sábado, dezembro 10, 2011

Otis Redding morreu (precocemente) há 44 anos

Otis Redding (9 de setembro de 1941 - 10 de dezembro de 1967) foi um influente cantor norteamericano de soul, conhecido por seu estilo emotivo e pelo sucesso póstumo "(Sittin' On) the Dock of the Bay".
Otis Redding nasceu na pequena cidade de Dawson, Georgia. Quando tinha cinco anos, sua família se mudou para Macon também na Georgia, onde Otis começou a cantar no coral de uma igreja e na adolescência ganhou o show de talentos do "Douglass Theatre" por 15 semanas consecutivas. Sua primeira influência musical foi Little Richard, que também havia morado em Macon. Ainda na adolescência resolveu sair da cidade, dizendo que se aquele não tinha sido o lugar para Little Richard, não seria o lugar para ele também.
Em 1960, Otis Redding começou uma turnê pelo sul dos Estados Unidos com Johnny Jenkins and the Pinetoppers. Além de cantar, Otis trabalhava como motorista de Jenkins. No mesmo ano fez suas primeiras gravações, "Fat Gal" e "Shout Bamalama", com seu grupo com o nome "Otis Redding and the Pinetoppers", lançado pelos selos musicais "Confederate" e "Orbit".
Em 1962 fez a sua primeira marca no mundo da música, durante uma sessão de Johnny Jenkins, quando o estúdio ficou vago, ele gravou "These Arms of Mine", uma balada de sua autoria. A música virou um pequeno hit pela "Volt Records", uma subsidiária do renomado selo sulista Stax Records que tinha sede em Memphis, Tennessee.
Redding compunha a maioria de suas músicas, prática não muito comum na época, às vezes em parceria com Steve Cropper (do grupo Booker T. & the MG's). Em julho de 1967 ele se apresentou no influente Festival Pop de Monterey.
"(Sittin' On) the Dock of the Bay" tornou-se famosa um ano depois da morte de Redding em um acidente de avião em Wisconsin, juntamente com sua banda de apoio The Bar-Kays.


O primeiro Rei dos Belgas morreu há 146 anos

Leopoldo I (Leopoldo Jorge Cristiano Frederico de Saxe-Coburgo-Saalfeld, depois Saxe-Coburgo-Gota; Coburgo, 16 de dezembro de 1790Laken, 10 de dezembro de 1865) foi um Príncipe de Saxe-Coburgo-Gota, e foi o primeiro rei dos belgas, título que deteve de 21 de julho de 1831 até a sua morte.
Ele foi o fundador da linhagem belga da Casa de Saxe-Coburgo-Gota. Entre seus filhos, estavam Leopoldo II da Bélgica e a imperatriz Carlota do México.

Os Prémios Nobel foram atribuídos pela primeira vez há 110 anos

O Prémio Nobel foi instituído por Alfred Nobel, químico e industrial sueco, inventor da dinamite, no seu testamento. Os prémios são entregues anualmente, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do seu criador, as pessoas que fizeram pesquisas importantes, criaram técnicas pioneiras ou deram contribuições destacadas à sociedade.
Nobel jamais criou um prémio de Economia. O que se conhece por Nobel de Economia é na verdade o Prémio do Banco Central da Suécia de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, que nada tem a ver com a Fundação Nobel.
Alfred Nobel, que já vinha desgostoso com o uso militar dos explosivos que havia criado, ficou chocado ao ver a edição de um jornal francês, que noticiara por engano a morte de seu irmão Ludvig como sendo a sua e qualificando-o como "mercador da morte". Por isto chama atenção o fato de o Banco Central da Suécia criar um Prémio "Em Homenagem a Alfred Nobel", um monopolista de artefactos de destruição em massa.
É possível que essa visão antecipada do seu obituário tenha despertado nele o desejo de modificá-lo. Daí sua decisão de premiar aqueles que, no futuro, servissem ao bem da Humanidade - mais propriamente nos campos da física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz. Não há nenhuma menção de um prémio em economia.
Alfred Nobel deixou uma herança de 32 milhões de coroas. Seu testamento, redigido em 1895, determinava a criação de uma instituição à qual caberia recompensar, a cada ano, pessoas que prestaram grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz ou da diplomacia, literatura, química, fisiologia ou medicina e física. O testamento estabelecia também que a nacionalidade das pessoas não seria considerada na atribuição do prémio.
A Fundação Nobel foi criada em junho de 1900 e é responsável pelo controle do respeito às regras na designação dos laureados e verifica o bom andamento da eleição. Também é responsável, através de um comité específico para cada uma das cinco áreas e de acordo com as propostas de personalidades eminentes, pela elaboração e encaminhamento das listas de indicações às várias instâncias que atribuem o prémio.
Os prémios são custeados pelos rendimentos oriundos do legado de Alfred Nobel, recursos privados, e o prémio de Economia é custeado pelo Banco Central com recursos públicos, de igual montante ao escolhido pela Fundação Nobel.
A primeira cerimónia de premiação nos campos da literatura, física, química e fisiologia/medicina ocorreu no Conservatório Real de Estocolmo, em 1901; o Prémio Nobel da Paz foi entregue em Oslo.
Desde 1902, os prémios são formalmente entregues pelo Rei da Suécia. A entrega do Nobel da Paz continua a ser feita em Oslo, sendo presidida pelo Rei da Noruega.
O Rei Oscar II inicialmente não aprovou que os prêmios fossem concedidos a estrangeiros, mas mudou de idéia depois de compreender o valor do prestígio que os prêmios dariam ao seu país.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos faz hoje 63 anos

Eleanor Roosevelt exibe cartaz contendo a Declaração

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 (A/RES/217). Esboçada principalmente por John Peters Humphrey, do Canadá, mas também com a ajuda de várias pessoas de todo o mundo - Estados Unidos, França, China, Líbano entre outros, delineia os direitos humanos básicos.
Abalados pela barbárie recente e com o intuito de construir um mundo sob novos alicerces ideológicos, os dirigentes das nações que emergiram como potências no período pós-guerra, liderados por URSS e Estados Unidos estabeleceram na Conferência de Yalta, na Ucrânia, em 1945, as bases de uma futura "paz" definindo áreas de influência das potências e acertado a criação de uma Organização multilateral que promova negociações sobre conflitos internacionais, pretendendo evitar guerras e promover a paz e a democracia e fortaleça os Direitos Humanos.
Embora não seja um documento que representa obrigatoriedade legal, serviu como base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, de força legal, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Continua a ser amplamente citado por académicos, advogados e cortes constitucionais. Especialistas em direito internacional discutem com frequência quais de seus artigos representam o direito internacional usual.
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Segundo o Guinness Book of World Records, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento traduzido no maior número de línguas (337 em 2008). Em Maio de 2009, o sítio oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos dava conta da existência de 360 traduções disponíveis.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

António Pedro morreu há 44 anos

(imagem daqui)

Mudou-se aos 4 anos para Portugal. Frequentou o Liceu Pedro Nunes em Lisboa até ao 2.º ano, mudando-se depois para o Instituto Nuno Álvares, da Companhia de Jesus, em La Guardia - Galiza, onde foi membro do grupo de teatro tendo participado em várias dezenas de pecas. O 6.º ano acabou-o em Santarém e o 7.º ano em letras no Liceal de Coimbra, onde dirigiu o jornal O Bicho. Ingressou na Universidade de Lisboa, tendo frequentado a Faculdade de Direito e a Faculdade de Letras, não concluindo nenhum dos cursos. Viveu em Paris entre 1933 e 1935 onde chegou a estudar no Instituto de Arte e Arqueologia da Universidade de Sorbonne e onde assinou o Manifeste Dimensioniste.
Em 1932 cria a Galeria UP e em 1935 organiza a primeira exposição de Maria Helena Vieira da Silva em Portugal. Em 1940 organiza na Casa Repe a Ex Poem, considerada a primeira exposição surrealista em Portugal. Em 1942 escreve a Apenas uma narrativa, romance surrealista. Nesse mesmo ano cria a revista Variante. Entre 1944 e 1945 vive e trabalha em Londres na British Broadcasting Corporation (B.B.C.), tendo feito parte do grupo surrealista de Londres.
Percursor do movimento surrealista português, fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa, criado em 1947 resultante de reuniões ocorridas na Pastelaria Mexicana, tendo participado na I Exposição Surrealista em Lisboa (1949).
Com uma forte ligação ao teatro, foi diretor do Teatro Apolo (Lisboa) em 1949 e diretor, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto entre 1953 e 1961. Entre 1944 e 1945, foi crítico de arte e cronista da BBC em Londres.
Viveu os últimos anos em Moledo, uma praia junto a Caminha.
Grande parte da sua obra como pintor perdeu-se em 1944 aquando dum incêndio no seu atelier onde ficara a viver o seu amigo António Dacosta.

antónio pedro / protopoema da serra d’arga

Sonhei ou bem alguém me contou
Que um dia
Em San Lourenço da Montaria
Uma rã pediu a Deus para ser grande como um boi
A rã foi
Deus é que rebentou
E ficaram pedras e pedras nos montes à conta da fábula
Ficou aquele ar de coisa sossegada nas ruínas sensíveis
Ficou o desejo que se pega de deixar os dedos pelas arestas das fragas
Ficou a respiração ligeira do alívio do peso de cima
Ficou um admirável vazio azul para crescerem castanheiros
E ficou a capela como um inútil côncavo de virgem
Para dançar à roda o estrapassado e o vira
Na volta do San João d’Arga

Não sei se é bem assim em San Lourenço da Montaria
Sei que isto é mesmo assim em San Lourenço da Montaria
O resto não tem importância
O resto é que tem importância em San Lourenço da Montaria
O resto é a Deolinda
Dança os amores que não teve
Tem o fôlego do hálito alheio que lhe faltou a amolecer a carne
Seca como a da penedia

O resto é o verde que sangra nos beiços grossos de apetecerem ortigas
O resto são os machos as fêmeas e a paisagem é claro
Como não podia deixar de ser
As raízes das árvores à procura de merda na terra ressequida
Os bichos à procura dos bichos para fazerem mais bichos
Ou para comerem outros bichos
Os tira-olhos as moscas as ovelhas de não pintar
E o milho nos intervalos

Todas estas informações são muito mais poema do que parecem
Porque a poesia não está naquilo que se diz
Mas naquilo que fica depois de se dizer
Ora a poesia da Serra d’Arga não tem nada com as palavras
Nem com os montes nem com o lirismo fácil
De toda a poesia que por lá há

A poesia da Serra d’Arga está no desejo de poesia
Que fica depois da gente lá ter ido
Ver dançar a Deolinda
Depois da gente lá ter caçado rãs no rio
Depois da gente ter sacudido as varejeiras dos mendigos
Que também foram à romaria

As varejeiras põem as larvas nos buracos da pele dos mendigos
E da fermentação
Nascem odores azedos padre-nossos e membros mutilados

É assim na Serra d’Arga
Quando canta Deolinda
E vem gente de longe só para a ouvir cantar

Nesses dias
as larvas vêem-se menos
Pois o trabalho que têm é andar por debaixo das peles
A prepararem-se para voar

Quanto aos mendigos é diferente
A sua maneira de aparecer
Uns nascem já mendigos com aleijões e com as rezas sabidas
Do ventre mendigo materno
Outros é quando chupam o seio sujo das mães
Que apanham aquela voz rouca e as feridas
Outros então é em consequência das moscas e das chagas
Que vão à mendicidade

Não mo contou a Deolinda
Que só conta de amores
E só dança de cores
E só fala de flores
A Deolinda

Mas sabe-se na serra que há uma tribo especial de mendigos
Que para os criar bem
Lhes põem desde pequenos os pés na lama dos pauis
Regando-os com o esterco dos outros

Enquanto ali estão a criar as membranas que valem a pena
Vão os mais velhos ensinando-lhes as orações do agradecimento
Eles aprendem
Ao saberem tudo
Nasce de propósito um enxame de moscas para cada um

Todas as moscas que há no Minho
Se geraram nos mendigos ou para eles
E é por isso que têm as patinhas frias e peganhosas
Quando pousam em nós
E é por isso que aquele zumbido de vai-vem
Das moscas da Serra d’Arga
Ainda lembra a mastigação de lamúrias pelas alminhas do Purgatório
Em San Lourenço da Montaria

Este poema não tem nada que ver com os outros poemas
Nem eu quero tirar conclusões com os poetas nos artigos de fundo
Nem eu quero dizer que sofri muito ou gozei
Ou simplesmente achei uma maçada
Ou sim mas não talvez quem dera
Viva Deus-Nosso-Senhor

Este poema é como as moscas e a Deolinda
De San Lourenço da Montaria
E nem sequer lá foi escrito

Foi escrito conscienciosamente na minha secretária
Antes de eu o passar à máquina
Etc. que não tenho tempo para mais explicações

É que eu estava a falar dos mendigos e das moscas
E não disse
Contagiado pelo ar fino de San Lourenço da Montaria
Que tudo é assim em todos os dias do ano
Mas aos sábados e nos dias de romaria
Os mendigos e as moscas deles repartem-se melhor
São sempre mais
E creio de propósito
Ser na sexta-feira à noite
Que as mendigas parem aquela quantidade de mendigozinhos
Com que se apresentam sempre no dia da caridade

Elas parem-nos pelo corpo todo
Pois a carne
De tão amolecida pelos vermes
Não tem exigências especiais
E porque assim acontece
Todos os meninos nascidos deste modo têm aquele ar de coisa mole
Que nunca foi apertada

Os mendigos fazem parte de todas as paisagens verdadeiras
Em San Lourenço da Montaria
Além deles há a bosta dos bois
Os padres
O ar que é lindo
Os pássaros que comem as formigas
Algumas casas às vezes
Os homens e as mulheres

Por isso tudo ali parece ter sido feito de propósito
Exactamente de propósito
Exactamente para estar ali
E é por isso que se tiram as fotografias

Por isso tudo ali é naturalmente
Duma grande crueldade natural
Os meninos apertam os olhos das trutas
Que vêm da água do rio
Para elas estrebucharem com as dores e mostrarem que ainda estão vivas
Os homens beliscam o cu das mulheres para que elas se doam
E percebam assim que lhes agradam
Os animais comem-se uns aos outros
As pessoas comem muito devagar os animais e o pão
E as árvores essas
Sorvem monstruosamente pelas raízes tudo o que podem apanhar

Assim acaba este poema da Serra d’Arga
Onde ontem vi rachar uma árvore e me deu um certo gozo aquilo
Parecia a queda dum regímen
Tudo muito assim mesmo lá em cima
E cá em baixo dois suados à machadada

Ao cair o barulho parecia o duma coisa muito dolorosa
Mas no buraco do sítio da árvore
Na mata de pinheiral
O azul do céu emoldurado ainda era mais bonito
Em San Lourenço da Montaria"



 

Moledo, Agosto de 1948

Barca bela

Barca bela

Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela,
Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela,
Só de vê-la,
Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
Oh pescador!

in
Folhas Caídas - Almeida Garrett

Asas Brancas


As minhas asas

Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.
– Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.

Veio a cobiça da terra.
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.
– Veio a ambição, co'as grandezas,
Vinham para mas cortar
Davam-me poder e glória
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,
– Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.
Cegou-me essa luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!
– Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu
Pena a pena me caíram...
Nunca mais voei ao céu.


Almeida Garrett

NOTA: sempre que ouço ou leio este belo poema lembro-me deste Fado de Coimbra, do álbum Canções do Mar e da Vida (de 1969, com letra de Afonso de Sousa e música de Afonso de Sousa) e que Luiz Goes imortalizou:

Kirk Douglas - 95 anos!

 Kirk Douglas em The Big Trees (1952)

Kirk Douglas (Amsterdam, Nova Iorque, 9 de dezembro de 1916), nome artístico de Issur Danielovitch Demsky, é um ator norte-americano de origem judaica. É pai do também ator Michael Douglas.
Seus pais, Herschel Danielovitch e Bryna Sanglel, eram judeus pobres da Bielorrússia. Na St. Lawrance University, Douglas fez parte da liga de boxe. Para tentar conseguir uma bolsa de estudos, entrou para um grupo de teatro. O seu talento apanhou-o de surpresa - recebeu a bolsa junto com uma atriz que viria a ser conhecida como Lauren Bacall. Serviu na Marinha Norte-Americana no início da Segunda Guerra Mundial em 1941 até seu fim, em 1945. Depois da guerra, voltou para Nova Iorque e começou a atuar no rádio e em comerciais de televisão, enquanto tentava entrar para a Broadway.
Douglas recebeu a ajuda da atriz Lauren Bacall ao obter seu primeiro papel no filme The Strange Love of Martha Ivers (1946), onde estrelava Barbara Stanwyck. Em 2011, entregou à atriz Melissa Leo o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme The Fighter tendo sido uma das aparições mais marcantes da 83ª edição do prémio.
Kirk Douglas recebeu três indicações ao Oscar por seu trabalho em Champion (1949), The Bad and the Beautiful (1952 e Lust for Life (1956). Neste último interpretou o pintor Van Gogh. Douglas não ganhou nenhum, mas recebeu um Óscar especial em 1996 por "50 anos de modelo moral e criativo para a comunidade cinematográfica.". Nos anos 1950 foi o protagonista de vários outros filmes clássicos, como Ulisses ou ainda a sua inesquecível interpretação do marinheiro Ned Land na produção dos Estúdios Disney "20.000 Léguas Submarinas".
Em 1960 estrelou o épico clássico Spartacus, no qual também foi o produtor. A direção ficou com Stanley Kubrick depois que Douglas demitiu o veterano Anthony Mann, que já havia realizado metade das filmagens.
Douglas comprou os direitos de "Voando sobre um Ninho de Cucos" na década de 60, mas acabou passando-os para seu filho Michael, que produziu o filme nos anos 70 com extremo sucesso.
Douglas foi casado duas vezes, primeiro com Diana Dill (em 2 de novembro de 1943, divorciados em 1951), com quem teve dois filhos, o ator Michael Douglas e o produtor Joel Douglas. Com sua segunda esposa, Anne Boydens (casaram-se em 29 de maio de 1954 até hoje) teve também dois filhos, o produtor Peter Vincent Douglas e o ator Eric Douglas. Eric morreu em 6 de julho de 2004 de uma overdose de drogas.
Nos últimos anos, depois de escapar com o corpo todo queimado de um acidente de helicóptero no qual os dois outros tripulantes morreram, Kirk Douglas padeceria ainda de um derrame em 1996, que afetou parcialmente sua capacidade de falar. Tratando-se com uma fonoaudióloga, ele ainda discursaria no agradecimento da entrega do Óscar, de onde recebeu das mãos de seus filhos uma estatueta em honra a sua obra cinematográfica.
Por suas contribuições para a indústria do cinema, Kirk Douglas tem uma estrela na Calçada da Fama no número 6263, Hollywood Blvd. Em 1984, seu nome foi colocado no Western Performers Hall of Fame no National Cowboy & Western Heritage Museum em Oklahoma City, Oklahoma.
Em Outubro de 2004, teve seu nome dado a uma avenida em Palm Springs, na Califórnia.

El-Rei D. Pedro II morreu há 305 anos

D. Pedro II de Portugal (Lisboa, 26 de abril de 1648Alcântara, 9 de dezembro de 1706). Foi Rei de Portugal de 1683 à sua morte, sucedendo ao irmão Afonso VI, vindo já exercendo as funções de regente do reino desde 1668, devido à instabilidade mental do irmão, D. Afonso VI. Está sepultado no Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora. Morreu na Quinta de Alcântara, ou Palácio da Palhavã, de apoplexia. Tinha 58 anos e estava doente apenas há quatro dias.
Terceiro filho do rei João IV de Portugal e de Dona Luísa de Gusmão, foi Senhor da Casa do Infantado. Cognominado de O Pacífico, porque em sua regência que se fez a paz com a Espanha (em 1668).
Regente de 1667 a 1683, chegou ao poder por golpe de Estado no qual em 27 de janeiro de 1668 depôs o irmão Rei Afonso VI de Portugal. Foi rei por morte deste em 12 de setembro de 1683. Governou portanto de facto de 1667 a 1706. Implacável com o irmão, além de o encarcerar em Sintra, deflagrou processo de anulação do casamento com Maria Francisca Isabel de Sabóia, alegando a não-consumação, por inaptidão do rei em sua relação com mulheres, obtendo de Roma e dissolução e casando-se com a cunhada.


Almeida Garrett morreu há 157 anos

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett e mais tarde visconde de Almeida Garrett, (Porto, 4 de fevereiro de 1799Lisboa, 9 de dezembro de 1854) foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, Par do Reino, ministro e secretário de Estado honorário português.
Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799, filho segundo de António Bernardo da Silva Garrett, selador-mor da Alfândega do Porto, e Ana Augusta de Almeida Leitão. Passou a sua infância na Quinta do Sardão, em Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia), pertencente ao seu avô materno José Bento Leitão. Mais tarde viria a escrever a este propósito: "Nasci no Porto, mas criei-me em Gaia". No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na Ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra. Foi também aí que engravidou sua companheira Luisa Midosi.
De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que lhe pusessem um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. É também neste ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio na Inglaterra em 1823, após a Vilafrancada. Antes casou-se com uma muito jovem senhora Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores e visitando castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas, vivências que se reflectiriam na sua obra posterior.
Em 1824, pode partir para França e assim o fez, nessa viagem escreveu o muitíssimo conhecido Camões (1825) e Dona Branca (1826)não tão conhecido mas não menos importante, poemas geralmente considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. No ano de 1826 foi chamado e regressou à pátria com os últimos emigrados dedicando-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827).
Teria de deixar Portugal novamente em 1828, com o regresso do Rei absolutista D. Miguel. Ainda no ano de 1828 perdeu a sua filha recém-nascida. Novamente em Inglaterra, publica Adozinda (1828).
Juntamente com Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar, tomou parte no Desembarque do Mindelo e no Cerco do Porto em 1832 e 1833. Também fundou o Jornal "Regeneração" em 1851 a propósito do movimento político da regeneração.
A vitória do Liberalismo permitiu-lhe instalar-se novamente em Portugal, após curta estadia em Bruxelas como cônsul-geral e encarregado de negócios, onde lê Schiller, Goethe e Herder. Em Portugal exerceu cargos políticos, distinguindo-se nos anos 30 e 40 como um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspecção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Normal (actualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa). Mais do que construir um teatro, Garrett procurou sobretudo renovar a produção dramática nacional segundo os cânones já vigentes no estrangeiro.
Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett afasta-se da vida política até 1852. Contudo, em 1850 subscreveu, com mais de 50 personalidades, um protesto contra a proposta sobre a liberdade de imprensa, mais conhecida por “lei das rolhas”.
vida de Garrett foi tão apaixonante quanto a sua obra. Revolucionário nos anos 20 e 30, distinguiu-se posteriormente sobretudo como o tipo perfeito do dândi, ou janota, tornando-se árbitro de elegâncias e príncipe dos salões mundanos. Foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separado da esposa, Luisa Midosi, com quem se casou, em 1822, quando esta tinha 11 anos de idade, passa a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor até a morte desta, em 1841.
A partir de 1846, a sua musa é a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, andaluza casada, desde 1837, com o oficial do exército português Joaquim António Velez Barreiros, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas caídas.
Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal datado de 25 de Junho de 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett em vida (tendo o título sido posteriormente renovado por 2 vezes). Em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta do Negócios Estrangeiros em governo presidido pelo Duque de Saldanha.
Falece em 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique.

Teatro
Dá início ao seu projecto de regeneração do teatro português, levando à cena em 1838 Um Auto de Gil Vicente, pouco antes Filipa de Vilhena e, em 1842, O Alfageme de Santarém, todas sobre temas da história de Portugal.
Em 1844 é publicada a sua obra-prima, Frei Luís de Sousa, que um crítico alemão, Otto Antscherl, considerou a "obra mais brilhante que o teatro romântico produziu". Estas peças marcam uma viragem na literatura portuguesa não só na selecção dos temas, que privilegiam a história nacional em vez da antiguidade clássica, como sobretudo na liberdade da acção e na naturalidade dos diálogos e em 1845 foi representada a peça, "Falar a Verdade a Mentir".

Prosa
Em 1843, Garrett publica o Romanceiro e o Cancioneiro Geral, colectâneas de poesias populares portuguesas, e em 1845 o primeiro volume d'O Arco de Santana (o segundo apareceria em 1850), romance histórico inspirado por Notre Dame de Paris de Victor Hugo. Esta obra seduz não só pela recriação do ambiente medieval do Porto, mas sobretudo pela qualidade da prosa, longe das convenções anteriores e muito mais próxima da linguagem falada.
A obra que se lhe seguiu deu expressão ainda mais vigorosa a estas tendências: Viagens na minha terra, livro híbrido em que impressões de viagem, de arte, paisagens e costumes se entrelaçam com uma novela romântica sobre factos contemporâneos do autor e ocorridos na proximidade dos lugares descritos (outra inovação para a época, em que predominava o romance histórico). A naturalidade da narrativa disfarça a complexidade da estrutura desta obra, em que alternam e se entrecruzam situações discursivas, estilos, narradores e temas muito diversos.

Poesia
Na poesia, Garrett não foi menos inovador. As duas coletâneas publicadas na última fase da sua vida (Flores sem fruto, de 1844, e sobretudo Folhas Caídas, de 1853) introduziram uma espontaneidade e uma simplicidade praticamente desconhecidas na poesia portuguesa anterior.
Ao lado de poemas de exaltada expressão pessoal surgem pequenas obras-primas de singeleza ímpar como «Pescador da barca bela», próximas da poesia popular quando não das cantigas medievais. A liberdade da metrificação, o vocabulário corrente, o ritmo e a pontuação carregados de subjectividade são as principais marcas destas obras.


Quando Eu Sonhav

Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora, que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para quê? - Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor, não na conhecia ...

in
Folhas Caídas - Almeida Garrett

José Rodrigues Miguéis nasceu há 110 anos

(imagem daqui)

José Claudino Rodrigues Miguéis (Lisboa, 9 de dezembro de 1901 - Nova Iorque, 27 de outubro de 1980) foi um escritor português.
Nascido no número 13 da Rua da Saudade, no bairro típico de Alfama, passou a sua infância e juventude em Lisboa, recordações que marcarão a sua futura obra. Ainda em Lisboa viria a formar-se em Direito em 1924. Todavia, nunca exerceria de forma sistemática profissão nesta área, tendo consagrado a sua vida à Literatura e à Pedagogia. Neste último campo viria a licenciar-se em 1933 em Ciências Pedagógicas na Universidade de Bruxelas, tendo posteriormente dirigido, com Raul Brandão, um conjunto inacabado de Leituras Primárias, obra que nunca viria a ser aprovada pelo governo.
Herdando do pai, um imigrante galego, as ideias republicanas e progressistas, cedo entrou em conflito com o Estado Novo, o que acabaria por o levar ao exílio para os Estados Unidos da América a partir de 1935. Desde essa altura até à sua morte apenas voltaria pontualmente a Portugal, não passando no seu país natal períodos superiores a dois anos. Em 1942 viria a adquirir a nacionalidade americana. Um ano antes do seu falecimento foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, no Grau de Grande Oficial. Mário Neves publicou uma biografia sua em 1990.
José Rodrigues Miguéis pertenceu ao chamado grupo Seara Nova, ao lado de grandes autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes Ferreira, Irene Lisboa ou Raul Proença. Colaborou em diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República. Foi, juntamente com Bento de Jesus Caraça, director de O Globo, semanário que viria a ser proibido pela censura em 1933. Nos Estados Unidos viria a trabalhar como tradutor e redator das Seleções do Reader's Digest. Segundo os linguistas Óscar Lopes e António José Saraiva, a sua obra pode ser considerada como realismo ético, sendo claras as influências de autores como Dostoiévsky ou o seu amigo Raul Brandão. De resto, parecem claras nas suas primeiras obras as influências estéticas da Presença, podendo ler-se nas entrelinhas das suas obras simpatias com as temáticas neo-realistas portuguesas (há mesmo quem afirme que José Rodrigues Migueis tenha aderido ao partido comunista). Tem obras traduzidas em inglês, italiano, alemão, russo, checo, francês e polaco.
Em 1961 foi eleito membro da Hispanic Society of América e, em 1976, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Em 1979 foi agraciado com a Ordem Militar de Santiago da Espada, com o grau de Grande Oficial.

O pintor van Dyck morreu há 370 anos

 
Van Dyck com um girassol
Antoon van Dyck (Antuérpia, 22 de março de 1599 - Londres, 9 de dezembro de 1641) foi um retratista flamengo que se tornou o principal pintor da corte real de Carlos I da Inglaterra.
Discípulo de Rubens, ele influenciou seus artistas contemporâneos.
Na Inglaterra, ficou conhecido como Sir Anthony van Dyck.

Carlos I em Três Posições, por Van Dyck (1635)

La Pasionaria morreu há 22 anos

Isidora Dolores Ibárruri Gómez (também conhecida como La Pasionaria) foi uma líder comunista espanhola. Seu nome verdadeiro era Isidora Ibárruri Gómez. Ela nasceu em Gallarta, uma localidade de Biscaia, província do País Basco na Espanha, em 9 de dezembro de 1895 e faleceu em Madrid em 1989.
Ibárruri casa-se aos 21 anos de idade com Julián Ruiz, com a oposição de seus pais que desaprovavam as ideias socialistas do futuro genro, e no mesmo ano nasce sua primeira filha Esther, que morre muito pequena. No mesmo ano começa sua militância comunista. Em 1918 escreve seu primeiro artigo assinando com o pseudónimo de La Pasionaria, que a acompanharia a vida toda.
Em 15 de abril de 1920 ela filia-se ao Partido Comunista Espanhol, e após no seu sucessor, o Partido Comunista de Espanha, no qual ficaria por toda a sua vida, e o qual presidiria a partir de 1960.
Em 1920 nasce seu filho Rubén, e em 1923 dá a luz a trigémeas, das quais apenas uma sobrevive, Amaya. Alguns anos depois separa-se de seu marido, um marido e pai ausente pela sua militância no Partido Comunista Espanhol, do qual era um dos principais dirigentes.
Ela distinguiu-se durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), ao instigar os republicanos contra as tropas do General Franco com a frase: "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos! Não passarão!".
Exilou-se na URSS após a vitória de Franco, e regressou a Espanha em 1977, após a morte do general. Foi eleita para o Parlamento e permaneceu líder honorária do Partido Comunista até morrer, em 1989. Sua morte em 1989 coincide com o ano em que caiu o muro de Berlim.


quinta-feira, dezembro 08, 2011

Diego Rivera no Google Doodle de hoje



Google Doodle de 08.12.2011 - 125º aniversário de Diego Rivera

Sibelius nasceu há 146 anos

Johan Julius Christian Sibelius, conhecido como Jean Sibelius (Hämeenlinna, 8 de dezembro de 1865Järvenpää, 20 de setembro de 1957) foi um compositor finlandês de música erudita, e um dos mais populares compositores do final do Século XIX e início do século XX. Sua música também teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa.

O pintor mexicano Diego Rivera nasceu há 125 anos

Diego Rivera, de nome completo Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera (Guanajuato, 8 de dezembro de 1886 - San Ángel, 24 de novembro de 1957), de origem judaica, foi um dos maiores pintores mexicanos.

Diego Rivera estudou na Academia de Bellas Artes de San Carlos, no México, mas partiu para a Europa, beneficiado de uma bolsa de estudo, onde ficou de 1907 até 1921. Esta experiência enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contacto com muitos pintores da época como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra.
Começou a trabalhar num atelier em Madrid, Espanha. Nessa época conhece sua primeira esposa: a pintora russa Angelina Beloff. Com ela, Diego teve um filho. Logo depois, ela falece.
Juntamente com José Clemente Orozco e David Siqueiros criou o movimento muralístico mexicano. Eles acreditavam que só mesmo o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais culturalmente voltadas para a metrópole espanhola.
Assim como os outros muralistas, considerava a pintura de cavalete burguesa, pois em maior parte dos casos as telas ficavam confinadas em coleções particulares.
Ao longo de sua vida, criou mais de dois mil quadros, cinco mil desenhos e cerca de quatro mil metros quadrados de pintura mural. iniciou uma fase de gigantescos murais que contavam a historia politica e social do México mostravam a vida e o trabalho do povo mexicano,seus heróis, a terra, as lutas contra as injustiças, as inspirações e aspirações. Em 1929 casou-se com a pintora mexicana Frida Kahlo,a qual pesquisadores com base na autópsia de Frida acreditam ter sido envenenada por uma das amantes de Diego Rivera. Foi pai de 6 filhos que teve com a irmã de sua esposa, Cristina, que foi amante dele muitos anos. Engravidou Frida diversas vezes mais por conta de um acidente que ela sofreu sempre perdia os bebés.
Em 1930 Rivera foi para os Estados Unidos onde permaneceu por 4 anos e lá também pintou vários murais.
Rivera era ateu. Seu mural Sonhos de um Domingo na Alameda retratava Ignacio Ramírez segurando um cartaz que dizia: "Deus não existe". Este trabalho causou um furor, mas Rivera se recusou a retirar a inscrição. A pintura não foi mostrada por 9 anos. Depois de Rivera concordar em retirar a inscrição, ele declarou: "Para afirmar" 'Deus não existe ', eu não tenho que me esconder atrás de Don Ignacio Ramírez, eu sou ateu e eu considero as religiões como uma forma de neurose coletiva ".

El hombre en el cruce de caminos (1934)

Há 46 anos acabou o Concílio Vaticano II

A abertura do Concílio Vaticano II

O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecuménico da Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. Este mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
Nestas quatro sessões, mais de 2 000 Prelados convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio. Apesar da sua boa intenção em tentar actualizar a Igreja, os resultados deste Concílio, para alguns estudiosos, ainda não foram totalmente entendidos nos dias de hoje, enfrentando por isso vários problemas que perduram. Para muitos estudiosos, é esperado que os jovens teólogos dessa época, que participaram do Concílio, salvaguardem a sua natureza; depois de João XXIII, todos os Papas que o sucederam até Bento XVI, inclusive, participaram do Concílio ou como Padres conciliares (ou prelados) ou como consultores teológicos (ou peritos).
Em 1995, o Papa João Paulo II classificou o Concílio Vaticano II como "um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo". Ele acrescentou também que esta "reflexão global" impelia a Igreja "a uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que, como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus".
No ano 2000, João Paulo II disse ainda que: "o Concílio Vaticano II constituiu uma dádiva do Espírito à sua Igreja. É por este motivo que permanece como um evento fundamental não só para compreender a história da Igreja no fim do século mas também, e sobretudo, para verificar a presença permanente do Ressuscitado ao lado da sua Esposa no meio das vicissitudes do mundo. Mediante a Assembleia conciliar, [...] pôde-se constatar que o património de dois mil anos de fé se conservou na sua originalidade autêntica".