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sábado, outubro 05, 2024

Prece...

 

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

  
   
in
Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

sexta-feira, setembro 27, 2024

O meu amigo Miguel Madeira foi assassinado há 19 anos...

 

Passam hoje dezanove anos desde que o Miguel Madeira foi morto - assassinado, a tiro, no exercício das funções para que tinha sido eleito (presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves).

É um dia de luto para mim, que perdi um amigo, e para a minha terra - perdemos, de uma só vez o Presidente da Junta, o Comandante dos Bombeiros e o Presidente da Associação Cultural e Desportiva...

Um dia triste que preferia que nunca tivesse acontecido - mas ficam as saudades e as recordações de tudo o que fizemos juntos, em Vila Franca das Naves e em Coimbra, nas escolas e na rua, nos escuteiros e nos bombeiros, no Xadrez e no futebol e em tantos outros sítios... Até já, Miguel, não te esquecemos - e vemo-nos lá em cima...

 


quinta-feira, outubro 05, 2023

Prece...

 

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

  
   
in
Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

quarta-feira, setembro 27, 2023

Nunca te esqueceremos - o Miguel Madeira morreu há dezoito anos...

 

  

E são já 18 anos desde que o Miguel Madeira foi morto - assassinado, a tiro, no exercício das funções para que tinha sido eleito.

É um dia de luto para mim, que perdi um amigo, e para a minha terra, Vila Franca das Naves - perdemos de uma só vez o Presidente da Junta, Comandante dos Bombeiros e Presidente da Associação Cultural e Desportiva...

Um dia triste que preferia que nunca tivesse acontecido - mas ficam as saudades e as recordações de tudo o que fizemos juntos, em Vila Franca das Naves e em Coimbra, na escola e na rua, nos escuteiros e nos bombeiros e em tantos outros sítios... Até logo, Miguel - vemo-nos lá em cima...

 

quarta-feira, outubro 05, 2022

Prece...

 

 

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

  
   
in
Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

terça-feira, setembro 27, 2022

O meu amigo Miguel Madeira morreu há dezassete anos...

  

E passam hoje dezassete anos que o meu amigo Miguel Madeira foi morto - assassinado a tiro, no exercício das funções para que tinha sido eleito.

É um dia de luto para mim, que perdi um amigo, e para a minha terra, Vila Franca das Naves - perdemos de uma só vez o Presidente da Junta, Comandante dos Bombeiros e Presidente da Associação Cultural e Desportiva.

Um dia triste que preferia que nunca tivesse acontecido - mas ficam as saudades e as recordações de tudo o que fizemos juntos, em Vila Franca das Naves e em Coimbra... Até já, Miguel - vemo-nos lá em cima...

 

quarta-feira, março 16, 2022

Música para um dia triste, que faz lembrar uma sexta-feira santa...

O blog Geopedrados está de luto - a Academia de Coimbra levou o seu Presidente a enterrar...

 


Morreu no sábado o Presidente da Associação Académica de Coimbra, a associação e clube dos estudantes da Universidade de Coimbra, a maior associação de estudantes da Europa.  Como este blog é de ex-alunos da Universidade, estamos de luto. Perdemos um promissor presidente - obrigado Cesário por tudo o que fizeste pela nossa amada Academia de Coimbra...!

Os nossos pêsames à família e à academia, que esteve a velar de forma tão bonita o corpo do seu Presidente e o acompanhou até à sua morada final...

   


Após um compasso de espera marcado por um pesado silêncio partilhado entre os presentes, a velha cabra acabou por soar. Quando um estudantes morre, / Os sinos tocam assim, cantou Daniel Tadeu, presidente da Mesa da Assembleia Magna da AAC – que se candidatou ao lado de Cesário – e associado da Secção de Fado da AAC, levando às lágrimas muitos dos que o ouviam. Nesse momento, um largo corredor de capas negras arrancou à luz das velas pela Porta Férrea em direção à sede da Associação Académica de Coimbra.

in RUC

 

segunda-feira, outubro 25, 2021

A última Rainha de Portugal morreu há setenta anos...

   
Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28 de setembro de 1865 - Le Chesnay, 25 de outubro de 1951) foi a última Rainha de facto de Portugal.
Durante a sua vida, Amélia perdeu todos os seus familiares diretos: defrontou-se com o assassinato do marido, o Rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro rei Manuel II; e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta Maria Ana de Bragança, nascida de parto prematuro, e, em 1920, com a morte do cunhado, o infante Afonso, Duque do Porto, único irmão do rei D. Carlos I.
Ela foi o único membro da família real portuguesa exilada após a implantação da república - facto ocorrido a 5 de outubro de 1910 - que visitou Portugal em vida, bem como o último membro a morrer, aos oitenta e seis anos. Amélia de Orleães viveu sofridas décadas de exílio, entre Inglaterra e França, onde aguentou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Esta frase estava entre as suas últimas palavras:
Cquote1.svg
Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal.
Cquote2.svg
   
Reconciliação familiar
Pouco antes da sua visita a Portugal, D. Amélia aceitara ser madrinha de baptismo de Duarte Pio de Bragança, confirmando a reconciliação dos dois ramos da família Bragança.
   
Morte
No dia 25 de outubro de 1951, a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos. Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 09.35 horas da manhã. O corpo da rainha foi então trasladado pela fragata Bartolomeu Dias para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora. Esse foi o seu último desejo na hora de sua morte. O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa, numa multidão nunca vista.

Títulos
  • 1865-1886: Sua Alteza Real a princesa Amélia de Orleães
  • 1886-1889: Sua Alteza Real a Princesa Real D. Amélia, Duquesa de Bragança
  • 1889-1908: Sua Majestade a Rainha
  • 1908-1910: Sua Majestade a rainha D. Amélia
  • 1910-1951: Sua Majestade a rainha D. Amélia de Portugal
Brasão da Rainha Dona Amélia
         

terça-feira, outubro 05, 2021

Prece...

 

 

Prece

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

  
   
in
Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

segunda-feira, setembro 27, 2021

Miguel Madeira - dezasseis anos de saudades...

  

E passam hoje 16 anos que o meu amigo Miguel Madeira foi morto, assassinado a tiro no exercício das funções para que tinha sido eleito.

É um dia de luto para mim e para a minha terra, Vila Franca das Naves - perdemos de uma só vez o Presidente da Junta, Comandante dos Bombeiros e Presidente da Associação Cultural e Desportiva.

Um dia triste que preferia que nunca tivesse acontecido - mas ficam as saudades e as recordações de tudo o que fizemos juntos, em Vila Franca das Naves e em Coimbra... Até já, Miguel - vemo-nos lá em cima...

 

domingo, setembro 27, 2020

Quinze anos de saudades...

  

Faz hoje quinze anos que o meu amigo Miguel Madeira foi morto, assassinado a tiro no exercício das funções para que tinha sido eleito.

É um dia de luto para mim e para a minha terra, Vila Franca das Naves - perdemos Presidente da Junta, Comandante dos Bombeiros e Presidente da Associação Cultural e Desportiva.

Um dia triste que preferia que nunca tivesse acontecido - mas é recordando o passado que se pode pensar e preparar o futuro.

 

sexta-feira, julho 26, 2013

Porque a Galiza está de luto...

(imagem daqui)

Morte

Sabemos que de todas as sementes
é a mais pesada. Havemos de esperar
por ela. Acolhemo-la e nada
podia ser tão nosso. Compreendemos
que no seu interior talvez exista
a última seiva, o rumor de outra
germinação para que fique
junto dela. Descai silenciosa
e devagar. A terra é o nosso corpo.


in Relâmpago - Revista de Poesia, 29-30 (2012) - Fernando Guimarães





Chove en Santiago - Luar na Lubre
Federico Garcia Lorca

Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca do ar
brila entebrecida ao sol.

Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.

Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.

Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol;
agoa da mañan anterga
trema no meu corazón.

sexta-feira, março 02, 2012

A Música está de luto...

Aos 68 anos
Morreu Lucio Dalla, um dos músicos italianos mais importantes

Lucio Dalla estava em digressão
 
Lucio Dalla, considerado um dos mais importantes cantautores italianos, morreu nesta quinta-feira de ataque cardíaco em Montreux, na Suíça, onde estava em digressão. O músico tinha 68 anos, completaria 69 no próximo dia 4.

Nascido em Bolonha, Lucio Dalla, com dezenas de discos editados, é autor de temas mundialmente conhecidos como “Gesùbambino” (que Chico Buarque gravou como “Minha História” ou “Caruso”, uma homenagem à lenda da opera Enrico Caruso, e que foi várias vezes interpretada por Pavarotti.

“Lucio morreu esta manhã, depois do concerto de ontem à noite”, escreveu em comunicado a agência Midas Promotions, responsável pela série de concertos que o italiano tinha marcado para a Suíça.

Muito respeitado no meio, Lucio Dalla começou a sua carreira na música na década de 1960. Em 1966 editou o seu primeiro álbum com a banda “The Flippers” e em 1979 ganhou o reconhecimento não só nacional como internacional com o disco homónimo, que vendeu mais de um milhão de cópias.

“Estou em choque. Ele era um grande amigo de Luciano. Um grande artista e uma grande homem com uma sensibilidade enorme. Esteve sempre perto de mim nos momentos difíceis”, disse Nicoletta Mantovani, viúva de Pavarotti, à AFP.

Também no Twitter e na imprensa italiana têm-se multiplicado as mensagens de homenagem a Lúcio Dalla que, em 2005, passou por Portugal, num concerto em que se apresentou em palco com músicos da Academia do Fado.

“Não posso acreditar que a notícia da morte de Lucio Dalla seja verdade. Ele foi o primeiro artista italiano que me viu cantar num restaurante de Bolonha quando eu tinha oito anos. Nunca mais me esqueci da sua das suas belas palavras de encorajamento”, escreveu no seu Twitter a cantora italiana Laura Pausini.

Para o presidente da Republica italiano, Giorgio Napolitano, Lucio Dalla foi um músico que “ajudou a renovar a promover a música italiana no mundo”. “Era um artista amado por muitos italianos de diferentes gerações”, escreveu em comunicado o Napolitano, recordando os encontros que teve com Lucio Dalla, “o último deles foi em Bolonha num evento de caridade”.

Lucio Dalla estava em digressão a apresentar o seu último trabalho, o álbum “Questo è amore”, que saiu para as lojas no ano passado. A digressão estava prevista terminar a 30 de março, em Berlim.

in Público - ler notícia

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

O Rei D. Carlos I e o Príncipe das Beiras e Duque de Bragança D. Luís Filipe foram assassinados há 104 anos

O Regicídio de 1 de fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio, na época (mais conhecida por Terreiro do Paço), em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe, marcando o fim da ultima tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional, e consequentemente, uma nova escalada de violência na vida pública do País.

sábado, dezembro 17, 2011

Uma grande perda para world music...

(imagem daqui)

Funeral de Cesária Évora é na terça-feira e Governo (de Cabo Verde) decretou dois dias de luto nacional

O Governo de Cabo Verde decretou dois dias de luto nacional para o dia do funeral de Cesária Évora, terça-feira, disse, no Mindelo, o primeiro-ministro cabo-verdiano, que prometeu tudo fazer para que "Cize" "perdure eternamente" como "nome cintilante da cabo-verdianidade".
O funeral de Cesária Évora, falecida este sábado, decorrerá terça-feira à tarde no Mindelo, ilha de São Vicente, terra natal da cantora cabo-verdiana, indicou a família, citada pela agência Inforpress.
Segundo familiares, o corpo de Cesária Évora vai permanecer em câmara fria até às 7 horas de terça-feira, altura em que será transladado para a residência da família, na Rua Fernando Ferreira Fortes, onde permanecerá até às 12.00 horas (13.00 horas em Portugal continental).
A essa hora, a urna contendo os restos mortais de "Cize" será conduzida ao Salão Nobre da Câmara Municipal de São Vicente, onde permanecerá em câmara ardente até à hora da partida para o cemitério, às 16.00 horas (17.00 em Lisboa).
Entretanto, o Governo cabo-verdiano passou de um para dois dias o luto nacional, que entrará em vigor à meia-noite deste sábado.
Em memória da cantora, até segunda-feira, a bandeira vai estar em meia haste em todo o território nacional, embaixadas, consulados e outras representações de Cabo Verde no exterior.
O Governo já decidiu ainda conceder tolerância de ponto na ilha de São Vicente no dia do enterro.
Citado pela Inforpress, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, que se encontra na ilha de São Vicente, explicou que, para além do luto nacional, o Governo vai estudar outras formas de homenagear a falecida cantora para "eternizar o nome de Cesária Évora".
"Cesária Évora, que promoveu tanto Cabo Verde, deu um contributo inestimável para que esta Nação pudesse ter grandeza e auto estima, orgulho de ser Cabo Verde, mas também a enorme projeção que fez de Cabo Verde no mundo", sintetizou o chefe do governo na sua primeira declaração à imprensa após a morte de Cesária.
"Cesária não morrerá nunca, pois é um ícone e uma estrela que nunca se apaga. Terá desaparecido fisicamente, mas continuará eternamente na memória de todos", sustentou.

in JN - ler notícia

PARTIDA

Nha cretcheu, djâm s' tá ta parti
Oi partida sô bô podia sépara-no
Nha cretcheu Ievantá pàm bem
braçabo Levantá pa'm bem beja-bo
Pàm caricia-bo ess bô face
S'el ta sirvi levá l
Màl ta sirvi pa transporta'l
Caminho longe. séparação
Ess sofrimento nh'amor qa bô
Oi partida bô leva'l
Bô ta tornà trazé'l
Oi madrugada imagem di nh'alma
Manha cretcheu entrega-me sês lágrimas
Pâm ca sofrê nem tchorà
Ess sofrimento ca é sô pa mim
Oi partida bô é um dor profundo.


NOTA: tradução do crioulo caboverdiano para português:

PARTIDA

Meu amor, vou-me embora
Oh, partida! Só tu nos podias separar
Levanta-te, meu amor, para eu te abraçar
Levanta-te, para te beijar
Para acariciar essa bela face
A partida te acompanha,
Ela serve para te levar
Pelo caminho longe da separação
Este sofrimento é o meu amor por ti
Oh, partida, leva o meu amor
Mas tens de o tornar a trazer
A madrugada é a imagem da minh'alma
Mas o meu amor oferece-me as suas lágrimas
Para eu não sofrer, nem chorar
Este sofrimento não é só para mim,
Oh partida, és dor profunda.

Hoje estamos de luto...

Morreu Cesária Évora

Cantora cabo-verdiana nasceu em 1941


A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde.

A informação foi adiantada à agência Lusa por fonte hospitalar.

A “diva dos pés descalços”, como a imprensa se referiu muitas fez a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente no seio de uma família de músicos.

Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez, afirmou: “Tudo à minha volta era música”. O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza.

“Cise” como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana.

Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: “Cantava ao ar livre nas praças da cidade para afastar coisas tristes”. Aos 16 anos canta nos bares da cidade e nos hotéis começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como “rainha da morna”.

A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um “período negro” da cantora que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área.

Em 1985 a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, Cise vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é “descoberta” e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo.

Em 1988 grava “La diva aux pied nus”, álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva.

Em 1992 Cesária Évora gravou “Miss Perfumado” e aos 47 anos torna-se uma “estrela” internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.

Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, “Sôdade”.

Em 2004 recebeu um Grammy para o Melhor Álbum, de world music contemporânea pelo disco “Voz d’Amor”. “Cise” não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal.

“Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas”, confidenciou certa vez à Lusa.

A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns “sustos” como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria.

Em 2009 o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgico que a levou a temer pela vida.

Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uam digressão como a gravação de um novo que deveria sair no próximo ano.

No dia 24 de Setembro, numa entrevista ao Le Monde, a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da “diva dos pés descalços”, e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer.

Nesse mesmo dia ao princípio da tarde a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido “mais um acidente vascular cerebral (AVC)”. A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado dando conta que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era “reservado”.

Aos 70 anos, completados no passado 27 de Agosto, e após uma curta visita a Lisboa onde pediu para passear a pé pelo bairro de São Bento, Cesária Évora morreu em Paris.

Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e actuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, “Live in Paris”, e registou dezenas de colaborações em discos.

terça-feira, outubro 25, 2011

A Rainha Dona Amélia morreu há 60 anos

(imagem daqui)

Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães (Twickenham, 28 de Setembro de 1865 - Chesnay, 25 de Outubro de 1951) foi a última rainha de facto de Portugal.
Durante a sua vida, D. Amélia perdeu todos os seus familiares directos: defrontou-se com o assassinato do marido, o rei D. Carlos I, e do filho mais velho, D. Luís Filipe (episódio conhecido como Regicídio de 1908); vinte e quatro anos mais tarde, recebeu a notícia da morte do segundo e último filho, o futuro D. Manuel II; e também ficou de luto com a morte de sua filha, a infanta D. Maria Ana de Bragança, nascida em um parto prematuro.
Ela foi o único membro da família real portuguesa exilada pela República que visitou Portugal em vida, bem como o último membro a morrer, aos oitenta e seis anos. Amélia de Orleães viveu sofridas décadas de exílio, entre Inglaterra e França, onde aguentou a Segunda Guerra Mundial.
Esta frase estava entre as suas últimas palavras: "Quero bem a todos os portugueses, mesmo àqueles que me fizeram mal".

terça-feira, março 22, 2011

Adeus Artur Agostinho...!

Faleceu hoje o homem da rádio, da TV, dos concursos, do desporto, do cinema, do jornalismo, da escrita,  dos relatos de futebol, das séries televisivas e de milhentas outras coisas. O mundo e Portugal ficaram um pouco mais pobres...

(imagem daqui)

Adeus - obrigado por tudo e até sempre!

quinta-feira, setembro 30, 2010

Um país perdido




Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...

in Clepsidra,  Camilo Pessanha