segunda-feira, setembro 05, 2011

Madre Teresa de Calcutá morreu há 14 anos

Agnes Gonxha Bojaxhiu (Skopje, 26 de Agosto de 1910 - Calcutá, 5 de Setembro de 1997), conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá ou Beata Teresa de Calcutá, foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedónia e naturalizada indiana, beatificada pela Igreja Católica em 2003. Considerada, por alguns, a missionária do século XX, fundou a congregação "Missionárias da Caridade", tornando-se conhecida ainda em vida pelo cognome de "Santa das sarjetas".

NOTA: post nº 6.000 do Blog Geopedrados...!

Hoje até o Google recorda Freddie Mercury

Google Doodle de hoje, dia 05.09.2011, data em que se celebra os 65 anos do nascimento de Freddie Mercury:

Freddie Mercury nasceu há 65 anos

 (imagem daqui)
Freddie Mercury, nome artístico de Farokh Bulsara (Stone Town, 5 de Setembro de 1946Londres, 24 de Novembro de 1991), foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.


domingo, setembro 04, 2011

Observação astronómica em Vieira de Leiria

Post conjunto com o Blog AstroLeiria:


No passado dia 26 de Agosto de 2011 participei numa observação astronómica da Ad Astra (Associação para a Divulgação da Astronomia de Amadores) na Praia de Vieira de Leiria.

Foi uma sessão animada, com muitos portugueses mas também espanhóis, franceses e alemães, que nos proporcionaram imensa conversa em quatro línguas (como não sei alemão falei em inglês com um senhor). Enquanto o Carlos e o João mostravam uma estrela dupla (Alcor e Mizar, na Ursa Maior) e M13 (um fantástico aglomerado globular na constelação de Hércules) e muitas outras coisas (isto para além de irem respondendo às questões dos interessados) eu fui mostrando como funciona um telescópio, como se alinha, tipos e componentes de telescópios, usando, no final, o Telescópio Dobson da Escola Correia Mateus para mostrar Júpiter, os seus satélites de Galileu e as suas bandas paralelas ao equador.

Foi engraçado encontrar duas ex-alunas (uma da Escola D. Dinis e outra da Escola Correia Mateus) e uma futura aluna, com as respectivas famílias...!

Aos participantes, em especial os que aguentaram até depois da meia noite e nos obrigaram a mostrar Júpiter, os nossos agradecimentos. Esperamos que a próxima sessão, que será o encerramento das actividades deste ano da Astronomia no Verão da Ad Astra (que também está no Facebook), também tenha muitos clientes, pois terá Lua e Júpiter bem visíveis...

E agora algumas fotos da sessão de 26.08.2011:


























Hoje é dia de ouvir música de Beyoncé



NOTA: outra versão, mais divertida...

Raul de Carvalho nasceu há 91 anos

(imagem daqui)

A verdade é que fomos 

A verdade é que fomos
feitos do mesmo sangue
violento e humilde


A verdade é que temos
ambos a graça de compreender
todos os homens e todas as estrelas


A verdade é que Deus
nos ensinou
que este é o tempo da razão ardente.


Deus hoje deu-me um pouco
do que toda a vida lhe pedi
foi esta calma e simples aceitação
de que é preciso que estejas
longe de mim
(imagem daqui)

para que amando eu possa conservar
o meu coração puro.


As ruas hoje pareciam mais largas
e mais claras


As casas e as pessoas
pareciam diferentes


Foi só o tempo de pedir a Deus
que prolongasse o generoso engano.


Tu ensinaste-me as palavras simples
as palavras belas
as palavras justas


E fizeste com que eu já não saiba
falar de outra maneira.


O amor substitui
o Sol — que tudo ilumina.


Sonhar contigo é quase como
saber que existo para além de mim.


Se basta que de mim te lembres
para que o sono facilmente venha
porque não hás-de dar-me amor a paz
com que o meu coração de há tanto tempo sonha


Vês como é tão simples
ter o coração
tão perto da terra
e os olhos nos olhos
e a alma tão perto
da tua alma


Por que será
que quanto mais repartimos
o coração
maior e mais nosso ele fica?

Raul de Carvalho

A vocalista dos Flyleaf faz hoje 30 anos

Lacey Nicole Mosley (Arlington, Texas, 4 de Setembro de 1981), também conhecida como Lacey Sturm, é a vocalista e principal compositora da banda de metal alternativo Flyleaf. Ela revelou numa entrevista que as suas principais influências são Nirvana, Metallica e Pantera.


O álbum dos The Who intitulado It's Hard foi lançado há 29 anos

It's Hard is the tenth studio album by English rock band The Who. It is the last Who album to feature bassist John Entwistle and drummer Kenney Jones, as well as the last to be released on Warner Bros. Records in the US. It was their last album until 2006's Endless Wire. It was released in 1982 on Polydor in the UK, peaking at #11, and on Warner Bros. In the US where it peaked at #8 on the Billboard Pop Albums charts. The US rights to both this album and Face Dances subsequently reverted to the band, who then licensed them to MCA Records (later Geffen Records, itself once distributed by WB) for reissue. The album eventually achieved gold status by the RIAA in the US on November 1982.

Athena - The Who


Athena, I had no idea how much I'd need her
In peaceful times I hold her close and I feed her
My heart starts palpitating when I think my guess was wrong
But I think I'll get along
She's just a girl - she's a bomb


Athena, all I ever want to do is please her
My life has been so settled and she's the reason
Just one word from her and my troubles are long gone
But I think I'll get along
She's just a girl - she's a bomb


Just a girl just a girl
Just a girl just a girl
Just a girl just a girl
She's just a girl


Athena, my heart felt like a shattered glass in an acid bath
I felt like one of those flattened ants you find on a crazy path
I'd of topped myself to give her time she didn't need to ask
Was I a suicidal psychopath?
She's just a girl - she's a bomb


Consumed, there was a beautiful white horse I saw on a dream stage
He had a snake the size of a sewer pipe living in his rib cage
I felt like a pickled priest who was being flambed
You were requisitioned blondie
She's just a girl - she's a bomb


I'm happy, I'm ecstatic
Just a girl just a girl
Just a girl just a girl
Just a girl just a girl
She's just a girl


Look into the face of a child
Measure how long you smiled
Before the memory claimed
How long would children remain
How long would children remain


Athena, you picked me up by my lapels and screamed "leave her"
It felt like waking up in heaven on an empty meter
And now you're stuck with a castrated leader
And I hate the creep, I didn't mean that
She's a bomb
I just said it
She's a bomb
I didn't mean it, please
She's a bomb


Athena, I had no idea how much I need her
My life has been so settled and she's the reason
Just one word from her and my troubles are long gone
But I get along
She's just a girl, she's a bomb
She's just a girl, she's a bomb

Georges Simenon morreu há 22 anos

Georges Joseph Chistian Simenon (Liège, 13 de Fevereiro de 1903Lausanne, 4 de Setembro de 1989) foi um escritor belga de língua francesa.
Foi um romancista de uma fecundidade extraordinária: escreveu 192 romances, 158 novelas, alem de obras autobiográficas e numerosos artigos e reportagens sob seu nome e mais 176 romances, dezenas de novelas, contos e artigos sob 27 pseudónimos diferentes.
As tiragens acumuladas de seus livros atingem mais de 500 milhões de exemplares. É o autor belga (e o quarto autor de língua francesa) mais traduzido em todo o mundo.
Seu personagem mais famoso é o Comissário Maigret, personagem de 75 novelas e 28 contos.

Beyoncé - 30 anos!

Beyoncé Giselle Knowles (Houston, 4 de Setembro de 1981), mais conhecida simplesmente como Beyoncé, é uma cantora, compositora, actriz, dançarina, coreógrafa, arranjadora vocal, produtora, directora de vídeo e empresária americana nascida e criada em Houston, no Texas. Cantora desde a infância, Beyoncé se tornou conhecida no ano de 1997, como vocalista do grupo feminino de R&B Destiny's Child, que mundialmente já vendeu mais de 50 milhões de discos.
Em 2003, ela lançou seu álbum de estreia em carreira solo, Dangerously in Love. O álbum teve um bom desempenho comercial e os singles "Crazy in Love" e "Baby Boy" foram os únicos a alcançar o primeiro lugar na Billboard Hot 100. No ano seguinte foi premiada com cinco Grammy Awards. Em 2006, lançou seu segundo álbum de estúdio, B'Day, dando continuidade a sua carreira solo depois da separação do grupo Destiny's Child em 2005. B'Day se tornou seu segundo disco consecutivo em primeiro lugar na Billboard 200. O single "Irreplaceable" deste trabalho foi o que mais se destacou por permanecer por dez semanas consecutivas em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Seu terceiro álbum, I Am... Sasha Fierce, foi lançado em Novembro de 2008. Também teve um desempenho comercial muito favorável, sendo certificado pela ABPD como disco de diamante. A música "Single Ladies (Put a Ring on It)" foi uma das músicas do seu terceiro álbum que mais se destacou, se tornando o seu quinto single em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Nos Grammy Awards de 2010, Beyoncé se tornou a artista feminina que mais foi premiada em apenas uma edição dos prémios, ao vencer seis das dez categorias em que estava concorrendo. Actualmente Beyoncé já ganhou ao longo de sua carreira 16 Grammys (13 em carreira solo e 3 com o grupo Destiny's Child). Ela é um dos artistas que mais ganhou esse prémio.
Sua carreira como actriz teve início em 2001, quando interpretou Carmen Brown no filme Carmen: A Hip Hopera. Beyoncé também actuou em outros filmes, como Austin Powers in Goldmember, Resistindo às Tentações, Dreamgirls e outros. Sua actuação no filme Dreamgirls lhe rendeu duas indicações ao Globo de Ouro nas categorias Melhor actriz em um filme, comédia ou musical e Melhor canção original para a música "Listen". Junto com a sua mãe, Tina Knowles, ela lançou em 2004 uma linha de roupas chamada House of Deréon. A maior inspiração foi sua avó, chamada Agnèz Deréon. Beyoncé já trabalhou para marcas como Pepsi, Tommy Hilfiger, Armani e L'Oréal. Em 2009 a revista Forbes elegeu Beyoncé como a cantora mais rica do mundo com menos de 30 anos de idade, por ter arrecadado mais de 87 milhões de dólares no período de 2008 a 2009.
Até 2010 Beyoncé possui cinco singles em primeiro lugar na Billboard Hot 100. Ao longo de sua carreira ela já vendeu mais de 75 milhões de discos em todo o mundo isso fez dela um dos artistas de música que mais venderam discos de todos os tempos. De acordo com a gravadora Sony Music em Outubro de 2009, se juntar as vendas de discos de Beyoncé e do Destiny's Child o resultado irá ultrapassar mais de 100 milhões de discos vendidos. A revista Billboard colocou Beyoncé em quarto lugar na lista dos melhores artistas da década de 2000, aparece também no nono lugar, com o grupo Destiny's Child. Em Fevereiro de 2010 a RIAA listou Beyoncé como a artista que mais recebeu certificações na década. No mesmo ano o VH1 colocou Beyoncé no número 52 em sua lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos. Em 2011 durante a atribuição dos prémios do Billboard Music Awards, Beyoncé recebeu o prémio de Billboard Millennium Award. Em 2011 a revista Forbes listou as mulheres afro-americanas mais poderosas nos Estados Unidos e colocou Beyoncé em primeiro de sua lista.
 

sábado, setembro 03, 2011

Serenidade

RAUL DE CARVALHO (1920-1984) / serenidade és minha (1955)
MÁRIO VIEGAS (1948-1996) / humores, II (1980)
ALINHAMENTO MUSICAL: jan garbarek / soria maria (1980). pat metheny / waiting for an answer (1983). sufjan stevens / oh god, where are you now? (2003)

Serenidade És Minha (À Memória de Fernando Pessoa)


Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.


Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Carrega para a cama dos desempregados
todas as coisas verdes, todas as coisas vis
fechadas no cofre das águas:
os corais, as anémonas, os monstros sublunares,
as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.


Vem, serenidade,
com o país veloz e virginal das ondas,
com o martírio leve dos amantes sem Deus,
com o cheiro sensual das pernas no cinema,
com o vinho e as uvas e o frémito das virgens,
com o macio ventre das mulheres violadas,
com os filhos que os pais amaldiçoam,
com as lanternas postas à beira dos abismos,
e os segredos e os ninhos e o feno
e as procissões sem padre, sem anjos e, contudo
com Deus molhando os olhos
e as esperanças dos pobres.


Vem, serenidade,
com a paz e a guerra
derrubar as selvagens
florestas do instinto.


Vem, e levanta
palácios na sombra.
Tem a paciência de quem deixa entre os lábios
um espaço absoluto.


Vem, e desponta,
oriunda dos mares,
orquídea fresca das noites vagabundas,
serena espécie de contentamento,
surpresa, plenitude.


Vem dos prédios sem almas e sem luzes,
dos números irreais de todas as semanas,
dos caixeiros sem cor e sem família,
das flores que rebentam nas mãos dos namorados
dos bancos que os jardins afogam no silêncio,
das jarras que os marujos trazem sempre da China,
dos aventais vermelhos com que as mulheres esperam
a chegada da força e da vertigem.


Vem, serenidade,
e põe no peito sujo dos ladrões
a cruz dos crimes sem cadeia,
põe na boca dos pobres o pão que eles precisam,
põe nos olhos dos cegos a luz que lhes pertence.


Vem nos bicos dos pés para junto dos berços,
para junto das campas dos jovens que morreram,
para junto das artérias que servem
de campo para o trigo, de mar para os navios.


Vem, serenidade!
E do salgado bojo das tuas naus felizes
despeja a confiança,
a grande confiança.
Grande como os teus braços,
grande serenidade!


E põe teus pés na terra,
e deixa que outras vozes
se comovam contigo
no Outono, no Inverno,
no Verão, na Primavera.


Vem, serenidade,
para que se não fale
nem da paz nem da guerra nem de Deus,
porque foi tudo junto
e guardado e levado
para a casa dos homens.


Vem, serenidade,
vem com a madrugada,
vem com os anjos de ouro que fugiram da Lua,
com as nuvens que proíbem o céu,
vem com o nevoeiro.


Vem com as meretrizes que chamam da janela,
o volume dos corpos saciados na cama,
as mil aparições do amor nas esquinas,
as dívidas que os pais nos pagam em segredo,
as costas que os marinheiros levantam
quando arrastam o mar pelas ruas.


Vem, serenidade,
e lembra-te de nós,
que te esperamos há séculos sempre no mesmo sítio,
um sítio aonde a morte tem todos os direitos.


Lembra-te da miséria dourada dos meus versos,
desta roupa de imagens que me cobre
o corpo silencioso,
das noites que passei perseguindo uma estrela,
do hálito, da fome, da doença, do crime,
com que dou vida e morte
a mim próprio e aos outros.


Vem, serenidade,
e acaba com o vício
de plantar roseiras no duro chão dos dias,
vicio de beber água
com o copo do vinho milagroso do sangue.


Vem, serenidade,
não apagues ainda
a lâmpada que forra
os cantos do meu quarto,
o papel com que embrulho meus rios de aventura
em que vai navegando o futuro.


Vem, serenidade!
E pousa, mais serena que as mãos de minha Mãe,
mais húmida que a pele marítima do cais,
mais branca que o soluço, o silêncio, a origem,
mais livre que uma ave em seu vôo,
mais branda que a grávida brandura do papel em que escrevo,
mais humana e alegre que o sorriso das noivas,
do que a voz dos amigos, do que o sol nas searas.


Vem, serenidade,
para perto de mim e para nunca.


....................................... ................


De manhã, quando as carroças de hortaliça
chiam por dentro da lisa e sonolenta
tarefa terminada,
quando um ramo de flores matinais
é uma ofensa ao nosso limitado horizonte,
quando os astros entregam ao carteiro surpreendido
mais um postal da esperança enigmática,
quando os tacões furados pelos relógios podres,
pelas tardes por trás das grades e dos muros,
pelas convencionais visitas aos enfermos,
formam, em densos ângulos de humano desespero,
uma nuvem que aumenta a vã periferia
que rodeia a cidade,
é então que eu te peço como quem pede amor:
Vem, serenidade!


Com a medalha, os gestos e os teus olhos azuis,
vem, serenidade!


Com as horas maiúsculas do cio,
com os músculos inchados da preguiça,
vem, serenidade!


Vem, com o perturbante mistério dos cabelos,
o riso que não é da boca nem dos dentes
mas que se espalha, inteiro,
num corpo alucinado de bandeira.


Vem, serenidade,
antes que os passos da noite vigilante
arranquem as primeiras unhas da madrugada,
antes que as ruas cheias de corações de gás
se percam no fantástico cenário da cidade,
antes que, nos pés dormentes dos pedintes,
a cólera lhes acenda brasas nos cinco dedos,
a revolta semeie florestas de gritos
e a raiva vá partir as amarras diárias.


Vem, serenidade,
leva-me num vagão de mercadorias,
num convés de algodão e borracha e madeira,
na hélice emigrante, na tábua azul dos peixes,
na carnívora concha do sono.


Leva-me para longe
deste bíblico espaço,
desta confusão abúlica dos mitos,
deste enorme pulmão de silêncio e vergonha.
Longe das sentinelas de mármore
que exigem passaporte a quem passa.


A bordo, no porão,
conversando com velhos tripulantes descalços,
crianças criminosas fugidas à policia,
moços contrabandistas, negociantes mouros,
emigrados políticos que vão
em busca da perdida liberdade,
Vem, serenidade,
e leva-me contigo.
Com ciganos comendo amoras e limões,
e música de harmônio, e ciúme, e vinganças,
e subindo nos ares o livre e musical
facho rubro que une os seios da terra ao Sol.


Vem, serenidade!
Os comboios nos esperam.
Há famílias inteiras com o jantar na mesa,
aguardando que batam, que empurrem, que irrompam
pela porta levíssima,
e que a porta se abra e por ela se entornem
os frutos e a justiça.


Serenidade, eu rezo:
Acorda minha Mãe quando ela dorme,
quando ela tem no rosto a solidão completa
de quem passou a noite perguntando por mim,
de quem perdeu de vista o meu destino.


Ajuda-me a cumprir a missão de poeta,
a confundir, numa só e lúcida claridade,
a palavra esquecida no coração do homem.


Vem, serenidade,
e absolve os vencidos,
regulariza o trânsito cardíaco dos sonhos
e dá-lhes nomes novos,
novos ventos, novos portos, novos pulsos.


E recorda comigo o barulho das ondas,
as mentiras da fé, os amigos medrosos,
os assombros daÍndia imaginada,
o espanto aprendiz da nossa fala,
ainda nossa, ainda bela, ainda livre
destes montes altíssimos que tapam
as veias ao Oceano.


Vem, serenidade,
e faz que não fiquemos doentes, só de ver
que a beleza não nasce dia a dia na terra.


E reúne os pedaços dos espelhos partidos,
e não cedas demais ao vislumbre de vermos
a nossa idade exacta
outra vez paralela ao percurso dos pássaros.


E dá asas ao peso
da melancolia,
e põe ordem no caos e carne nos espectros,
e ensina aos suicidas a volúpia do baile,
e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem,
e não apagues nunca o fogo que os consome.
o impulso que os coloca, nus e iluminados,
no topo das montanhas, no extremo dos mastros
na chaminé do sangue.


Serenidade, assiste
à multiplicação original do Mundo:
Um manto terníssimo de espuma,
um ninho de corais, de limos, de cabelos,
um universo de algas despidas e retrácteis,
um polvo de ternura deliciosa e fresca.


Vem, e compartilha
das mais simples paixões,
do jogo que jogamos sem parceiro,
dos humilhantes nós que a garganta irradia,
da suspeita violenta, do inesperado abrigo.


Vem, com teu frio de esquecimento,
com tua alucinante e alucinada mão,
e põe, no religioso ofício do poema,
a alegria, a fé, os milagres, a luz!


Vem, e defende-me
da traição dos encontros,
do engano na presença de Aquele
cuja palavra é silêncio,
cujo corpo é de ar,
cujo amor é demais
absoluto e eterno
para ser meu, que o amo.


Para sempre irreal,
para sempre obscena,
para sempre inocente,
Serenidade, és minha.


Raul de Carvalho

Raul de Carvalho morreu há 27 anos

(imagem daqui)

Nome: Raul Maria Penedo de Carvalho
Nascimento: 4-9-1920, Alvito
Morte: 3-9-1984, Porto

Poeta português, nasceu a 4 de Setembro de 1920, no Alvito, Alentejo, e morreu a 3 de Setembro de 1984, no Porto. Colaborou, nos anos 40, em Cadernos de Poesia, revelando-se com a publicação de As Sombras e as Vozes, ainda próximo de uma poesia tradicional a que não é alheio o influxo neo-realista. Co-dirigiu, com os poetas António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Luís Amaro, entre 1951 e 1953, a revista Árvore, subscrevendo, no n.° 1, em "A Necessidade da Poesia", como imperativos da escrita poética, a liberdade e a isenção ("Não pode haver razões de ordem social que limitem a altitude ou a profundidade dum universo poético, que se oponham à liberdade de pesquisa e apropriação dum conteúdo cuja complexidade exige novas formas, o ir-até-ao-fim das possibilidades criadoras e expressivas."). É durante esta década que Raul de Carvalho escreve ou publica alguns dos seus títulos mais significativos, recebendo, como reconhecimento da sua actividade, em 1956, o Prémio Simon Bolivar no Concurso Internacional de Poesia de Siena. Colaboraria ainda em Cadernos do Meio-Dia, num itinerário poético de cerca de quarenta anos, permeável por vezes a um imediatismo, herdado de Campos ou Whitman, e onde ecoam "os sinais de um doloroso percurso pessoal" (cf. FERREIRA, Serafim - "Nos Oitenta Anos do Nascimento de Raul de Carvalho", in A Página da Educação, n.° 94, Setembro de 2000). Para Eduardo Lourenço, "a outra metade da inesgotável imagem de Campos, recriação e aprofundamento original de uma similar sensibilidade, revive na obra de Raul de Carvalho, um dos mais autênticos e puros poetas do seu e nosso tempo. A torrente admirável do seu lirismo encobre um pouco o secreto gesto que nela está empurrando sem cessar a solidão do Homem para um ponto que fica algures no universo. Na sua poesia se unificam e resgatam até os bocados que havia a mais na jarra definitivamente partida de Pessoa." (LOURENÇO, Eduardo - Tempo e Poesia, Ed. Inova, Porto, 1974, p. 219).

Há 253 anos, um ataque ao Rei de Portugal deu origem ao processo dos Távoras

 Atentado a D. José

Na noite de 3 de Setembro de 1758, D. José I seguia incógnito numa carruagem que percorria uma rua secundária nos arredores de Lisboa. O rei regressava para as tendas da Ajuda de uma noite com a amante. Pelo caminho, a carruagem foi interceptada por três homens, que dispararam sobre os ocupantes. D. José I foi ferido num braço, o seu condutor também ficou ferido gravemente, mas ambos sobreviveram e regressaram à Ajuda.
Sebastião de Melo tomou o controle imediato da situação. Mantendo em segredo o ataque e os ferimentos do rei, ele efectuou julgamento rápido. Poucos dias depois, dois homens foram presos e torturados. Os homens confessaram a culpa e que tinham tido ordens da família dos Távoras, que estavam a conspirar pôr o duque de Aveiro, José Mascarenhas, no trono. Ambos foram enforcados no dia seguinte, mesmo antes da tentativa de regicídio ter sido tornada pública. Nas semanas que se seguem, a marquesa Leonor de Távora, o seu marido, o conde de Alvor, todos os seus filhos, filhas e netos foram encarcerados. Os conspiradores, o duque de Aveiro e os genros dos Távoras, o marquês de Alorna e o conde de Atouguia foram presos com as suas famílias. Gabriel Malagrida, o jesuíta confessor de Leonor de Távora foi igualmente preso.
Foram todos acusados de alta traição e de regicídio. As provas apresentadas em tribunal eram simples: a) As confissões dos assassinos executados, b) A arma do crime pertencia ao duque de Aveiro e c) O facto de apenas os Távoras poderem ter sabido dos afazeres do rei nessa noite, uma vez que ele regressava de uma ligação com Teresa de Távora, presa com os outros. Os Távoras negaram todas as acusações mas foram condenados à morte. Os seus bens foram confiscados pela coroa, o seu nome apagado da nobreza e os brasões familiares foram proibidos. A varonia Távora e morgadio foram então transferidos para a casa dos condes de São Vicente.
A sentença ordenou a execução de todos, incluindo mulheres e crianças. Apenas as intervenções da Rainha Mariana e de Maria Francisca, a herdeira do trono, salvaram a maioria deles. A marquesa, porém, não seria poupada. Ela e outros acusados que tinham sido sentenciados à morte foram torturados e executados publicamente em 13 de Janeiro de 1759 num descampado, perto de Lisboa, próximo à Torre de Belém.

O guitarrista dos 30 Seconds to Mars nasceu há 32 anos

Tomislav "Tomo" Miličević (Sarajevo, 3 de Setembro de 1979) é o guitarrista principal da banda 30 Seconds to Mars.

De etnia croata, seus pais, Tonka e Damir Miličević, mudaram-se para Troy (Michigan) quando Tomo estava no 3º ano. É o irmão mais novo da modelo e atriz Ivana Miličević e o irmão mais velho de Filip.
É conhecido por ser o guitarrista dos 30 Seconds to Mars, mas antes de ter entrado nessa banda, andava numa pequena banda chamada Mophic.
Nos seus tempos de adolescência, Tomo foi baleado numa perna, mas numa entrevista disse que não sentiu nada e queria manter a bala na sua perna.

Tomo praticou para ser um violinista de concerto; ele começou a tocar quando tinha 3 anos. O seu tio, Bill Miličević é músico profissional e professor na universidade de música de Michingan. Tomo não gostava de guitarras até que descobre o Rock na sua adolescência. A partir daí ficou fã de Nirvana, "Nevermind" foi o primeiro álbum que ele comprou com o seu próprio dinheiro. Mais tarde, Ivana levou-o a ver Nirvana ao vivo, o primeiro concerto de rock a que ele foi.
Tomo com a ajuda do seu pai fez uma guitarra. Que na realidade lhe iria custar mais que uma verdadeira. Tomo tem estado a tocar guitarra profissionalmente há anos. Ele começou a escrever as suas próprias músicas aos 17 anos.
Mais tarde tocou numa banda pequena de Michigan chamada Morphic. Uma vez, depois dos Morphic terem acabado, Tomo vendeu todos os seus instrumentos. Um dia, Shannon Leto, de quem ele tinha contacto, lhe falou de uma audição para a banda 30 Seconds to Mars
A guitarra que ele e o seu pai construíram (Dolphin Telecaster com Distorção e Delay) foi tocada na gravação do álbum dos 30 Seconds to Mars, A Beautiful Lie (2005) na música A Modern Myth. Ele disse numa entrevista que depois de gravar chamou o seu pai para lhe dizer que ele usou a guitarra.
Ele juntou-se aos 30 Seconds to Mars em 2003, quando a banda perdeu o seu primeiro guitarrista.

O Massacre de Beslan foi há 7 anos

 Vítimas do atentado terrorista na escola de Beslan, perpetrado pelos separatistas da Chechénia

A Crise de reféns da escola de Beslan (conhecida também como Cerco à escola de Beslan ou Massacre de Beslan) teve início no dia 1 de Setembro de 2004, quando terroristas armados fizeram mais de 1200 reféns entre crianças e adultos, na Escola Número Um, da cidade russa de Beslan, na Ossétia do Norte.
Os terroristas chechenos colocaram explosivos no prédio da escola e mantiveram os reféns sob a mira de armas por três dias. No terceiro dia da crise, as forças de segurança russas entraram na escola e atacaram os sequestradores, que detonaram explosivos e atiraram nos reféns. O resultado foi a morte de 344 civis, sendo 186 deles crianças e centenas de feridos.
O grupo terrorista liderado por Shamil Bassaiev, denominado "Brigada Chechena de Reconhecimento e Sabotagem" ligado aos separatistas chechenos, assumiu a responsabilidade pelo atentado terrorista à escola, que foi liderado pelo seu principal subalterno inguche, Magomet Yevloyev.


Um dos maiores vigaristas portugueses de sempre nasceu nesta data

(imagem daqui)

Artur Virgílio Alves Reis (Lisboa, 3 de Setembro de 1898 - 9 de Julho de 1955) foi certamente o maior burlão da história portuguesa e possivelmente um dos maiores do Mundo. Foi o cabecilha da maior falsificação de notas de banco da História: as notas de 500 escudos, efígie Vasco da Gama, em 1925.


NOTA: chamar-lhe o maior burlão da História portuguesa parece-nos um exagero - basta ver que houve um senhor, que faz anos daqui a três dias, que conseguiu, em seis anos, duplicar a divida externa portuguesa - e que anda por aí a passear...

sexta-feira, setembro 02, 2011

O autor do primeiro transplante de coração morreu há 10 anos

Christian Neethling Barnard (Beaufort West, 8 de Novembro de 1922 - Paphos, Chipre, 2 de Setembro de 2001) foi um cirurgião sul-africano, o primeiro a realizar um transplante de coração.
Foi um estudante tranqüilo e extremamente dedicado na Escola de Medicina da Universidade da Cidade do Cabo, no início da década de 1940. Esteve nos Estados Unidos, onde assistiu um dos melhores cardiologistas da América, Walton Lilliehei. Na década de 1960 realizou várias experiências com cães, até que outro cirurgião americano, Walter Shumway, anunciou sua intenção de fazer um transplante de coração humano. Barnard adiantou-se e, em 3 de Dezembro de 1967, realizou a primeira operação do gênero. O paciente morreu em poucos dias, mas o do segundo transplante viveu 594 dias após a operação. Barnard ainda fez outros transplantes mas, com artrite reumatóide, foi obrigado a interromper a carreira.

Ho Chi Minh morreu há 42 anos


Hồ Chí Minh (Kiem Lan, 19 de Maio de 1890 - 2 de Setembro de 1969) foi um revolucionário e estadista vietnamita. Nguyễn Sinh Cung nasceu na província de Nghệ An e somente mais tarde seria mundialmente conhecido como Hồ Chí Minh ("aquele que ilumina"). Embora Ho desejasse ser cremado, ele foi embalsamado e seu corpo actualmente encontra-se no seu mausoléu em Hanói.
Em 1911 começa a trabalhar como cozinheiro num navio francês, em que visita o mundo todo, inclusive o Brasil. Instala-se em Londres em 1915; e com 21 anos de idade parte para a França, onde vive como jardineiro e garçon. Envolve-se com os movimentos socialistas Franceses e, em 1920, ajuda a fundar o Partido Comunista Francês. Em 1923 vai para Moscovo estudar tácticas de guerrilha e entra para o Comintern, braço internacional do Partido Comunista Russo. Dois anos depois, é enviado para a China, país de onde é expulso em 1927. Vive em vários países até chegar a Hong Kong, de onde dirige o movimento anti-imperialista na Indochina, dominada pela França desde 1854.
Preso pelos Ingleses em 1930, consegue escapar e refugia-se em Moscovo. Em 1941 funda a Liga pela Independência (Vietminh), para lutar contra os Franceses. Durante a II Guerra Mundial utiliza a guerrilha no combate aos Japoneses, invasores da Indochina. Ao fim do conflito, forma um Estado independente ao norte da região, o Vietname. A França contra-ataca e a Guerra da Indochina só termina em 1954, com a vitória do Vietminh. O país é dividido em dois. Ho Chi Minh, presidente do Vietname do Norte, treina e aparelha as forças da Frente de Libertação Nacional do Vietname do Sul (Vietcong), que visam reunificar o país, o que leva à Guerra do Vietname. Morre em Hanói em 2 de setembro de 1969. Em 30 de Abril de 1975 um tanque Norte-Vietnamita entrou no palácio presidencial do regime Sul-Vietnamita, apoiado pelos Estados Unidos, encerrando mais de dez anos de sangrento conflito. Saigon, antiga capital do Vietname do sul, foi rebatizada posteriormente com o nome de Cidade de Ho Chi Minh.

J. R. R. Tolkien morreu há 38 anos

Sir John Ronald Reuel Tolkien (Bloemfontein, 3 de Janeiro de 1892 - Bournemouth, 2 de Setembro de 1973), mais conhecido simplesmente como J. R. R. Tolkien, foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico.
Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade, com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela linguística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas obras O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, que, postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa.
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e Literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris, Robert E. Howard e E. R. Eddison, devido à grande popularidade de seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica". Vendeu mais de 200 milhões de livros. Sua obra influenciou toda uma geração.
Católico fervoroso, foi grande amigo de C.S. Lewis, autor de As Crónicas de Nárnia, ambos membros do grupo de literatura The Inklings.

A ética republicana e socialista - versão Lello da Comissão de Defesa Nacional e Lello consultor de empresa vendedora de armas

 Lello e os seus irmãos

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Leia-se esta parte de um artigo publicado na revista Sábado de hoje (comprei por causa das "secretas" e da confusão que por lá vai. Ninguém fala do Olrik, no entanto...mas é apenas uma questão de tempo. Amanhã, talvez).
Quanto ao deputado Lello é um primor de ética, deontologia e desfaçatez. É ler e comparar o artigo de João Semedo abaixo publicado, com esta narrativa dos interesses do deputado que se não fosse o 25 de Abril andaria pelos bares a cantar em modo "crooner" um qualquer "I´m singing in the rain..." ou talvez um "I´ve got you under my skin" ou até mesmo um "Una paloma blanca" em tom baladeiro.
Isto está podre de podre. 

in portadaloja - post de José