domingo, setembro 22, 2024

Música de aniversariante de hoje...

Poema para celebrar o último dia da nossa estação favorita...

 

(imagem daqui)

 

VERÃO


Encho as mãos com a terra
por onde passaste.
Guardo nela os teus passos.
O rumor do mar
e do verão que levavas nos pés
como um barco. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

sábado, setembro 21, 2024

Notícia interessante sobre sondagem que chega ao manto terrestre...

Obtida a amostra mais profunda de rocha do manto da Terra

 

O local da perfuração era perto do campo hidrotermal Lost City, uma área de fontes hidrotermais no fundo do mar, no meio do Atlântico, que jorra água superaquecida do interior da Terra.

 

 

 O navio JOIDES Resolution, que perfura o fundo do mar num programa internacional de investigação

 
Utilizando um navio de perfuração oceânica, uma equipa internacional de cientista fez o buraco mais profundo nunca antes atingido em rocha do manto da Terra – penetrando 1268 metros abaixo do leito marinho do Atlântico – e obtive uma amostra que está a oferecer pistas sobre a camada mais volumosa do nosso planeta.
Essa amostra de rocha está a fornecer informações sobre a composição da parte superior do manto e os processos químicos que ocorrem quando essa rocha interage com a água do mar numa variedade de temperaturas. Esses processos, revelaram os investigadores na edição desta semana da revista Science, podem ter sido a base do surgimento da vida na Terra há milhares de milhões de anos.
O manto, que compreende mais de 80% do volume do planeta, é uma camada de rocha de silicato entre a crosta externa da Terra e o núcleo extremamente quente. As rochas do manto são geralmente inacessíveis, exceto quando se encontram expostas em locais de expansão do fundo do mar entre as placas tectónicas, que se movem lentamente e formam a superfície do planeta.
Um desses lugares é o Maciço Atlantis, uma montanha submarina onde a rocha do manto está exposta no fundo do mar. Está localizado no meio do Atlântico, a oeste da vasta cordilheira da Crista Média-Atlântica​, que forma a fronteira entre a placa norte-americana e as placas euroasiática e africana.
Usando equipamentos a bordo do navio JOIDES Resolution, os cientistas perfuraram a rocha do manto a cerca de 850 metros abaixo da superfície do mar, numa expedição de abril a junho de 2023 do Programa Internacional de Descoberta do Oceano (IODP, na sigla em inglês). 
A amostra do manto obtida a 1268 metros abaixo do leito marinho tem cerca de 6,5 centímetros de diâmetro. É constituída por mais de 70% da rocha – com 886 metros de comprimento – do buraco que perfuraram.
  
Rocha do manto vista ao microscópio
 
“É um recorde, pois as tentativas anteriores de perfurar rochas do manto foram difíceis, com penetração não mais profunda do que 200 metros [no âmbito do programa IODP] e com a recuperação relativamente baixa de rochas. Em contraste, penetrámos 1268 metros, trazendo grandes secções contínuas de rochas do manto”, diz o geólogo Johan Lissenberg, da Universidade de Cardiff (no Reino Unido), principal autor do estudo publicado na Science.
“Anteriormente, estávamos muito limitados a amostras de manto dragadas [por arrasto] do fundo do mar”, acrescenta Johan ​Lissenberg.
“Tivemos algumas dificuldades para iniciar o nosso buraco”, diz o geólogo Andrew McCaig, da Universidade de Leeds (Inglaterra), também co-autor do estudo.
Na parte superior do furo foi colocado um revestimento cilíndrico de cimento reforçado, contra Andrew McCaig, “e depois a perfuração fez-se com uma facilidade inesperada”.
 

O cientista Kuan-Yu Lin (da Universidade de Delaware, nos EUA) a estudar rochas do manto a bordo do navio JOIDES Resolution

Os cientistas documentaram como um mineral chamado olivina na amostra reagiu com a água do mar a várias temperaturas.
“A reação entre a água do mar e as rochas do manto ou perto do fundo do mar liberta hidrogénio, que, por sua vez, forma compostos como o metano, que sustentam a vida microbiana. Esta é uma das hipóteses para a origem da vida na Terra”, diz Johan Lissenberg.
“​A nossa recuperação de rochas do manto permite-nos estudar essas reações com grande pormenor e ao longo de várias temperaturas, além de relacioná-las com observações que nossos microbiólogos fazem sobre a abundância e os tipos de micróbios presentes nas rochas e a profundidade em que os micróbios ocorrem no fundo do oceano”, acrescenta Johan Lissenberg.
 
No campo hidrotermal Lost City
O local da perfuração era perto do campo hidrotermal Lost City (Cidade Perdida), uma área de fontes hidrotermais no fundo do mar que jorra água superaquecida. Acredita-se que a amostra seja representativa da rocha do manto por baixo das fontes hidrotermais de Lost City.
“Uma hipótese para a origem da vida na Terra é que poderá ter acontecido num ambiente semelhante ao de Lost City”, diz Andrew McCaig.
A amostra do manto ainda está a ser analisada. Os cientistas já têm alguns resultados preliminares sobre sua composição e documentaram a ocorrência de um derretimento histórico rocha derretida mais extenso do que o esperado.
“Em particular, no mineral ortopiroxena abunda numa faixa ampla de várias escalas, do centímetro a centenas de metros”, conta Johan ​Lissenberg. “Relacionamos isso com o fluxo de derretimento no manto superior. À medida que o manto superior se eleva nas regiões de afastamento de placas, derrete, e esse derretimento migra em direção à superfície para alimentar os vulcões.”

Dois sismos sentidos em Portugal nas últimas horas


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera informa que no dia 20.09.2024 pelas 23.33 (hora local) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 3.3 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 6 km a Sul-Sudeste de Sines.

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) no concelho de Sines (Setúbal). Foi ainda sentido com menor intensidade no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal)
Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.  


in IPMA


EVO at 20240921

O sismo de 20.09.24 de Sines registado pelo Geofone de Évora



 
 
O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que às 04.39 (hora local = hora UTC), do dia 21 de setembro foi registado um evento com magnitude 2,5 (Richter) e epicentro a cerca de 4 km a NE de Santa Bárbara, ilha Terceira.

De acordo com a informação disponível até ao momento o sismo foi sentido com intensidade máxima IV (Escala de Mercalli Modificada) em Santa Bárbara, Doze Ribeiras, Serreta, Cinco Ribeiras, S. Bartolomeu e Terra Chã (concelho de Angrado Heroísmo. O evento foi ainda sentido com intensidade III em Posto Santo e S. Mateus (concelho de Angra do Heroísmo).

Este evento insere-se na crise sismovulcânica em curso na ilha Terceira desde junho de 2022.​
 

Saudades de Boz Burrell...

Hoje é dia de recordar a música de Gustav Holst...

Hoje é dia de recordar Leonard Cohen...

O Hobbit foi publicado há 87 anos


 

The Hobbit, or There and Back Again (publicado em Portugal como O Gnomo e O Hobbit e, no Brasil, como O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez ou simplesmente O Hobbit) é um livro infanto-juvenil de fantasia escrito pelo filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Publicado originalmente em 21 de setembro de 1937, foi aclamado pela crítica, sendo nomeado à Medalha Carnegie e recebendo um prémio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de melhor ficção juvenil. O romance mantêm-se popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantil.
Situado num tempo "Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens", o livro segue a busca do hobbit caseiro Bilbo Baggins para conquistar uma parte do tesouro guardado pelo dragão Smaug. A jornada de Bilbo leva-o de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro de sua natureza e aplicar a sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria. A história atinge o seu clímax na Batalha dos Cinco Exércitos, onde muitos dos personagens e criaturas dos capítulos anteriores reemergem para se envolver no conflito.
O crescimento pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da história. Juntamente das causas que levam a uma guerra, esses temas levaram os críticos a citar as próprias experiências pessoais de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial como instrumentos na formação da história. O conhecimento académico do autor sobre literatura anglo-saxónica e o seu interesse em contos de fadas também são indicados como influências.
Encorajada pelo sucesso crítico e financeiro do livro, a editora pediu uma continuação. Como o trabalho de Tolkien no seu sucessor, O Senhor dos Anéis, estava evoluindo, o escritor fez algumas acomodações retrospetivas para este em O Hobbit. Essas poucas porém significativas mudanças foram integradas na segunda edição. Seguiram-se outras edições, com alterações menores, incluindo aquelas que refletem um conceito variável de Tolkien do mundo de Bilbo. A obra nunca esteve fora de catálogo e o seu legado permanente abrange muitas adaptações para teatro, cinema, rádio, jogos de tabuleiro e video games. Várias dessas adaptações têm recebido reconhecimento da crítica por seus próprios méritos.

Hoje é dia de ouvir música celestial...!

O poeta Luis Cernuda nasceu há 122 anos...

(imagem daqui)
   
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (Sevilha, 21 de setembro de 1902Cidade do México, 5 de novembro de 1963), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contacto com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a república, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais ao seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 

 

Donde habite el olvido

Donde habite el olvido,
En los vastos jardines sin aurora;
Donde yo sólo sea
Memoria de una piedra sepultada entre ortigas
Sobre la cual el viento escapa a sus insomnios.

Donde mi nombre deje
Al cuerpo que designa en brazos de los siglos,
Donde el deseo no exista.

En esa gran región donde el amor, ángel terrible,
No esconda como acero
En mi pecho su ala,
Sonriendo lleno de gracia aérea mientras crece el tormento.

Allí donde termine este afán que exige un dueño a imagen suya,
Sometiendo a otra vida su vida,
Sin más horizonte que otros ojos frente a frente.

Donde penas y dichas no sean más que nombres,
Cielo y tierra nativos en torno de un recuerdo;
Donde al fin quede libre sin saberlo yo mismo,
Disuelto en niebla, ausencia,
Ausencia leve como carne de niño.

Allá, allá lejos;
Donde habite el olvido.
 

 

Luis Cernuda

O Ribeirinho nasceu há cento e treze anos

Ribeirinho. Um homem de palco

(imagem daqui)

 

Francisco Carlos Lopes Ribeiro, o Ribeirinho (Lisboa, 21 de setembro de 1911 - Lisboa, 7 de fevereiro de 1984) foi um ator e realizador português.

Com dezoito anos ingressou na companhia de Chaby Pinheiro, estreando-se em A Maluquinha de Arroios, de André Brun, corria o ano de 1929. Colecionador de inúmeros êxitos, na comédia e na revista, viria a dirigir várias companhias, como o Teatro do Povo, Os Comediantes de Lisboa, o Teatro Universitário de Lisboa, o Teatro Nacional Popular e o Teatro Nacional D. Maria II, este último de 1978 a 1981. No cinema participou em vários filmes assinados pelo seu irmão, o realizador António Lopes Ribeiro, como A Revolução de Maio (1937), Feitiço do Império (1939), O Pai Tirano (1941) ou A Vizinha do Lado (1945). Foi ainda dirigido por Arthur Duarte (1944 - A Menina da Rádio, 1950 - O Grande Elias), Ladislao Vajda e Teixeira da Fonseca. Foi também o realizador de um dos filmes portugueses mais populares de sempre, O Pátio das Cantigas (1941), onde também participou como ator. Co-realizou, com António Lopes Ribeiro, o documentário As Rodas de Lisboa (1951).

Markus Grosskopf, baixista fundador dos Helloween, nasceu há 59 anos

   
Markus Grosskopf (Hamburgo, 21 de setembro de 1965) é um baixista alemão, famoso por ter sido um dos co-fundadores da banda de power metal Helloween, em 1984.

 


Faith Hill celebra hoje 57 anos

     
Audrey Faith Perry, mais conhecida como Faith Hill (Jackson, 21 de setembro de 1967) é uma cantora, atriz e produtora norte-americana, nascida no Mississipi. Ela é uma das artistas country mais bem sucedidas de todos os tempos, tendo vendido mais de cento e vinte milhões de álbuns em todo o mundo. Hill é casada com o cantor americano Tim McGraw, com quem gravou vários duetos.

Hill ganhou cinco prémios Grammy, 15 prémios da Academia de Música Country, seis American Music Awards e vários outros prémios.

      

 


Liam Gallagher comemora hoje cinquenta e dois anos

      
William John Paul Gallagher, conhecido como Liam Gallagher, (Manchester, 21 de setembro de 1972) é um músico britânico. Foi o vocalista da banda Oasis, banda que liderou juntamente com o seu irmão, Noel Gallagher. Foi também líder e vocalista dos Beady Eye.
Conhecido pelo seu comportamento agressivo, o seu singular modo de cantar e a sua atitude, Liam Gallagher foi uma das figuras mais importantes do movimento britpop e é um dos ícones da música britânica.
       

 


Jaco Pastorius morreu há trinta e sete anos...


           
Jaco Pastorius, de nome próprio John Francis Anthony Pastorius III (Norristown, Pensilvânia, 1 de dezembro de 1951 - Fort Lauderdale, Flórida, 21 de setembro de 1987), foi um baixista de jazz norte-americano. É considerado por muitos como um dos mais influentes de todos os tempos.
    
(...)
    
O trágico fim de John Francis Anthony Pastorius III inicia-se a 11 de setembro de 1987. Após um show de Carlos Santana, dirigiu-se ao Midnight Bottle Club, em Wilton Manors, na Flórida. Após ter um comportamento exibicionista e arrogante, entra numa luta com o segurança do clube, chamado Luc Havan. Como resultado da disputa, sofre um traumatismo craniano e fica em coma durante dez dias. Depois dos aparelhos de suporte de vida serem desligados, o seu coração ainda bateu durante três horas. A morte do mais ilustre baixista de todos os tempos foi a 21 de setembro de 1987, quando faltavam 10 semanas para completar 36 anos. Foi enterrado no cemitério Queen of Heaven, em North Lauderdale. Foi enterrado no cemitério Queen of Heaven, em North Lauderdale. O segurança do clube, Luc Havan, foi acusado de assassinato de segundo grau, mas depois declarou-se culpado de homicídio culposo e foi condenado a 22 meses de prisão e cinco anos de liberdade condicional, que levava em conta o tempo já cumprido. Quatro meses depois, ele foi libertado, por bom comportamento.
Uma das maiores homenagens que lhe prestaram foi feita pelo trompetista Miles Davis, que gravou a música Mr. Pastorius, composição do baixista Marcus Miller, lançada no álbum Amandla.
  
   
 
in Wikipédia

 


Boz Burrell morreu há dezoito anos...

       
Boz Burrell, nascido Raymond Burrell (Lincoln, 1 de agosto de 1946 - Marbella, 21 de setembro de 2006) foi um baixista e guitarrista conhecido por ter integrado as bandas King Crimson e Bad Company.
Entrou para os King Crimson como vocalista mas, como a banda precisava de um baixista, o guitarrista Robert Fripp rapidamente o ensinou a tocar baixo. Mais tarde entrou para os Bad Company, em 1973, para tocar baixo, obtendo grande sucesso comercial durante as décadas de 70, 80 e 90. Posteriormente Burrell teve trabalhos na área dos blues, tocando com Tam White.
Morreu a 21 de setembro de 2006, por causa de um ataque cardíaco.
     

 


Gustav Holst nasceu há cento e cinquenta anos...!

Holst - desenho de William Rothenstein, 1920

     

Gustav Theodore Holst, nascido Gustavus Theodore von Holst, (Cheltenham, 21 de setembro de 1874 – Londres, 25 de maio de 1934) foi um compositor inglês, arranjador e professor. Conhecido pelo seu trabalho orquestral, a suite The Planets, compôs várias obras de diversos géneros, embora nenhuma tivesse o mesmo sucesso. O seu estilo distinto de composição era o resultado de muitas influências, incluindo o revivalismo folk inglês do início do século XX.

   

 


Leonard Cohen nasceu há noventa anos...

      
Embora seja mais conhecido pelas suas canções, como "Hallelujah", que alcançaram notoriedade tanto na sua voz quanto na de outros intérpretes, Cohen passou a se dedicar à música apenas depois dos trinta anos, já consagrado como autor de romances e livros de poesia.
  

 


sexta-feira, setembro 20, 2024

Novidades sobre sismologia e o núcleo externo da Terra

Ecos sísmicos revelam um misterioso “donut” no interior do núcleo da Terra

 

 

Cerca de 2890 quilómetros abaixo dos nossos pés encontra-se uma gigantesca bola de metal líquido: o núcleo do nosso planeta. Cientistas usaram as ondas sísmicas criadas pelos terramotos como uma espécie de ultra-sons para “ver” a forma e a estrutura do núcleo - e descobriram um “donut”.

Uma equipa de cientistas da Australian National University, na Austrália, usou uma nova forma de estudar as ondas sísmicas criadas pelos terramotos para analisar a forma e a estrutura do núcleo da Terra, e fez uma descoberta surpreendente.

Esta análise permitiu aos investigadores fazer uma descoberta surpreendente: há uma grande região do núcleo em forma de “donut” à volta do Equador, com algumas centenas de quilómetros de espessura, onde as ondas sísmicas viajam cerca de 2% mais devagar do que no resto do núcleo.

Os resultados do estudo foram apresentados num artigo científico publicado recentemente na revista Science Advances.

“Pensamos que esta região contém mais elementos leves, como o silício e o oxigénio, e pode desempenhar um papel crucial nas vastas correntes de metal líquido que atravessam o núcleo e que geram o campo magnético da Terra”, explica um dos autores do estudo, Hrvoje Tkalčić, num artigo no The Conversation.

 

O “campo de ondas de correlação” de coda

Segundo Tkalčić, a maior parte dos estudos sobre as ondas sísmicas criadas pelos terramotos analisa as grandes frentes de onda iniciais que percorrem o mundo cerca de uma hora após o terramoto.

“Percebemos que poderíamos aprender algo de novo se observássemos a parte mais tardia e mais fraca destas ondas, conhecida como coda – a secção que termina uma peça de música”, explica o investigador. “Em particular, analisámos a semelhança entre as coda registadas em diferentes detetores sísmicos, várias horas após o seu início.

Em termos matemáticos, esta semelhança é medida por algo chamado correlação. Em conjunto, os cientistas chamam a estas semelhanças nas partes finais das ondas do terramoto o “campo de ondas de correlação de coda“.

Ao olhar para o campo de ondas de correlação de coda, os autores do estudo detetaram sinais minúsculos provenientes de múltiplas ondas reverberantes que, de outra forma, não teriam visto.

Ao compreender os caminhos que estas ondas reverberantes tomaram e ao compará-los com os sinais no campo de ondas de correlação de coda, calcularam o tempo que demoraram a viajar pelo planeta.

Depois, compararam o que tinham observado nos detetores sísmicos mais próximos dos polos com os resultados obtidos mais perto do Equador. Em geral, as ondas detetadas mais perto dos polos estavam a viajar mais depressa do que as que estavam perto do Equador.

“Experimentámos muitos modelos informáticos e simulações das condições no núcleo que poderiam criar estes resultados. No final, concluímos que deve existir um toro — uma região em forma de donut — no núcleo exterior à volta do Equador, onde as ondas viajam mais lentamente”, diz Tkalčić.

 

O núcleo da Terra, mostrando a vermelho o “donut” que contém mais elementos leves à volta do equador.

 

Os sismólogos nunca tinham detetado esta região. No entanto, a utilização do campo de ondas de correlação de coda permite “ver” o núcleo exterior com mais pormenor e de forma mais uniforme.

Estudos anteriores [estudo 1, estudo 2] concluíram que estas ondas se moviam mais lentamente em toda a parte à volta do “teto” do núcleo externo. No entanto, o novo estudo mostra que a região de baixa velocidade está apenas perto do Equador.

 

O núcleo externo e o geodínamo

O núcleo externo da Terra tem um raio de cerca de 3.480 km, o que o torna ligeiramente maior do que o planeta Marte. É constituído principalmente por ferro e níquel, com alguns vestígios de elementos mais leves como o silício, o oxigénio, o enxofre, o hidrogénio e o carbono.

A base do núcleo exterior é mais quente do que o topo, e a diferença de temperatura faz com que o metal líquido se mova como a água numa panela a ferver no fogão.

Este processo chama-se convecção térmica, e os cientistas consideram que o movimento constante deve significar que todo o material do núcleo externo está bem misturado e uniforme.

Mas se todo o núcleo externo está cheio do mesmo material, as ondas sísmicas também devem viajar à mesma velocidade em todo o lado. Mas então, porque é que estas ondas abrandam na região em forma de donut encontrada?

Os autores do estudo sugerem que deve haver uma maior concentração de elementos leves nesta região, que podem ser libertados do núcleo interno sólido da Terra para o núcleo externo, onde a sua flutuabilidade cria mais convecção.

Porque é que os elementos mais leves se acumulam mais na região equatorial do donut? Os cientistas pensam que isto pode ser explicado se, nesta região, for transferido mais calor do núcleo externo para o manto rochoso que se encontra por cima.

Há também outro processo à escala planetária a atuar no núcleo externo. A rotação da Terra e o pequeno núcleo interno sólido fazem com que o líquido do núcleo externo se organize em longos vórtices verticais que correm na direção norte-sul, como gigantescas trombas de água.

 

Uma secção transversal do núcleo da Terra, mostrando o “donut” que contém mais elementos leves em torno do equador

 

O movimento turbulento do metal líquido nestes vórtices cria o “geodínamo” responsável pela criação e manutenção do campo magnético da Terra. Este campo magnético protege o planeta do vento solar nocivo e da radiação, tornando possível a vida à superfície.

Uma visão mais pormenorizada da composição do núcleo exterior, incluindo o recém-descoberto “donut” de elementos mais leves, pode ajudar os cientistas a compreender melhor o campo magnético da Terra.

Em particular, a forma como o campo muda a sua intensidade e direção ao longo do tempo é crucial para a vida na Terra e para a potencial habitabilidade de planetas e exoplanetas.

 

in ZAP

Mais dados sobre a movimentação das placas tectónicas terrestres nos últimos dois mil milhões de anos...

Mapa em movimento mostra as placas tectónicas a mexerem-se desde há 2 mil milhões de anos

 

 

Através de informação encontrada no interior das rochas, um grupo de geólogos construiu um mapa em movimento – que mostra as placas tectónicas da Terra em movimento, desde há 1,8 mil milhões de anos até hoje.

À margem de um estudo publicado recentemente na Geoscience Frontiers, cientistas conseguiram reconstruir a tectónica de placas do planeta ao longo dos últimos 1,8 mil milhões de anos.

É a primeira vez que o registo geológico da Terra é utilizado desta forma, recuando tanto no tempo.

Isto permitiu aos investigadores fazer uma tentativa de mapear o planeta durante os “últimos 40%” da sua história.

 

Uma “bela dança continental”

Num artigo no The Conversation, Alan Collins, professor de geologia na Universidade de Adelaide e co-autor do estudo, explica que o mapeamento do nosso planeta através da sua longa história cria uma bela dança continental – hipnotizante em si mesma e uma obra de arte natural.

Começa com o mapa do mundo que todos conhecem. Depois, a Índia desloca-se rapidamente para sul, seguida de partes do sudeste asiático, à medida que o antigo continente de Gondwana se forma no hemisfério sul.

Há cerca de 200 milhões de anos, quando os dinossauros andavam na Terra, o Gondwana uniu-se à América do Norte, Europa e norte da Ásia para formar um grande supercontinente chamado Pangeia.

Depois, a reconstrução prossegue ao longo do tempo. Pangeia e Gondwana formaram-se a partir de colisões de placas mais antigas. À medida que o tempo recua, surge um supercontinente anterior chamado Rodínia. E não fica por aqui. Rodínia, por sua vez, foi formado pela rutura de um supercontinente ainda mais antigo, chamado Nuna, há cerca de 1,35 mil milhões de anos.

 

Porquê mapear o passado da Terra?

Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra é única por ter tectónica de placas.

Como sabemos, a superfície da Terra rochosa está dividida em fragmentos (placas) que se chocam entre si e criam montanhas, ou se separam e formam abismos que são depois preenchidos por oceanos.

Para além de provocar terramotos e vulcões, a tectónica de placas também empurra as rochas das profundezas da terra para as alturas das cadeias montanhosas. Desta forma, os elementos que se encontravam no subsolo podem sofrer erosão das rochas e acabar por desaguar nos rios e oceanos. A partir daí, os seres vivos podem utilizar esses elementos.

Entre estes elementos essenciais encontra-se o fósforo, que forma a estrutura das moléculas de ADN, e o molibdénio, que é utilizado pelos organismos para retirar o azoto da atmosfera e produzir proteínas e aminoácidos – os blocos de construção da vida.

A tectónica de placas também expõe rochas que reagem com o dióxido de carbono da atmosfera. As rochas que retêm o dióxido de carbono são o principal controlo do clima da Terra durante longos períodos de tempo – muito, muito mais tempo do que as tumultuosas alterações climáticas pelas quais somos responsáveis atualmente.

 

Crucial para compreender o “tempo profundo”

O mapeamento da tectónica de placas do passado do planeta é a primeira fase da construção de um modelo digital completo da Terra ao longo da sua história.

A modelação do passado do nosso planeta é essencial se quisermos compreender como é que os nutrientes se tornaram disponíveis para alimentar a evolução.

As primeiras evidências de células complexas com núcleo – como todas as células animais e vegetais – datam de há 1,65 mil milhões de anos.

Este período é próximo do início desta reconstrução e da formação do supercontinente Nuna. Os cientistas querem agora testar se as montanhas que cresceram na altura da formação de Nuna podem ter fornecido os elementos necessários à evolução de células complexas.

Grande parte da vida na Terra faz fotossíntese e liberta oxigénio. Isto liga a tectónica de placas à química da atmosfera, e algum desse oxigénio dissolve-se nos oceanos.

Nesta época de exploração de outros mundos no Sistema Solar e para além dele, vale a pena lembrar que há muito sobre o nosso próprio planeta que ainda agora começamos a vislumbrar.

Há 4,6 mil milhões de anos para investigar e as rochas sobre as quais caminhamos contêm a prova de como a Terra mudou ao longo deste tempo.

Esta primeira tentativa de mapear os últimos 1,8 mil milhões de anos da história da Terra é um salto em frente no grande desafio científico de mapear o nosso mundo.

Mas é apenas isso – uma primeira tentativa. Nos próximos anos, registar-se-ão melhorias consideráveis em relação ao ponto de partida que agora estabelecemos.

 

in ZAP