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terça-feira, maio 04, 2021

Carl von Ossietzky morreu há 83 anos...

  
Foi agraciado com o Nobel da Paz em 1935. Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ser contra os interesses do regime.
  



  
  
À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)
   
  
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
 
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
 
Foi então vã a luta?
 
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.

 
 
in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

quinta-feira, abril 01, 2021

Poema alusivo à data...

(imagem daqui)

 

Meu irmão era aviador

Meu irmão era aviador,
deram-lhe um dia passagem,
fez a mal - e lá partiu,
para o Sul foi a viagem.

Meu irmão é conquistador,
falta espaço ao nosso povo,
e foi sempre o nosso sonho
velho: - terreno novo.

O que ele conquistou com fama
fica lá no Guadarrama:
de comprido, um metro e oitenta;
de fundo, um metro e cinquenta.


in
Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

sexta-feira, março 05, 2021

Rosa Luxemburgo nasceu há cento e cinquenta anos!

 
Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de março de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista polaca e judia, naturalizada alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1914, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1 de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levante espartaquista de janeiro de 1919 em Berlim como um grande erro. Entretanto, ela apoiaria a insurreição que Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e centenas de seus adeptos foram presos, espancados e assassinados sem direito a julgamento. Desde suas mortes, Luxemburgo e Liebknecht atingiram o status de mártires tanto para marxistas quanto para social-democratas.

 
 
(imagem daqui)
     
Epitáfio para Rosa Luxemburgo

Aqui jaz
Rosa Luxemburgo
Judia da Polónia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores. Oprimidos
Enterrai as vossas desavenças!
  
  
Bertold Brecht

sexta-feira, janeiro 15, 2021

Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados há 102 anos

    
Karl Liebknecht (Leipzig, 13 de agosto de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919) foi um político e dirigente socialista alemão.
Filho de Wilhelm Liebknecht e colaborador de Karl Marx e Friedrich Engels, Karl Liebknecht ficou conhecido por ter, com Rosa Luxemburgo, fundado a Liga Spartacus, em 1916. Este movimento de esquerda surgiu na Alemanha em oposição ao regime social-democrata vigente na República de Weimar, acusado pelos espartaquistas de ser cooptado pela burguesia.
Karl Liebknecht estudou direito nas Universidades de Leipzig e Berlim, concluindo o seu doutoramento na Universidade de Würzburg, em 1897. Abriu um escritório de advocacia e passou a defender causas sindicais e da juventude. Em 1900 aderiu ao Partido Social-Democrata da Alemanha. Passa a intensa militância política e funda em 1915, juntamente com Rosa Luxemburgo e outros, a Liga Spartacus, sendo expulso do SPD em 1916, aglutinando-se no Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD) e, depois da ruptura com este, no Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 15 de janeiro de 1919, após o governo moderado alemão ter colocado as cabeças dos líderes da esquerda a prémio, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados em Berlim. Entretanto, o movimento a que eles deram origem não morreu com os seus idealizadores, já que sua concepção acabou, principalmente através de sua principal teórica, Rosa Luxemburgo, influenciando diversos grupos e indivíduos, dando prosseguimento ao espartaquismo ou luxemburguismo.
Karl Liebknecht, juntamente com a Liga Spartacus, acabou por fundar o Partido Comunista da Alemanha, aliando-se a outros grupos comunistas da época, os Delegados Revolucionários e os Comunistas Internacionalistas. Com a morte de Liebknecht e Luxemburgo, o KPD acaba caindo na direção de Paul Levi, espartaquista que se aproximou da social-democracia anteriormente combatida e, posteriormente, passou ao comando de líderes pró-bolcheviques, sendo que a ala mais radical (principalmente os Comunistas Internacionalistas) juntou-se com a Esquerda de Breme e fundou o Partido Comunista Operário da Alemanha.
   
   
   
Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de março de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista polaca e alemã, que se tornou mundialmente conhecida pela sua militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1 de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levantamento espartaquista de janeiro de 1919, em Berlim, como um grande erro. Entretanto, ela acabaria por apoiar a insurreição que Liebknecht iniciou, sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e o seu corpo deitado à água no Landwehr Canal, em Berlim.
  
(...)
  
Em 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck, líderes do Partido Comunista da Alemanha, foram presos e levados para interrogatório no Hotel Eden em Berlim. Enquanto que os detalhes das mortes de Luxemburgo e Liebknecht são desconhecidos, a versão mais aceite é de que foram retirados do hotel por paramilitares do grupo de direita Freikorps, que mais tarde iriam apoiar os nazis. Enquanto Luxemburgo e Liebknecht eram escoltados para fora do prédio, foram espancados até ficarem inconscientes. Pieck conseguiu fugir, enquanto Luxemburgo e Liebknecht foram levados, cada um, num jipe militar. O primeiro jipe, com Rosa Luxemburgo, virou antes da ponte Corneliusbrücke, numa pequena rua paralela ao curso de água conhecido como Canal do Exército (Landwehrkanal). Ela foi baleada e atirada, semi-morta, nas águas geladas de janeiro do Landwerkanal. O seu companheiro de luta, Karl, seguia no outro jipe, que cruzou a Corneliusbrücke e entrou numa das ruas desertas do parque Tiergarten. Ele foi baleado pelas costas, enquanto era induzido a caminhar. Morto, foi entregue como indigente num posto policial. Dois meses mais tarde, Jogiches foi morto, pelo mesmo grupo. O corpo de Rosa Luxemburgo só foi encontrado no final de junho. Os seus assassinos jamais foram condenados. Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar Luxemburgo e Liebknecht.
Os corpos de Luxemburgo e Liebknecht estão enterrados no Cemitério Central de Freidrichsfelde, em Berlim. Todos os anos, socialistas e comunistas se reúnem no local na segunda segunda-feira de janeiro para homenageá-los.
   
   
        
(imagem daqui)
     
Epitáfio para Rosa Luxemburgo

Aqui jaz
Rosa Luxemburgo
Judia da Polónia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores. Oprimidos
Enterrai as vossas desavenças!
  
  
Bertold Brecht

sábado, outubro 03, 2020

Carl von Ossietzky nasceu há 131 anos

 

   
Foi agraciado com o Nobel da Paz de 1935. Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ir contra os interesses do regime.
    
  
     


  
  
À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)
  
    
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
  
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
  
Foi então vã a luta?
 
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.

    
    
in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

quinta-feira, outubro 03, 2019

Carl von Ossietzky nasceu há 130 anos

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz de 1935. Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ir contra os interesses do regime.
  

   


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)

  
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
  
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
  
Foi então vã a luta?
 
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.

  
  
in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

terça-feira, janeiro 15, 2019

Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados há um século

  
Karl Liebknecht (Leipzig, 13 de agosto de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919) foi um político e dirigente socialista alemão.
Filho de Wilhelm Liebknecht e colaborador de Karl Marx e Friedrich Engels, Karl Liebknecht ficou conhecido por ter, com Rosa Luxemburgo, fundado a Liga Spartacus, em 1916. Este movimento de esquerda surgiu na Alemanha em oposição ao regime social-democrata vigente na República de Weimar, acusado pelos espartaquistas de ser cooptado pela burguesia.
Karl Liebknecht estudou direito nas Universidades de Leipzig e Berlim, concluindo o seu doutoramento na Universidade de Würzburg, em 1897. Abriu um escritório de advocacia e passou a defender causas sindicais e da juventude. Em 1900 aderiu ao Partido Social-Democrata da Alemanha. Passa a intensa militância política e funda em 1915, juntamente com Rosa Luxemburgo e outros, a Liga Spartacus, sendo expulso do SPD em 1916, aglutinando-se no Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD) e, depois da ruptura com este, no Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 15 de janeiro de 1919, após o governo moderado alemão ter colocado as cabeças dos líderes da esquerda a prémio, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados em Berlim. Entretanto, o movimento a que eles deram origem não morreu com os seus idealizadores, já que sua concepção acabou, principalmente através de sua principal teórica, Rosa Luxemburgo, influenciando diversos grupos e indivíduos, dando prosseguimento ao espartaquismo ou luxemburguismo.
Karl Liebknecht, juntamente com a Liga Spartacus, acabou por fundar o Partido Comunista da Alemanha, aliando-se a outros grupos comunistas da época, os Delegados Revolucionários e os Comunistas Internacionalistas. Com a morte de Liebknecht e Luxemburgo, o KPD acaba caindo na direção de Paul Levi, espartaquista que se aproximou da social-democracia anteriormente combatida e, posteriormente, passou ao comando de líderes pró-bolcheviques, sendo que a ala mais radical (principalmente os Comunistas Internacionalistas) juntou-se com a Esquerda de Breme e fundou o Partido Comunista Operário da Alemanha.
  
  
  
Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de março de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista polaca e alemã, que se tornou mundialmente conhecida pela sua militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1 de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levantamento espartaquista de janeiro de 1919, em Berlim, como um grande erro. Entretanto, ela acabaria por apoiar a insurreição que Liebknecht iniciou, sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e o seu corpo deitado à água no Landwehr Canal, em Berlim.
(...)
Em 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck, líderes do Partido Comunista da Alemanha, foram presos e levados para interrogatório no Hotel Eden em Berlim. Enquanto que os detalhes das mortes de Luxemburgo e Liebknecht são desconhecidos, a versão mais aceite é de que foram retirados do hotel por paramilitares do grupo de direita Freikorps, que mais tarde iriam apoiar os nazis. Enquanto Luxemburgo e Liebknecht eram escoltados para fora do prédio, foram espancados até ficarem inconscientes. Pieck conseguiu fugir, enquanto Luxemburgo e Liebknecht foram levados, cada um, num jipe militar. O primeiro jipe, com Rosa Luxemburgo, virou antes da ponte Corneliusbrücke, numa pequena rua paralela ao curso de água conhecido como Canal do Exército (Landwehrkanal). Ela foi baleada e atirada, semi-morta, nas águas geladas de janeiro do Landwerkanal. O seu companheiro de luta, Karl, seguia no outro jipe, que cruzou a Corneliusbrücke e entrou numa das ruas desertas do parque Tiergarten. Ele foi baleado pelas costas, enquanto era induzido a caminhar. Morto, foi entregue como indigente num posto policial. Dois meses mais tarde, Jogiches foi morto, pelo mesmo grupo. O corpo de Rosa Luxemburgo só foi encontrado no final de junho. Os seus assassinos jamais foram condenados. Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar Luxemburgo e Liebknecht.
Os corpos de Luxemburgo e Liebknecht estão enterrados no Cemitério Central de Freidrichsfelde, em Berlim. Todos os anos, socialistas e comunistas se reúnem no local na segunda segunda-feira de janeiro para homenageá-los.
      
(imagem daqui)
    
Epitáfio para Rosa Luxemburgo

Aqui jaz
Rosa Luxemburgo
Judia da Polónia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores. Oprimidos
Enterrai as vossas desavenças!


Bertold Brecht

sexta-feira, maio 04, 2018

Carl von Ossietzky morreu há oitenta anos...

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz em 1935. Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ser contra os interesses do regime.


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)
 
O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.
 
A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.
 
Foi então vã a luta?
 
Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.

 
 
in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

domingo, abril 01, 2018

A Guerra Civil Espanhola terminou há 79 anos

Assinatura de Franco, anunciando o fim da guerra
 
A chamada Guerra Civil Espanhola foi um conflito bélico deflagrado após um fracassado golpe de estado de um setor do exército contra o governo legal e democrático da Segunda República Espanhola. A guerra civil teve início após um pronunciamento dos militares rebeldes, entre 17 e 18 de julho de 1936, e terminou em 1 de abril de 1939, com a vitória dos militares e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderado pelo general Francisco Franco.

Meu irmão era aviador

Meu irmão era aviador,
deram-lhe um dia passagem,
fez a mal - e lá partiu,
para o Sul foi a viagem.

Meu irmão é conquistador,
falta espaço ao nosso povo,
e foi sempre o nosso sonho
velho: - terreno novo.

O que ele conquistou com fama
fica lá no Guadarrama:
de comprido, um metro e oitenta;
de fundo, um metro e cinquenta.

in
Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

sexta-feira, abril 18, 2014

Porque hoje é sexta feira santa...

(imagem daqui)

Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás”.
Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!”
Jesus respondeu: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes.

Jo 13, 36-38

Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote. Ele entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote.
Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a criada que atendia a porta e levou Pedro para dentro.
A criada disse a Pedro: “Não pertences tu também aos discípulos desse homem?” Ele respondeu: “Não”.
Os servos e os guardas tinham feito um fogo, porque fazia frio; estavam se aquecendo, e Pedro estava com eles para se aquecer.
O sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito dos seus discípulos e do seu ensinamento.
Jesus respondeu: “Eu falei abertamente ao mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas.
Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que eu falei; eles sabem o que eu disse”.
Quando assim falou, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: “É assim que respondes ao sumo sacerdote?”
Jesus replicou-lhe: “Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?”
Anás, então, mandou-o, amarrado, a Caifás.
Simão Pedro continuava lá, aquecendo-se. Disseram-lhe: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?” Pedro negou: “Não”.
Então um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Pedro negou de novo, e na mesma hora o galo cantou.

Jo 18, 15-27

E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.» E, vindo para fora, chorou amargamente.

Lc 22, 60-61
(imagem daqui)

Romper do dia

Não é em vão
Que o romper de cada novo dia
Se inaugura p'lo canto do galo
Denunciando já de antigos tempos
Uma traição.

 

in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados há 95 anos

Karl Liebknecht (Leipzig, 13 de agosto de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919) foi um político e dirigente socialista alemão.
Filho de Wilhelm Liebknecht e colaborador de Karl Marx e Friedrich Engels, Karl Liebknecht ficou conhecido por ter, com Rosa Luxemburgo, fundado a Liga Spartacus, em 1916. Este movimento de esquerda surgiu na Alemanha em oposição ao regime social-democrata vigente na República de Weimar, acusado pelos espartaquistas de ser cooptado pela burguesia.
Karl Liebknecht estudou direito nas Universidades de Leipzig e Berlim, concluindo o seu doutoramento na Universidade de Würzburg, em 1897. Abriu um escritório de advocacia e passou a defender causas sindicais e da juventude. Em 1900 aderiu ao Partido Social-Democrata da Alemanha. Passa a intensa militância política e funda em 1915, juntamente com Rosa Luxemburgo e outros, a Liga Spartacus, sendo expulso do SPD em 1916, aglutinando-se no Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD) e, depois da ruptura com este, no Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 15 de janeiro de 1919, após o governo moderado alemão ter colocado as cabeças dos líderes da esquerda a prémio, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados em Berlim. Entretanto, o movimento a que eles deram origem não morreu com os seus idealizadores, já que sua concepção acabou, principalmente através de sua principal teórica, Rosa Luxemburgo, influenciando diversos grupos e indivíduos, dando prosseguimento ao espartaquismo ou luxemburguismo.
Karl Liebknecht, juntamente com a Liga Spartacus, acabou por fundar o Partido Comunista da Alemanha, aliando-se a outros grupos comunistas da época, os Delegados Revolucionários e os Comunistas Internacionalistas. Com a morte de Liebknecht e Luxemburgo, o KPD acaba caindo na direção de Paul Levi, espartaquista que se aproximou da social-democracia anteriormente combatida e, posteriormente, passou ao comando de líderes pró-bolcheviques, sendo que a ala mais radical (principalmente os Comunistas Internacionalistas) juntou-se com a Esquerda de Breme e fundou o Partido Comunista Operário da Alemanha.



Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de março de 1871 - Berlim, 15 de janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista polaca e alemã, que se tornou mundialmente conhecida pela sua militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polónia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1915, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1 de janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levantamento espartaquista de janeiro de 1919, em Berlim, como um grande erro. Entretanto, ela acabaria por apoiar a insurreição que Liebknecht iniciou, sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e o seu corpo deitado à água no Landwehr Canal, em Berlim.

(...)

Em 15 de janeiro de 1919, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht e Wilhelm Pieck, líderes do Partido Comunista da Alemanha, foram presos e levados para interrogatório no Hotel Eden em Berlim. Enquanto que os detalhes das mortes de Luxemburgo e Liebknecht são desconhecidos, a versão mais aceite é de que foram retirados do hotel por paramilitares do grupo de direita Freikorps, que mais tarde iriam apoiar os nazis. Enquanto Luxemburgo e Liebknecht eram escoltados para fora do prédio, foram espancados até ficarem inconscientes. Pieck conseguiu fugir, enquanto Luxemburgo e Liebknecht foram levados, cada um, num jipe militar. O primeiro jipe, com Rosa Luxemburgo, virou antes da ponte Corneliusbrücke, numa pequena rua paralela ao curso de água conhecido como Canal do Exército (Landwehrkanal). Ela foi baleada e atirada, semi-morta, nas águas geladas de janeiro do Landwerkanal. O seu companheiro de luta, Karl, seguia no outro jipe, que cruzou a Corneliusbrücke e entrou numa das ruas desertas do parque Tiergarten. Ele foi baleado pelas costas, enquanto era induzido a caminhar. Morto, foi entregue como indigente num posto policial. Dois meses mais tarde, Jogiches foi morto, pelo mesmo grupo. O corpo de Rosa Luxemburgo só foi encontrado no final de junho. Os seus assassinos jamais foram condenados. Somente em 1999, uma investigação do governo alemão concluiu que as tropas de assalto haviam recebido ordens e dinheiro dos governantes social-democratas para matar Luxemburgo e Liebknecht.
Os corpos de Luxemburgo e Liebknecht estão enterrados no Cemitério Central de Freidrichsfelde, em Berlim. Todos os anos, socialistas e comunistas se reúnem no local na segunda segunda-feira de janeiro para homenageá-los.

(imagem daqui)

Epitáfio para Rosa Luxemburgo

Aqui jaz
Rosa Luxemburgo
Judia da Polónia
Vanguarda dos operários alemães
Morta por ordem
Dos opressores. Oprimidos
Enterrai as vossas desavenças!


Bertold Brecht

domingo, maio 12, 2013

Há 80 anos, um escritor teve de pedir aos estúpidos dos nazis que queimassem os seus livros

Oskar Maria Graf (Berg, 22 de julho de 1894 - Nova Iorque, 28 de junho de 1967) foi um escritor alemão.
Ele escreveu várias novelas e narrativas socialistas-anarquistas sobre a vida na Baviera, consideradas um pouco autobiográficas.
Inicialmente usou o seu verdadeiro nome, Oskar Graf. Depois de 1918, passou a usar o pseudónimo de Oskar Graf-Berg, sobretudo em artigos de revistas e jornais; para trabalhos que considerava mais sérios, ele passou a assiná-los com o nome de Oskar Maria Graf.

(...)
Em 17 de fevereiro de 1933, ele viajou para Viena, uma viagem que deu início ao seu exílio voluntário da Alemanha natal. Os seus livros, inicialmente, não foram destruídos durante a Queima de Livros nazi, sendo, curiosamente, uma leitura recomendada pelo regime. Como resultado desta decisão, em 12 de maio de 1933, ele publicou, no jornal de Viena Arbeiter-Zeitung ("Jornal dos Trabalhadores") o seu famoso apelo anti-nazi, Verbrennt mich! ("Queimem-me!"). Os nazis, por causa do conteúdo aparentemente pertencente ao Movimento Völkisch, pensavam que os livros eram conformes à ideologia oficial do III Reich.
Um ano depois, em 1934, os seus livros foram finalmente proibidos na Alemanha.

Memorial recordando a Queima dos Livros de 1933, em Frankfurt

Die Bücherverbrennung

Als das Regime befahl, Bücher mit schädlichem Wissen
Öffentlich zu verbrennen, und allenthalben
Ochsen gezwungen wurden, Karren mit Büchern
Zu den Scheiterhaufen zu ziehen, entdeckte
Ein verjagter Dichter, einer der besten, die Liste der
Verbrannten studierend, entsetzt, daß seine
Bücher vergessen waren. Er eilte zum Schreibtisch
Zornbeflügelt, und schrieb einen Brief an die Machthaber.
Verbrennt mich! schrieb er mit fliegender Feder, verbrennt mich!
Tut mir das nicht an! Laßt mich nicht übrig! Habe ich nicht
Immer die Wahrheit berichtet in meinen Büchern? Und jetzt
Werd ich von euch wie ein Lügner behandelt! Ich befehle euch, Verbrennt mich!

Bertolt Brecht

NOTA: para os nossos leitores que não sabem alemão, tal como eu, aqui fica a tradução do poema anterior, feita por um grande Professor da Universidade de Coimbra:

A QUEIMA DOS LIVROS

Quando o Regime ordenou que queimassem em público
Os livros de saber nocivo, e por toda parte
Os bois foram forçados a puxar carroças
Carregadas de livros para a fogueira, um poeta
Expulso, um dos melhores, ao estudar a lista
Dos queimados, descobriu, horrorizado, que os seus
Livros tinham sido esquecidos. Correu para a secretária
Alado de cólera e escreveu uma carta aos do Poder
Queimai-me! escreveu com pena veloz, queimai-me!
Não me façais isso! Não me deixeis de lado! Não disse eu
Sempre a verdade nos meus livros? E agora
Tratais-me como um mentiroso! Ordeno-vos:
Queimai-me!

in
Poemas (2007) - Bertolt Brecht (versão portuguesa de Paulo Quintela)

sábado, maio 04, 2013

Carl von Ossietzky morreu há 75 anos

Carl von Ossietzky (Hamburgo, 3 de outubro de 1889 - Berlim, 4 de maio de 1938) foi um jornalista, escritor e pacifista alemão.
Foi agraciado com o Nobel da Paz em 1935.
Morreu de tuberculose, num campo de concentração nazi, por ser pacifista e ir contra os interesses do regime.


À morte de um lutador pela paz
(in memoriam de Carl von Ossietzky)

O que não se rendeu
Foi abatido
O que foi abatido
Não se rendeu.

A boca que admoestava
Foi tapada por terra.
A aventura sangrenta
Começa.
Sobre a cova do amigo da paz
Calcam os batalhões.

Foi então vã a luta?

Se aquele que não lutou sozinho, foi abatido,
O inimigo
Inda não venceu.



in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

segunda-feira, abril 01, 2013

A Guerra Civil Espanhola terminou há 74 anos

Capa, Death of a Loyalist Soldier.jpg
  A Morte do Soldado Republicano - Robert Capa

A chamada Guerra Civil Espanhola foi um conflito bélico deflagrado após um fracassado golpe de estado de um setor do exército contra o governo legal e democrático da Segunda República Espanhola. A guerra civil teve início após um pronunciamento dos militares rebeldes, entre 17 e 18 de julho de 1936, e terminou em 1 de abril de 1939, com a vitória dos militares e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderado pelo general Francisco Franco.



Meu irmão era aviador

Meu irmão era aviador,
deram-lhe um dia passagem,
fez a mal - e lá partiu,
para o Sul foi a viagem.

Meu irmão é conquistador,
falta espaço ao nosso povo,
e foi sempre o nosso sonho
velho: - terreno novo.

O que ele conquistou com fama
fica lá no Guadarrama:
de comprido, um metro e oitenta;
de fundo, um metro e cinquenta.

in
Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

quinta-feira, setembro 06, 2012

Outro poema com dedicatória...

... este para a minha mana nova, que hoje é bebé...

(imagem daqui)

Lista dos precisos

Muitos conheço eu que andam por aí com uma lista
Em que está o que precisam.
O que vê a lista diz: É muito.
Mas quem a escreveu diz: É o mínimo.
Mas muitos mostram com orgulho a sua lista
Em que está pouco.

in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

O dramaturgo alemão Berthold Brecht nasceu há 114 anos

Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de fevereiro de 1898 - Berlim, 14 de agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.
Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. Sua praxis é uma síntese dos experimentos teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917-1926. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.

sábado, março 05, 2011

Para se habiturem às charruadas como a que ocorreu há pouco na DREC

Rosa Luxemburgo nasceu há 140 anos


Rosa Luxemburgo, em polaco Róża Luksemburg (Zamość, 5 de Março de 1871Berlim, 15 de Janeiro de 1919), foi uma filósofa e economista marxista judeu-polaca naturalizada alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Social-Democracia do Reino da Polônia e Lituânia (SDKP), ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) e ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD). Participou da fundação do grupo de tendência marxista do SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD).
Em 1914, após o SPD apoiar a participação alemã na Primeira Guerra Mundial, Luxemburgo fundou, ao lado de Karl Liebknecht, a Liga Espartaquista. Em 1° de Janeiro de 1919, a Liga transformou-se no KPD. Em Novembro de 1918, durante a Revolução Espartaquista, ela fundou o jornal Die Rote Fahne (A Bandeira Vermelha), para dar suporte aos ideais da Liga.
Luxemburgo considerou o levante espartaquista de Janeiro de 1919 em Berlim como um grande erro. Entretanto, ela apoiaria a insurreição que Liebknecht iniciou sem seu conhecimento. Quando a revolta foi esmagada pelas Freikorps, milícias de direita composta por veteranos da Primeira Guerra que defendiam a República de Weimar, Luxemburgo, Liebknecht e centenas de seus adeptos foram presos, espancados e assassinados sem direito a julgamento. Desde suas mortes, Luxemburgo e Liebknecht atingiram o status de mártires tanto para marxistas quanto para social-democratas.

(...)

Em 1919, Bertolt Brecht escreveu um epitáfio poético em homenagem a Luxemburgo, que recebeu música de Kurt Weill em 1928, sendo renomeado como O Requiem de Berlim:
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polónia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos,
enterrai as vossas desavenças!


terça-feira, março 01, 2011

Poema dedicado a pseudo-engenheiro


Dificuldade de governar

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar.
Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de minério sairia das minas
Se o primeiro ministro não fosse tão inteligente.
Sem a ministra da Saúde
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o ministro da Defesa
Nunca mais haveria submarinos.
E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Engenheiro?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

E também é difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica.
Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um tractor
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos lavradores:
Quem, de outro modo, poderia falar-lhes na existência de tractores?
E que seria das terras aráveis sem o proprietário rural?

Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Engenheiro.

Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o lavrador soubesse distinguir um campo de uma forma para bolos
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

Bertolt Brecht
(Adaptado de tradução de Arnaldo Saraiva)

sábado, março 27, 2010

Dia Mundial do Teatro

Recordemos a data com um post roubado ao Blog De Rerum Natura:



Hoje, Dia Mundial do Teatro, deixamos um excerto da "Vida de Galileu" de Bertold Brecht, representada pelo Teatro Wilma de Filadélfia, EUA, na parte em que Galileu mostra a sagredo as descobertas que fez com o telescópio e que foram anunciadas há precisamente 400 anos.

No final do excerto:

Galileu - Claro. E agora estamos a ver. Não pare de olhar, Sagredo. O que você vê é que não há nenhuma diferença entre céu e terra. Hoje, 10 de Janeiro de 1610, a humanidade regista no seu diário: aboliu-se o céu.