quarta-feira, março 29, 2023
Há 49 anos, um espetáculo no Coliseu dos Recreios, mostrou que a primavera marcelista estava moribunda...
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sábado, março 18, 2023
Música para recordar um dia triste...
Vai hoje a enterrar uma amiga minha, a engenheira Maria Benevenuta Schultz Loup, a quem tanto devo. Gostava de me despedir dela com uma música duplamente alusiva à data... Adeus, amiga, que a terra te seja leve.
A cabra da velha torre,
Meu amor, chama por mim;
Quando um estudante morre,
Os sinos tocam assim.
Ai quem me dera abraçar-te,
Junto ao peito assim, assim,
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim.
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quinta-feira, fevereiro 23, 2023
Saudades do Zeca...
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Zeca Afonso morreu há 36 anos...
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segunda-feira, fevereiro 13, 2023
Chamava-se Catarina...
Cantar Alentejano - Zeca Afonso
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manha fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
O Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
O Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
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domingo, janeiro 29, 2023
Música adequada à data...
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Zeca Afonso despediu-se dos grandes palcos há quarenta anos...
(imagem daqui)
Foi no dia 29 de janeiro de 1983 - passam hoje exatamente quarenta anos sobre o último grande concerto de Zeca Afonso, já fortemente debilitado pela doença degenerativa que o matou, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Com todos os amigos a ajudar (os manos Salomé, Fausto, Júlio Pereira, Sérgio Godinho e muitos outros...) fez história nessa noite.
Balada do Outono - José Afonso
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Óh, ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
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quinta-feira, janeiro 19, 2023
Fausto canta Eugénio de Andrade...
Não canto porque sonho
Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
o teu sorriso puro,
a tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
somente um bicho sadio
embriagado na alegria
da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
por vê-los nus e suados.
in As mãos e os frutos (1948) - Eugénio de Andrade
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segunda-feira, janeiro 02, 2023
Vamos cantar as janeiras...
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segunda-feira, dezembro 19, 2022
A morte saiu à rua - o Pintor morreu...!
A Morte Saiu À Rua - Zeca Afonso
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
E um rio de sangue de um peito aberto sai
E a foice duma ceifeira de Portugal
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Só olho por olho e dente por dente vale
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
E em todas florirão rosas de uma nação
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quarta-feira, novembro 02, 2022
Hoje a poesia de Jorge de Sena precisa de ser cantada...
Epígrafe para a arte de furtar
Roubam-me Deus
outros o Diabo
– quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
– quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
– quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
– aqui D'El-Rei!
Jorge de Sena
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sexta-feira, outubro 07, 2022
E viva o Dia Nacional dos Castelos...!
Altos Castelos - Zeca Afonso
Linda menina que vai casar
Torres cinzentas que dão para o vento
Dentro do meu pensamento
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
Na praia nova caiu uma estrela
Moças trigueiras ide atrás dela
Rola rolinha garganta de prata
Canta-me uma serenata
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
Um cavalinho de crina na ponta
Leva à garupa uma bruxa tonta
Duas meninas a viram passar
Mesmo à beirinha do mar
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
Eu lá na serra não sou ninguém
Se fores prá guerra eu irei também
Irei também numa barca bela
Cinta vermelha e saia amarela
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terça-feira, agosto 16, 2022
Música para recordar um Poeta...
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terça-feira, agosto 02, 2022
Saudades do nosso Zeca Afonso...
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Zeca Afonso nasceu há 93 anos
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sexta-feira, junho 10, 2022
Zeca canta Camões...
Na fonte está Lianor
Mote
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Luís de Camões
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Hoje é dia de cantar Poesia...
Endechas a Bárbara Escrava
Aquela cativa
Que me tem cativo,
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que pera meus olhos
Fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular,
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
Ua graça viva,
Que neles lhe mora,
Pera ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos,
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce a figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela, enfim, descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo;
E pois nela vivo,
É força que viva.
Luís Vaz de Camões
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sábado, junho 04, 2022
Hoje, quem cantarei...?!?
Epígrafe para a arte de furtar
Roubam-me Deus
outros o Diabo
– quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
– quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
– quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
– aqui del rei!
Jorge de Sena
Postado por Pedro Luna às 04:40 0 bocas
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quinta-feira, maio 19, 2022
Chamava-se Catarina...
Cantar Alentejano - Zeca Afonso
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manha fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
O Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
O Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
Postado por Pedro Luna às 21:12 0 bocas
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domingo, maio 01, 2022
Maio, maduro Maio...
Maio maduro Maio - Zeca Afonso
Maio maduro Maio
Quem te pintou
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
Raiava o Sol já no Sul
E uma falua vinha
Lá de Istambul
Sempre depois da sesta
Chamando as flores
Era o dia da festa
Maio de amores
Era o dia de cantar
E uma falua andava
Ao longe a varar
Maio com meu amigo
Quem dera já
Sempre depois do trigo
Se cantará
Qu'importa a fúria do mar
Que a voz não te esmoreça
Vamos lutar
Numa rua comprida
El-rei pastor
Vende o soro da vida
Que mata a dor
Venham ver, Maio nasceu
Que a voz não te esmoreça
A turba rompeu
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