José de Sousa Saramago (
Golegã,
Azinhaga,
16 de novembro de
1922 -
Tías,
Lanzarote,
18 de junho de
2010) foi um
escritor,
argumentista,
teatrólogo,
ensaísta,
jornalista,
dramaturgo,
contista,
romancista e
poeta português.
Foi galardoado com o
Nobel de Literatura em 1998. Também ganhou, em 1995, o
Prémio Camões, o mais importante prémio literário da
língua portuguesa.
Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento
internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de agosto de 1985 foi
agraciado com o grau de Comendador da
Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem.
Nasceu no
distrito de Santarém, na província geográfica do
Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu
ateísmo e
iberismo, foi membro do
Partido Comunista Português e foi diretor-adjunto do
Diário de Notícias. Juntamente com
Luiz Francisco Rebello,
Armindo Magalhães,
Manuel da Fonseca e
Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da
Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a
espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas
Ilhas Canárias.
(...)
Em
setembro de 1997, a agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de
Estocolmo, contratada pelo
ICEP
(órgão estatal português para a promoção do comércio e turismo
nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo
um seminário na
Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca, um discurso na
Universidade de Estocolmo
e várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas. Nesses
mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial
dedicado ao escritor.
Segundo o Diário de Notícias, o diretor da empresa sueca Jerry
Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prémio Nobel da
literatura e uma parte da nossa missão consistia em mudar essa
situação".
Comentando esta atribuição,
Sture Allén, então secretário da
Academia Sueca,
negou que a decisão tenha sido afetada por "campanhas publicitárias,
comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de
pressão".
Contradizendo Allén,
Knut Ahnlund e
Lars Gyllensten,
membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os
membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias". Ahnlund
foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele
foi o culminar de uma campanha profissional de
relações públicas.
Alegria
Já ouço gritos ao longe
Já diz a voz do amor
A alegria do corpo
O esquecimento da dor
Já os ventos recolheram
Já o verão se nos oferece
Quantos frutos quantas fontes
Mais o sol que nos aquece
Já colho jasmins e nardos
Já tenho colares de rosas
E danço no meio da estrada
As danças prodigiosas
Já os sorrisos se dão
Já se dão as voltas todas
Ó certeza das certezas
Ó alegria das bodas
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago