terça-feira, agosto 11, 2020

Tomás António Gonzaga, o Dirceu de Marília, nasceu há 276 anos

    
Tomás António Gonzaga (Miragaia, Porto, 11 de agosto de 1744 - Ilha de Moçambique, 1810), cujo nome arcádico é Dirceu, foi um jurista, poeta e ativista político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seu "Marília de Dirceu" (versos notadamente árcades, feitos para sua amada).
    
Biografia
Nasceu em Miragaia, freguesia da cidade portuguesa do Porto, em prédio hoje devidamente assinalado. Era filho de mãe portuguesa (de ascendência inglesa, Tomásia Isabel Clarque) e pai nordestino (João Bernardo Gonzaga). Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se com o pai, magistrado brasileiro, para Pernambuco em 1751 depois para a Bahia, onde estudou no Colégio dos Jesuítas. Em 1761, voltou a Portugal para cursar Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se bacharel em Leis em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural, no qual enfocava o tema sob o ponto de vista tomista, mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura. Exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado Ouvidor dos Defuntos e Ausentes da comarca de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, então conheceu a adolescente de apenas dezasseis anos, Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a pastora Marília, em uma das possíveis interpretações de seus poemas, que teria sido imortalizada em sua obra lírica (Marília de Dirceu) - apesar de ser muito discutível essa versão, tendo em vista as regras retórico-poéticas que prevaleciam no século XVIII, época em que os poemas foram escritos.
Durante a sua permanência em Minas Gerais, escreveu Cartas Chilenas, poema satírico em forma de epístolas, uma violenta crítica ao governo colonial. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Doroteia dois anos depois. O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789. Como era pobre e bem mais velho que ela, sofreu oposição da família da noiva.
Por seu papel na Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira (primeira grande revolta pró-independência do Brasil), trabalhando junto de outros personagens dessa revolta como: Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto, é acusado de conspiração e preso em 1789, cumprindo sua pena de três anos na Fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, tendo seus bens confiscados. Foi, portanto, separado de sua amada, Maria Doroteia. Permaneceu em reclusão por três anos, durante os quais, teria escrito a maior parte das liras atribuídas a ele, pois não há registos de assinatura em qualquer uma de suas poesias. Em 1792 a sua pena é comutada em degredo, a pedido pessoal de Rainha Dª Maria I de Portugal e o poeta é enviado a costa oriental da África, a fim de cumprir, em Moçambique, a sentença de dez anos.
No mesmo ano é lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu, com 33 liras (nota-se que não houve participação, portanto, do poeta na edição desse conjunto de liras, e até hoje não se sabe quem teria feito, provavelmente irmãos de maçonaria). No país africano trabalha como advogado e hospeda-se em casa de abastado comerciante de escravos, vindo a casar, em 1793, com a filha dele, Juliana de Sousa Mascarenhas ("pessoa de muitos dotes e poucas letras"), de quem teve dois filhos: Ana Mascarenhas Gonzaga e Alexandre Mascarenhas Gonzaga, vivendo depois disso, durante quinze anos, rico e considerado, até morrer em 1810. Em 1799, é publicada a segunda parte de Marília de Dirceu, com mais 65 liras. No desterro, ocupou os cargos de procurador da Coroa e Fazenda, e o de juiz de Alfândega de Moçambique (cargo que exercia quando morreu). Gonzaga foi muito admirado por poetas românticos como Casimiro de Abreu e Castro Alves. É patrono da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras.
As suas principais obras são: Tratado de Direito Natural; Marília de Dirceu (coleção de poesias líricas, publicadas em três partes, em 1792, 1799 e 1812 - hoje sabe-se que a terceira parte não foi escrita pelo poeta); Cartas Chilenas (impressas em conjunto em 1863). A data de sua morte não é uma data certa, mas sabe-se que ele veio a falecer entre 1809 e 1810. É um dos melhores escritores da época.
  
  
 
Lira III

Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.

Não verás derrubar os virgens matos,
queimar as capoeiras inda novas,
servir de adubo à terra a fértil cinza,
lançar os grãos nas covas.

Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.

Verás em cima da espaçosa mesa
altos volumes de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.

Enquanto revolver os meus consultos,
tu me farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.

Lerás em alta voz, a imagem bela;
eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.

Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
que tens quem leve à mais remota idade
a tua formosura.

segunda-feira, agosto 10, 2020

O músico russo Aleksandr Konstantinovitch Glazunov nasceu há 155 anos

  
Aleksandr Konstantinovitch Glazunov, em russo: Александр Константинович Глазунов, Aleksandr Konstantinovič Glazunov; em francês: Glazounov; em alemão: Glasunow; (São Petersburgo, 10 de agosto de 1865Paris, 21 de março de 1936) foi um professor de música e compositor tardo-romântico russo


O famoso Reporter X nasceu há 123 anos

   
Reinaldo Ferreira, mais conhecido pelo pseudónimo de Repórter X, (Lisboa, 10 de agosto de 1897 - Lisboa, 4 de outubro de 1935), foi um repórter, jornalista, dramaturgo e realizador de cinema português. Era pai do poeta Reinaldo Ferreira (filho), que viveu em Moçambique.
Iniciou a sua carreira jornalística aos doze anos de idade e foi, desde os vinte até à sua morte, considerado o maior repórter português. Em 1926, instalou residência permanente no Porto.
  
Imaginou entrevistas com Mata Hari e Conan Doyle, enviou reportagens da "Rússia dos Sovietes" sem nunca lá ter posto os pés, criou um dos primeiros detectives de gabinete da literatura policial, deu forma a uma galeria interminável de heróis de folhetim, fundou jornais, realizou filmes, previu, ao jeito de Júlio Verne, como seriam Lisboa e o Porto no ano 2000.
Reinaldo Ferreira. R de realidade e F de ficção. Nasceu há um século. Os 38 anos da sua breve passagem pelo mundo foram vividos à beira do delírio, com a morfina a ajudar. Um tipógrafo distraído inventou a alcunha que o iria consagrar: Repórter X.


Luís Miguel Queirós - Jornal PÚBLICO, 10 de agosto de 1997
   

Carlos de Oliveira nasceu há 99 anos

(imagem daqui)
     
Carlos de Oliveira (Belém do Pará, 10 de agosto de 1921 - Lisboa, 1 de julho de 1981) foi um escritor português.
Nascido no Brasil, filho de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para Portugal. A família fixa-se em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exercia medicina. Em 1933 muda-se para Coimbra, onde permanece durante quinze anos, a fim de prosseguir os estudos. Em 1941 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabelece amizade com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora. Em 1947 licencia-se em Ciências Histórico-Filosóficas, instalando-se definitivamente em Lisboa, no ano seguinte. Periodicamente volta a Coimbra e à Gândara. Em 1949 casa-se com Ângela, jovem madeirense que conhecera nos bancos da Faculdade, sua companheira e futura colaboradora permanente.
Data de 1942 o seu primeiro livro de poemas, intitulado "Turismo", com ilustrações de Fernando Namora e integrado na colecção poética de 10 volumes do "Novo Cancioneiro", iniciativa colectiva que, em Coimbra, assinalava o advento do movimento neo-realista. Porém, em 1937, já publicara em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, amigos de juventude, um pequeno livro de contos "Cabeças de Barro". Em 1943 publica o seu primeiro romance, "Casa na Duna", segundo volume da colecção dos Novos Prosadores (1943), editado pela Coimbra Editora. No ano de1944 surge o romance "Alcateia", que viria a ser apreendido pelo regime. No entanto é desse mesmo ano a segunda edição de "Casa na Duna".
Em 1945 publica um novo livro de poesias, "Mãe Pobre". Os anos seguintes serão, para Carlos de Oliveira, bem profícuos quanto à integração e afirmação no grupo que veicula e auspera por um novo humanismo, com a participação nas revistas Seara Nova e Vértice, além da colaboração no livro de Fernando Lopes Graça "Marchas, Danças e Canções", uma antologia de vários poetas, musicadas pelo maestro.
Em 1953 publica "Uma Abelha na Chuva", o seu quarto romance e, unanimemente reconhecido, uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do século XX, tendo sido integrado no programa da disciplina de português no ensino secundário.
Em 1957 organiza, com José Gomes Ferreira, os Contos Tradicionais Portugueses, alguns deles posteriormente adaptados ao cinema por João César Monteiro.
Em 1968 publica dois novos livros de poesia, "Sobre o Lado Esquerdo" e "Micropaisagem", e colabora com Fernando Lopes na adaptação de "Uma Abelha na Chuva". Em 1971 sai "O Aprendiz de Feiticeiro", colectânea de crónicas e artigos, e "Entre Duas Memórias", livro de poemas, que lhe vale o Prémio da Casa da Imprensa.
Em 1976 reúne toda a sua poesia em dois volumes, sob o título de "Trabalho Poético", juntando aos seus poemas anteriores, os inéditos reunidos em "Pastoral", publicado autonomamente no ano seguinte.
O seu último romance, "Finisterra", sai em 1978, tendo como fundo a paisagem gandaresa. A obra proporciona-lhe o Prémio Cidade de Lisboa, no ano seguinte.
Morre na sua casa, em Lisboa, com 60 anos incompletos.
    
    
Acusam-me de Mágoa e Desalento

Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.

Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.

Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.

A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.


in Mãe Pobre - Carlos de Oliveira

O poeta Rui Knopfli nasceu há 88 anos

(imagem daqui)
     
Rui Manuel Correia Knopfli (Inhambane, Moçambique, 10 de agosto de 1932 - Lisboa, 25 de dezembro de 1997) foi um poeta, jornalista e crítico literário e de cinema.
Fez os seus estudos na África do Sul e iniciou uma carreira muito activa na então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Publicou a sua obra muitas vezes marcada pela vivência tropical africana em Moçambique. Integrou o grupo de intelectuais locais. Conviveu com muitos dos artistas, críticos literários e outros da capital moçambicana, como Eugénio Lisboa, Carlos Adrião Rodrigues, Craveirinha, António Quadros (pintor), etc. Como fotógrafo publicou um livro sobre a Ilha de Moçambique (A Ilha de Próspero, 1972). Com António Quadros (pintor) fundou Os Cadernos de Caliban. Deixou Moçambique em 1975. A nacionalidade portuguesa não impediu que a sua alma fosse assumidamente africana. Mas a sua desilusão pelos acontecimentos políticos estão expressos na sua poesia publicada após a saída da sua terra. Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou alguns livros. Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.
      
  
    
Velho Colono
    
Sentado no banco cinzento
entre as alamedas sombreadas do parque.
Ali sentado só, àquela hora da tardinha,
ele e o tempo. O passado certamente,
que o futuro causa arrepios de inquietação.
Pois se tem o ar de ser já tão curto,
o futuro. Sós, ele e o passado,
os dois ali sentados no banco de cimento.

Há pássaros chilreando no arvoredo,
certamente. E, nas sombras mais densas
e frescas, namorados que se beijam
e se acariciam febrilmente. E crianças
rolando na relva e rindo tontamente.

Em redor há todo o mundo e a vida.
Ali está ele, ele e o passado,
sentados os dois no banco de frio cimento.
Ele a sombra e a névoa do olhar.
Ele, a bronquite e o latejar cansado
das artérias. Em volta os beijos húmidos,
as frescas gargalhadas, tintas de Outono
próximo na folhagem e o tempo.

O tempo que cada qual, a seu modo,
vai aproveitando.

Ian Anderson, o líder dos Jethro Tull, faz hoje 73 anos


Ian Scott Anderson (Dunfermline, Escócia, 10 de agosto de 1947) é um cantor, compositor, guitarrista e flautista britânico, mais conhecido por ser o líder da banda de rock and roll Jethro Tull.
   
    
Biografia
Na adolescência, Anderson arranjou emprego como assistente de vendas numa loja de departamentos em Blackpool, e depois numa banca de jornal. Ele declararia mais tarde que foi lendo edições da Melody Maker e da New Musical Express durante os seus intervalos de almoço que lhe rendeu a inspiração de fazer parte de uma banda.
Em 1963, ele formou os The Blades com os seus amigos de escola Barriemore Barlow (bateria), John Evan (teclado), Jeffrey Hammond (baixo) e Michael Stephens (guitarra). Este era um grupo de soul e blues, com Anderson nos vocais e gaita.
Em 1965, a banda passou a chamar-se John Evan Smash, comportando mais integrantes e que se separou após dois anos, época em que Andersou se mudou para Luton. Ali, conheceu o baterista Clive Bunker e o guitarrista e vocalista Mick Abrahams, do grupo de blues McGregor's Engine. Juntamente com Glenn Cornick, baixista que conhecera por intermédio de John Evan, ele formou a primeira encarnação de uma banda que permaneceria durante mais de quatro décadas: o Jethro Tull.
Já então Anderson abandonara a sua pretensão de tocar guitarra elétrica, supostamente por sentir que nunca seria "tão bom quanto Eric Clapton". Como relatado pelo próprio na introdução do vídeo Live at the Isle of Wight, ele trocou a sua guitarra por uma flauta, e após algumas semanas de prática concluiu que poderia manejar o instrumento bem, principalmente em estilos como o rock e o blues. A sua experiência na guitarra não foi desperdiçada, no entanto, pois ele continuou a tocar viola, utilizando-o como instrumento tanto melódico quanto rítmico. Com o progredir de sua carreira, Anderson foi adicionando saxofone, bandolim, teclado e outros instrumentos ao seu arsenal.
Como flautista, Anderson é autodidata e a sua principal influência foi Roland Kirk.
  
      

Música adequada à data...




BRIGADA VICTOR JARA - Ao romper da bela aurora


Gosto de quem canta bem
Que é uma prenda bonita
Não empobrece ninguém
Assim como não "enrica"

Ao romper da bela aurora
Vem um pastor da choupana
Vem gritando em altas vozes
Muito padece quem ama

Muito padece quem ama
Mais padece quem namora
Vem um pastor da choupana
Ao romper da bela aurora

O ator Antonio Banderas faz hoje sessenta anos


José Antonio Domínguez Bandera (Málaga, 10 de agosto de 1960) é um ator, produtor, cantor e diretor espanhol de cinema. 
  
Biografia
Foi casado durante 18 anos com a também atriz Melanie Griffith, separando-se através de um processo de divórcio amigável. Eles conheceram-se durante as filmagens de Quero Dizer que te Amo e tiveram uma filha, Stella, nascida em 24 de setembro de 1996.
É amigo íntimo do Pedro Almodóvar e esteve em vários filmes do diretor, como Matador, Ata-me!, Mujeres al borde de un ataque de nervios e La ley del deseo, entre outros. Só depois de atuar em vários filmes europeus é que o ator estreou em filmes comerciais dos Estados Unidos, como A Máscara do Zorro e outros filmes de ação, se tornando o ator espanhol mais famoso do cinema mundial.
Estreou na direção com Loucos do Alabama, em 1999 e em 2020 foi indicado ao Óscar por sua atuação em Dor e Glória.
Tem uma marca de perfumes e fragrâncias com o seu nome, gerida pela companhia de moda e perfumes Puig.
 

O Conde de Cavour nasceu há 210 anos

   
Camillo Paolo Filippo Giulio Benso, Conde de Cavour, em italiano Camillo Paolo Filippo Giulio Benso, conte di Cavour, (Turim, 10 de agosto de 1810 - Turim, 6 de junho de 1861) foi um político italiano. Ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino de Itália entre 23 de março de 1861 e 6 de junho de 1861. Foi estadista do Reino da Sardenha, depois do Reino de Itália, líder agricultor, financeiro e industrial. 

Monumento ao Conde de Cavour em Milão

Vida
Segundo filho do marquês Michele Benso e da suíça Adèle de Sellon, Cavour foi, enquanto jovem, oficial do exército do Reino da Sardenha. Deixou a vida militar em 1831, viajou pela Europa durante quatro anos estudando particularmente os efeitos da revolução industrial na Grã-Bretanha, França e Suíça, absorvendo os princípios económicos, sociais e políticos do sistema liberal britânico.
Ao voltar ao Piemonte em 1835, ocupou-se sobretudo de agricultura e se interessou também por economia e pela difusão de escolas e creches. Graças a sua atividade comercial e bancária, Cavour chegou a ser um dos homens mais ricos do Piemonte. A fundação do diário "Il Risorgimento" em dezembro 1847, marcou o início de seu compromisso político. Segundo ele, somente uma profunda reestruturação das instituições políticas piemontesas e a criação de um Estado territorialmente amplo e unido na Itália poderia permitir a realização do processo de desenvolvimento e crescimento económico-social que ele mesmo promoveu através da sua própria iniciativa nos anos anteriores.
No ano de 1850, sendo que se pôs em evidência na defesa das leis Siccardi (leis promovidas para diminuir os privilégios do clero e que previam a abolição dos tribunais eclesiásticos e do direito de asilo nas igrejas e nos conventos, a redução do número das festividades religiosas, a proibição das corporações eclesiásticas de comprarem bens e receberem heranças ou donativos sem a permissão do governo), Cavour foi chamado a participar do gabinete D'Azeglio como ministro da agricultura, do comércio e da marinha. Em seguida foi nomeado ministro das finanças, e neste cargo foi logo adquirindo uma posição de destaque. A sua reputação de homem liberal levou o Rei da Sardenha a chamá-lo para o lugar de primeiro-ministro (4 de novembro de 1852), com o intuito de uma harmonização entre centro-esquerda e o centro-direita, tão necessária à solidez do governo.
Quando foi nomeado "presidente do conselho" (primeiro-ministro), ele já tinha em mente um programa político muito claro e definido e estava decidido a realizá-lo, embora ciente também das dificuldades que teria de superar. O principal obstáculo derivava do fato de que ele não gozava da simpatia dos setores extremos do parlamento; enquanto a esquerda não acreditava nas suas intenções reformadoras, a direita achava-o um perigoso jacobino revolucionário e demolidor das tradições seculares.
As Revoluções de 1848 na Itália tornaram claro que a unificação deveria vir através de ações do Estado italiano mais forte, o Reino da Sardenha. Ele visou sobretudo, em matéria de política interna, fazer da Sardenha um Estado constitucional, inspirado num liberalismo moderado e progressivo, onde a liberdade seria a premissa de todas as iniciativas. Convencido de que os progressos econômicos eram de importância fundamental para a vida política de um país, dedicou-se a uma radical renovação da economia piemontesa:
  • a agricultura foi valorizada e modernizada graças ao uso contínuo de adubos químicos que eram cada vez mais difundidos, a uma vasta obra de canalização destinada a eliminar a frequente falta de água para a irrigação e a facilidade de transporte dos produtos agrícolas;
  • a indústria foi renovada e fortalecida através da criação de novas fábricas e ao aumento da capacidade produtiva das já existentes, especialmente as do setor têxtil;
  • o comércio, fundado no livre intercâmbio interno e externo e facilitado por uma série de tratados com a França, Bélgica e Países Baixos ( 1851-1858), conseguiu um forte crescimento.
Além disto tomou medidas para:
  • renovar o sistema fiscal, baseando-o não somente sobre impostos indiretos, mas também sobre os impostos diretos que afetam sobretudo as grandes rendas;
  • fortalecer os bancos com a instituição de um "Banco Nacional" para a concessão de empréstimos com juros não muitos elevados.
A progressiva consolidação política, econômica e militar direcionou Cavour a uma ousada política externa capaz de tirar o Piemonte-Sardenha do isolamento. Num primeiro momento, ele pensou que não fosse oportuno destacar-se do velho programa de Carlos Alberto (que visava à saída do Império Austríaco do Reino Lombardo-Vêneto e a conseguinte unificação da Itália do Norte sob a monarquia dos Saboia), todavia em seguida advertiu a possibilidade de alargar sua política em sentido nacional, aderindo ao programa unitário de Giuseppe Mazzini, mas em bases monárquicas e liberais. De qualquer modo, o primeiro passo era o de impor o problema italiano à atenção europeia, e para isso ele usou todo o seu talento.
A entrada do Reino da Sardenha na Guerra da Crimeia deu-lhe voz internacional e a chance de alianças essenciais para o fim do controle austríaco sobre a península Itálica. No dia 21 de julho de 1858, encontrou Napoleão III em Plombières onde foram criadas as bases de uma aliança contra o Império Austríaco. O tratado oficial estabelecia que:
  • a França interviria ao lado do Reino da Sardenha somente no caso em que a Áustria fosse a agressora;
  • em caso de vitória, se formariam na Itália quatro Estados reunidos em uma única confederação colocada sob a presidência honorária do Papa, mas dominada substancialmente pelo Piemonte-Sardenha: um no norte da Itália com a anexação ao Reino da Sardenha, do Reino Lombardo-Vêneto, dos ducados de Parma e de Módena e da restante parte da Emília-Romanha; um na Itália Central, compreendendo a Toscana, Marcas e a Úmbria; um terceiro no sul da Itália correspondente ao Reino das Duas Sicílias; um quarto formado pelo Estados Pontifícios, com Roma e arredores.
  • Em compensação pela ajuda fornecida pela França, o Piemonte deveria ceder a Napoleão III os atuais departamentos franceses de Saboia e Alta Saboia, além do condado de Nice.
É bastante evidente como um tratado deste tipo não tinha absolutamente em conta as aspirações unitárias da maior parte da população italiana, e que visava somente eliminar o predomínio austríaco na península.
A segunda guerra de independência permitiu a aquisição da Lombardia, mas a extensão do movimento democrático-nacional suscitou nos franceses o medo de que a Itália pudesse criar um Estado unitário forte demais: o armistício de Villafranca provocou o congelamento temporário das agitações e também a decisão de Cavour de abandonar a chefia do governo.
Ele voltou ao cargo no começo de 1860, quando conseguiu novamente o apoio francês e foi o arquiteto da unificação de todo o norte da Itália sob a liderança de Vítor Emanuel II da Itália, em 1859. Cavour utilizou a expedição dos Mil de Garibaldi à Sicília e Nápoles no ano seguinte para trazer estes Estados para a Itália unificada. Na mesma época, ordenou a invasão dos Estados Pontifícios. A habilidade diplomática de Cavour em manter o consentimento das potências europeias e a fidelidade de Garibaldi no dito "Itália e Vítor Emanuel" levaram assim, à proclamação do Reino de Itália no dia 17 de março de 1861. Primeira pessoa a ocupar o cargo de primeiro-ministro italiano, em fevereiro de 1861, Cavour morreu quatro meses depois, ainda negociando para assegurar a completa unificação italiana com a inclusão de Veneza e dos Estados Pontifícios. 
   
   

Jorge Amado nasceu há 108 anos

 
Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 - Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
 

O Tratado de Sèvres foi assinado há um século

   
O Tratado de Sèvres foi um acordo de paz assinado entre os Aliados e o Império Otomano em 10 de agosto de 1920, após a Primeira Guerra Mundial. O Tratado partilhava o Império Otomano entre o Reino da Grécia, o Reino de Itália, o Império Britânico e a República francesa, além de estender o território da Armênia, e a criação de um estado curdo. Desde 1915 existiam planos de criação de regiões de influência pelos britânicos e franceses, no Acordo Sykes-Picot, do território otomano.
Liderados por Mustafa Kemal Atatürk, soldados do movimento nacionalista turco vencem os exércitos que ocupavam a Anatólia na Guerra de independência turca, resultando no Tratado de Lausanne, garantindo a independência da Turquia.
Mudanças territoriais
As suas cláusulas consagravam a perda, pela Turquia, não apenas da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia, mas também praticamente de todos os territórios otomanos na Europa (com exceção de Constantinopla) e da região de Esmirna, ambas entregues à Grécia. Além disso, o tratado estipulava que os estreitos de Bósforo e dos Dardanelos, assim como o mar de Mármara, seriam transformados em zonas neutras desmilitarizadas (internacionalizadas) e sua travessia permitida, em quaisquer circunstâncias, a todos os navios estrangeiros, mercantes ou de guerra. O tratado ainda contemplava os curdos com uma região autónoma e os arménios com terras da Arménia Ocidental, o que foi totalmente rejeitado pelos turcos.

Né Ladeiras - 61 anos

   
Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras (Porto, 10 de agosto de 1959).
Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projectos musicais, entre os quais um duo acústico formado com uma amiga da escola.
A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projecto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos pelo país e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
Entre 1980 e 1982, integra um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex- Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns No Jardim da Celeste (em 1981) e Também Eu (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam Natação Obrigatória e Salvé Maravilha.
O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
Em 1988 integra o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.
Em 1989 lança um álbum dedicado à atriz sueca Greta Garbo, Corsária, fruto de um projecto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da actividade musical.
Em 1993 participa nas gravações de Matar Saudades,tema bónus incluído na edição em CD do disco Banda do Casaco com Ti Chitas.
Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias. O disco recebeu o Prémio José Afonso.
A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em dialecto mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
O álbum Todo Este Céu, editado em (1997), é inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
Durante a Expo '98 partilha Afinidades com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espectáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paul e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale. Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização. Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser gravado.
Colabora no disco Sexto Sentido que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a colectânea Cantigas de Amigos com produção de João Balão e Moz Carrapa.
Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois concertos realizados no mês de Novembro de 2000.
O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espetáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
Ao mesmo tempo foi delineando outros projectos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto") contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
É editada uma compilação com os discos Alhur e Sonho Azul.
Em abril de 2010 iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Conta com as participações de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Nuno Patrício (Blasted Mechanism), Francesco Valente (Terrakota), Corvos, Lara Li e Mísia.
Em 2016 lançou o CD "Outras vidas", dedicado a várias mulheres que marcaram a sua vivência e a sua carreira como Avita, Greta Garbo, Frida Khalo, Madre Teresa, Isabelle Eberhardt ou Violeta Parra. A música é da própria e as letras têm assinatura de Tiago Torres da Silva tendo produção de Amadeu Magalhães.
     
 
    

domingo, agosto 09, 2020

O ator, cantor e bailarino Gregory Hines morreu há 17 anos

  
Ator, bailarino, cantor, coreógrafo. Ele nasceu em Nova York, e tornou-se um dos mais renomados sapateadores de todos os tempos, bem como um premiado estrela do palco e tela. Ele começou a se apresentar como um membro do grupo de dança "Hines, Hines e papá", com o seu pai e irmão. Ele apareceu pela primeira vez nos palcos da Broadway com a idade de oito anos, atuando como engraxador na comédia musical "The Girl in Pink Tights", de março a junho de 1954. Ele recebeu a sua primeira nomeação para o Tony (Melhor destaque em um Musical) em 1979, pelo seu papel na Broadway na revista musical "Eubie!". Ele ganhou o Theatre World Award de 1979 com o mesmo desempenho. Ele protagonizou os três musicais, "Uptown Comin '" (1979-80), "Sophisticated Ladies" (1981-83), e "Jelly's Last Jam" (1992-93). Ele foi nomeado para o Melhor Ator no Musical Tony Award para os três papéis, e ganhou em 1992, pela sua performance como Jelly Roll Morton em "Jelly's Last Jam". Ele também ganhou o Drama Desk Award de Melhor Ator em um Musical para este desempenho, e foi nomeado para o Tony e o Drama Desk Awards por sua coreografia para este show. Os seus créditos no cinema inclui papéis em "História do Mundo: Parte 1", "White Nights", "Toque", "Renaissance Man", "Waiting to Exhale" e "The Preacher's Wife". Na televisão incluídos os filmes "TV Eubie!" e "The Kid Cherokee"; papéis do convidado em shows como "Faerie Tale Theatre", "Amazing Stories", e "Law & Order" e papéis recorrentes em "The Gregory Hines Show", "Little Bill", "Will & Grace " e " Lost at Home ". Ele gravou um dueto de "There's Nothing Better Than Love" com Luther Vandross, e também lançou um álbum auto-intitulado, em 1987.
Hines morreu de cancro de fígado na tarde de sábado, 9 de agosto de 2003, no caminho de sua casa em Los Angeles, Califórnia, para um hospital. Ele tinha 57 anos e era noivo de Negrita Jayde, no momento da sua morte. Além do seu pai e irmão, ele deixou a noiva, Negrita Jayde, uma filha, Daria Hines, um filho, Zach; uma enteada, Jessica Koslow e um neto.
    
  

Ruggiero Leoncavallo morreu há 101 anos

    
Ruggero (Ruggiero) Leoncavallo (Nápoles, 23 de abril de 1857Montecatini Terme, 9 de agosto de 1919) foi um compositor de óperas italiano.
A sua ópera "I Pagliacci", com os personagens Canio, Tonio, Peppe e Silvio, continua uma das mais populares obras do repertório de ópera.
Filho de um magistrado policial, Leoncavallo nasceu em Nápoles em 23 de abril de 1857 e estudou no Conservatório San Pietro a Majella. Depois de alguns anos de estudo, e ineficazes tentativas de obter a produção de mais de uma ópera, ele viu o enorme sucesso de Mascagni em Cavalleria rusticana em 1890, e não desperdiçou tempo na elaboração do seu próprio verismo, Pagliacci (segundo Leoncavallo, o enredo deste trabalho teve origem na vida real: um julgamento sobre assassinato a que seu pai tinha presidido).
Pagliacci foi apresentada em Milão em 1892 com sucesso imediato e hoje é o único trabalho de Leoncavallo no reportório padrão de ópera. A sua mais famosa ária Vesti la giubba, "Veste a manta de retalhos") foi gravada por Enrico Caruso e foi o primeiro registo do mundo a vender um milhão de cópias.
I Medici e Chatterton (1896) foram também produzidas em Milão. Grande parte de Chatterton foi gravado pela Gramophone Company (mais tarde HMV). Foi em La bohème, realizada em 1897 em Veneza que o seu talento obteve confirmação pública (suas duas árias para tenor são realizadas ocasionalmente, especialmente em Itália). Posteriormente compôs as óperas Zaza (1900) (a ópera de Geraldine Farrar, famosa pelo seu desempenho de despedida no Met) e Der Roland Von Berlin (1904). Obteve um breve sucesso em Zingari que estreou em Itália, e Londres, em 1912. (Zingari esteve longo tempo, no Hipódromo Teatro). Zingari chegou aos Estados Unidos, mas logo depois desapareceu do repertório.
Após uma série de operetas, Leoncavallo, num último esforço, criou Edipo Re, mas morreu antes de terminar a orquestração, que foi completada por Giovanni Pennacchio. Desde a década de 70 esta ópera tem tido um número surpreendentemente elevado de representações (incluindo Roma 1972, Viena 1977 e Amsterdão 1998), bem como uma produção totalmente encenada no Teatro Regio di Torino, em 2002.
A famosa Mattinata foi por ele escrita para a Gramofone Company com Caruso em mente. Escreveu o libreto para a maioria das suas próprias óperas e é considerado o maior libretista italiano do seu tempo, após Arrigo Boito. Importante foi ainda a sua contribuição para o libreto de Manon Lescaut de Giacomo Puccini.
Ruggero Leoncavallo morreu em Montecatini, Toscânia, em 9 de agosto de 1919.