sexta-feira, maio 10, 2024

Bernardo Sassetti morreu há doze anos...

(imagem daqui)

 

Bernardo da Costa Sassetti Pais, conhecido apenas por Bernardo Sassetti (Lisboa, 24 de junho de 1970 - Praia do Abano, Alcabideche, Cascais, 10 de maio de 2012), foi um compositor e pianista português

Era o filho mais novo de Sidónio de Freitas Branco Pais (Lisboa, Mercês, 11 de novembro de 1925 - Lisboa, São Mamede, 4 de dezembro de 2006) e de sua mulher e prima em 2.º e 3.º graus (casados a 8 de novembro de 1951) Maria de Lourdes da Costa de Sousa de Macedo Sassetti (15 de junho de 1929), de ascendência italiana. O seu pai era neto paterno de Sidónio Pais, sobrinho materno de Luís de Freitas Branco e Pedro de Freitas Branco, primo-irmão de João de Freitas Branco, bisneto do 1.º Conde de Vila Franca do Campo e sobrinho-trineto do 1.º Visconde das Nogueiras. A sua mãe era prima-sobrinha de Luís de Freitas Branco e Pedro de Freitas Branco, prima em 2.º grau de João de Freitas Branco, bisneta do 5.º Visconde de Mesquitela e 3.º Conde de Mesquitela e sobrinha-trineta do 1.º Visconde das Nogueiras.

Iniciou os seus estudos de piano clássico aos nove anos com a professora Maria Fernanda Costa e, mais tarde, com o professor António Menéres Barbosa, tendo frequentado também a Academia dos Amadores de Música. Dedicou-se ao jazz, estudando com Zé Eduardo, Horace Parlan e Sir Roland Hanna. Em 1987 começa a sua carreira profissional, em concertos e clubes locais, com o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet; participa em inúmeros festivais com músicos tais como Al Grey, John Stubblefield, Frank Lacy e Andy Sheppard. Desde então, nos primeiros quinze anos de carreira, apresenta-se por todo o mundo ao lado de Art Farmer, Kenny Wheeler, Freddie Hubbard, Paquito D'Rivera, Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson, Charles McPherson, Steve Nelson, integrado na United Nations Orchestra e no quinteto de Guy Barker com o qual gravou o CD "Into the blue" (Verve), nomeado para os Mercury Awards 95- Ten álbuns of the year. Em novembro de 1997, também com Guy Barker, gravou "What Love is", acompanhado pela Orquestra Filarmónica de Londres e tendo como convidado especial o cantor Sting.

Como compositor destacam-se as suites "Ecos de África", "Sons do Brasil", "Mundos", "Fragments (Of Cinematic Illusion)", "Entropé" (para piano e orquestra) e "4 Movimentos Soltos" (para piano, vibrafone, marimba e orquestra). O seu primeiro trabalho discográfico como líder, Salsetti (Groove/Movieplay), foi gravado em abril de 1994 com a participação de Paquito D'Rivera, o segundo, Mundos (Emarcy/Polygram), em janeiro de 1996.

"Nocturno", lançado pela editora Clean Feed em 2002, foi distinguido com o 1.º Prémio Carlos Paredes. "Índigo" e "Livre" são outras das suas mais recentes gravações de piano solo para a mesma editora.

A 30 de janeiro de 2006 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Bernardo Sassetti foi casado com a atriz Beatriz Batarda, com a qual teve duas filhas, Maria e Leonor Batarda Fernandes Sassetti Pais, de 8 e 6 anos, à data da sua morte.

Faleceu no dia 10 de maio de 2012, na sequência de uma queda de 20 metros duma falésia no Guincho. A Capitania do Porto de Cascais recebeu uma chamada às 15.15 de quinta-feira, 10 de maio, para socorrer “um indivíduo caído numas pedras a norte da Praia do Abano”.

 

Música para cinema

Dedicava-se regularmente à música para cinema, tendo realizado vários trabalhos, de entre os quais se destaca a sua participação no filme do realizador Anthony Minguella - "The Talented Mr. Ripley" (Paramount/Miramax). Para este projeto gravou "My Funny Valentine" com o ator Matt Damon, entre outros temas. Compôs igualmente, em parceria com o trompetista Guy Barker, uma série de temas para serem apresentados na estreia deste filme realizada em Los Angeles, Nova Iorque, Chicago, Berlim, Paris Londres e Roma.

Os seus mais importantes trabalhos de composição para cinema são os seguintes: "Maria do Mar" de Leitão Barros, "Facas e Anjos" de Eduardo Guedes, "Quaresma" de José Álvaro Morais, "O Milagre Segundo Salomé" de Mário Barroso, "A Costa dos Murmúrios" de Margarida Cardoso, "Alice" de Marco Martins, o documentário "Noite em Branco" de Olivier Blanc e a curta-metragem "As Terças da Bailarina Gorda" de Jeanne Waltz. Como solista, participou também no filme "Pax" de Eduardo Guedes e na curta-metragem "Bloodcount" de Bernard McLoughlan.

 

 

in Wikipédia

 


Hoje é dia de ouvir a Guitarra de Coimbra e a música de Artur Paredes...

Dave Mason nasceu há 78 anos


David Thomas "Dave" Mason (Worcester, 10 de maio de 1946) é um cantor, compositormúsico britânico que alcançou sucesso como integrante da banda Traffic. Em sua longa carreira, Mason tocou e gravou com os músicos mais notáveis de sua geração, como Jimi Hendrix, os Rolling Stones, Eric Clapton, George Harrison, os Fleetwood Mac e Cass Elliot.

A sua composição mais conhecida é "Feelin' Alright", gravada pelos Traffic em 1968 e regravada por diversos outros artistas, incluindo Joe Cocker, que obteve enorme êxito com a sua versão em 1969.
 

 


Sid Vicious nasceu há 67 anos...

   
Sid Vicious (nome artístico de John Simon Ritchie-Beverly, Londres, 10 de maio de 1957 - Nova Iorque, 2 de fevereiro de 1979) foi um músico inglês, conhecido por tratar-se de um ícone da cultura punk, baixista da banda Sex Pistols.
Sid Vicious, antes de entrar para a banda Sex Pistols, era o baterista dos Siouxsie & The Banshees. Também foi o vocalista da banda The Flowers of Romance.
    
Infância
Sid Vicious nasceu a 10 de maio de 1957, em Londres. Batizado como John Simon Ritchie, era filho de um ex-guarda, John Ritchie, e de Anne Randall, uma hippie, o que o deixava à vontade. Alguns consideravam-no um pouco problemático desde pequeno, sentia falta de atenção e fazia de tudo para que todos olhassem para ele. A família morava em Lee Green e o seu pai abandonou Anne logo após o seu nascimento.
Com 3 anos, John foi com a mãe para Ibiza (ilha espanhola) com a ajuda financeira do pai. Anne vendia drogas para sobreviver e, após perder o apoio financeiro do "ex", foi obrigada a voltar para a Inglaterra com John.
Após o regresso de Ibiza, John e a mãe não tiveram uma residência fixa e a mãe acabou casando com Christover Beverly, que morreu 6 meses depois, antes mesmo de adotar a criança. Em 1971 (ou 1974 - varia conforme a fonte) John mudou-se para Hackney (com ou sem a mãe, também varia de acordo com a fonte). Segundo o que se conta, o garoto foi estudar fotografia e arte e nessa época já tinha tido empregos temporários e já tinha vendido LSD em concertos, para ajudar a mãe.
     
O encontro com Johnny Rotten
Em Hackney (bairro no nordeste de Londres), John conheceu John Joseph Lydon (que mais tarde se tornou Johnny Rotten), John Wardle e John Gray, formando "o bando de Johns". Nessa época, ficou bastante amigo de John Lydon e já eram considerados estranhos, pois ele pintava os cabelos, influenciado por David Bowie.
Antes de ser Sid Vicious, John eram chamado de Sly e acabou trocando seu apelido após levar uma mordida do roedor de John Lyndon, Sydney, e chamá-lo de perverso (vicious significa perverso em inglês - daí surgiu o nome Sid Vicious).
Sid e John andavam sempre estranhos e Sid inspirava-se muito em David Bowie. John não aguentava mais o fanatismo religioso da família e fugiu de casa, levando Sid com ele.
Abandonando a escola, Sid e o amigo passaram por diversos "squats" (prédios abandonados que são invadidos por jovens, e que passaram a ficar conhecidos por se tornarem centros culturais e de encontros promovidos por punks) e acabaram ficando no apartamento de Linda Ashby, uma prostituta lésbica amiga deles.
   
Formação dos Sex Pistols
Nessa época, Sid vivia sem emprego fixo e a suas ideias anarquistas começavam a surgir. A vida era difícil e, noutro canto da cidade, Malcom McLaren teve a brilhante ideia de criar uma banda (os Sex Pistols) para divulgar sua loja, a Sex, onde vendia roupas para interessados no rock e acessórios considerados "estranhos", que atraiam jovens como Sid e John.
Um dia, Sid e John chamaram a atenção de McLaren na Sex, pelo seu cabelo vermelho e estilo estranho. Os Sex Pistols precisava de um vocalista e Malcon convenceu Lydon a tentar preencher o cargo.
Foi cantando com uma jukebox a música "I'm Eighteen", de Alice Cooper que Lydon se tornou oficialmente vocalista da banda punk e Sid, que acompanhava de perto, se apaixonou de vez pelo estilo.
Sid substituiu David Bowie pelo estilo punk, que cada vez mais crescia, e, no primeiro festival punk, o 100 Club, em Oxford Street, apareceu como baterista da banda Siouxsie & The Banshees. O festival contava com outras bandas, tais como: Subway Seet, The Clash e os próprios Sex Pistols. Mesmo nunca tendo tocado bateria, Sid impressionou com a sua performance, que durou pouco, pois a banda foi criada apenas para o evento. Após a bateria, Sid arriscou-se e passou a vocalista da banda The Flowers of Romance, que também durou pouco.
Os Sex Pistols cresceram mas havia constantes disputas entre Johnny Rotten (Lydon já havia adquirido o novo nome nessa época) e o baixista Glen Matlock - que segundo o que dizem, era o único da banda que realmente sabia tocar.
    
Sex Pistols
Sem Matlock, Malcom foi atrás de Vicious para assumir a vaga de baixista. Sid não sabia tocar mas compensava com o seu estilo e aparência, o mais importante da banda. Em março de 1977, Sid entra para os Pistols e recusa a ajuda de Matlock para aprender a tocar baixo.
Como Sid não sabia tocar baixo, Jones (o guitarrista da banda) teve que ajuda-lo em todas as músicas do álbum da banda, com exceção de "Anarchy in the UK" que o Glen Matlock (baixista original da banda) gravou.
Mesmo que não tivesse nenhum senso sobre como tocar, Sid era uma imagem publicitária enorme para os Pistols e eles fecham um contrato com a A&M Records. Como a festa de comemoração do novo contrato acabou em muita disputa e pancadaria (bem ao estilo deles), pelo que a A&M cancelou tudo e eles ficaram novamente sem gravadora.
Com os problemas causados pelas letras polémicas e desrespeito pelas regras impostas pelo país e pela Rainha da Inglaterra (eles foram proibidos de tocar em território inglês, pelo que fizeram um show num barco, sob as águas da Inglaterra) e foram parar à cadeia. Eles começaram a ser obrigados a tocar escondidos e a palavra "bollocks" no encarte de seu disco (Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols) fez com que ele fosse retirado das lojas.
Para a felicidade de McLaren, os Sex Pistols deixavam notícias por onde passavam. Porém, além de alguns problemas envolvendo Sid e Nancy, as disputas entre os integrantes fez com que a banda finalmente acabasse, em 1978, em São Francisco após a turnê americana.
Os outros integrantes dos Pistols nunca gostaram de Sid, pois achavam-no um idiota.
    
Sid e Nancy
Em novembro de 1977, Sid conheceu Nancy Spungen, por quem se apaixonou. Nancy era uma drogada que tentara a vida como prostituta em Nova York e que acabou apelidada de groupie, por se aproximar de vários astros do rock. Ninguém gostava dela, então ela arriscou a sua sorte em Inglaterra e foi parar ao apartamento da sua amiga Linda, o mesmo de Sid e Johnny, na época em que Sid entrou para os Sex Pistols.
Nancy já era viciada em heroína, enquanto Sid ainda era virgem. Começaram a namorar, e Sid pediu a Nancy que lhe desse heroína, afirmando que já sabia usar. Passou o dia inteiro a vomitar.
Nancy dividia um colchão com Sid no apartamento. Ela relata que lhe tirou a virgindade e o encantou.
Sid uniu-se a ela e aos seus amigos e se viciaram juntos na heroína (ele já tinha a filosofia de vida de viver intensamente e morrer jovem). Ele usava liamba e anfetaminas apenas para se divertir.
Os amigos de Sid tentaram ajudá-lo a sair da situação. Eles achavam que afastá-lo de Nancy seria a solução. Malcon, sem sucesso, tentou sequestrá-la, mas apenas conseguiu mantê-la fora da turnê americana. De qualquer forma, Sid bebia e falava de Nancy o tempo todo durante a turnê, o que comprova que a sua vontade era estar com Nancy.
Após o fim da banda, Sid foi morar com Nancy em Nova York, no hotel Chelsea. Spungen tornou-se a sua manager em 1978. Chegou um momento em que Sid estava convencido de que ele era a alma da banda e que poderia muito bem seguir numa carreira a solo. Até fez uma versão da música My Way (de Paul Anka), mas não foi muito longe. A carreira a solo de Sid fracassou completamente e todo o dinheiro que conseguia era destinado ao vício em heroína.
   
A morte de Nancy
Vicious e a namorada tinham constantes disputas e, em 12 ou 13 de outubro, varia conforme a fonte, ele encontrou a sua namorada morta na casa de banho, com uma facada no abdómen, no quarto nº100 onde moravam. Uma das histórias, diz que Sid estava drogado e a matou. Outra versão, envolve dinheiro desaparecido durante o assassinato e conta que Nancy foi assassinada por um traficante que vivia no apartamento. A terceira versão da história diz que Nancy, drogada, se matou. Ela não esperava nada da vida e eles tinham feito um pacto de suicídio.
Sid foi preso acusado de assassiná-la e, arrasado, tentou se matar várias vezes na cadeia. Enquanto esteve lá, Sid escreveu poesias e músicas para Nancy.
Juntando 30 mil dólares, a gravadora pagou a fiança e Sid foi libertado. Dizem que ele era um bom compositor e que as letras escritas na prisão nunca foram gravadas.
    
A recuperação de Sid e a sua morte
Após ser libertado, Sid começa a namorar Michelle Robinson e, mesmo estando com ela, ele envolveu-se com a namorada do irmão de Patti Smith, Todd Smith. A história acaba com uma luta e Sid agridiu Todd com uma garrafa de cerveja no rosto. Sid regressa à cadeia e mais uma vez sob fiança, sai de lá após 55 dias, com liberdade condicional.
Todos acreditavam na desintoxicação de Sid mas, após uma festa de homenagem pela sua libertação, na casa da sua mãe, ele fechou-se na casa de banho e injetou uma grande dose de heroína. Foi achado morto, deitado de costas na cama do apartamento de Michelle Robinson, na manhã de 2 de fevereiro de 1979, aos 21 anos, de overdose de heroína. Acredita-se que Sid havia roubado a droga à própria mãe (que tinha ido para a prisão por posse de drogas). Uma das últimas pessoas que estiveram com ele naquela noite foi Jerry Only o baixista do Misfits.
Após a morte, a sua mãe encontrou na sua jaqueta uma carta de suicida, que dizia:
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We had a death pact, and I have to keep my half of the bargain. Please bury me next to my baby in my leather jacket, jeans and motorcycle boots. Goodbye.
(Nós fizemos um pacto de morte, e eu tenho que manter a minha parte do acordo. Por favor, enterrem-me ao pé do meu amor com a minha jaqueta, jeans e botas de motard. Adeus.)
Cquote2.svg
- Sid Vicious
Pelo facto de Nancy ser judia e ter sido enterrada num cemitério israelita, Vicious não foi autorizado a ser enterrado próximo de Nancy. Ele foi cremado e conta-se que a sua mãe perdeu parte das suas cinzas no aeroporto de Heathrow e depositou o resto no túmulo de Nancy, contrariando as autoridades judaicas.
O seu romance com Nancy tornou-se a versão de Romeu e Julieta no mundo punk.
   

 


Where The Streets Have No Name...!

quinta-feira, maio 09, 2024

Enjoy The Silence...

Mais novidades interessantes sobre os nossos primos neandertais...

Cientistas revelam o rosto de um neandertal que viveu há 75 mil anos (e avisam que as descobertas podem não ficar por aqui)

 

Reconstrução do rosto de Neandertal que viveu há 75 mil anos

 

Uma mulher de 40 e poucos anos foi enterrada numa gruta há 75 mil anos, numa vala escavada para acolher o seu corpo. A sua mão esquerda estava enrolada debaixo da cabeça e uma pedra atrás da cabeça pode ter sido colocada como almofada.

Conhecida como Shanidar Z, em homenagem à caverna no Curdistão iraquiano onde foi encontrada em 2018, a mulher era um neandertal, um tipo de humano antigo que desapareceu há cerca de 40 mil anos.

Os cientistas que estudam os seus restos mortais juntaram meticulosamente o crânio a partir de 200 fragmentos de ossos, um processo que demorou nove meses. Utilizaram os contornos do rosto e do crânio para guiar a reconstrução e compreender como terá sido a sua aparência.

A impressionante recriação é apresentada num novo documentário “Secrets of the Neanderthals” (Segredos dos Neandertais) produzido pela BBC para a Netflix, que já está disponível para transmissão.

Com os contornos das sobrancelhas pronunciados e sem queixo, os crânios dos neandertais são diferentes dos da nossa espécie, o Homo sapiens, explica Emma Pomeroy, paleoantropóloga e professora associada do departamento de arqueologia da Universidade de Cambridge, que desenterrou o esqueleto e aparece no novo filme. A reconstrução facial de Shanidar Z indica que essas diferenças podem não ter sido tão acentuadas em vida, 
 
 
 
 

“Há alguma liberdade artística aqui, mas no centro está o crânio real e dados concretos sobre o que sabemos acerca destas pessoas”, diz.

“Ela na verdade tem um rosto bastante grande para o seu tamanho”, constata Pomeroy. “Tem o contorno das sobrancelhas bastante grande, que normalmente não veríamos, mas penso que vestida com roupas modernas provavelmente não olharíamos duas vezes.”

Os neandertais viveram na Europa, no Médio Oriente e nas montanhas da Ásia Central durante cerca de 300 mil anos, sobrepondo-se aos humanos modernos durante cerca de 30 mil anos. A análise do ADN dos seres humanos atuais revela que, durante este período, os neandertais e o Homo sapiens se encontraram ocasionalmente e cruzaram entre si.

 

A gruta de Shanidar no Curdistão iraquiano foi escavada pela primeira vez na década de 50; foram aí encontrados os restos mortais de mais de 10 neandertais 

 

Nova análise

Quando Pomeroy escavou o esqueleto pela primeira vez, o seu sexo não foi imediatamente óbvio, porque apenas a metade superior do corpo estava preservada. Faltavam-lhe os ossos pélvicos reveladores. A equipa que inicialmente estudou os restos mortais baseou-se numa técnica relativamente nova que envolve a sequência de proteínas no interior do esmalte dos dentes para determinar o sexo de Shanidar Z, que é revelado pela primeira vez no documentário.

Os investigadores das universidades de Cambridge e Liverpool estimam a altura do espécime em cerca de 1,5 metros, comparando o comprimento e o diâmetro dos ossos do braço com dados relativos a humanos modernos. Uma análise do desgaste dos dentes e dos ossos sugeriu que tinha cerca de 40 anos na altura da sua morte.

“É uma estimativa razoável, mas não podemos ter 100% de certeza, na realidade, de que não eram mais velhos”, afirma Pomeroy. “O que podemos dizer é que se trata de alguém que viveu uma vida relativamente longa. Para essa sociedade, teria sido provavelmente muito importante em termos de conhecimentos e experiência de vida”.

 

O crânio foi encontrado esmagado e fragmentado em 200 pedaços; reconstruí-lo foi um “quebra-cabeças 3D de alto risco”, diz Pomeroy  

 

A gruta onde Shanidar Z foi enterrada é bem conhecida entre os arqueólogos porque uma sepultura neandertal aí descoberta em 1960 levou os investigadores a acreditar que os neandertais poderiam ter enterrado os seus mortos com flores - o primeiro desafio à visão predominante de que os antigos humanos eram tontos e brutos. Investigações posteriores da equipa de Pomeroy lançaram, contudo, dúvidas sobre a teoria do enterro de flores.

m vez disso, suspeitam que o pólen descoberto entre as sepulturas pode ter chegado através de abelhas polinizadoras.

Ainda assim, ao longo dos anos, os cientistas têm encontrado cada vez mais provas da inteligência, sofisticação e complexidade dos neandertais, incluindo arte, cordas e ferramentas.

Os neandertais regressavam repetidamente à Gruta de Shanidar para enterrar os seus mortos. Os restos mortais de 10 deles foram desenterrados no local, metade dos quais parecem ter sido sepultados deliberadamente em série, segundo a investigação.

Os neandertais podem não ter honrado os seus mortos com ramos de flores, mas os habitantes da Gruta de Shanidar eram provavelmente uma espécie empática, sugere a investigação. Por exemplo, um neandertal macho ali enterrado era surdo e tinha um braço paralisado bem como um traumatismo craniano, que provavelmente o tornava parcialmente cego, mas viveu muito tempo, pelo que deve ter sido tratado com carinho, de acordo com o estudo.

Shanidar Z é o primeiro neandertal encontrado na caverna em mais de 50 anos, conta Pomeroy, mas o local ainda pode render mais descobertas. Durante as filmagens do documentário em 2022, Pomeroy encontrou uma omoplata esquerda, alguns ossos das costelas e uma mão direita pertencente a outro neandertal.

“Penso que a nossa interpretação neste momento”, diz, “é que, na verdade, estes são provavelmente os restos mortais de um único indivíduo, que depois foi mexido”.

 

Os paleoartistas holandeses Adrie e Alfons Kennis criaram uma reconstrução facial da mulher de Neandertal para o documentário

 

Reconstruir o crânio

Pomeroy descreve a reconstrução do crânio de Shanidar Z, que tinha sido esmagado relativamente pouco tempo depois da morte, como um “puzzle 3D de alto risco”. Os ossos fossilizados foram endurecidos com uma substância semelhante a cola, removidos em pequenos blocos de sedimentos da caverna e embrulhados em papel de alumínio antes de os investigadores os enviarem para a Universidade de Cambridge para análise.

No laboratório de Cambridge, os investigadores fizeram microtomografias de cada bloco e utilizaram-nas para orientar a extração dos fragmentos de osso. A colega de Pomeroy, Lucía López-Polín, uma conservadora arqueológica do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, em Espanha, juntou mais de 200 pedaços de crânio a olho nu para lhe devolver a forma original.

A equipa digitalizou e imprimiu em 3D o crânio recriado, que serviu de base a uma cabeça reconstruída feita pelos paleoartistas holandeses Adrie e Alfons Kennis, irmãos gémeos que construíram camadas de músculo fabricado e de pele para revelar o rosto de Shanidar Z.

Pomeroy garante que a reconstrução ajudou a “preencher a lacuna entre a anatomia e os 75 mil anos de tempo”.

 

in CNN Portugal

 

Aldo Moro? Não esquemos nem perdoamos o crime das Brigadas Vermelhas...

Billy Joel - 75 anos...!

   
Billy Joel, nascido William Joseph Martin Joel (Bronx, 9 de maio de 1949) é um cantor, compositor e pianista norte-americano.
Em 1973 lançou a sua primeira música de sucesso, "Piano Man".
De acordo com o RIAA, Joel é o sexto artista que mais vendeu nos Estados Unidos, com 78,5 milhões de discos.
Joel tem 10 músicas de sucesso entre os anos 70, 80, e 90; ganhou o Grammy 6 vezes e teve 23 nomeações e já vendeu mais de 150 milhões de álbuns pelo mundo fora. Foi incluído no Songwriters Hall of Fame em 1992, no Rock and Roll Hall of Fame, e no Long Island Music Hall of Fame. Parou de gravar música pop em 1993 mas continuou com turnês (algumas vezes com Elton John). Em 2001 lançou Fantasies & Delusions, um CD com composições clássicas para piano. Em 2007 voltou a gravar um single intitulado "All My Life", seguido de uma extensa turnê (2006-2009) indo a muitas das maiores cidades do mundo.
A coletânea "Greatest Hits Volume I & Volume II" é o disco duplo mais vendido de todos os tempos, segundo lista da RIAA.
O disco de maior sucesso do cantor foi "The Stranger", de 1977.
Em março de 2009, Joel voltou aos palcos com a popular turnê Face to Face com o amigo Elton John. Os dois artistas apresentarem-se juntos pela primeira vez em 1994, mas não tinham voltado com uma turnê desde maio de 2003. A turnê terminou em março de 2010 e atualmente não há novas datas, embora Joel, que firmou o desejo de descansar em 2010, ter dito à revista Rolling Stone: "Nós provavelmente vamos voltar. É sempre divertido tocar com ele."
     
   

 


Viva a Europa, livre e una - a Declaração Schuman foi feita há 74 anos...!

    
O dia da Europa ou dia da União Europeia é uma data comemorativa celebrada anualmente na Europa (ou na União Europeia) no dia 9 de maio. A data escolhida reflete o dia 9 de maio de 1950 em que o estadista francês Robert Schuman avançou com a proposta de uma entidade europeia supranacional. Essa proposta ficou conhecida como a Declaração Schuman e é considerada o embrião da atual União Europeia.
O Dia da Europa é, juntamente com a bandeira, o hino, o lema (Unida na Diversidade) e o euro, um dos símbolos da identidade comum da União Europeia. Os festejos e atividades deste dia proporcionam uma oportunidade de aproximação dos cidadãos europeus ao conceito de Europa unida e dos povos da União entre si.
    

Floyd Council morreu há 48 anos...

  
Floyd Council (Chapel Hill, Carolina do Norte, 2 de setembro de 1911 - Sanford, Carolina do Norte, 9 de maio de 1976) foi um músico de blues norte-americano. Nasceu em Chapel Hill, Carolina do Norte, filho de Harrie e Lizzie Council, e começou a sua carreira musical nas ruas de Chapel Hill nos anos 20 com os seus dois irmãos, Leo e Thomas.
  

 


O neto de Aldo Moro canta, para dar voz ao avô...

Dieterich Buxtehude morreu há 317 anos

 
Dieterich Buxtehude (nascido provavelmente em Helsingborg, 1637 - Lübeck, 9 de maio de 1707) foi um compositor e organista teuto-dinamarquês do período barroco.

 


Costa Cabral nasceu há 221 anos

    
António Bernardo da Costa Cabral (Fornos de Algodres, Algodres, 9 de maio de 1803 - Porto, 1 de setembro de 1889), 1.º conde e 1.º marquês de Tomar, mais conhecido simplesmente por Costa Cabral, foi um político português que, entre outros cargos e funções, foi deputado, par do Reino, conselheiro de Estado efetivo, ministro da Justiça e Negócios Eclesiásticos, ministro do Reino e presidente do Conselho de Ministros. Defensor da Revolução de Setembro de 1836, a sua conduta política evoluiu num sentido mais moderado e, depois de nomeado administrador de Lisboa, foi o principal obreiro da dissolução da Guarda Nacional. Durante o seu primeiro mandato na presidência do ministério, num período que ficaria conhecido pelo Cabralismo, empreendeu um ambicioso plano de reforma do Estado, lançando os fundamentos do moderno Estado português. Considerado um valido da rainha D. Maria II, apesar das suas origens modestas, foi feito conde de Tomar e depois elevado a marquês de Tomar. Foi uma das figuras mais controversas do período de consolidação do regime liberal, admirado pelo seu talento reformador, mas vilipendiado e acusado de corrupção e nepotismo por muitos. Foi obrigado a exilar-se em Madrid na sequência da Revolução da Maria da Fonte, mas voltaria poucos anos depois, demonstrando uma extraordinária capacidade de recuperação e persistência, a ocupar a chefia do governo.
A figura preponderante deste estadista na política portuguesa durante a primeira fase da monarquia constitucional permite afirmar que em torno dela girou toda a política de consolidação institucional do liberalismo que caracterizou o reinado de D. Maria II.
     

Brasão do Marquês de Tomar - daqui
       

Ortega y Gasset nasceu há 141 anos

      
José Ortega y Gasset (Madrid, 9 de maio de 1883 - Madrid, 18 de outubro de 1955) foi um filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político espanhol. Foi o principal expoente da teoria da razão vital e histórica, situado no movimento novecentista.
  
Biografia
José Ortega y Gasset nasceu em Madrid (Espanha), no dia 9 de maio de 1883. A família de sua mãe, Dolores Gasset, era proprietária do jornal “El Imparcial”. O seu pai, José Ortega Munilla, era jornalista e diretor desse jornal (um dos familiares do filósofo fundou o diário El País, um dos mais conhecidos da Europa. Quando criança, Ortega y Gasset estudou em Madrid, mas foi enviado cedo, pela família, para estudar num colégio de jesuítas em Málaga, facto ao qual o filósofo atribui a sua forte reação a esse tipo de educação e ao projeto pessoal de reforma da filosofia.
Formou-se e doutorou-se em Filosofia na Universidade Central de Madrid em 1904, após breve passagem pela Universidade de Deusto, em Bilbao. Dali seguiu para a Alemanha, onde viria a sofrer, na primeira etapa de sua filosofia, a influência da escola de Marburgo, que tinha por figuras principais Hermann Cohen e Paul Natorp com forte inclinação pelo idealismo, o qual Ortega iria combater fortemente, passado algum tempo.
Em 1910 obtém a cátedra de Metafísica na Universidade Central de Madrid. Em 1914 publica o seu primeiro livro Meditaciones del Quijote. Em 1917 torna-se colaborador do jornal El Sol, onde publicaria os seus ensaios España invertebrada (1921) e La rebelión de las masas (1930). Funda a Revista de Occidente em 1923, responsável por traduzir e comentar grandes autores contemporâneos da Filosofia, como Edmund Husserl, Oswald Spengler, Georg Simmel, Hans Driesch e Bertrand Russell.
Após desentender-se com a ditadura espanhola (em 1929 chega a demitir-se da sua cátedra universitária), exila-se na Argentina. Durante o seu exílio voluntário, de 1936 a 1945, em plena Guerra Civil Espanhola e II Guerra Mundial, Ortega y Gasset viveu num longo e famoso silêncio em relação aos conturbados tempos políticos de seu país, sobre o qual muitos acharam motivos para o acusar. No entanto, pelo menos para o sociólogo brasileiro Hélio Jaguaribe – um dos mais conhecidos comentadores do autor no Brasil – no prefácio à sua obra História como Sistema, diz que na maior parte do tempo o filósofo espanhol foi como que um educador do seu povo, a partir de uma profunda convicção de que o que importa, antes de tudo, é a lucidez e a compreensão do mundo para operar nele. Essa alternância entre o empenhamento e o distanciamento crítico configurará as principais fases da existência de Ortega y Gasset. Regressa à Espanha em 1948 e, em 1955, é-lhe diagnosticado um cancro, falecendo no dia 18 de outubro daquele ano.
   

O escultor Henrique Moreira nasceu há 134 anos

(imagem daqui)

 

Henrique Araújo Moreira (Avintes, Vila Nova de Gaia, 9 de maio de 1890 - Porto, 16 de fevereiro de 1979) foi um escultor português.

Formado pela Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno do mestre António Teixeira Lopes, legou-nos uma obra notável, reconhecida em múltiplas distinções, das quais se destacam as medalhas de ouro com que foi galardoado nas exposições em Lisboa e Sevilha.

Na sua vasta obra, onde claramente se perpetua a herança naturalista de oitocentos, ou naquela em que se afirma já um receituário atualizado, pela emergência da estética art déco, como o denuncia a floreira decorativa da Avenida dos Aliados, é manifesta a convergência de uma singular harmonia de linhas e de volumes, de uma correta euritmia e de uma expressividade naturalista que confere às obras uma imensa serenidade. 

 

"Ternura" - bronze, Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha

A última Imperatriz da Áustria e Hungria nasceu há 132 anos

  
Zita Maria da Graça Aldegunda Micaela Rafaela Gabriela Josefina Antonia Luísa Agnes de Bourbon-Parma (em italiano: Zita Maria delle Grazie Adelgonda Micaela Raffaela Gabriella Giuseppina Antonia Luisa Agnese di Borbone-Parma, Viareggio, 9 de maio de 1892 - Zizers, 14 de março de 1989) foi princesa de Parma e última Imperatriz da Áustria, rainha da Hungria e da Boémia, como consorte do imperador Carlos I da Áustria. Ela descendia das famílias reais de Portugal (era neta de D. Miguel I)), França e Espanha.
Filha do duque Roberto I de Parma e da infanta Maria Antónia de Bragança, Zita desposou o então arquiduque Carlos da Áustria em 1911. Carlos tornou-se o herdeiro presuntivo do imperador Francisco José I da Áustria em 1914, após o assassinato do seu tio, Francisco Fernando da Áustria-Hungria, e ascendeu ao trono em 1916.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, os Habsburgos foram depostos com a formação de novos países, tais como a Áustria, a Hungria e a Checoslováquia. Carlos e Zita partiram em exílio para a Suíça e, mais tarde, para a ilha da Madeira, onde Carlos morreu, em 1922. Após a morte de seu marido, Zita e seu filho Oto tornaram-se símbolos de unidade da dinastia exilada.
Uma católica devota, ela criou uma grande família sozinha, tendo ficado viúva aos vinte e oito anos, e permaneceu fiel à memória de Carlos I pelo resto de sua vida.
     

   

Ulrike Meinhof morreu há 48 anos...

Ulrike Meinhof em 1964, antes da RAF e da clandestinidade, com cerca de 30 anos
     
Ulrike Marie Meinhof (Oldemburgo, 7 de outubro de 1934 - Estugarda, 9 de maio de 1976) foi uma jornalista, escritora, ativista e guerrilheira alemã, mais conhecida como fundadora e integrante da organização armada de extrema-esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF) ou Grupo Baader-Meinhof, atuante na Alemanha Ocidental durante cerca de três décadas.
Presa em junho de 1972 e acusada de diversos crimes, depois de dois anos de participação nas atividades da RAF, entre eles assaltos, atentados à bomba, assassinatos e formação de organização terrorista, morreu na sua cela na prisão de Stammheim, em Estugarda, por enforcamento, em maio de 1976. A sua morte, se por suicídio ou assassinato, é alvo de controvérsias até hoje.

Nascida em Oldemburgo em 1934, Ulrike mudou-se para Jena com dois anos de idade com a família, após o seu pai, um historiador de arte, se ter tornado diretor do museu da cidade. O Dr. Werner Meinhof morreu de cancro em 1940, quanto ela tinha cinco anos, fazendo com que a sua mãe alugasse um dos quartos da casa para uma inquilina, Renate Riemeck, para obter uma renda. Em 1946, após a II Guerra Mundial, as Meinhof, juntamente com Renate - que além de inquilina acabou com parte da família -, mudaram-se novamente para a cidade natal de Ulrike, Oldemburgo, depois que Jena passou para o domínio soviético após a Conferência de Yalta. Oito anos depois, sua mãe, Ingeborg, que trabalhou como professora após a guerra, também morreu de cancro e Renate assumiu a adolescente e a sua irmã mais velha sob sua guarda. Renate, uma historiadora e fervorosa anti-nazi, ativa militante socialista, viria a ter grande influência na formação política de Meinhof.
Ulrike completou os estudos secundários em 1955 e foi estudar filosofia, sociologia, pedagogia, literatura e língua alemã em Marburg, onde se envolveu em movimentos reformistas universitários. Em 1957, ela entrou para a Universidade de Münster, onde conheceu o marxista espanhol Manuel Sacristán - que mais tarde traduziria e publicaria alguns de seus escritos - entrou para a União Socialista Alemã de Estudantes (Sozialistischer Deutscher Studentenbund), participando de protestos contra o rearmamento do Bundeswehr e seu envolvimento com armamento nuclear proposto pelo governo de Konrad Adenauer. Lia Jean-Paul Sartre, Herman Hesse, Thomas Mann, Marcel Proust e aprendeu a tocar violino.
Em 1958 ela filiou-se no Partido Comunista da Alemanha - então fora da legalidade - e começou pouco depois a trabalhar na revista Konkret, de linha política esquerdista e independente, da qual seria editora-chefe de 1962 a 1964. Casou-se em 1961 com o co-fundador e editor da revista, Klaus Rainer Röhl, e com ele teve duas filhas gémeas, Regina e Bettina, no ano seguinte. O seu casamento durou até o divórcio, em 1968.
Em 1962, durante a gravidez, foi-lhe diagnosticada um tumor cerebral, depois de sofrer de dores de cabeça contínuas. Temerosa, pois os seus pais morreram de cancro e acreditando ter uma predisposição genética para a doença, mesmo assim Ulrike decidiu esperar até o parto para realizar a operação, em que seu crânio teria que ser aberto, temendo que ela pudesse afetar o desenvolvimento e nascimento das gémeas. Depois de o tumor ser retirado foi diagnosticado como sendo benigno.
    
 RAF
A morte do estudante Benno Ohnesorg, durante manifestações estudantis e de exilados iranianos durante a visita do Reza Pahlevi a Berlim, em 1967, e a tentativa de assassinato do líder estudantil e amigo de Ulrike, Rudi Dutschke, no ano seguinte, levam-na à radicalização. Depois de escrever sobre o julgamento de dois militantes esquerdistas alemães, Andreas Baader e Gudrun Ensslin, processados e condenados por incendiarem duas lojas de departamentos em Frankfurt, em fins de 1968 ou começo de 1969 ela abandonou seu emprego e resolveu unir-se aos dois e suas ideias de revolução, antes escrevendo na revista Konkret o que seria uma de suas mais famosas citações:
Protesto é quando eu digo que algo me incomoda. Resistência é quando eu me asseguro que aquilo que me incomoda nunca mais acontecerá.
Em abril de 1970, Andreas Baader, que, libertado em condicional junto com Ensslin depois de alguns meses preso pelo ataques incendiários de Frankfurt, fugiu depois que a Justiça cancelou a condicional, foi novamente preso em Berlim. Um mês depois, em 14 de maio, Ulrike, no papel de jornalista que faria algumas entrevistas com Baader para um livro, participou do resgate dele do Instituto para as Questões Sociais - local da entrevista para onde ele havia sido levado sob guarda - junto a outros integrantes do já clandestino grupo (apenas ela continuava levando uma vida normal em público). A fuga de Baader, que resultou em três polícias feridos, e a participação de Meinhof nela, viraram notícia nacional na Alemanha e Meinhof passou à clandestinidade.
No dia seguinte, cartazes da polícia começaram a aparecer com a fotografia dos dois e os jornais sensacionalistas e de grande tiragem de Axel Springer traziam a notícia em grandes parangonas, chamando o grupo de Gang Baader-Meinhof, pelo qual ficaram popularmente conhecidos. O filme Bambule, com roteiro de Meinhof, sobre a vida de jovens mulheres num reformatório e programado anteriormente para estrear na televisão alemã dez dias depois, foi retirado da grade de programação. Em 2 de julho, o jornal anarquista 833 publica um manifesto da organização, que assina com o nome oficial de Rote Armee Fraktion (Fração do Exército Vermelho) pela primeira vez. Uma recompensa de 10.000 de marcos é oferecida por sua captura e anunciada em cartazes pelo país.
     
Prisão
Pelos próximos dois anos, ela participou de várias ações do grupo, como roubos a banco e atentados à bomba. Além das ações de campo, Ulrike escrevia manifestos e tratados da RAF. Um dos mais conhecidos e significativos deles foi Das Konzept Stadtguerilla (O Conceito de Guerrilha Urbana), uma resposta ao ensaio publicado por Horst Mahler, outro dos fundadores do Baader-Meinhof e preso desde 1970, que, convertido a novas ideias políticas, criticava as ações do grupo. Nestas publicações, apareceu pela primeira vez o logotipo da organização, uma metralhadora M5 sobre uma estrela vermelha.
Em 22 de outubro de 1971, ela foi participou de um tiroteio com a polícia em Hamburgo durante uma tentativa de prisão. Ulrike e um companheiro conseguiram fugir, depois que um polícia foi baleado e morto. Novamente desaparecida, mais de seis meses se passaram até que se tivesse alguma notícia sua.
Em novembro de 1971, Renate Riemeck tentou argumentar com sua filha adotiva. Ela publicou uma carta em Konkret intitulada 'Desista, Ulrike!', numa mistura de crítica às ações da RAF e elogios a seu passado político e caráter benevolente. Riemeck tentou mudar o ponto de vista de Meinhof, elogiando-a e argumentando com ela. Na carta, ela escrevia que acreditava que a filha era muito inteligente e racional para confundir uma rebeldia antiautoritarismo com o início de uma revolução geral. Também colocou que "a Alemanha não é um lugar para uma guerrilha urbana ao estilo latino-americano" e perguntou.. "Quem ainda entende o impulso moral e político por trás das suas ações?". Renate concluía a carta com um apelo: "Eu não sei até que ponto a sua influência dentro do próprio grupo se estende até onde seus amigos sejam passíveis de considerações racionais. Mas você deve tentar medir as possibilidades reais de um movimento de guerrilha urbana na República Federal Alemã contra a realidade social do país. Você pode fazer isso, Ulrike."
A resposta de Meinhof foi encontrada três semanas depois, dentro de uma lata de lixo. O seu título: "Uma mãe escrava roga à sua filha". Ulrike reescreveu a carta do ponto de vista de uma mãe escrava, Renate Riemeck, pedindo à sua filha que negasse o direito de lutar pela liberdade, voltar atrás e se contentar em ser uma obediente e exemplar escrava, que poderia tornar-se uma supervisora algum dia, se aceitasse as autoridades e a sua vida de escrava. Com esta resposta, Ulricke Meinhof cortou os últimos elos com seu passado e conscientemente decidiu dedicar a sua vida a causa política na qual acreditava.
Em 1 de junho de 1972, Andreas Baader foi preso em Frankfurt, juntamente com Holger Meins e Jan-Carl Raspe, membros da liderança da RAF. Uma semana depois, foi a vez de Ensslin, presa dentro de uma boutique em Hamburgo. Em 14 de junho, a polícia montou uma emboscada num endereço de Hannover, depois da denúncia de que um casal de modos suspeitos estava hospedado num apartamento. O homem do casal, ao descer para telefonar, foi detido armado numa cabine telefónica. Era Gerhard Müller, que havia participado do tiroteio com Meinhof meses antes. Ao baterem na porta do apartamento, Ulrike Meinhof, a última líder da primeira geração do Baader-Meinhof em liberdade, foi presa.
Em dezembro de 1972, ela foi retirada do isolamento da prisão de Köln-Ossendorf, em Colónia, convocada como testemunha no julgamento de Horst Mahler, onde ele a questionou sobre as declarações que ambos teriam dado sobre a invasão, sequestro e morte de atletas de Israel na Vila Olímpica, durante os Jogos Olímpicos de Munique, por terroristas do Setembro Negro. Meinhof, que na época publicou um manifesto intitulado A ação do Setembro Negro em Munique: por dentro da estratégia da luta anti-imperialista, em que fazia reflexões sobre o relacionamento entre alemães, palestinianos e judeus como um resultado da II Guerra Mundial. A pergunta de Mahler a fez responder:
 
Como Auschwitz foi possível? O que era o anti-semitismo na Alemanha? Usou-se o ódio do povo à sua dependência pessoal do dinheiro, como uma maneira de troca, sua busca pelo comunismo. Auschwitz significa que seis milhões de judeus foram assassinados e jogados em aterros sanitários pela Europa, por serem aquilo que lhes foi apontado ser - Dinheiro-Judeus. O que aconteceu foi que o capital financeiro, a elite e os bancos, o núcleo do sistema do capitalismo e do imperialismo, desviou a atenção e o ódio do povo de si mesmo para os judeus.
Após dois anos de audiências preliminares, Ulrike, já então na prisão de segurança máxima de Stammheim juntamente com os outros líderes da RAF, foi condenada a oito anos de reclusão, por sua participação na libertação de Andreas Baader, em 1970. Em agosto de 1975, ela, Baader, Ensslin e Raspe foram conjuntamente acusados em conjuto de 4 homicídios, 54 tentativas de homicídio e formação de organização criminosa. Entretanto, em maio de 1976, quando o julgamento ainda decorria, Meinhof foi encontrada morta.

Morte
Em 9 de maio de 1976, ainda durante o período de julgamento e quando se festejava o Dia da Mãe na Alemanha, Ulrike Meinhof foi encontrada morta na sua cela, enforcada com uma corda improvisada com uma toalha rasgada, sem deixar nenhuma carta de despedida às suas filhas ou aos seus companheiros de prisão, os militantes da Fração do Exército Vermelho (RAF) Andreas Baader, Gudrun Ensslin, Jan-Carl Raspe e Irmgard Möller. A investigação oficial concluiu que se tratara de suicídio, tese contestada por acusações públicas de que a jornalista havia sido assassinada. Massivas demonstrações de protesto de esquerdistas ocorreram por todo o país e bombas explodem em Nice e Paris, na França e na base da Força Aérea dos Estados Unidos em Frankfurt. Nos últimos tempos em que esteve presa, entretanto, Ulrike estava deprimida por conflitos internos com os outros integrantes da organização, que a relegaram ao ostracismo no grupo. Apesar disso, Jan-Carl Raspe declarou que eles acreditavam que ela havia sido assassinada e que as difíceis relações entre ela e Baader-Ensslin na prisão, não eram qualquer evidência de que ela quisesse se suicidar.
Ulrike foi enterrada em Berlim, entre milhares de simpatizantes e discursos de intelectuais de esquerda. No enterro, em 16 de maio de 1976 no bairro de Mariendorf (então Berlim Ocidental), o editor Klaus Wagenbach disse que ela "sucumbiu às circunstâncias alemãs". O poeta Erich Fried enviou para as cerimónias do funeral um telegrama chamando-a de "a maior mulher da Alemanha desde Rosa Luxemburgo". Algumas décadas após sua morte veio à tona a notícia de que o seu cérebro fora retirado pelos patologistas antes do enterro, sem conhecimento da família, e conservado durante 26 anos em formol para estudos num hospital de Magdeburg. A sua filha, a jornalista Bettina Röhl, moveu uma ação contra o Estado e o cérebro foi enterrado na sepultura, juntamente com os restos mortais de Ulrike em 2002.