terça-feira, agosto 05, 2014
A ópera Guilherme Tell foi apresentada pela primeira vez há 185 anos
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Richard Burton morreu há 30 anos
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segunda-feira, agosto 04, 2014
Louis Armstrong nasceu há 113 anos
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A Batalha de Alcácer-Quibir foi há 436 anos
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A Rainha-Mãe do Reino Unido nasceu ha 114 anos
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domingo, agosto 03, 2014
Há 35 anos um dos piores ditadores de África foi substituído pelo seu sobrinho, um dos mais ricos ditadores do mundo...
El 15 de diciembre de 1963, el Gobierno español sometió a referéndum entre la población de estas dos provincias un proyecto de Bases sobre Autonomía, que fue aprobado por abrumadora mayoría. En consecuencia, estos territorios fueron dotados de autonomía, adoptando oficialmente el nombre de Guinea Ecuatorial, con órganos comunes a todo el territorio (Asamblea General, Consejo de Gobierno y Comisario General) y organismos propios de cada provincia. Aunque el comisionado general nombrado por el gobierno español tenía amplios poderes, la Asamblea General de Guinea Ecuatorial tenía considerable iniciativa para formular leyes y regulaciones. Su primer y único presidente fue Bonifacio Ondó Edu.
La dictadura de Macías (1970 - 1979)
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A soprano Elisabeth Schwarzkopf morreu há oito anos
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Alexander Soljenítsin morreu há seis anos
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Tony Bennett - 88 anos
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Jonas Savimbi nasceu há 80 anos
Papel no processo de descolonização
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O poeta Políbio Gomes dos Santos morreu há 75 anos
Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de agosto de 1911 - Ansião, 3 de agosto de 1939, foi um poeta português.
Chamam-me lá em baixo.
São as coisas que não puderam decorar-me:
As que ficaram a mirar-me longamente
E não acreditaram;
As que sem coração, no relâmpago do grito,
Não puderam colher-me.
Chamam-me lá em baixo,
Quase ao nível do mar, quase à beira do mar,
Onde a multidão formiga
Sem saber nadar.
Chamam-me lá em baixo
Onde tudo é vigoroso e opaco pelo dia adiante
E transparente e desgraçado e vil
Quando a noite vem, criança distraída,
Que debilmente apaga os traços brancos
Deste quadro negro - a Vida.
Chamam-me lá em baixo:
Voz de coisas, voz de luta.
É uma voz que estala e mansamente cala
E me escuta.
in Voz que Escuta (1944) - Políbio Gomes dos Santos
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A um Poeta que nos deixou ainda jovem
À Memória de Políbio Gomes dos Santos
O poeta que morreu entrou agora,
Não se sabe bem onde, mas entrou,
Todo coberto de demora,
No bocado de noite em que ficou.
As ervas lhe desenham
Seu espaço devido:
Depressa, venham
Lê-lo no chão os que o não tenham lido.
Que o sorriso que o veste
Já galga como um potro
As coisas tenebrosas,
E esquecido – só outro:
Este
Nem precisa de rosas.
in Eu, Comovido a Oeste (1940) - Vitorino Nemésio
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sábado, agosto 02, 2014
Saudades do Zeca...
Canção do Medo - Zeca Afonso
Minha mãe como não morro
À vista desta carnagem
Dou por mal paga a viagem
A tais foguetes não corro
Não sei dos meus lavagantes
Nem da mulher que me espera
Quero sair desta guerra
Mesmo agora neste instante
Ai carnes do meu padrinho
Podeis tremer à vontade
Que a vida do teu sobrinho
Vale bem a tua idade
E mais a tua canseira
Em me ensinares que não dorme
Aquele que mata a fome
A quem só tem caganeira
Livra-me dos teus cuidados
Rezo dois mil padre-nossos
Assim me cuidem dos ossos
Sejam eles mil diabos
Agora tenho cagaço
Como quando era menino
E me tolhiam os braços
Temores ao verbo Divino
Levanta ferro meu corpo
Vê se podes dar um passo
Valham-me todos os santos
Das caminhadas que faço
Tão pouco pode a natura
Nestas afrontas mortais
Que um homem morre mil vezes
Mil e uma é já demais
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Zeca Afonso nasceu há 85 anos
Nasceu no dia 2 de agosto de 1929, na Freguesia de Glória, em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso dos Santos, juiz, natural do Fundão, e de sua mulher Maria das Dores Dantas Cerqueira, Professora, de Ponte de Lima. Viveu naquela localidade até aos três anos, numa casa do Largo das Cinco Bicas, com a tia Gé e o tio Chico, bem como com seu irmão João Cerqueira Afonso dos Santos (1927), Advogado, pai de dois dos seus sobrinhos. Com aquela idade foi levado para Angola, onde o pai havia sido colocado como delegado do Procurador da República, em 1930, e onde nasceria em Silva Porto a sua irmã Maria Cerqueira Afonso dos Santos, mãe de seus sobrinhos, também músicos, João Afonso Lima e António Afonso Lima.
A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano, que se refletirá pela sua vida fora. As trovoadas, as florestas e os grandes rios atravessados em jangadas escondiam-lhe a realidade colonial.
Em 1937 regressa a Aveiro, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e os irmãos em Lourenço Marques.
No ano seguinte, volta para Portugal, indo viver em Belmonte, com o tio Filomeno, que ocupava o cargo de presidente da Câmara. Completa a instrução primária nesta localidade, e convive com o mais profundo ambiente do Salazarismo, de que seu tio era fervoroso admirador, sendo obrigado a envergar o traje da Mocidade Portuguesa.
Em 1939 os seus pais foram viver para Timor, onde seriam cativos dos ocupantes japoneses durante três anos, entre 1942 e 1945. Durante esse período, Zeca Afonso não teve notícias dos pais.
Frequentou o Liceu Nacional D. João III e a Faculdade de Letras de Coimbra, e integrou o Orfeão Académico de Coimbra e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra; já nesta altura, revelou-se um intérprete especialmente dotado no Fado de Coimbra, tendo assimilado o ambiente de mudança que, naquela altura, se estava a começar a manifestar naquela localidade.
Em 1948 completa o Curso Geral dos Liceus, após dois chumbos.
Conhece Maria Amália de Oliveira, uma costureira de origem humilde, com quem vem a casar em segredo, por oposição da família. Continua na vida associativa, fazendo viagens com o Orfeão Académico de Coimbra e com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, ao mesmo tempo que integra a equipa de futebol da Académica. Em 1949 inscreve-se no curso de Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Volta a Angola e Moçambique, integrado numa comitiva do Orfeon Académico de Coimbra.
Faleceu em 23 de fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às três horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica.
Biografia
Em janeiro de 1953 nasce-lhe o primeiro filho, José Manuel. Para sustentar a sua família, Zeca Afonso dá explicações e faz revisão de textos no Diário de Coimbra. Pela mesma altura grava o seu primeiro disco, Fados de Coimbra. Tem grandes dificuldades económicas, como refere em carta enviada aos pais em Moçambique. Ainda antes de terminar o curso, é lhe permitido lecionar no Ensino Técnico.
Cumpriu, de 1953 a 1955, em Mafra e Coimbra, o Serviço Militar Obrigatório; pouco depois, começa a lecionar, passando, sucessivamente, por Mangualde, Alcobaça, Aljustrel, Lagos e Faro. Iniciou as suas funções como professor em Lagos no dia 29 de outubro de 1957, na Escola Comercial e Industrial Vitorino Damásio.
Em 1956 é colocado em Aljustrel e divorcia-se de Maria Amália. Em 1958 envia os filhos para Moçambique, que ficam ao cuidado dos avós. Entre 1958 e 1959 é professor de Francês e de História, na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.
Apesar das exigências da sua profissão, não esqueceu as suas ligações a Coimbra, onde gravou o seu primeiro disco, em 1958. Foi influenciado pelas correntes de mudança que se faziam sentir naquela localidade, e pelo convívio com figuras como António Portugal, Flávio Rodrigues da Silva, Manuel Alegre, Louzã Henriques, e Adriano Correia de Oliveira, que marcou especialmente a sua obra Coimbrã.
Em 1963 termina a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com uma tese sobre Jean-Paul Sartre, intitulada Implicações substancialistas na filosofia sartriana.
No mesmo ano são editados os primeiros temas de carácter vincadamente político, Os Vampiros e Menino do Bairro Negro - o primeiro contra a opressão do capitalismo, o segundo, inspirado na miséria do Bairro do Barredo, no Porto - integravam o disco Baladas de Coimbra, que viria a ser proibido pela Censura. Os Vampiros, juntamente com Trova do Vento que Passa (um poema de Manuel Alegre, musicado por António Portugal e cantado por Adriano Correia de Oliveira) viriam a tornar-se símbolos de resistência anti-salazarista da época.
Realiza digressões pela Suíça, Alemanha e Suécia, integrado num grupo de fados e guitarras, na companhia de Adriano Correia de Oliveira, José Niza, Jorge Godinho, Durval Moreirinhas e ainda da fadista lisboeta Esmeralda Amoedo.
Em maio de 1964 José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção Grândola, Vila Morena. A música viria a ser a senha do Movimento das Forças Armadas no golpe de 25 de Abril de 1974, permanecendo como uma das músicas mais significativas do período revolucionário. Ainda naquele ano são lançados os álbuns Cantares de José Afonso e Baladas e Canções.
Ainda em 1964, José Afonso estabelece-se em Lourenço Marques, com Zélia, reencontrando os filhos do anterior casamento. Entre 1965 e 1967 é professor no Liceu Pêro de Anaia, na cidade da Beira, e em Lourenço Marques. Colabora com um grupo de teatro local, musicando uma peça de Bertolt Brecht, A Excepção e a Regra. Manifesta-se contra o colonialismo, o que lhe causa problemas com a PIDE, a polícia política do Estado Novo. Em Moçambique nasce a sua filha Joana, em 1965.
Residiu, entre 1964 e 1967, em Moçambique, acompanhado pelos dois filhos e pela sua companheira, Zélia, tendo ensinado na Beira, e em Lourenço Marques. Nesta altura, começa a sua carreira política, em defesa dos ideais de independência, o que lhe valeu a atenção dos agentes do governo colonial.
Em 1971 edita Cantigas do Maio, no qual surge Grândola, Vila Morena. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP Eu vou ser como a toupeira. Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum Venham mais Cinco. Ao mesmo tempo, começa a dedicar-se ao canto, e apoia várias instituições populares, enquanto que continua a sua carreira política na Liga de Unidade e Acção Revolucionária.
Entre abril e maio de 1973 esteve detido no Forte-Prisão de Caxias pela PIDE/DGS.
Os seus últimos espectáculos terão lugar nos Coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa a distinção.
Em 1985, é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, no qual, devido estado da doença, Zeca não consegue interpretar todas as músicas previstas. O álbum acaba por ser completado por José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986 apoia a candidatura de Maria de Lourdes Pintasilgo a Presidente da República.
Foi, igualmente, homenageado pela Câmara Municipal de Lagos, que colocou o seu nome numa rua da Freguesia de Santa Maria.
Foi igualmente homenageado pela Câmara Municipal do Porto, que colocou o seu nome em Rua que faz a ligação entre a Rua António Cândido e a Rua da Constituição. Foi homenageado pela Câmara Municipal da Moita, freguesia de Alhos Vedros abrindo uma escola com o seu nome.
Em 2007, foi homenageado na IX Grande Noite do Fado Académico, na Casa da Música (Porto), numa organização do Grupo de Fados do ISEP e da Associação de Estudantes do ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto).
Em 1994 seria editado Filhos da Madrugada Cantam José Afonso, um CD duplo em homenagem a Zeca Afonso. No final de Junho seguinte, muitas das bandas portuguesas que integraram o projecto, participaram num concerto que teve lugar no então Estádio José de Alvalade.
Em 24 de Abril de 1994 a CeDeCe estreia no Teatro S. Luiz o bailado Dançar Zeca Afonso, com música de Zeca Afonso e coreografia de António Rodrigues, uma encomenda do Município, a propósito da Capital Europeia da Cultura.
Muitas das suas canções continuam a ser gravadas por numerosos artistas portugueses e estrangeiros. Calcula-se que existam actualmente mais de 300 versões de canções suas gravadas por mais de uma centena de intérpretes, o que faz de Zeca Afonso um dos compositores portugueses mais divulgados a nível mundial. O seu trabalho é reconhecido e apreciado pelo país inteiro e Zeca Afonso, com a sua incidência política que as suas canções ganharam, indiscutivelmente representa uma parte muito importante da cultura poética portuguesa.
LP's lançados
Álbuns de estúdio:
- Baladas e canções (1964)
- Cantares de andarilho (1968)
- Contos velhos rumos novos (1969)
- Traz outro amigo também (1970)
- Cantigas do Maio (1971)
- Eu vou ser como a toupeira (1972)
- Venham mais cinco (1973)
- Coro dos tribunais (1974)
- Com as minhas tamanquinhas (1976)
- Enquanto há força (1978)
- Fura fura (1979)
- Fados de Coimbra e Outras Canções (1981)
- Como se fora seu filho (1983)
- Galinhas do Mato (1985)
- José Afonso in Hamburg (1982)
- Ao vivo no Coliseu (1983, álbum duplo)
EPÍGRAFE PARA A ARTE DE FURTAR
Roubam-me Deus,
outros o Diabo
- quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
- quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
- quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
- aqui del-rei!
in Fidelidade, Poesia-II - Jorge de Sena
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