobertas era constituído por uma lente biconvexa que tinha a capacidade de aumentar a imagem cerca de 200 vezes.

Katy Perry - 27 anos

Katy Perry (nome artístico de Katheryn Elizabeth Hudson, Santa Bárbara, 25 de outubro de 1984) é uma cantora e compositora norteamericana de música pop e dance.
Filha de um casal de pastores evangélicos, começou sua carreira cantando em igrejas e chegou a lançar um álbum de estúdio de música gospel em 2001, intitulado Katy Hudson (mesmo nome artístico usado por ela na época), mas que teve suas vendas canceladas devido ao fechamento da Red Hill Records, gravadora responsável pela produção do álbum. Após mudar seu nome artístico para Katy Perry e seu estilo musical para o pop-rock, ela conheceu o produtor Glen Ballard e assinou com a Island Def Jam Records em 2004, gravando um álbum chamado (A) Katy Perry (também conhecido como Diamonds), mas que foi cancelado antes de seu lançamento. Em 2005, ela assinou contrato com a Columbia Records e gravou com o grupo The Matrix um álbum com o mesmo nome; alguns dias antes de seu lançamento, o álbum também foi cancelado.
A cantora assinou com a Capitol Records em 2007 e, no ano seguinte, finalmente lançou seu primeiro álbum de estúdio de música pop e pop rock, One of the Boys. O primeiro single do álbum, "I Kissed a Girl", ficou na primeira posição das paradas musicais da Austrália, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido, tornando-o o primeiro hit de sua carreira, apesar de tornar-se mundialmente polémica. O segundo single do disco, "Hot N Cold", também obteve um bom desempenho nas paradas musicais de diversos países, ficando no pódio das paradas americana e irlandesa. Com mais de 6,000,000 de cópias vendidas mundialmente, One of the Boys foi classificado como Disco de Platina nos Estados Unidos pela Associação da Indústria de Gravação da América,com mais de 1.000.000 de cópias vendidas. Ainda desse mesmo álbum, Perry lançou sua terceira canção de trabalho, intitulada "Thinking of You", e também o quarto e último single, chamado "Waking Up in Vegas".
Em 2010, seu segundo disco de música pop e terceiro álbum de estúdio oficial, intitulado Teenage Dream, foi lançado pela Capitol Records. O CD gerou cinco singles até o momento — "California Gurls", a faixa-título, "Firework", "E.T." e "Last Friday Night (T.G.I.F.)". Todas as músicas alcançaram o topo da parada Hot 100 da Billboard, tornando Teenage Dream o segundo álbum da história a conseguir tal feito e convertendo Perry na única mulher em 53 anos da parada musical a alcançar tal marca - e a segunda artista após Michael Jackson, o primeiro e até então único cantor a emplacar cinco canções de seu álbum Bad no primeiro lugar, em 1987. Além disso, quando "E.T." permaneceu no primeiro lugar do gráfico em 12 de abril de 2011, Perry se tornou a primeira artista da História a passar um ano inteiro - 52 semanas consecutivas - no top 10 da principal parada da Billboard.
Ela já foi diversas vezes indicada em prémios da indústria da música, como o Grammy Award, MTV Video Music Awards, MTV Europe Music Awards, People's Choice Awards, Teen Choice Awards e Kids Choice Awards. Considerada uma sex symbol, a cantora foi eleita a "Mulher Mais Sexy do Mundo de 2010" pelos leitores da revista Maxim. A cantora está casada com o ator inglês Russell Brand desde outubro de 2010.

O Rei da Valsa nasceu há 186 anos

Johann Strauss, dito II (nascido Johann Baptist Strauss ou Johann Sebastian Strauß; Viena, 25 de Outubro de 1825Viena, 3 de Junho de 1899) foi um grande compositor austríaco da Era Romântica famoso por ter escrito mais de 500 valsas, polkas, marchas, e quadrilhas. Filho de Johann Strauss I, e irmão dos compositores Josef Strauss e Eduard Strauss. Conhecido como "O Rei da Valsa", foi responsável pela popularidade da valsa em Viena durante o século XIX. Algumas das mais famosas obras incluem The Blue Danube (O Danúbio Azul), Wein Weib und Gesang, Tales from the Vienna Woods, Tritsch-Tratsch-Polka, o Kaiser-Walzer, e da opereta Die Fledermaus (O Morcego).


Bizet nasceu há 173 anos

Georges Alexandre César Léopold Bizet (Paris, 25 de outubro de 1838 - Bougival, 3 de junho de 1875) foi um compositor francês da época do romantismo. Suas obras mais conhecidas são as óperas Carmen e Les pêcheurs de perles ("Os pescadores de pérolas").

A reconquista de Lisboa foi concluída há 864 anos

 O Cerco de Lisboa por D. Afonso Henriques (1840), por Joaquim Rodrigues Braga

O Cerco de Lisboa, com início a 1 de julho de 1147 e que durou até 25 de outubro, e foi um episódio integrante do processo de Reconquista cristã da península Ibérica, culminando na conquista desta cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) com o auxílio dos Cruzados em trânsito para o Médio Oriente. Efetivamente, este episódio constituiu o único sucesso da Segunda Cruzada.
Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos Cruzados ibéricos (futuros Portugueses, Castelhanos, Leoneses, Aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.
A 19 de Maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por Flamengos, Normandos, Ingleses, Escoceses e alguns cruzados Germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da Cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres, e Saher de Archelle.
A armada chegou à cidade do Porto a 16 de Junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.
As forças portuguesas avançaram por terra, as dos Cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em Junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.
Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.
No início de Outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 24 de Outubro.
Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos Cruzados.
Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.
Alguns dos Cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.
Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.

segunda-feira, outubro 24, 2011

O ex-baixista dos Rolling Stones Bill Wyman faz hoje 75 anos

William George Perks (Londres, 24 de outubro de 1936), conhecido pelo nome artístico de Bill Wyman, é um músico britânico. Ele é conhecido por ter sido baixista na banda britânica de rock and roll The Rolling Stones, desde sua fundação em 1962 até 1991.

Nascido no distrito de Lewisham, ao sul de Londres, começou a ter aulas de piano aos 10 anos e aprendeu sozinho a tocar baixo.
Wyman, apesar de sua reputação de ser o Stone quieto, esteve envolvido em uma polémica nos anos 80 quando começou a sair com uma modelo adolescente, Mandy Smith, que tinha 13 anos quando o conheceu. Os dois se casariam em 1989 e se divorciariam em 1991.
Wyman em seu trabalho com a banda, tanto em estúdio quanto ao vivo, raramente tinha de cantar. Uma excepção notável foi a música "In Another Land", do álbum Their Satanic Majesties Request.
Evidentemente ele mantém uma amizade sólida com o primeiro integrante dos Stones a deixar voluntariamente a banda, o guitarrista Mick Taylor, e continua a trabalhar com ele em projetos solo.
Ele também tem se apresentado com a banda Rhythm Kings, além de ser o autor dos livros Stone Alone e Rolling with the Stones.


A Imperatriz Isabel de Portugal nasceu há 508 anos

Brasão da Imperatriz Isabel de Portugal


D. Isabel de Portugal (Lisboa, 24 de Outubro de 1503Toledo, 1 de Maio de 1539) foi filha do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria de Aragão e Castela. Diziam-na belíssima, como prova o retrato pintado por Ticiano. Morreu de complicações no parto, no Palácio de Fuensalida em Toledo, estando sepultada no Panteão do Escorial.
Era irmã de D. João III e do Cardeal-Rei D. Henrique, reis de Portugal. Inteligente e culta, criada no esplendor da mais rica corte europeia do seu tempo, em Lisboa, na educação da imperatriz participaram também, por influência de sua mãe, os castelhanos Beatriz Galindo, la Latina e o humanista Luís Vives. Foi longamente regente em nome de Carlos V, entre 1528 e 1533, primeiro, e de 1535 a 1538 novamente, enquanto o marido se ausentou, em guerra.
Além disso, teve muita importância em relação à educação do seu primogénito, que viria a ser Filipe II de Espanha, e I de Portugal, de língua materna portuguesa, criado e educado pelas damas lusitanas de sua mãe durante a infância.

Casamento
O casamento fora negociado por seu pai, D. Manuel I, que morrendo antes de o concluir o deixou recomendado em testamento ao seu sucessor no codicilo de 11.12.1521. Assim, a 6.10.1525 firmou-se em Torres Novas o contrato. A noiva levou por dote a exorbitante quantia de 900 mil cruzados portugueses, ou dobras castelhanas. Carlos V, seu noivo e seu primo direito, era então ainda apenas Carlos I, rei de Aragão e Castela, duque da Borgonha e vários outros feudos: só quatro anos depois será eleito imperador do Sacro Império, tornando-se hierarquicamente o mais alto soberano da Cristandade, com jurisdição sobre a Alemanha e vários reinos e senhorios da Espanha, Itália, França e Flandres, estendendo ao mundo a sua influência política e o poder das suas armas; porém, como todos os soberanos da Renascença, foi várias vezes obrigado a recorrer a grandes famílias de banqueiros, como os Fugger, não só para financiar a sua acessão à coroa imperial, como também os seus projectos político-militares. Por isso mesmo Carlos havia prometido, anteriormente, a Henrique VIII casar-se com sua filha, Maria, de quem igualmente era primo direito, em 1522 (quando esta tinha apenas seis anos) - mas preferiu aceitar a consorte lusitana, cuja aliança e cujo dote imediato eram bem mais significativos na Europa do tempo, e lhe traziam a liquidez necessária para a compra do trono imperial.
Assim, a princesa casou-se em Almeirim por procuração, em 1 de novembro de 1525, com o seu primo Carlos, representado pelo embaixador Carlos Popeto; e partiu em janeiro de 1526 rumo a Elvas com grande e rica comitiva, dai prosseguindo a viagem em liteira até a fronteira do Caia. Aí, montada em linda égua branca esplendorosamente ajaezada, e com luzido e fidalgo acompanhamento, foi ao encontro da embaixada castelhana que a vinha buscar, encabeçada pelos duques de Calábria e de Béjar e pelo arcebispo de Toledo. Passada a fronteira, seguiu para Sevilha aonde se encontrava o marido, ali se repetindo solenemente as bodas imperiais nos paços chamados de Reales Alcázares, em Março de 1526. Foi um casamento feliz, pois os noivos se apaixonaram apenas se conheceram, e se isolaram do mundo prolongando uma lua-de-mel que não parecia querer acabar, e apenas terminaria quatorze anos depois, de facto, pela morte da imperatriz.
Deslumbrado com a sua beleza, Carlos V deu-lhe ao casar por nova divisa as três graças, tendo a primeira delas a rosa, símbolo da formosura; a segunda o ramo de murta, símbolo do amor; e a terceira, a coroa de carvalho, símbolo da fecundidade, além do mote: Has habet et superat.
Na corte castelhana em Toledo, a imperatriz D. Isabel preferiu viver sem se ocupar com política, quase sempre no seu oratório ou convivendo com as numerosas damas portuguesas que a haviam acompanhado até Castela, vigiando as amas dos seus numerosos filhos. Ao morrer de parto, catorze anos depois de casada, Carlos V tanto se comoveu com a sua perda que no convento de S. Justo, onde se recolheu durante o luto pesado da viuvez, passava horas a contemplar o seu retrato mais emblemático, pintado por Ticiano.
Isabel de Portugal, imperatriz do Sacro Império Romano-Germânico. A obra-prima de Ticiano, hoje no Museu do Prado, o quadro foi pintado sobre outro, nove anos após a morte da Imperatriz

A morte a lenda
Tendo a imperatriz falecido em Toledo, e estando nessa época o soberano em Granada, encarregou este o futuro S. Francisco de Borja, um dos muitos apaixonados platónicos da bela imperatriz, de a conduzir até si a fim de a sepultar. Chegados lá, ao abrirem cerimonialmente o caixão de D. Isabel, a fim de verificarem a identidade do régio cadáver, a sua decomposição ia já avançada, destruindo a formosura da mais bela mulher daquele tempo, segundo rezavam os literatos de então. Segundo a lenda, perante a hedionda visão do seu cadáver descomposto o ainda Duque de Gândia, casado com a portuguesa D. Leonor de Castro, uma das suas damas, e que tanto e tão longamente amara a linda imperatriz à distância, jurou nunca mais servir a senhor humano algum, virando-se unicamente para o serviço divino; e ao enviuvar de D. Leonor, alguns anos depois, optará pela vida religiosa ingressando na Companhia de Jesus. O novo padre Francisco de Borja foi o terceiro Geral da Companhia, sendo depois canonizado como São Francisco de Borja. No entanto, sabemos agora que a famosa frase depois atribuída ao duque, e que deu o mote ao célebre poema de Sophia de Mello Breyner intitulado "Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal", sobre a sua alegada decisão de nunca mais servir a senhor mortal algum, foi sim pronunciada por São João de Ávila na oração fúnebre da imperatriz que proferiu durante as suas exéquias. É ainda no entanto possível que S. João de Ávila tenha utilizado nas exéquias imperiais a frase do humilde S. Francisco de Borja ao ser obrigado a contemplar decomposta a mulher que amara, e que a tradição oral o soubesse, ao atribuir a autoria desta a ele e não a S. João de Ávila.


Meditação do Duque de Gândia sobre a morte de Isabel de Portugal

Nunca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.


Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.


Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

Ramalho Ortigão nasceu há 175 anos

José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 - Lisboa, 27 de setembro de 1915) foi um escritor português.

Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos, filhos do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de D. Antónia Alves Duarte Silva Ramalho Ortigão.
Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Em Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito, começando a trabalhar como professor de francês no colégio da Lapa, no Porto, de que seu pai era director, e onde ensinou, entre outros, Eça de Queirós e Ricardo Jorge. Por essa altura, iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto.
Em 24 de Outubro de 1859 casou com D. Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.
Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto "Literatura de hoje", acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o velho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.
No ano seguinte, em 1867, visita a Exposição Universal em Paris, de que resulta o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, muda-se para Lisboa com a família, agarrando uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.
Reencontra em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreve um "romance execrável" (classificação dos autores no prefácio de 1884): O mistério da estrada de Sintra (1870). No mesmo ano, Ramalho Ortigão publica ainda Histórias cor-de-rosa e inicia a publicação de Correio de Hoje (1870-71). Em parceria com Eça de Queirós, surgem em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, de que vem a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queirós parte para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas.
Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Vai acontecer com ele o que aconteceu com quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as Luzes europeias do progresso material, porém, numa segunda fase voltaram-se para as raízes de Portugal e para o programa de um "reaportuguesamento de Portugal". É dessa segunda fase a constituição do grupo "Os Vencidos da Vida", do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, Marquês de Soveral, Conde de Arnoso, Antero de Quental, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Carlos Lobo de Ávila, Carlos de Lima Mayer e António Cândido. À intelectualidade proeminente da época juntava-se agora a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I sido significativamente eleito por unanimidade "confrade suplente do grupo".
Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreve D. Carlos o Martirizado. Com a implantação da República, em 1910, pede imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República "engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação". Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde vai começar a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou por estar escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queirós escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, "estudou e pintou o seu país na alma e no corpo".
Regressa a Portugal em 1912 e, em 1914 dirige a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saúda o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:
"A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos".
Vítima de um cancro, recolheu-se na casa de saúde do Dr. Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, vindo a falecer em 27 de Setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, Freguesia da Lapa.
Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Ordem da Rosa, no Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi Secretário e Oficial da Academia Nacional de Ciências, Vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas-Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro, e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi Grã-Cruz da Ordem de Isabel a Católica, membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.


NOTA: um grande português e um grande escritor, um homem digno e de palavra, com ideais e que sobrepunha os seus ideais ao seu bolso. Para entenderem o que eu digo, aqui fica citada, na íntegra, a carta de demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, dirigida ao Presidente da República:

Quinta de S. José, em Linda-a Pastora, 16 de Outubro de 1910


Meu caro Teófilo Braga




O carácter inalteràvelmente afectuoso das nossas relações, através de uma íntima convivência de mais de quarenta anos, me anima a dirigir esta carta ao chefe do actual governo da Nação. Sabe muito bem V., conhecendo a minha orientação mental, que, indiferente às formas de governo, nada em política me é mais profundamente antipático do que o votismo e o parlamentarismo, que eu considero os mais destrutivos agentes da capacidade administrativa em democracias insuficientemente educadas para a liberdade. O governo a que V. preside provém da intervenção fortuita de uma élite que distribuiu o exercício das funções pela especialização das capacidades. Esta génese torna para mim particularmente interessante e atraente o seu governo. Não vá porém julgar, meu caro Teófilo, que por meio desta sincera confissão eu venho formular a minha adesão à República, engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação. Não; pela minha parte eu não presto esse tributo à República. Nunca também o prestei aos políticos monárquicos, de cujos partidos nunca fiz parte, a cujo funcionalismo nunca pertenci, aos quais nunca absolutamente pedinchei o que quer que fosse.


Sabe V. que o meu tão modesto lugar na Academia foi Tomás de Carvalho quem numa noite, no Grémio, há 42 anos, mo ofereceu, indo eu três dias depois ocupá-lo sem nenhuma outra espécie de intrometimento da minha parte. AS minhas relações com a família real datam da minha entrada na Academia. Latino Coelho, secretário, não querendo pessoalmente levar à assinatura do Rei D. Fernando e mais tarde do Rei D. Luís os diplomas académicos, delegou em mim, chefe da secretaria, esse serviço, e assim tiveram princípios os contactos de recíproco afecto que certamente determinaram o Rei D. Carlos a nomear-me seu bibliotecário. Seria monstruoso que a essa família, à qual na prosperidade eu devi as mais expressivas demonstrações de estima, eu regateasse na desgraça o preito da minha mais saudosa e mais profunda gratidão.


Pode pois V., Teófilo, continuar a olhar direito para mim, porque eu continuo orgulhosamente a ser tão coerente com os meus princípios como V. o tem sido sempre com os seus. O fim desta minha carta é simplesmente felicitá-lo primeiro que tudo, e dar-lhe em seguida daquilo que me diz respeito algumas notícias e informações que — julgo eu — o interessarão talvez.


Domingo passado — faz hoje oito dias — encontrando-me eu e a minha mulher nesta quinta de uma das minhas filhas, a força pública invadiu a nossa casa, que V. conhece, nos Caetanos. As nossas vizinhas de prédio, vendo sentinelas na escada e dizendo-lhe os agentes da autoridade que iam arrombar a minha porta, deram-lhes a chave de que eram depositárias, o que obstou ao arrombamento. Depois de rebuscados todos os apartamentos e telhados do meu domicílio esses senhores fizeram-me o favor de constatar que eu nem tinha padres escondidos nem munições de guerra depositadas entre os móveis, livros e objectos de arte que no meu lar representam a economia de 50 anos da mais correcta existência e do mais imaculado trabalho. Parece que essa busca tivera por causa a denúncia de que de cima do meu telhado se haviam disparado tiros sobre as tropas da República! Note, meu querido Teófilo, que eu nem peço explicações da caluniosa delação de que fui objecto nem requeiro satisfação do agravo que se me fez. Desejo apenas informá-lo deste episódio familiar.


Passarei agora a um ponto de mais importância. Refiro-me à Biblioteca de que fui director no Paço da Ajuda. É claro que, bibliotecário do Rei, pelo seu bolso remunerado como o haviam sido os meus antecessores Alexandre Herculano e Magalhães Coutinho, eu nenhum compromisso tenho com o governo, qualquer que ele seja, sendo à administração da Fazenda da Casa Real que legalmente cabe intervir na negociação das bibliotecas encorporadas nos bens da Coroa. Eu nem sequer tenho a quem entregar a demissão do meu cargo, o qual de facto cessou de existir desde que não há Rei.


A consideração que todavia me merecem os interesses da civilização e o enternecido amor de velho que me prendia ao tesouro de que fui guarda levam-me a prestar-lhe a V., chefe do governo vigente, toda a informação que possa esclarecê-lo acerca da história, do estado e do destino daquela livraria. Ao ministro do Interior foram já entregues pelos meus empregados as chaves da casa. Em meu poder ficou a chave de meu uso assim como das gavetas da minha secretária, que entregarei a quem me for indicado mediante as formalidades que se considerem oportunas. Regressei da Suiça, onde passei mês e meio de férias, no dia 2 do corrente mês; no dia 3 fui convidado a almoçar em Belém com o presidente eleito da República do Brasil; a seguir rebentou a revolução, interceptando-me a entrada na Ajuda. De modo que nunca mais ali voltei depois do meu regresso. A colecção da Ajuda acha-se porém ordenada de maneira que dispensa preparos de exposição para qualquer efeito que seja. Todas as estantes, todas as prateleiras e todos os volumes estão integralmente etiquetados. Há em cada estante, na divisória mais ao alcance da mão, ao lado direito, um cartão in-fólio, de debrum verde, contendo a relação numérica dos livros dispostos em cada estante. O catálogo, quase completo, e todo ele feito sob a minha direcção, distingue os livros que pertencem à Coroa e os que são propriedade individual do Rei por virem das livrarias particulares dos Reis D. Luís e D. Pedro V e haverem sido adquiridos pelo Rei D. Carlos por meio de tornas aos co-herdeiros por ocasião do inventário feito por morte de D. Luís.


O catálogo dos manuscritos não está ainda completamente redigido, mas todos eles se encontram inventariados, correspondendo a cada peça um correlativo verbete. O inventário, assaz desenvolvido, dos incunábulos acha-se igualmente redigido e em via de impressão na tipografia da Academia. Está igualmente impresso (à minha custa) o catálogo dos manuscritos que figuraram na Exposição da Guerra Peninsular. Nos quartos de El- Rei D Manuel deve achar-se uma cópia da correspondência de Junot feita em grande parte por minha própria mão. A aplicação da modesta receita da Biblioteca — 10$00 rs. mensais — consta de um livro de caixa, encontrando-se numa das gavetas de que tenho a chave o saldo do último balanço feito no mês de Agosto passado, e na mão do oficial Jordão de Freitas a importância e o saldo das duas últimas mensalidades recebidas, Agosto e Setembro. Situada em lugar tão distante dos centros de estudo, parece naturalmente destinada esta biblioteca a vir a ser encorporada, como de fundo especial, na Biblioteca Nacional, enquanto se não proceda à indispensável e urgente reforma das bibliotecas e dos arquivos da Nação, com especialização dos depósitos e sistematização geral por um regime comum de catalogação e de compras. Como quer porém que seja permita-me, caro amigo, que muito vivamente eu recomende à sua protecção os meus empregados. Jordão é seu conhecido. O praticante Guilherme de Almeida é mais do que simples praticante, é um excelente amanuense. O contínuo Ferreira tem preciosas habilitações para empregado de qualquer grande livraria: é cumulativamente um tanto tipógrafo um tanto encadernador e um tanto desenhador e calígrafo. A reprodução linear das filigranas do papel dos nossos manuscritos, que o incumbi de fazer, é de grande valor, está executada com muito esmero e constitui uma colecção única na bibliografia portuguesa. Encarecidamente Ihe rogo que patrocine o destino destes meus antigos colaboradores, todos eles com família e sem outros recursos além dos provenientes do seu emprego na Biblioteca Real. Pela parte que pessoalmente me toca nada solicito e nada aceitaria se alguma coisa me oferecesse. Emigro sem armas e quase que sem bagagens para o interior da minha velhice, sendo minha única ambição acabar recolhidamente no meu canto sem empachar o caminho nem estorvar ninguém. Afectuoso abraço do seu velho camarada e amigo,

Ramalho Ortigão

Rosa Parks morreu há 6 anos

 Rosa Parks em 1955, com Martin Luther King, Jr. ao fundo

Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks (Tuskegee, 4 de fevereiro de 1913 - Detroit, 24 de outubro de 2005), foi uma costureira negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, em 1º de dezembro de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no autocarro a um branco, tornando-se o símbolo do movimento que foi denominado Boicote aos Autocarros de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista.

Nascida em Tuskegee, no estado do Alabama, no Sul dos EUA, Rosa era filha de James e Leona McCauley, e cresceu em uma fazenda. Devido a problemas de saúde na família, foi obrigada a interromper os seus estudos e começou a trabalhar como costureira.
Em 1932 casou-se com Raymond Parks, membro da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), uma organização que luta pelos direitos civis dos negros, da qual Rosa se tornou militante.
Foi através dessa atitude que o então jovem pastor negro Martin Luther King, Jr., concordando com a atitude de Rosa Parks, incentivava em seus sermões os negros fiéis a fazerem o mesmo.
Este movimento teve grande repercussão na década de 1950 nos Estados Unidos, pois o honroso pastor pregava pelos direitos civis do negros americanos através da teoria "say at less… I'm black, I'm proud", que mudou completamente a história dos Direitos Civis para os negros americanos e influenciou gerações de negros no mundo inteiro. A atitude solitária de Rosa Parks, ao ser acolhida por Martin Luther King, Jr., nunca mais foi uma atitude solitária. Depois de se aposentar, escreveu sua autobiografia. Os anos finais de sua vida foram marcados pelo Mal de Alzheimer, e no ano de 2005 morreu de causas naturais.

Medalha de ouro do congresso, com a inscrição "Mãe do Movimento dos Direitos Civis dos dias atuais"

Medalhas e Homenagens
  • 1992: Peace Abbey Courage of Conscience Award
  • 1996: Medalha presidencial da liberdade, do Presidente Bill Clinton
  • 1998: Prémio internacional condutor da liberdade
  • 1999: Medalha de ouro do congresso
  • 2005: Após sua morte, a empresa americana de computadores Apple fez-lhe uma homenagem no site publicando sua foto quando jovem, em um Autocarro. Acima da foto, o logo da empresa e o mundialmente famoso slogan "Think Different" e abaixo da foto a inscrição Rosa Parks. 1913 - 2005.

domingo, outubro 23, 2011

Mais dados sobre o sismo da Turquia

Aqui ficam os dados da IUGS sobre o sismo da Turquia:


Magnitude7.2
Date-Time
Location38.628°N, 43.486°E
Depth20 km (12.4 miles) set by location program
RegionEASTERN TURKEY
Distances16 km (9 miles) NNE of Van, Turkey
118 km (73 miles) N of Hakkari, Turkey
127 km (78 miles) SSE of Agri (Karakose), Turkey
929 km (577 miles) E of ANKARA, Turkey

Também da mesma fonte, a localização do epicentro:


Finalmente um sismograma, feito pelo geofone de Évora (de recordar que a hora UTC tem uma diferença de uma hora, no momento, em Portugal):

 (clicar para aumentar)