De origem modesta, era filho de um barqueiro, foi educado na
Casa Pia de Lisboa, após o quê frequentou o curso de Desenho e Figura na Aula Régia e trabalhou como
decorador. Com uma pensão de
D. Maria I, em
1788, com 20 anos, partiu para
Itália e estudou na Academia Portuguesa em
Roma, onde recebeu aulas de pintura e desenho de
Antonio Cavallucci.
Nomeado
pintor da corte em
1802 e co-director da empreitada de pintura do
Palácio da Ajuda, aí pintou abundantemente. Em
1803 foi professor de
Desenho e
Pintura das princesas, e em
1806, director da aula de Desenho da Academia do
Porto. Neste período pintou alegorias patrióticas e
retratos, fazendo o desenho das peças para oferecer a
Beresford.
Viveu intensamente as convulsões políticas da época - foi, sucessivamente, partidário do exército de invasão francês (
Junot protegendo Lisboa, 1808), da aliança inglesa (
Apoteose de Wellington, 1811), da
revolução liberal (retratos de 33 deputados, 1821) e da Carta Constitucional (
D. Pedro IV e Maria II, 1825), exilando-se em
França com a contra-revolução absolutista da
Vila-Francada, onde expôs, no Salão do
Louvre,
A Morte de Camões (quadro desaparecido no
Brasil), obra que lhe mereceu medalha de ouro e colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de
Eugène Delacroix.
Acabou por se fixar em
Roma em
1826, onde se dedicou à pintura religiosa, em visões de luminosidade já romântica (
Vida de Cristo,
1828;
Juízo Final,
1830).
Mariana Benedita Sequeira, 1822