José Cid no Festival RTP em 1980
Terceiro filho de Francisco Albano Coutinho Ferreira Tavares (neto do
barão de Cruzeiro) e de Fernanda Salter Cid Freire Gameiro, mudou-se com os pais para
Mogofores, perto de
Anadia, aos onze anos.
Iniciou a sua carreira musical em
1956, com a fundação de
Os Babies, agrupamento musical que se dedicava à interpretação de
covers, que durou até
1958.
Aos 17 anos compôs a sua primeira canção, "Andorinha", um tema com influências jazzísticas.
O primeiro disco a solo de José Cid, "Lisboa Camarada", de
1969, é proibido pela Censura.
Popularizou-se como teclista e vocalista no Quarteto
1111, tendo grande êxito com a
A lenda de El-Rei D. Sebastião, de
1967, um tema inovador no panorama musical da época. O álbum homónimo dos
1111 seria editado em
1970, mas não chegou a sair, por interferência da
censura.
Em Maio de
1971 é editado o seu primeiro álbum a solo, homónimo, que inclui temas como "Dom Fulano", "Lisboa Ano 3000" e "Não Convém". Lança também o EP "Lisboa Perto e Longe" (com os temas "Lisboa Perto e Longe", "Dida", "Dona Feia, Velha e Louca" e "Zé Ninguém"). A poetisa
Natália Correia é um dos nomes que colabora com José Cid nesta fase. Em agosto desse ano toca num célebre concerto em Vilar de Mouros com o Quarteto 1111. Em Novembro participa, com "Ficou Para Tia", no World Popular Song Festival de Tóquio. É editado um novo EP com os temas "História Verdadeira de Natal", "Todas as Aves do Mundo", "Ficou para Tia" e "Levaram tudo o que eu tinha".
Em maio de
1972 lança um EP com os temas "Camarada", "Retrospectiva", "Viagem" e "Corpo Abolido".
Tonicha participa na edição de estreia do Festival da OTI, realizado em Madrid, com a canção "Glória, Glória Aleluia", da autoria de José Cid. Em Novembro de
1972 regressa ao Festival de Tóquio, desta vez como autor de "Desde Que Me Ames Um Pouco" interpretado por Vittorio Santos.
Os
Green Windows formam-se em
1972 para o Festival dos Dois Mundos. Eram o
Quarteto 1111 mas mais comercial e com algumas das namoradas e das mulheres. No ano seguinte é lançada a música "Vinte Anos", que vendeu mais de 100.000 discos.
Uma das suas composições mais conhecidas,
Ontem, hoje e amanhã, seria premiada no Festival Yamaha de
Tóquio em
1975.
É editado "Onde Quando Como Porquê, Cantamos Pessoas Vivas - Obra Ensaio de José Cid" o último trabalho do
Quarteto 1111 antes de acabarem.
Os singles "Portugal É!..." e "A Festa do Zé" são editados em
1975. É editado nesse ano o último single dos
Green Windows com José Cid, intitulado "Quadras Populares".
Em
1978, lançou o álbum
10.000 anos depois entre Vénus e Marte, um marco na história do
rock progressivo, que viria a obter mais tarde reconhecimento a nível internacional, sendo incluído numa lista de 100 melhores álbuns de rock progressivo do mundo, organizada pela revista americana
Billboard.
Em
1979 grava o disco "José Cid canta Coisas Suas" que inclui temas muito populares até aos dias de hoje, como "Na Cabana junto à praia", "A Pouco a Pouco", "Olinda a Cigana" e "Verdes trigais em flor". Participa nesse mesmo ano no Festival OTI da Canção com a canção "Na Cabana junto à praia", de
1979, classificando-se em 3.º lugar.
Após várias participações, em
1980 vence o
Festival RTP da Canção com a música
Um grande, grande amor, com 93 pontos. No
Festival Europeu da Canção, conquistou um honroso sétimo lugar, com 80 pontos, entre dezanove concorrentes. Grava o disco em inglês "My Music" que é apresentado em Cannes, no MIDEM. Em Los Angeles grava, para a editora Family, o tema "Springtime Of My Life", com produção de Mike Gold que conheceu no Midem e que trabalhara com Frank Sinatra.
O single "Como o Macaco Gosta de Banana" é lançado em
1982. Obtém algum sucesso nos mercados Australiano e Sul-Africano. Na Austrália chega a tocar com os conhecidos Men At Work. Em 1983 lança a música
Portuguesa Bonita.
Em
1985 participa no disco solidário "Abraço a Moçambique". Nesse mesmo ano é editado um disco com os temas "Noites de Luar" e "Sonhador". É editado ainda o
single "Saudades de Ti".
Em
1986 lança o LP "Xi-Coração", que incluí temas como "Velho Moinho", "Chovia em Paris" e "Uma Balalaica".
Surpreende tudo e todos em
1987 ao lançar um disco composto apenas de fados conhecidos, designado por "Fado de Sempre". O
Quarteto 1111 reúne-se nesse ano e é editado o single "Memo/Os Rios Nasceram Nossos".
No
Natal de
1989 volta a gravar para a
RTP, um programa chamado
Natal com José Cid, onde interpreta algumas das suas músicas, já gravadas na
Polygram, após a
Orfeu deixar de operar. Teve alguns convidados, entre os quais
Tozé Brito e o fadista, na altura amador,
Manuel João Ferreira.
Em
1991 lança o duplo-álbum "De Par em Par", que inclui a regravação de alguns temas da sua carreira como "Na cabana junto à praia" e "A Rosa Qque te dei" e outros como "Em Casablanca", "Sempre Que o Amor Me Quiser", "Fã do Rui" e "D. Sebastião Morreu".
Em
1992 lança o disco "Camões, as descobertas...e nós" de José Cid e Amigos. Contou com a participação de nomes como Pedro Caldeira Cabral, António Pinto Basto, Rita Guerra, Jorge Palma, Carlos do Carmo e Paulo Bragança.
Em
1994, lança o álbum "Vendedor de Sonhos" com produção de Rui Vaz. O disco inclui temas como "Mudança", "Bola de Cristal" e "Não Tenho Lágrimas". Com esse mesmo disco, fez estalar uma polémica, ao posar nu para uma revista social, apenas com esse disco de ouro a tapar as suas partes íntimas. A intenção foi protestar contra a forma como as rádios desprezavam os intérpretes portugueses, incluindo ele próprio, em proveito de intérpretes estrangeiros.
Em
1996 é editado o álbum "Pelos Direitos do Homem", dedicado à causa da independência de Timor-Leste, tendo recebido fax e carta de Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, a agradecer a solidariedade. Participam vários nomes da editora: Miguel Ângelo, Sara Tavares, Inês Santos e Olavo Bilac. Neste disco aparecem versões de "Sete Mares" e "Noite Passada". Lança ainda o álbum "Nunca mais é sexta-feira".
Em
1997 é editado o disco "Cais Sodré", álbum
jazzístico gravado ao primeiro
take. Foi reeditado em
2008 e integrado num trabalho do
cartoonista Pedro Zamith.
Vence o Festival da Canção de
1998 com os
Alma Lusa e o tema "Se Te Pudesse Abraçar". Lança o disco "Ode a Federico Garcia Lorca", que junta as guitarras de Coimbra à poesia de Lorca num ano de celebração do centenário do poeta espanhol. Lança ainda o tema "Entre Margens" em que se destaca o tema "S. Salvador do Mundo".
Em
2000 publicou o livro
Tantos anos de poesia.
O disco “De Surpresa” é editado no final de
2001. O angolano Waldemar Bastos participa numa nova versão de "Lisboa Perto e Longe”. Três dos temas deste álbum são cantados em inglês e foram gravados em Boston, em
1999, com produção de Robert Nargassams. Os cantores
Vitorino,
Paulo de Carvalho,
Carlos Moisés,
Nuno Barroso e
José Gonçalo são outros dos nomes que colaboraram neste disco.
Em
2003 é editado o duplo CD "Antologia - Nasci P'rá Música" que reúne alguns dos maiores êxitos de José Cid gravados, entre 1977 e 1985.
Em
2004 é convidado para participar em vários anúncios de uma conhecida marca de chás gelados. "Olá malta! Tudo bem? Tá-se?" Este anúncio e o sucesso que teve ligou-o às gerações mais novas que o redescobrem.
Em
2006 actua no renovado Maxime em duas noites completamente esgotadas. Em Julho lança o disco "Antologia - Baladas Da Minha Vida" que inclui dois inéditos
O melhor tempo da minha vida e
Café Contigo e a regravação de baladas em formato acústico. Participa no disco dos Mercado Negro.
O ano de
2007, é de consagração, e presença assídua em diversos programas televisivos, concertos em eventos académicos entre outros. Lançou o álbum duplo “Pop, Rock e Vice Versa”, revisitando a vertente mais pesada da sua carreira, com inclusão de novas versões dos temas “A pouco e pouco”, “Como o macaco gosta de banana” e “Topo de Gama” - versão dos
Clã e outros. Actuou no
Campo Pequeno para 4800 espectadores, convidando
André Sardet,
Luís Represas e os elementos do
Quarteto 1111, lançando um CD (Dupla Platina) e DVD desse concerto.
Em
2009 recebeu o prémio de consagração de carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), prémio anteriormente atribuído na área da literatura, do teatro e do cinema, sendo o primeiro músico a ser distinguido. Lança o álbum "Coisas do Amor e do Mar", com a participação de
André Sardet,
Luís Represas e
Susana Félix. Destaca-se a balada "Mais 1 dia", que foi escolhida para ser o tema genérico da nova telenovela
Meu Amor da TVI, que foi distinguida com um
Emmy Award.
Em
2011 lançou o disco "Quem Tem Medo de Baladas", em que apresenta 14 temas originais e 14 versões. Destacam-se as baladas "Tocas Piano Como Quem Faz Amor", que é referida pelo mesmo como
autobiográfica e o tema "Um Louco Amor".
- Vida Pessoal
- José Cid casou-se com Emília Infante da Câmara Pedroso, com quem teve uma filha, Ana Sofia, nascida em 1964. Ana Sofia viria a colaborar com o pai em algumas letras e nos coros de várias músicas. Casou ainda com Maria Armanda Ricardo, de quem se divorciou doze anos depois, e mais tarde casou ainda com a Nani, de quem também se divorciou.
- Assumido como monárquico e anarquista, continua a viver em Mogofores, passando longas temporadas na sua Chamusca natal. É pretendente ao título de barão do Cruzeiro, um título concedido a Francisco Luis Ferreira Tavares, seu bisavô, pelo rei D. Luís I.
Festival RTP da Canção
A primeira participação ocorreu em
1968, com "Balada Para Dona Inês". Foi acompanhado pela orquestra e pelos restantes elementos do
Quarteto 1111.
Em
1978 voltou ao Festival RTP com quatro temas: "O meu Piano" (2.º classificado), "O Largo do Coreto" (7.º classificado), "Aqui Fica uma Canção" (5.º classificado) e "Porquê, meu Amor Porquê?" (6.º classificado).
Em participa novamente em
1981 com a canção "Morrer de Amor Por Ti", ficando em 2º lugar.
Em
1984, a
Banda Tribo, constituída por elementos da sua família, editando um disco sob a sua produção, levou ao Festival "A Padeirinha de Aljubarrota".
Em
1988,
José Gonçalo (que participou na
Banda Tribo), seu sobrinho, levou a composição de José Cid, "Cai Neve Em Nova York", ficando em 2º lugar.
Em
1989 é convidado a cantar um
medley com as músicas mais bem sucedidas que havia apresentado nos Festivais RTP até então.
Insistiu novamente em
1996, voltando a concorrer como compositor e autor, entregando a
Cristina Castro Pereira o tema "Ganhamos o Céu", que viria a fica-se pelo quarto lugar.
Voltou à carga no ano seguinte,
1997, como compositor e autor de "Canção Urgente", um tema pop-rock clássico, cantado pela banda "Meninos da Sacristia". Ficou em 6.º lugar.
Em
2007, foi o produtor do tema "Na Ilha dos Sonhos" de
Zé P.Em
2010 foi novamente convidado para tocar um
medley das baladas que levou aos festivais RTP.