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quinta-feira, setembro 21, 2023

O livro O Hobbit foi publicado há 86 anos


 

The Hobbit, or There and Back Again (publicado em Portugal como O Gnomo e O Hobbit e, no Brasil, como O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez ou simplesmente O Hobbit) é um livro infanto-juvenil de fantasia escrito pelo filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Publicado originalmente em 21 de setembro de 1937, foi aclamado pela crítica, sendo nomeado à Medalha Carnegie e recebendo um prémio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de melhor ficção juvenil. O romance mantêm-se popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantil.
Situado num tempo "Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens", o livro segue a busca do hobbit caseiro Bilbo Baggins para conquistar uma parte do tesouro guardado pelo dragão Smaug. A jornada de Bilbo leva-o de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro de sua natureza e aplicar a sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria. A história atinge o seu clímax na Batalha dos Cinco Exércitos, onde muitos dos personagens e criaturas dos capítulos anteriores reemergem para se envolver no conflito.
O crescimento pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da história. Juntamente das causas que levam a uma guerra, esses temas levaram os críticos a citar as próprias experiências pessoais de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial como instrumentos na formação da história. O conhecimento académico do autor sobre literatura anglo-saxónica e o seu interesse em contos de fadas também são indicados como influências.
Encorajada pelo sucesso crítico e financeiro do livro, a editora pediu uma continuação. Como o trabalho de Tolkien noseu sucessor, O Senhor dos Anéis, estava evoluindo, o escritor fez algumas acomodações retrospetivas para este em O Hobbit. Essas poucas porém significativas mudanças foram integradas na segunda edição. Seguiram-se outras edições com alterações menores, incluindo aquelas que refletem um conceito variável de Tolkien do mundo de Bilbo. A obra nunca esteve fora de catálogo e o seu legado permanente abrange muitas adaptações para teatro, cinema, rádio, jogos de tabuleiro e video games. Várias dessas adaptações têm recebido reconhecimento da crítica por seus próprios méritos.

quarta-feira, setembro 21, 2022

O Hobbit foi publicado há 85 anos...!

Capa da edição original de 1937, feita a partir de um desenho de Tolkien

Sobrecapa da primeira edição de O Hobbit, tirada de um desenho do autor
 
The Hobbit, or There and Back Again (publicado em Portugal como O Gnomo e O Hobbit e, no Brasil, como O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez ou simplesmente O Hobbit) é um livro infanto-juvenil de fantasia escrito pelo filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Publicado originalmente em 21 de setembro de 1937, foi aclamado pela crítica, sendo nomeado à Medalha Carnegie e recebendo um prémio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de melhor ficção juvenil. O romance se mantêm popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantil.
Situado em um tempo "Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens", o livro segue a busca do hobbit caseiro Bilbo Baggins para conquistar uma parte do tesouro guardado pelo dragão Smaug. A jornada de Bilbo leva-o de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro de sua natureza e aplicar a sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria. A história atinge o seu clímax na Batalha dos Cinco Exércitos, onde muitos dos personagens e criaturas dos capítulos anteriores reemergem para se envolver no conflito.
O crescimento pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da história. Juntamente das causas que levam a uma guerra, esses temas levaram os críticos a citar as próprias experiências pessoais de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial como instrumentos na formação da história. O conhecimento académico do autor sobre literatura anglo-saxónica e seu interesse em contos de fadas também são indicados como influências.
Encorajada pelo sucesso crítico e financeiro do livro, a editora pediu uma continuação. Como o trabalho de Tolkien em seu sucessor O Senhor dos Anéis estava evoluindo, o escritor fez algumas acomodações retrospetivas para ele em O Hobbit. Essas poucas porém significativas mudanças foram integradas na segunda edição. Seguiram-se outras edições com alterações menores, incluindo aquelas que refletem um conceito variável de Tolkien do mundo de Bilbo. A obra nunca esteve fora de catálogo, e seu legado permanente abrange muitas adaptações para teatro, cinema, rádio, jogos de tabuleiro e video games. Várias dessas adaptações têm recebido reconhecimento da crítica por seus próprios méritos.

terça-feira, setembro 21, 2021

O livro O Hobbit foi publicado há 84 anos


   
      
O Hobbit  (título original em inglês: The Hobbit or There and Back Again) é um livro escrito por J. R. R. Tolkien, publicado em 21 de setembro de 1937, cuja narrativa antecede a história contada na série "O Senhor dos Anéis" em 60 anos, no momento em que Bilbo fica com o Um Anel até ao retorno de Sauron, "o senhor das trevas".
  

segunda-feira, setembro 21, 2020

O Hobbit foi publicado há 83 anos


   
   
O Hobbit  (título original em inglês: The Hobbit or There and Back Again) é um livro escrito por J. R. R. Tolkien, publicado em 21 de setembro de 1937, cuja narrativa antecede a história contada na série "O Senhor dos Anéis" em 60 anos, tempo em que Bilbo fica com O Um Anel até o retorno de Sauron, "o senhor das trevas".
  

sábado, setembro 21, 2013

O livro que deu origem a O Senhor dos Anéis foi publicado há 76 anos


O Hobbit  (título original em inglês: The Hobbit or There and Back Again) é um livro escrito por J. R. R. Tolkien, publicado em 21 de setembro de 1937, cuja narrativa antecede a história contada na série "O Senhor dos Anéis" em 60 anos, tempo em que Bilbo fica com o O Um Anel até o retorno de Sauron, "o senhor das trevas".

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Os hobbits indonésios têm finalmente cara

O homem (na verdade, a mulher) das Flores já tem um rosto

Espécie que viveu até há 12 mil anos, numa ilha da Indonésia, era tão pequena que os cientistas chamaram hobbits aos seus membros. Afinal, as criaturas imaginadas por Tolkien em O Senhor dos Anéis até existiram

Na reconstrução facial do Homo floresiensis, a antropóloga Susan Hayes foi moldando a espessura dos músculos e da gordura sobre o crânio de uma mulher com 18 mil anos

Não é propriamente o que se chamaria uma mulher bonita, mas as suas feições eram, sem dúvida, distintivas. Palavras da antropóloga australiana Susan Hayes, depois de ter revelado ao mundo como era o rosto de uma mulher que viveu há 18 mil anos na ilha indonésia das Flores, naquela que é a primeira reconstrução facial de uma pessoa desta espécie de humanos.
A história da descoberta desta espécie, com quase uma década, lançou muita confusão na árvore evolutiva humana, já de si complexa. Em Agosto de 2003, uma equipa de cientistas australianos e indonésios encontrou o fóssil de uma mulher, incluindo o crânio, na gruta de Liang Bua. No ano seguinte, na revista Nature, a equipa anunciava a descoberta e defendia tratar-se de uma nova espécie de humanos. E eis que começava a controvérsia: antes de mais, porque até essa altura estávamos convencidos de que há muito mais tempo éramos os únicos humanos que restavam no planeta.
Na viagem evolutiva dos humanos, os neandertais eram até aí considerados os nossos últimos companheiros. Desapareceram há cerca de 28 mil anos, tendo a Península Ibérica como último refúgio, depois de terem vivido por toda a Europa.
Mas o fóssil da mulher com 18 mil anos, o primeiro exemplar descoberto, serviu de referência para identificar a nova espécie. O Homo floresiensis, ou homem das Flores, teria surgido há cerca de 95 mil anos e a sua existência ter-se-ia prolongado até há 12 mil anos, quando desapareceu e, aí sim, nos deixou sozinhos, como espécie humana, na Terra.
Como a mulher já era adulta, isso mostrava que aqueles humanos teriam apenas um metro de altura e 25 quilos. Por serem tão pequenos, os cientistas pensaram nas criaturas minúsculas do mundo imaginado por J. R. R. Tolkien em O Hobbit e na trilogia O Senhor dos Anéis, a ponto de considerarem chamar-lhe Homo hobbitus, em vez de Homo floresiensis.
Além da sua coexistência tardia com a nossa espécie, o Homo sapiens, os hobbits reais das Flores eram polémicos precisamente devido ao crânio muito pequeno. Isso implicava uma capacidade craniana de apenas 380 centímetros cúbicos, idêntica à dos chimpanzés.

Uma aproximação
Seriam então uma espécie nova ou apenas indivíduos doentes da nossa própria espécie? Referindo-se a esta última hipótese, houve cientistas que avançaram que o homem das Flores sofria de microcefalia, uma patologia caracterizada por um crânio e um cérebro muito pequenos e deficiências mentais. Outra hipótese considerava os hobbits como Homo sapiens pigmeus, pois ainda hoje vivem nas Flores populações de baixa estatura.
Mas, para a equipa que escavou e estudou os fósseis do Homo floresiensis, coordenada pelo arqueólogo Mike Morwood, da Universidade de Nova Inglaterra, na Austrália, uma das provas de que era uma espécie distinta estava na ausência de queixo. Só a nossa espécie tem queixo.
Vários estudos têm reforçado a tese de que o homem das Flores era uma espécie distinta, baseando-se, por exemplo, na comparação da forma do seu cérebro com o de indivíduos microcéfalos e saudáveis da nossa espécie e ainda na análise dos ossos do pulso. O seu lugar na árvore evolutiva e que relação tinha connosco é que continuam por determinar.
Só que, até agora, nunca tínhamos visto uma reconstrução da cara do homem das Flores – ou melhor, da mulher das Flores –, porque só o primeiro exemplar descoberto tem o crânio completo, embora tenham entretanto sido encontrados fragmentos de vários indivíduos.
Especialista em reconstrução facial, Susan Hayes, da Universidade de Wollongong, na Austrália, deu agora um rosto à mulher das Flores, moldando músculos e gordura sobre uma réplica do crânio. Assim, a cara foi ganhando "carne" e o resultado foi divulgado numa conferência de Arqueologia na Universidade de Wollongong, numa altura em que, por todo o mundo, também se tem estreado o filme O Hobbit: Uma Viagem Inesperada.
Maçãs do rosto proeminentes e um nariz largo são algumas surpresas, refere um comunicado da universidade australiana. Perante o resultado, Susan Hayes reconheceu então que a mulher não seria uma beldade. "Não diríamos que era bonita, mas era seguramente distintiva."
Como é que a antropóloga sabia que espessura de tecidos moles pôr no rosto dos hobbits, uma vez que não existem dados específicos para essa população desaparecida? Susan Hayes responde ao PÚBLICO que usou dados existentes para a população mundial com as espessuras médias dos tecidos moles: "São aplicáveis a todas as populações e baseiam-se num grande conjunto de dados, por isso são muito fidedignas. Para o Homo floresiensis, usei um subconjunto destes dados, uma vez que o crânio dela é muito pequeno."
E o que traz de novo a reconstrução do rosto desta mulher? Traz algumas provas sobre a aparência de outros humanos, diz Susan Hayes. "Mas, tal como toda a ciência, os resultados do trabalho baseiam-se no que sabemos hoje sobre o crânio, sobre a sua relação com os tecidos moles e a população em questão. Como todo o meu trabalho, é sempre uma aproximação."
Num comentário ao trabalho, Darren Curnoe, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, disse que o rosto é mais moderno do que esperava. "Os ossos parecem-se um pouco como os dos pré-humanos que viveram há dois ou três milhões de anos, mas, com esta reconstrução, vê-se como são surpreendentemente modernos", disse o especialista em evolução humana. "É interessante ver uma nova abordagem baseada na ciência forense, que pode melhorar a compreensão de como era o aspecto do Homo floresiensis. Até agora, vimos interpretações artísticas, muito bonitas, mas esta dá-nos uma visão mais científica e rigorosa do aspecto do hobbit."

in Público - ler notícia

sexta-feira, setembro 21, 2012

O Hobbit, de J. R. R. Tolkien, foi publicado há 75 anos!

Capa da edição original de 1937, feita a partir de um desenho de Tolkien

Sobrecapa da primeira edição de O Hobbit, tirada de um desenho do autor
 
The Hobbit, or There and Back Again (publicado em Portugal como O Gnomo e O Hobbit e, no Brasil, como O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez ou simplesmente O Hobbit) é um livro infanto-juvenil de fantasia escrito pelo filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Publicado originalmente em 21 de setembro de 1937, foi aclamado pela crítica, sendo nomeado à Medalha Carnegie e recebendo um prémio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de melhor ficção juvenil. O romance se mantêm popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantil.
Situado em um tempo "Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens", o livro segue a busca do hobbit caseiro Bilbo Baggins para conquistar uma parte do tesouro guardado pelo dragão Smaug. A jornada de Bilbo leva-o de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro de sua natureza e aplicar sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria. A história atinge o seu clímax na Batalha dos Cinco Exércitos, onde muitos dos personagens e criaturas dos capítulos anteriores reemergem para se envolver no conflito.
O crescimento pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da história. Juntamente das causas que levam a uma guerra, esses temas levaram os críticos a citar as próprias experiências pessoais de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial como instrumentos na formação da história. O conhecimento acadêmico do autor sobre literatura anglo-saxónica e seu interesse em contos de fadas também são indicados como influências.
Encorajada pelo sucesso crítico e financeiro do livro, a editora pediu uma continuação. Como o trabalho de Tolkien em seu sucessor O Senhor dos Anéis estava evoluindo, o escritor fez algumas acomodações retrospectivas para ele em O Hobbit. Essas poucas porém significativas mudanças foram integradas na segunda edição. Seguiram-se outras edições com alterações menores, incluindo aquelas que refletem um conceito variável de Tolkien do mundo de Bilbo. A obra nunca esteve fora de catálogo, e seu legado permanente abrange muitas adaptações para teatro, cinema, rádio, jogos de tabuleiro e video games. Várias dessas adaptações têm recebido reconhecimento da crítica por seus próprios méritos.

terça-feira, setembro 20, 2011

O livro que deu origem a O Senhor dos Anéis foi publicado há 74 anos

O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez (título original em inglês: The Hobbit or There and Back Again) é um livro escrito por J. R. R. Tolkien, publicado em 21 de setembro de 1937, cuja narrativa antecede a história contada na série "O Senhor dos Anéis" em 60 anos, tempo em que Bilbo fica com o O Um Anel até o retorno de Sauron, "o senhor das trevas".

sexta-feira, setembro 02, 2011

J. R. R. Tolkien morreu há 38 anos

Sir John Ronald Reuel Tolkien (Bloemfontein, 3 de Janeiro de 1892 - Bournemouth, 2 de Setembro de 1973), mais conhecido simplesmente como J. R. R. Tolkien, foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico.
Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade, com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela linguística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas obras O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, que, postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa.
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e Literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris, Robert E. Howard e E. R. Eddison, devido à grande popularidade de seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica". Vendeu mais de 200 milhões de livros. Sua obra influenciou toda uma geração.
Católico fervoroso, foi grande amigo de C.S. Lewis, autor de As Crónicas de Nárnia, ambos membros do grupo de literatura The Inklings.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Paleontologia e paleoantropologia no DN

Hobbit da Indonésia, o primeiro colonizador?


Estudos recentes apontam o 'Homo florensiensis', espécie descoberta em 2003 na Indonésia, como o primeiro a deixar África para colonizar outros pontos do globo


Cerca de um metro de altura, cérebro do tamanho de uma laranja, pés compridos e chatos. Os cientistas chamam-lhe "hobbit", mas não saiu de nenhum livro de Tolkien. Desde 2003 que a descoberta de ossadas de uma nova espécie está a ameaçar revolucionar a história da raça humana.

Quando um grupo de investigadores australianos começou a escavar o solo de Ling Bua, uma caverna de calcário na ilha das Flores, não podia adivinhar que estavam prestes a fazer uma das mais importantes descobertas arqueológicas de sempre. A ilha indonésia escondia, até há pouco mais de seis anos, a existência de uma espécie humana que não constava nos manuais de antropologia, o Homo florensiensis.

Desde essa altura que a descoberta tem causado uma acesa discussão entre cientistas sobre a origem desta espécie, que no início se pensava serem apenas humanos "modernos" que padeciam de doenças como a microcefalia, uma patologia que conduz a um desenvolvimento reduzido do crânio e do cérebro. Uma outra teoria rejeitava o "hobbit" como sendo uma nova espécie, dizendo que estas ossadas pertenceriam aos nossos antepassados Homo erectus, que teriam encolhido devido às condições de vida na ilha. Mas estudos recentes confirmam que se trata efectivamente de uma nova espécie. Desengane-se quem pensa que a discussão acaba aqui. Um artigo publicado ontem pelo editor de ciência do jornal britânico The Observer revela que as últimas pesquisas chegaram a conclusões no mínimo surpreendentes. A expedição liderada por Mike Morwood pode ter resultado na descoberta de um descendente directo do Homo habilis, espécie que apareceu pouco após a extinção do Australopithecus , correspondente ao primeiro estado de evolução da espécie humana.

A notícia está a deixar perplexa a comunidade científica, já que o Homo habilis viveu há cerca de dois milhões de anos, enquanto o "hobbit" se extinguiu apenas há 17 mil anos. São várias as questões que se levantam. Como poderá o "hobbit" ser descendente de uma espécie tão antiga? Como é possível que tenha migrado de África, onde vivia o Homo habilis, até à Indonésia? Os pés chatos e a pequena estatura tornavam a tarefa praticamente impossível. O que é certo é que as pesquisas mostram que o pequeno ser deixou África para colonizar parte do Sudeste asiático há mais de dois milhões de anos.

Esta teoria pode revolucionar a história da raça humana, já que até agora se acreditava que tinha sido o Homo erectus a primeira espécie a deixar o continente africano e a colonizar outros pontos do globo.

"Encontrámos uma ilha onde uma espécie foi separada do resto da evolução durante mais de um milhão de anos", explicou Morwood ao The Observer. O investigador acredita que, por ser uma região remota, a ilha das Flores concedeu uma protecção especial à espécie, que teve uma duração fora do comum, à semelhança de alguns animais que habitaram a ilha. "Houve , por exemplo, os elefantes-pigmeus e o dragão de Komodo, agora temos o Homo florensiensis."

in DN - ler notícia