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quarta-feira, agosto 28, 2024

Santo Agostinho de Hipona morreu há 1594 anos

Santo Agostinho, num afresco de Sandro Botticelli

Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um padre latino e Doutor da Igreja Católica.
Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de Plotino, mas, depois de tornar-se cristão (387), ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspetivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (num livro homónimo), distinta da cidade material do homem. O seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja identificou-se com o conceito de "Cidade de Deus" de santo Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.
Na Igreja Católica e na Igreja Anglicana é considerado um santo, e um importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostiniana. Muitos protestantes, especialmente os calvinistas mas também os luteranos (basta recordar que Martinho Lutero era inicialmente um sacerdote católico agostiniano), consideram-no como um dos pais teólogos da Reforma Protestante, ensinando a salvação e a graça divina.
Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege, principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado".
    

sexta-feira, abril 26, 2024

Simonetta Vespucci morreu há 548 anos...

Retrato póstumo de Simonetta Vespucci de Sandro Botticelli

   
Simonetta Cattaneo Vespúcio ou Vespucci, em italiano (1453 - 26 de abril de 1476), foi uma nobre italiana que serviu de modelo para as obras O Nascimento de Vénus e A Primavera, ambas de Botticelli. Ficou conhecida como a mulher mais bela do Renascentismo. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar.

Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Juliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici.

Foi eleita a "Rainha da Beleza" de Florença. Morreu, de tuberculose, aos 23 anos. Depois de sua morte, Botticelli continuou a utilizar o seu rosto como modelo para pinturas. Antes de morrer, o pintor também pediu para ser enterrado aos pés de Simonetta.

 

Nascimento de Vénus - pintura de Sandro Botticelli, Galleria degli Uffizi


 

Assassinato de Simoneta Vespucci

Homens
No perfil agudo dos quartos
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

Vê como as espadas nascem evidentes
Sem que ninguém as erguesse - de repente.

Vê como os gestos se esculpem
Em geometrias exactas do destino.

Vê como os homens se tornam animais
E como os animais se tornam anjos
E um só irrompe e faz um lírio de si mesmo.

Vê como pairam longamente os olhos
Cheios de liquidez, cheios de mágoa
Duma mulher nos seus cabelos estrangulada.

E todo o quarto jaz abandonado
Cheio de horror e cheio de desordem.

E as portas ficam abertas,
Abertas para os caminhos
Por onde os homens fogem,
No silêncio agudo dos espaços,
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.


 
  
  
in Coral (1950) - Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, março 01, 2024

Botticelli nasceu há 579 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
      
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente recetivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspetiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excecional de transpor para a linguagem formal as conceções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  
   
        

segunda-feira, agosto 28, 2023

Santo Agostinho de Hipona morreu há 1593 anos

Santo Agostinho, num afresco de Sandro Botticelli

Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um padre latino e Doutor da Igreja Católica.
Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de Plotino, mas, depois de tornar-se cristão (387), ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspetivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (num livro homónimo), distinta da cidade material do homem. O seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja identificou-se com o conceito de "Cidade de Deus" de santo Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.
Na Igreja Católica e na Igreja Anglicana é considerado um santo, e um importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostiniana. Muitos protestantes, especialmente os calvinistas mas também os luteranos (basta recordar que Martinho Lutero era inicialmente um sacerdote católico agostiniano), consideram-no como um dos pais teólogos da Reforma Protestante, ensinando a salvação e a graça divina.
Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege, principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado".
    


 

quarta-feira, abril 26, 2023

Simonetta Vespucci morreu há 547 anos...

Retrato póstumo de Simonetta Vespucci de Sandro Botticelli

   
Simonetta Cattaneo Vespúcio ou Vespucci, em italiano (1453 - 26 de abril de 1476), foi uma nobre italiana que serviu de modelo para as obras O Nascimento de Vénus e A Primavera, ambas de Botticelli. Ficou conhecida como a mulher mais bela do Renascentismo. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar.

Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Juliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici.

Foi eleita a "Rainha da Beleza" de Florença. Morreu, de tuberculose, aos 23 anos. Depois de sua morte, Botticelli continuou a utilizar o seu rosto como modelo para pinturas. Antes de morrer, o pintor também pediu para ser enterrado aos pés de Simonetta.

 

Nascimento de Vénus - pintura de Sandro Botticelli, Galleria degli Uffizi


 

Assassinato de Simoneta Vespucci

Homens
No perfil agudo dos quartos
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

Vê como as espadas nascem evidentes
Sem que ninguém as erguesse - de repente.

Vê como os gestos se esculpem
Em geometrias exactas do destino.

Vê como os homens se tornam animais
E como os animais se tornam anjos
E um só irrompe e faz um lírio de si mesmo.

Vê como pairam longamente os olhos
Cheios de liquidez, cheios de mágoa
Duma mulher nos seus cabelos estrangulada.

E todo o quarto jaz abandonado
Cheio de horror e cheio de desordem.

E as portas ficam abertas,
Abertas para os caminhos
Por onde os homens fogem,
No silêncio agudo dos espaços,
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.


 
  
  
in Coral (1950) - Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, março 01, 2023

Botticelli nasceu há 578 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
         
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente recetivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspetiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excecional de transpor para a linguagem formal as conceções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  


 in Wikipédia

domingo, agosto 28, 2022

Agostinho de Hipona morreu há 1592 anos

Agostinho, num afresco de Sandro Botticelli

Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um padre latino e Doutor da Igreja Católica.
Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de Plotino, mas, depois de tornar-se cristão (387), ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspetivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (num livro homónimo), distinta da cidade material do homem. O seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja identificou-se com o conceito de "Cidade de Deus" de santo Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.
Na Igreja Católica e na Igreja Anglicana é considerado um santo, e um importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostiniana. Muitos protestantes, especialmente os calvinistas mas também os luteranos (basta recordar que Martinho Lutero era inicialmente um sacerdote católico agostiniano), consideram-no como um dos pais teólogos da Reforma Protestante, ensinando a salvação e a graça divina.
Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege, principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como a cláusula filioque. Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado".
    

terça-feira, abril 26, 2022

Simonetta Vespucci morreu há 546 anos

Retrato póstumo de Simonetta Vespucci de Sandro Botticelli

Simonetta Cattaneo Vespúcio ou Vespucci, em italiano (1453 - 26 de abril de 1476), foi uma nobre italiana que serviu de modelo para as obras O Nascimento de Vênus e A Primavera, ambas de Botticelli. Ficou conhecida como a mulher mais bela do Renascentismo. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar.

Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Juliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici.

Foi eleita a "Rainha da Beleza" de Florença. Morreu de tuberculose aos 23 anos. Depois de sua morte, Botticelli continuou a utilizar o seu rosto como modelo para pinturas. Antes de morrer, o pintor também pediu para ser enterrado aos pés de Simonetta.


Nascimento de Vénus - pintura de Sandro Botticelli, Galleria degli Uffizi

Assassinato de Simoneta Vespucci

Homens
No perfil agudo dos quartos
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

Vê como as espadas nascem evidentes
Sem que ninguém as erguesse - de repente.

Vê como os gestos se esculpem
Em geometrias exactas do destino.

Vê como os homens se tornam animais
E como os animais se tornam anjos
E um só irrompe e faz um lírio de si mesmo.

Vê como pairam longamente os olhos
Cheios de liquidez, cheios de mágoa
Duma mulher nos seus cabelos estrangulada.

E todo o quarto jaz abandonado
Cheio de horror e cheio de desordem.

E as portas ficam abertas,
Abertas para os caminhos
Por onde os homens fogem,
No silêncio agudo dos espaços,
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

 
  
  
in Coral (1950) - Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, março 20, 2022

É o momento de celebrar a chegada da primavera...


Alegoria da Primavera - Sandro Botticelli

        
Equinócio
  

 
Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro o pano de um teatro
um passeio de noite a sós de bicicleta
o riso que ninguém reteve num retrato

Folheia-se num bar o horário da Morte
Encomenda-se um gin enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cena

Chega-se a este ponto Arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela Acender o cachimbo
para deixar no mundo uma herança de fumo

Rola mais um trovão Chega-se a este ponto
em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do Sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe

   
  
   
David Mourão-Ferreira

terça-feira, março 01, 2022

Botticelli nasceu há 577 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
      
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente recetivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspetiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excecional de transpor para a linguagem formal as conceções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  
   
        

segunda-feira, abril 26, 2021

Simonetta Vespucci morreu há 545 anos...

Retrato póstumo de Simonetta Vespucci de Sandro Botticelli

Simonetta Cattaneo Vespúcio (ou Vespucci, em italiano) (1453 - 26 de abril de 1476) serviu de modelo para a obra O Nascimento de Vênus, de Botticelli. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar.
Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Giuliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici.
Foi eleita a "Rainha da Beleza" de Florença. Morreu, de tuberculose, aos 23 anos.


Nascimento de Vénus - pintura de Sandro Botticelli, Galleria degli Uffizi

Assassinato de Simoneta Vespucci

Homens
No perfil agudo dos quartos
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

Vê como as espadas nascem evidentes
Sem que ninguém as erguesse - de repente.

Vê como os gestos se esculpem
Em geometrias exactas do destino.

Vê como os homens se tornam animais
E como os animais se tornam anjos
E um só irrompe e faz um lírio de si mesmo.

Vê como pairam longamente os olhos
Cheios de liquidez, cheios de mágoa
Duma mulher nos seus cabelos estrangulada.

E todo o quarto jaz abandonado
Cheio de horror e cheio de desordem.

E as portas ficam abertas,
Abertas para os caminhos
Por onde os homens fogem,
No silêncio agudo dos espaços,
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.
 
  
  
in Coral (1950) - Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, março 20, 2021

Poema e pintura para celebrar a chegada da primavera...

 
Alegoria da Primavera - Sandro Botticelli
  
   
Equinócio
  

 
Chega-se a este ponto em que se fica à espera
Em que apetece um ombro o pano de um teatro
um passeio de noite a sós de bicicleta
o riso que ninguém reteve num retrato

Folheia-se num bar o horário da Morte
Encomenda-se um gin enquanto ela não chega
Loucura foi não ter incendiado o bosque
Já não sei em que mês se deu aquela cena

Chega-se a este ponto Arrepiar caminho
Soletrar no passado a imagem do futuro
Abrir uma janela Acender o cachimbo
para deixar no mundo uma herança de fumo

Rola mais um trovão Chega-se a este ponto
em que apetece um ombro e nos pedem um sabre
Em que a rota do Sol é a roda do sono
Chega-se a este ponto em que a gente não sabe

  
   
David Mourão-Ferreira

segunda-feira, março 01, 2021

Botticelli nasceu há 576 anos

 

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
    
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente receptivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspectiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  
   
     

sexta-feira, março 20, 2020

Só para recordar que a primavera já começou...


A Primavera, também conhecido como Alegoria da Primavera, é um quadro do pintor renascentista Sandro Botticelli. A pintura utiliza a técnica de têmpera sobre madeira. Pintado no ano 1482, o quadro é descrito na revista "Velozes e Furiosos" (2009) como "um dos quadros mais populares na arte ocidental". É também, segundo a publicação "Botticelli, Primavera" (1998), uma das pinturas mais faladas, e mais controversas do mundo". Enquanto a maioria dos críticos concordam que a pintura, retrata um grupo de figuras mitológicas num jardim (alegoria para o crescimento exuberante da Primavera), outros dão sentidos diferente à obra, sendo, por vezes, citado para ilustrar o ideal de amor neoplatónico.
A história da pintura não é muito conhecida, porém, parece ter sido encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici. É provável que Botticelli se tenha inspirado nas odes de Poliziano para realizar esta obra. As outras fontes são da Antiguidade: os Faustos de Ovídio e De rerum natura de Lucrécio. Desde 1919 que a pintura faz parte da colecção da Galeria Uffizi em Florença, Itália

domingo, março 01, 2020

Botticelli nasceu há 575 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)
   
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente receptivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspectiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.
  
   

terça-feira, abril 26, 2016

Simonetta Vespucci morreu há 540 anos

Retrato póstumo de Simonetta Vespucci de Sandro Botticelli

Simonetta Cattaneo Vespúcio (ou Vespucci, em italiano) (1453 - 26 de abril de 1476) serviu de modelo para a obra O Nascimento de Vênus, de Botticelli. Viveu em Portovenere, uma cidadela italiana à beira-mar.
Era casada com Marco Vespucci, primo distante do navegador Américo Vespúcio e foi amante de Giuliano de Médici, irmão mais novo de Lourenço de Médici.
Foi eleita a "Rainha da Beleza" de Florença. Morreu, de tuberculose, aos 23 anos.


Nascimento de Vénus - pintura de Sandro Botticelli, Galleria degli Uffizi

Assassinato de Simoneta Vespucci

Homens
No perfil agudo dos quartos
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

Vê como as espadas nascem evidentes
Sem que ninguém as erguesse - de repente.

Vê como os gestos se esculpem
Em geometrias exactas do destino.

Vê como os homens se tornam animais
E como os animais se tornam anjos
E um só irrompe e faz um lírio de si mesmo.

Vê como pairam longamente os olhos
Cheios de liquidez, cheios de mágoa
Duma mulher nos seus cabelos estrangulada.

E todo o quarto jaz abandonado
Cheio de horror e cheio de desordem.

E as portas ficam abertas,
Abertas para os caminhos
Por onde os homens fogem,
No silêncio agudo dos espaços,
Nos ângulos mortais da sombra com a luz.

 

in Coral (1950) - Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, março 01, 2015

Botticelli nasceu há 570 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)

Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), estudou na Escola Florentina do Renascimento. Igualmente receptivo às aquisições introduzidas por Masaccio na pintura do Quattrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspectiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Sandro Botticelli usava todas as cores, em especial cores frias.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções dos seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.


sábado, março 01, 2014

Botticelli nasceu há 569 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)

Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, ou Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 1445Florença, 17 de maio de 1510), foi um célebre pintor italiano da Escola Florentina do Renascimento. Igualmente receptivo às aquisições do introduzidas por Masaccio na pintura do quatrocento e às tendências do gótico tardio, seguiu os preceitos da perspectiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. As suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, era bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista e o seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções de seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados do seu tempo. A sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo se esvaiu e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica das suas obras, é que a sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.

A Tentação de Cristo - Capela Sistina

quinta-feira, março 01, 2012

Botticelli nasceu há 567 anos

Provável autorretrato de Botticelli, na Adoração dos Magos (Uffizi, Florença)

Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, dito Sandro Botticelli (Florença, 1 de março de 144517 de maio de 1510), foi um célebre pintor italiano da Escola Florentina do Renascimento. Igualmente receptivo às aquisições do introduzidas por Masaccio na pintura do Quatrocento e às tendências do Gótico tardio, seguiu os preceitos da perspetiva central e estudou as esculturas da Antiguidade, evoluindo posteriormente para a acentuação das formas decorativas e da atenção dispensada à harmonia linear do traçado e ao vigor e pureza do colorido. Suas obras tardias revelariam ainda um expressionismo trágico, de agitação visionária, fruto certamente da pregação de Savonarola.
Protegido dos Médici, para os quais executou preciosos registos da pintura de cunho mitológico, foi bem relacionado no círculo florentino, trabalhando também para o Vaticano, produzindo afrescos para a Capela Sistina. Foi ainda destacado retratista, e seu talento excepcional de transpor para a linguagem formal as concepções de seus clientes tornou-o um dos pintores mais disputados de seu tempo. Sua reputação, alvo de um curto reavivar de interesse no século XVI, logo esvaiu-se, e somente com o reaparecimento de uma crescente curiosidade pelo Renascimento, registada no século XIX, e, em particular, pela interpretação filosófica de suas obras, é que sua arte volta a adquirir o êxito e a fama que mantém até hoje.