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domingo, março 10, 2024

Domingos Sequeira nasceu há 256 anos

Autorretrato
     
Domingos António de Sequeira (Lisboa, 10 de março de 1768 - Roma, 8 de março de 1837) foi um pintor português.
De origem modesta, era filho de um barqueiro, foi educado na Casa Pia de Lisboa, após o quê frequentou o curso de Desenho e Figura na Aula Régia e trabalhou como decorador. Com uma pensão de D. Maria I, em 1788, com 20 anos, partiu para Itália e estudou na Academia Portuguesa em Roma, onde recebeu aulas de pintura e desenho de Antonio Cavallucci.
Admitido, depois, como professor na Academia di San Luca, aí pintou a Degolação de São João Baptista, a Alegoria à Casa Pia e a Aparição de Cristo a D. Afonso Henriques, ganhando vários prémios concedidos pelas academias italianas.
Regressou a Lisboa em 1795 e de 1798 a 1801 viveu no Convento da Cartuxa de Laveiras.
Nomeado pintor da corte em 1802 e co-director da empreitada de pintura do Palácio da Ajuda, aí pintou abundantemente. Em 1803 foi professor de Desenho e Pintura das princesas, e em 1806, director da aula de Desenho da Academia do Porto. Neste período pintou alegorias patrióticas e retratos, fazendo o desenho das peças para oferecer a Beresford.
Viveu intensamente as convulsões políticas da época - foi, sucessivamente, partidário do exército de invasão francês (Junot protegendo Lisboa, 1808), da aliança inglesa (Apoteose de Wellington, 1811), da revolução liberal (retratos de 33 deputados, 1821) e da Carta Constitucional (D. Pedro IV e Maria II, 1825), exilando-se em França com a contra-revolução absolutista da Vila-Francada, onde expôs, no Salão do Louvre, A Morte de Camões (quadro desaparecido no Brasil), obra que lhe mereceu medalha de ouro e colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de Eugène Delacroix.
  
Acabou por se fixar em Roma em 1826, onde se dedicou à pintura religiosa, em visões de luminosidade já romântica (Vida de Cristo, 1828; Juízo Final, 1830).
Morreu naquela cidade, sem rever Portugal, encontrando-se o seu túmulo na Chiesa di Sant'Antonio dei Portoghesi. Foi igualmente autor da baixela neoclássica de cem peças oferecida a Wellington em 1811-1816 que se encontra presentemente na Apsley House.
Em termos estéticos é considerado o pintor de transição do Neoclassicismo para o Romantismo.
  

Mariana Benedita Sequeira, 1822

sexta-feira, março 08, 2024

Domingos Sequeira morreu há 186 anos...

(imagem daqui
    
Domingos António de Sequeira (Lisboa, 10 de março de 1768 - Roma, 8 de março de 1837) foi um pintor português.
De origem modesta, foi educado na Casa Pia de Lisboa, após o quê frequentou o curso de Desenho e Figura na Aula Régia e trabalhou como decorador. Com uma pensão de D. Maria I, em 1788, partiu para Itália e estudou na Academia Portuguesa em Roma, onde recebeu aulas de António Cavallucci.
Admitido, depois, na Academia di San Luca, aí pintou a Degolação de São João Baptista, a Alegoria à Casa Pia e a Aparição de Cristo a D. Afonso Henriques.
Regressou a Lisboa em 1795 e de 1798 a 1801 viveu no Convento da Cartuxa de Laveiras.
Nomeado pintor da corte em 1802 e co-director da empreitada de pintura do Palácio da Ajuda, aí pintou abundantemente. Em 1803 foi professor de Desenho e Pintura das princesas, e em 1806, director da aula de Desenho no Porto. Neste período pintou alegorias patrióticas e retratos, fazendo o desenho das peças para oferecer a Beresford.
Viveu intensamente as convulsões políticas da época - foi, sucessivamente, partidário do exército de invasão francês (Junot protegendo Lisboa, 1808), da aliança inglesa (Apoteose de Wellington, 1811), da revolução liberal (retratos de 33 deputados, 1821) e da Carta Constitucional (D. Pedro IV e Maria II, 1825), exilando-se em França com a contra-revolução absolutista da Vila-Francada, onde expôs, no Salão do Louvre, A Morte de Camões (quadro desaparecido no Brasil), obra que lhe mereceu medalha de ouro e colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de Eugène Delacroix.
Acabou por se fixar em Roma em 1826, onde se dedicou à pintura religiosa, em visões de luminosidade já romântica (Vida de Cristo, 1828; Juízo Final, 1830).
Morreu naquela cidade, sem rever Portugal, encontrando-se o seu túmulo na Chiesa di Sant'Antonio dei Portoghesi. Foi igualmente autor da baixela neoclássica de cem peças oferecida a Wellington em 1811-1816 que se encontra presentemente na Apsley House.
Em termos estéticos é considerado o pintor de transição do Neoclassicismo para o Romantismo.
    
Conde de Farrobo - pintura de Domingos Sequeira
 
Domingos Sequeira: O Príncipe Regente Passando Revista às Tropas na Azambuja, 1803
     
Mariana Benedita Sequeira, 1822
  

quinta-feira, março 07, 2024

Mondrian nasceu há 152 anos

    
Pieter Cornelis Mondrian, geralmente conhecido por Piet Mondrian (Amersfoort, 7 de março de 1872 - Nova Iorque, 1 de fevereiro de 1944) foi um pintor neerlandês modernista. Participou do movimento artístico neoplasticismo e colaborou com a revista De Stijl.

   

Piet Mondrian, Evening; Red Tree (Avond; De rode boom), 1908–1910 - Gemeentemuseum Den Haag
  

quarta-feira, março 06, 2024

Miguel Ângelo nasceu há 549 anos

Sebastiano del Piombo: Retrato de Michelangelo, circa 1520–1525
        
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de março de 1475 - Roma, 18 de fevereiro de 1564), mais conhecido simplesmente como Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.
Ele desenvolveu o seu trabalho artístico durante mais de setenta anos, entre Florença e Roma, onde viveram os seus grandes mecenas, a família Medici de Florença, e vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico Ghirlandaio,  em Florença. Tendo o seu talento sido logo reconhecido, tornou-se um protegido dos Medici, para quem realizou várias obras. Depois fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas. A sua carreira desenvolveu-se na transição do renascimento para o maneirismo e o seu estilo sintetizou influências da arte da antiguidade clássica, do primeiro renascimento, dos ideais do humanismo e do neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com enorme pujança. Várias de suas criações estão entre as mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura Baco, a Pietà, o David, os dois túmulos dos Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do teto da Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquiteto da Basílica de São Pedro, implementando grandes reformas na sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projetou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
Ainda em vida foi considerado o maior artista de seu tempo; chamavam-no de o Divino, e ao longo dos séculos, até os dias de hoje, vem sendo tido na mais alta conta, parte do reduzido grupo dos artistas de fama universal, de fato como um dos maiores que já viveram e como o protótipo do génio. Miguel Ângelo foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada ainda em vida. A sua fama era tamanha que, como nenhum artista anterior ou contemporâneo seu, sobrevivem registos numerosos sobre a sua carreira e personalidade, e os objetos que ele usara ou simples esboços para as suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores. Para a posteridade Miguel Ângelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e universal.
 
  
  in Wikipédia

Vieira da Silva morreu há trinta e dois anos...

Autorretrato (1942)
      
Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, 13 de junho de 1908 - Paris, 6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesa, naturalizada francesa em 1956.

Biografia

Era filha do embaixador Marcos Vieira da Silva, falecido em Leysin, a 14 de fevereiro de 1911, e neta materna de José Joaquim da Silva Graça, jornalista, fundador, proprietário e diretor do jornal O Século e proprietário da revista Ilustração Portuguesa, tendo vivido na casa do avô materno, em Lisboa.
Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa, onde estudou desenho e pintura. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Em 1928 foi residir para Paris, onde estudou com Fernand Léger, e trabalhou com Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o seu futuro marido, o também pintor Árpád Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930.
Realizou inúmeras viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo período no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra. No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.
Vieira da Silva foi autora de uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. Kô et Kô, les deux esquimaux, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de a escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches.
Mais tarde a artista viveu e trabalhou em Paris, no número 34 da rua de l'Abbé Carton, no XIV bairro da cidade.
A partir de 1948 o estado francês começa a adquirir as suas pinturas e, em 1956, tanto ela como o marido obtêm a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts, a 9 de dezembro de 1977 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 1979, torna-se Dama da Ordem Nacional da Legião de Honra de França e a 16 de julho de 1988 é agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Participou na Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano.
Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa e a Escola Vieira da Silva, em Carnaxide.
Em 2013, a União Astronómica Internacional deu o nome da artista plástica a uma cratera em Mercúrio.
Em abril de 2016, a sua obra Biblioteca em fogo foi selecionada como uma das dez mais importantes obras artísticas de Portugal pelo projeto Europeana.
 
Entrada da estação da Cidade Universitária do Metro de Lisboa - Vieira da Silva, 1989
 

Painel azulejar, na estação Cidade Universitária do Metro de Lisboa - Vieira da Silva

Vitral da Igreja de Saint-Jacques de Reims
 

terça-feira, março 05, 2024

Giovanni Battista Tiepolo nasceu há 328 anos


Giambattista Tiepolo, ou Giovanni Battista Tiepolo (Veneza, 5 de março de 1696 - Madrid, 27 de março de 1770), foi um dos grandes mestres da pintura italiana.
Ganhou fama ainda jovem e tornou-se mais conhecido pelos grandes afrescos em igrejas e palácios. Ao longo de sua vida tornou-se um dos principais decoradores da Europa, mas também deixou obra significativa na pintura de cavalete e na gravura. O seu estilo reflete a herança do classicismo e do barroco mas se expressa em plenitude numa feição rococó, corrente da qual é um dos principais representantes, consolidando uma obra que combina grandiosidade, versatilidade, elegância e leveza, com uma figuração dinâmica, uma paleta de cores original e uma pincelada livre e segura. Com a colaboração de seu filho e discípulo Domenico, também pintor de renome, dominou a pintura veneziana do século XVIII e a sua fama continental emprestou lustro a uma República que então estava em decadência política e económica. Trabalhou na Itália, Alemanha, Suíça, Rússia e Espanha. Entre as suas obras principais estão os afrescos no Palácio Episcopal de Udine, a telas para a Scuola del Carmine de Veneza, e os afrescos no Palácio Greiffenklau em Würzburg.
      
Sara e o Arcanjo (1726-28), Palácio Patriarcal de Udine
      

segunda-feira, março 04, 2024

O pintor William Dobson nasceu há 413 anos

Autorretrato

 

William Dobson, (Londres, 4 de março de 1611 - Londres, 28 de outubro de 1646) foi um retratista e um dos primeiros pintores notáveis ingleses, elogiado pelo seu contemporâneo John Aubrey como "o melhor pintor que a Inglaterra já criou".

 

O príncipe de Gales, futuro Carlos II

  

sábado, março 02, 2024

Um dia triste, para recordar com uma pintura de Miró...

(imagem daqui)
    
A esperança de um homem condenado é uma série de três pinturas de Joan Miró, de 1974, que agora fazem parte da coleção permanente da Fundação Joan Miró, em Barcelona. Durante os últimos anos da Espanha franquista houve algumas decisões judiciais controversas que chocaram o pintor. Miró pintou este tríptico, em referência à esperança do pedido de indulto, pedido pela vida do jovem anarquista Salvador Puig Antich. Esta série lembra diretamente outra de 1968 intitulada Pintura sobre fondo blanco para la celda de un solitario. As obras são o resultado de um processo de dois anos durante o qual Miró fez vários desenhos preparatórios com várias ideias para abordar o desafio. Estes desenhos são preservados na Fundação Miró.
Em fevereiro de 1974, Miró concretizou estas ideias, mas só terminou a obra um mês depois, coincidindo com a execução de outro anarquista.
  

Berthe Morisot morreu há 129 anos...

Berthe Morisot -
Edouard Manet, 1872
     
Berthe Morisot (Bourges, Cher, 14 de janeiro de 1841 - Paris, 2 de março de 1895) foi uma pintora impressionista francesa.
Expôs seus trabalhos, pela primeira vez, no prestigiado Salão de Paris, em 1864, patrocinado pela Academia de Belas-Artes de Paris. Os seus trabalhos foram selecionados para as exposições seguintes, juntamente com os de Paul Cézanne, Edgar Degas, Claude Monet, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir e Alfred Sisley.
Foi casada com Eugène Manet, irmão do seu amigo e colega pintor Édouard Manet. Depois de participar da primeira exposição dos impressionistas, em 1874, a pintora iniciou uma série de viagens de estudo pela Itália, Países Baixos e Bélgica. As suas obras foram apresentadas em 1886 em Nova Iorque, e um ano mais tarde na Exposição Internacional de Paris. A obra de Berthe Morisot representa uma reflexão afirmativa da obra de Manet, embora com pinceladas mais longas e suaves, com tendência para a verticalização, numa tentativa de organizar a composição.
    
(...)
   
Berthe Morisot faleceu em 2 de março de 1895, em Paris, devido à uma pneumonia que contraiu quando cuidava de Julie, a filha, que também esteve doente. Foi sepultada no Cemitério de Passy, em Paris.
  
Jeune fille au bal, óleo sobre tela, 1875
      
    in Wikipédia

sexta-feira, março 01, 2024

Botticelli nasceu há 579 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
      
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente recetivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspetiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excecional de transpor para a linguagem formal as conceções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  
   
        

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Honoré Daumier nasceu há 216 anos

      
Honoré-Victorien Daumier (Marselha, 26 de fevereiro de 1808 - Valmondois, 10 de fevereiro de 1879), foi um caricaturista, chargista, pintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido no seu tempo como o "Miguel Ângelo da Caricatura". Atualmente também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros do naturalismo.
  
Une discussion littéraire à la deuxième Galerie - litografia publicada em Le Charivari, 1864
     
Les Joueurs d'échecs (Os jogadores de Xadrez), 1863
   

domingo, fevereiro 25, 2024

Renoir nasceu há cento e oitenta e três anos

Busto de Pierre-Auguste Renoir, no Museu Nacional de Varsóvia, autoria do escultor francês Aristide Maillol

       
Desde o princípio que a sua obra foi influenciada pela sensualidade e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza das suas habilidades anteriores, como decorador de porcelana. O seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de facto, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, pela sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu numa mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados e o seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou a obra Ao Piano, em 1892.
  
"O camarote", 1874

 

Auguste Renoir, Autoportrait, 1876, Fogg Art Museum, Cambridge (Massachusetts)

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Joshua Reynolds morreu há 232 anos

Auto-retrato, 1776

Joshua Reynolds (Plymouth, 16 de julho de 1723 – Londres23 de fevereiro de 1792) foi um pintor inglês retratista. Reynolds foi um dos principais retratistas do século XVIII. A sua técnica e habilidade influenciaram as gerações futuras de pintores retratistas. A suas pinturas invocavam os valores morais clássicos e o seu estilo retratava muito as cores em fortes pinceladas e costumava pintar retratos de mulheres e crianças. Deixou a sua marca em pinturas ricas que exibiam o luxo. Foi o primeiro presidente da Academia Real Inglesa, preocupando-se em divulgar a arte através dos seus trabalhos e textos aos estudantes e membros da academia britânica.

Morreu em 1792, em Londres, e foi sepultado na Catedral de São Paulo.
   
The Age of Innocence - circa  1788

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Jean-Baptiste Camille Corot faleceu há 149 anos...

Auto-retrato com paleta
     
Jean-Baptiste Camille Corot (Paris, 16 de julho de 1796 - Ville-d'Avray, 22 de fevereiro de 1875) foi um pintor realista francês.
Filho de uma família de comerciantes abastados, Jean-Baptiste Camille Corot, teve uma infância confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Corot fez os seus estudos na cidade de Rouen, onde foi hospedado pela família Sennegon, uns vendedores de tecidos, amigos do seu pai.
Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie.
Corot, fez retratos de vários membros da família Sennegon. Destes, onze são conhecidos e dois estão expostos no Museu do Louvre. Nesses retratos, Corot (que nessa época raramente pintava figuras ou paisagens), teve oportunidade de se sentir à vontade com os modelos. Tais obras estão entre as mais notáveis de suas figuras.
Durante viagem à Itália pintou "O Coliseu" (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz.
De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela mestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição. As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade, facto este condicionado pela sua anterior permanência em Itália.
Após várias exposições sem muito sucesso no Salão de Paris, começou a receber a atenção da crítica (1840), devido a quadros como "O Bosque de Fontainebleau" e "O Pastorzinho", e ganhou a cruz da Legião de Honra (1846).
Pintou, também, monumentos de variadas cidades europeias, entre os quais se destacam da Catedral de Chartres (é feita referência a esta conhecida pintura no romance Caminho de Swann de Marcel Proust, em que o jovem narrador descreve a obsessão da sua avó em não dar-lhe nunca fotografias de monumentos, mas fotografias de pinturas de monumentos, como é o caso do quadro de Corot). A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho em Itália.
Tornou-se grande amigo de vários pintores, entre eles Théodore Rousseau e Charles-François Daubigny. Também foi amigo e discípulo de Corot o pintor Henri Nicolas Vinet que se mudou para o Brasil e nesse país permaneceu até ao final da sua existência. Excelente paisagista, deixou trabalhos da melhor qualidade, mostrando o quanto foi proveitoso o seu aprendizagem com o insigne mestre francês.
Com uma carreira artística recheada com as melhores coisas que a vida nos pode dar, Corot morreu, em Paris, em 1875.

Vista de Volterra (Museu do Louvre - Paris)
     
A catedral de Chartres (Museu do Louvre - Paris)
          

Andy Warhol morreu há 37 anos...

  
Andy Warhol (nascido Andrew Warhola; Pittsburgh, 6 de agosto de 1928 - Nova Iorque, 22 de fevereiro de 1987) foi um empresário, pintor e cineasta norte-americano, bem como uma figura maior do movimento de pop art.

Andy Warhol nasceu em Pittsburgh, Pensilvânia. Era o quarto filho de Ondrej Warhola e Ulja, apelido de solteira Zavacká (1892–1972), cujo primeiro filho nasceu na sua terra natal e morreu antes da sua migração para os Estados Unidos. Os seus pais eram imigrantes da classe operária originários de Mikó (hoje chamada Miková), no nordeste da Eslováquia, então parte do Império Austro-Húngaro. O pai de Warhol emigrou para os E.U.A em 1914 e sua mãe juntou-se-lhe em 1921, após a morte dos avós de Andy Warhol. O seu pai trabalhou numa mina de carvão. A família vivia na Rua Beelen, e mais tarde, na Rua Dawson, em Oakland, um bairro de Pittsburgh. A família era católica bizantina rutena (uniata) e frequentava a igreja bizantina de São João Crisóstomo, em Pittsburgh. Andy Warhol tinha dois irmãos mais velhos, Ján e Pavol, que nasceram na atual Eslováquia. O filho de Pavol, James Warhola, tornou-se um bem sucedido ilustrador de livros para crianças.

Nos primeiros anos de estudo, Warhol teve coreia, uma doença do sistema nervoso que provoca movimentos involuntários das extremidades, que se acredita ser uma complicação da escarlatina e causa manchas de pigmentação na pele. Ele tornou-se hipocondríaco, desenvolvendo um medo de hospitais e médicos. Muitas vezes de cama enquanto criança, tornou-se um excluído entre os seus colegas de escola, ligando-se fortemente à sua mãe. Às vezes, quando estava confinado à cama, desenhava, ouvia rádio e colecionava imagens de estrelas de cinema ao redor da sua cama. Warhol depois descreveu esse período como muito importante no desenvolvimento da sua personalidade, do conjunto de suas habilidades e de suas preferências.
Aos 17 anos, em 1945, entrou para o Instituto de Tecnologia de Carnegie, em Pittsburgh, hoje Universidade Carnegie Mellon e formou-se em design.
Logo após mudou para Nova York e começou a trabalhar como ilustrador de importantes revistas, como a Vogue, Harper's Bazaar e The New Yorker, além de fazer anúncios publicitários e displays para vitrines de lojas. Começa aí uma carreira de sucesso como artista gráfico, ganhando diversos prémios como diretor de arte do Art Director's Club e do The American Institute of Graphic Arts.
Fez a sua primeira mostra individual em 1952, na Hugo Galley onde exibe quinze desenhos baseados na obra de Truman Capote. Esta série de trabalhos é mostrada em diversos lugares durante os anos 50, incluindo o MOMA, Museu de Arte Moderna, em 1956. Passa então a assinar-se Warhol.
Os anos 1960 marcam uma mudança na sua carreira de artista plástico e passa a utilizar os motivos e conceitos da publicidade nas suas obras, com o uso de cores fortes e brilhantes e tintas acrílicas. Reinventa a pop art, com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos são temas do quotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icónicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos em série, com variações de cores.
Além das serigrafias Warhol também se utilizava de outras técnicas, como a colagem e o uso de materiais descartáveis, não usuais em obras de arte.
Em 1968, Valerie Solanas, fundadora e único membro da SCUM (Society for Cutting Up Men - Sociedade para Eliminar os Homens) invade o estúdio de Warhol e fere-o com três tiros, mas o ataque não é fatal e Warhol recupera, depois de se submeter a uma cirurgia que durou cinco horas. Este facto é tema do filme I shot Andy Warhol (Eu disparei contra Andy Warhol), dirigido por Mary Harron, em 1996.
Em 1987, ele foi operado à vesícula biliar. A operação aparentemente correu bem mas Andy Warhol morreu no dia seguinte. Ele era célebre há 35 anos. De facto, a sua conhecida frase: In the future everyone will be famous for fifteen minutes (No futuro todos terão quinze minutos de fama), só se aplicará no futuro, quando a produção cultural for totalmente massificada e em que a arte será distribuída por meios de produção de massa. 
 

Andy Warhol
também foi financiador e mentor intelectual da banda The Velvet Underground. Em 1967, forçou a entrada da sua amiga Nico, cantora e modelo alemã, para a banda. Houve rejeição e conflito por parte da banda e o nome do primeiro álbum foi The Velvet Underground and Nico, excluindo Nico, de certa forma. Logo depois da gravação do álbum White Light/White Heat, Andy Warhol afastou-se e Nico foi expulsa da banda.

Andy fez diversos filmes, pouco divulgados e alguns com uma duração temporal pouco habitual, e também foi autor de alguns livros e o fundador da revista Interview.
       

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Paul Kane morreu há 153 anos...

Paul Kane, auto-retrato, circa 1845

 

Paul Kane (Mallow, Cork, 3 de setembro de 1810 - Toronto, 20 de fevereiro de 1871) foi um pintor irlando-canadiano, famoso por seus quadros que retratam a população das primeiras nações do Canadá Ocidental e de outros nativos americanos de Oregon Country.

Kane, artista autodidata, cresceu em Toronto (na altura conhecida como York) e treinou-se copiando os mestres europeus quando fez uma viagem de estudos pela Europa. Realizou duas viagens pelo noroeste selvagem canadiano em 1845 e de 1846 a 1848. Na sua primeira viagem de ida e volta de Toronto a Sault Ste. Marie, conseguiu o apoio da Companhia da Baía de Hudson para a segunda viagem, muito mais longa que a primeira, iniciando em Toronto, atravessando as Montanhas Rochosas até Fort Vancouver e Fort Victoria na Colúmbia Britânica, como os canadianos designavam Oregon Country.

Em ambas as viagens, Kane fez esboços, pintou os povos indígenas e documentou os seus modos de vida. Quando regressou a Toronto, produziu mais de uma centena de pinturas a óleo baseadas nos esboços. Os trabalhos de Kane, em especial os seus esboços, são ainda um recurso valioso para os etnólogos. As pinturas a óleo completadas no seu estúdio são consideradas uma parte do património cultural canadiano, embora, frequentemente ele as tenha embelezado consideravelmente, baseado na exatidão dos seus esboços, em favor de cenas mais dramáticas. 

 

Flathead woman and child (Caw Wacham), 1848–53

  

Assiniboine hunting buffalo, 1851–56