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domingo, novembro 05, 2023

Donde habite el olvido...

(imagem daqui)

 

 

Donde habite el olvido

 

Donde habite el olvido,
En los vastos jardines sin aurora;
Donde yo sólo sea
Memoria de una piedra sepultada entre ortigas
Sobre la cual el viento escapa a sus insomnios.

Donde mi nombre deje
Al cuerpo que designa en brazos de los siglos,
Donde el deseo no exista.

En esa gran región donde el amor, ángel terrible,
No esconda como acero
En mi pecho su ala,
Sonriendo lleno de gracia aérea mientras crece el tormento.

Allí donde termine este afán que exige un dueño a imagen suya,
Sometiendo a otra vida su vida,
Sin más horizonte que otros ojos frente a frente.

Donde penas y dichas no sean más que nombres,
Cielo y tierra nativos en torno de un recuerdo;
Donde al fin quede libre sin saberlo yo mismo,
Disuelto en niebla, ausencia,
Ausencia leve como carne de niño.

Allá, allá lejos;
Donde habite el olvido.

 

 Luis Cernuda

O poeta Luis Cernuda morreu há sessenta anos...

(imagem daqui)
   
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (Sevilha, 21 de setembro de 1902 – Cidade do México, 5 de novembro de 1963), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contacto com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 
 
Contigo

¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.

¿Mi gente?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.

¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú? 
 
   
  
Luis Cernuda

quarta-feira, setembro 21, 2022

Luis Cernuda nasceu há cento e vinte anos...

(imagem daqui)
   
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (Sevilha, 21 de setembro de 1902Cidade do México, 5 de novembro de 1963), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contacto com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a república, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais ao seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 
 
Donde habite el olvido

Donde habite el olvido,
En los vastos jardines sin aurora;
Donde yo sólo sea
Memoria de una piedra sepultada entre ortigas
Sobre la cual el viento escapa a sus insomnios.

Donde mi nombre deje
Al cuerpo que designa en brazos de los siglos,
Donde el deseo no exista.

En esa gran región donde el amor, ángel terrible,
No esconda como acero
En mi pecho su ala,
Sonriendo lleno de gracia aérea mientras crece el tormento.

Allí donde termine este afán que exige un dueño a imagen suya,
Sometiendo a otra vida su vida,
Sin más horizonte que otros ojos frente a frente.

Donde penas y dichas no sean más que nombres,
Cielo y tierra nativos en torno de un recuerdo;
Donde al fin quede libre sin saberlo yo mismo,
Disuelto en niebla, ausencia,
Ausencia leve como carne de niño.

Allá, allá lejos;
Donde habite el olvido.
 

Luis Cernuda

terça-feira, setembro 21, 2021

O poeta Luis Cernuda nasceu há 119 anos

(imagem daqui)
   
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (21 de setembro de 1902, Sevilha5 de novembro de 1963, Cidade do México), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contato com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 
 
Contigo

¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.

¿Mi gente?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.

¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú? 
   
  
Luis Cernuda

quinta-feira, setembro 21, 2017

O poeta espanhol Luis Cernuda nasceu há 115 anos

(imagem daqui)
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (21 de setembro de 1902, Sevilha5 de novembro de 1963, Cidade do México), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contato com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 
 
Contigo

¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.

¿Mi gente?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.

¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú?

sexta-feira, setembro 21, 2012

O poeta andaluz Luis Cernuda nasceu há 110 anos

(imagem daqui)

Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (21 de setembro de 1902, Sevilha5 de novembro de 1963, Cidade do México), foi um poeta e crítico literário andaluz.

Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contato com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
Suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde, começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.


Contigo

¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.

¿Mi gente?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.

¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú?

quarta-feira, setembro 21, 2011

Onde habite o esquecimento

(imagem daqui)

Donde habite el olvido

Donde habite el olvido,
En los vastos jardines sin aurora;
Donde yo sólo sea
Memoria de una piedra sepultada entre ortigas
Sobre la cual el viento escapa a sus insomnios.

Donde mi nombre deje
Al cuerpo que designa en brazos de los siglos,
Donde el deseo no exista.

En esa gran región donde el amor, ángel terrible,
No esconda como acero
En mi pecho su ala,
Sonriendo lleno de gracia aérea mientras crece el tormento.

Allí donde termine este afán que exige un dueño a imagen suya,
Sometiendo a otra vida su vida,
Sin más horizonte que otros ojos frente a frente.

Donde penas y dichas no sean más que nombres,
Cielo y tierra nativos en torno de un recuerdo;
Donde al fin quede libre sin saberlo yo mismo,
Disuelto en niebla, ausencia,
Ausencia leve como carne de niño.

Allá, allá lejos;
Donde habite el olvido.


Luis Cernuda

Poeme de Cernuda para recordar a morte de Federico

(imagem daqui)

A UN POETA MUERTO (F.G.L.)


Así como en la roca nunca vemos
La clara flor abrirse,
Entre un pueblo hosco y duro
No brilla hermosamente
El fresco y alto ornato de la vida.
Por esto te mataron, porque eras
Verdor en nuestra tierra árida
Y azul en nuestro oscuro aire.


Leve es la parte de la vida
Que como dioses rescatan los poetas.
El odio y destrucción perduran siempre
Sordamente en la entraña
Toda hiel sempiterna del español terrible,
Que acecha lo cimero
Con su piedra en la mano.


Triste sino nacer
Con algún don ilustre
Aquí, donde los hombres
En su miseria sólo saben
El insulto, la mofa, el recelo profundo
Ante aquel que ilumina las palabras opacas
Por el oculto fuego originario.


La sal de nuestro mundo eras,
Vivo estabas como un rayo de sol,
Y ya es tan sólo tu recuerdo
Quien yerra y pasa, acariciando
El muro de los cuerpos
Con el dejo de las adormideras
Que nuestros predecesores ingirieron
A orillas del olvido.


Si tu ángel acude a la memoria,
Sombras son estos hombres
Que aún palpitan tras las malezas de la tierra;
La muerte se diría
Más viva que la vida
Porque tú estás con ella,
Pasado el arco de tu vasto imperio,
Poblándola de pájaros y hojas
Con tu gracia y tu juventud incomparables.


Aquí la primavera luce ahora.
Mira los radiantes mancebos
Que vivo tanto amaste
Efímeros pasar junto al fulgor del mar.
Desnudos cuerpos bellos que se llevan
Tras de sí los deseos
Con su exquisita forma, y sólo encierran
Amargo zumo, que no alberga su espíritu
Un destello de amor ni de alto pensamiento.


Igual todo prosigue,
Como entonces, tan mágico,
Que parece imposible
La sombra en que has caído.
Mas un inmenso afán oculto advierte
Que su ignoto aguijón tan sólo puede
Aplacarse en nosotros con la muerte,
Como el afán del agua,
A quien no basta esculpirse en las olas,
Sino perderse anónima
En los limbos del mar.


Pero antes no sabías
La realidad más honda de este mundo:
El odio, el triste odio de los hombres,
Que en ti señalar quiso
Por el acero horrible su victoria,
Con tu angustia postrera
Bajo la luz tranquila de Granada,
Distante entre cipreses y laureles,
Y entre tus propias gentes
Y por las mismas manos
Que un día servilmente te halagaran.


Para el poeta la muerte es la victoria;
Un viento demoníaco le impulsa por la vida,
Y si una fuerza ciega
Sin comprensión de amor
Transforma por un crimen
A ti, cantor, en héroe,
Contempla en cambio, hermano,
Cómo entre la tristeza y el desdén
Un poder más magnánimo permite a tus amigos
En un rincón pudrirse libremente.


Tenga tu sombra paz,
Busque otros valles,
Un río donde del viento
Se lleve los sonidos entre juncos
Y lirios y el encanto
Tan viejo de las aguas elocuentes,
En donde el eco como la gloria humana ruede,
Como ella de remoto,
Ajeno como ella y tan estéril.


Halle tu gran afán enajenado
El puro amor de un dios adolescente
Entre el verdor de las rosas eternas;
Porque este ansia divina, perdida aquí en la tierra,
Tras de tanto dolor y dejamiento,
Con su propia grandeza nos advierte
De alguna mente creadora inmensa,
Que concibe al poeta cual lengua de su gloria
Y luego le consuela a través de la muerte.

Luis Cernuda

O poeta espanhol Luis Cernuda nasceu há 109 anos

Casa natal de Luis Cernuda

Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (21 de setembro de 1902, Sevilha5 de novembro de 1963, Cidade do México), foi um poeta e crítico literário andaluz.

Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha onde conheceu a Pedro Salinas, seu professor, que lhe introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contato com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
Suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde, começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, a recebeu com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas" realizado em Valência.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país começando assim, seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e periódicos mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
Nunca negou a sua homossexualidade, factor que o fez ser considerado na sua pátria um «raro» e rebelde, dada a mentalidade pouco aberta de la Espanha da altura, «um país onde tudo nasce morto, vive morto e morre morto», como dirá em Desolación de la Quimera. A consciência de seu isolamento expressa-se numa de suas imagens mais conhecidas: Cernuda vê-se a si mesmo «como naipe cujo baralho se perdeu».