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terça-feira, abril 01, 2025

Poema para celebrar a chegada de um mês sem mentiras...


 

A PALAVRA


Deixo cair uma palavra
no regaço de abril:
é uma semente.
Podia ser a primavera.
Mas vem devagar, soturna,
a tropeçar na chuva.
Há uma visão de sombras
no centro do verde onde cai.
A palavra arrasta-se pelo chão
como um país apedrejado.
Não é um poema nem um grito,
mas o silêncio de um homem
frente à janela.
Perco a palavra como uma gaivota
as asas sobre o mar.
Afunda-se na escuridão.
Os meus dedos ajudam-na a cantar
entre as colunas
de mais uma noite sem templos. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

terça-feira, março 04, 2025

Trinta anos...!

(imagem daqui)

 

PEQUENO ROMANCE DE ABRIL


Pego na palavra amor
e dou-lhe o teu nome.
Fico com ele nas mãos:
é um barco ou uma maçã?
Se for um barco quero viajar nele
pelo mar dos teus olhos.
Com a maçã levo comigo
o sabor da tua boca. 

 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

quarta-feira, janeiro 01, 2025

Poema para celebrar a chegada de um novo ano...

https://www.melhoresdestinos.com.br/wp-content/uploads/2024/07/reveillon-2025-ano-novo-capa.jpg

 

28


Dou-te a mão entre a névoa das harpas.
Danças sobre as estações
arrancando das heras os suspensos
prodígios da luz.
Anjos de pedra escrevem o teu nome
no ar
e na terra.
Regressas à inocência buscando o incêndio
de todos os segredos. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

domingo, setembro 22, 2024

Poema para celebrar o último dia da nossa estação favorita...

 

(imagem daqui)

 

VERÃO


Encho as mãos com a terra
por onde passaste.
Guardo nela os teus passos.
O rumor do mar
e do verão que levavas nos pés
como um barco. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

segunda-feira, abril 01, 2024

Poema para celebrar a chegada de Aprilis...


 

A PALAVRA


Deixo cair uma palavra
no regaço de abril:
é uma semente.
Podia ser a primavera.
Mas vem devagar, soturna,
a tropeçar na chuva.
Há uma visão de sombras
no centro do verde onde cai.
A palavra arrasta-se pelo chão
como um país apedrejado.
Não é um poema nem um grito,
mas o silêncio de um homem
frente à janela.
Perco a palavra como uma gaivota
as asas sobre o mar.
Afunda-se na escuridão.
Os meus dedos ajudam-na a cantar
entre as colunas
de mais uma noite sem templos. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

domingo, dezembro 31, 2023

Poesia para preparar a chegada de mais um ano...


13


O ruído duma porta.
Ressoam
passos leves, as garças.


No pó
dançam estrelas breves
da claridade,
céu de utopias.


Ouve-se o silêncio
de gestos sobre o fogo, murmúrios,
um breve cair de lágrimas.


Se falasse
das suas mãos diria
que afagam o adeus
no olhar que fica.


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto

sábado, setembro 23, 2023

Poesia para celebrar o aproximar do final do verão...

 

(imagem daqui)

 

VERÃO


Encho as mãos com a terra
por onde passaste.
Guardo nela os teus passos.
O rumor do mar
e do verão que levavas nos pés
como um barco. 


in Cântico sobre uma gota de água (2021) - Eduardo Bettencourt Pinto