terça-feira, abril 06, 2021

A Batalha dos Atoleiros foi há 637 anos


Batalha dos Atoleiros ocorreu a 6 de abril de 1384, no actual município português de Fronteiradistrito de Portalegre e a cerca de 60 km da fronteira com Castela, entre as forças portuguesas, comandadas por Nuno Álvares Pereira, e uma expedição punitiva castelhana, enviada por João I de Castela, junto da povoação do mesmo nome, no Alentejo.
D. Nuno Álvares Pereira, chefe militar português que tinha sob o seu comando uma força de 1.500 homens de pé, dos quais 100 besteiros e 300 lanceiros ingleses (cavalaria ligeira e pesada). As forças castelhanas invasoras contavam com um efectivo com 5.000 homens.
Por esta altura, Nuno Álvares Pereira fora nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo este a entrada em Portugal do exército castelhano por aquela zona. Partindo de Lisboa, D. Nuno aumentou o número dos seus homens pelo caminho e aproximou-se do exército inimigo, que intentava cercar Fronteira. Mais numerosos e conscientes que D. Nuno os iria interceptar, os castelhanos enviaram um emissário ao chefe do exército português, tentando dissuadi-lo. Perante a recusa dos portugueses, o exército castelhano foi ao seu encontro. O exército português já os aguardava, formando um quadrado (retângulo, mais precisamente) com a maioria dos veteranos lanceiros ingleses na vanguarda; nas alas e retaguarda estavam os peões, misturados com mais lanceiros ingleses. Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi contida pelos lanceiros ingleses e por virotões, o que gerou grande desordem. A batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano pesadas baixas.
As tropas castelhanas começaram a recuar, sendo perseguidas por todo o resto do dia pelas forças juntadas por D. Nuno Álvares Pereira, que lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da batalha.
A batalha dos Atoleiros constituiu na Península Ibérica a primeira e efectiva utilização das novas técnicas de defesa de forças de infantaria em inferioridade numérica, aprendida dos ingleses, perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas será a técnica de «pé terra»» ou «pé em terra», pela primeira vez usada em Portugal: consistia em peões armados com lanças a esperar a carga da cavalaria inimiga, adoptando uma táctica defensiva.
Uma das mais curiosas notas da batalha é que, embora as forças de Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais importante), do lado português não ocorreu uma única morte, julgam alguns, nem se registaram feridos - algo pouco provável, pois o ataque castelhano consistiu primeiro em atacar a cavalo e, como tal não surtiu efeito, nova investida foi feita a pé, havendo então combate corpo a corpo.
Este facto só por si foi importante pois, para a realidade da Idade Média, um ambiente extremamente condicionado pela religião, a inexistência de mortos ou feridos foi vista como uma prova de que o lado português tinha o apoio de Deus. 


Data6 de abril de 1384
LocalAtoleiros, Fronteira (Portugal)Portugal
Desfecho
  • Vitória portuguesa
Beligerantes
Nações:
Nações:
Comandantes
Liderados por:
Liderados por:
Forças
Total de homens: 1.400 
  • 1,000 soldados a pé
  • 300 cavaleiros
  • 100 besteiros
Total de homens: 5.000
  • 3,000 soldados a pé
  • 2,000 cavaleiros
Baixas
Perdas:
  • Não houve baixas
Perdas:
  • Muitas

As Cortes de Coimbra deram um novo Rei a Portugal há 636 anos

  
De acordo com a decisão tomada pelo Mestre de Avis, pelos nobres e representantes do povo reunidos no mosteiro de São Domingos de Lisboa e a conselho de D. Nuno Álvares Pereira, convocou o primeiro, na qualidade de Defensor do Reino, as cortes de Coimbra nos Paços de El-Rei naquela cidade, para 6 de abril de 1385, com a seguinte ordem de trabalhos:
  • atribuições da coroa;
  • o financiamento da guerra;
  • a formulação dos capítulos que um dos três estados podia propor à resolução real.
  
(...)
  
Abertas as cortes, o dr. João das Regras, notável legista, omitindo o nome do seu candidato, refutou os possíveis direitos daqueles que se apresentavam como pretendentes ao trono de Portugal. Contra Beatriz e João I de Castela, a principal razão invocada foi a quebra pelo rei castelhano do tratado antenupcial de Salvaterra, de março de 1383, e o facto de ser cismático. Mas a despeito de todos os seus argumentos, que visavam demonstrar que o trono estava completamente vago, os seguidores do infante D. João não se deram por vencidos, dizendo que era a ele que o reino pertencia de direito e sem qualquer dúvida. As discussões arrastavam-se, e então, de forma inesperada e arrasadora, o legista exibe e lê a carta em que o Papa Inocêncio VI se tinha recusado a legitimar os filhos do Rei D. Pedro e de D. Inês de Castro, fazendo cessar a oposição por parte de Martim Vasques da Cunha e dos outros apoiantes do infante D. João a que as Cortes elegessem um novo rei. João das Regras propõe então abertamente D. João, Mestre de Avis, para rei de Portugal, o qual é eleito «por unida concordança de todos os grandes e comum povo» (Fernão LopesCrónica de El-Rei D. João I, capítulo 191). Para reforçar a escolha no Mestre de Avis, D. Nuno entra na sala com vários escudeiros bem armados o que reforçou a eleição do Mestre de Avis. Começava assim uma nova dinastia.
Quanto ao «financiamento da guerra», os concelhos autorizaram um «pedido» de 400.000 libras. Seguiram-se os capítulos dos povos, na sua maioria de grande importância, e só a cidade de Lisboa apresentou 36. Os diplomas que despacham os capítulos das cortes têm a data de 10 de abril de 1385.
   

Rafael morreu há 501 anos

Rafael Sanzio, Autorretrato


Rafael Sanzio (em italianoRaffaello SanzioUrbino6 de abril de 1483 - Roma6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Juntamente com Miguel Ângelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
Urbino era então capital do ducado do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato BramantePiero della Francesca e Leone Battista Alberti.
    
     

Há 209 anos um exército luso-britânico conquistou Badajoz

"The Devil's Own" 88º Regimento no cerco de Badajoz - aguarela de Richard Caton Woodville Jr.
 
A Batalha de Badajoz, travada na noite de 6 para 7 de abril de 1812, com o objectivo de capturar aquela praça, então ocupada pelos franceses, foi o culminar de um cerco efectuado pelo Exército de Wellington, com início a 16 de março. A guarnição francesa, sob o comando do General Philippon, só se rendeu quando as forças de Wellington se encontravam já dentro da praça. Este facto originou uma acção de saque que foi dos mais violentos da Guerra Peninsular.

(...)


Após a entrada das tropas anglo-lusas na cidade, iniciou-se o saque que, contra os costumes da época, durou três dias. Aos homens foi permitido divertirem-se durante o resto do dia e a usual e terrível cena de pilhagem teve início o que os oficiais acharam ser prudente evitarem de momento pelo que se retiraram para o exterior da cidade. A memória dos incidentes registados com a população quando as tropas britânicas tinham estado aquarteladas em Badajoz após a Batalha de Talavera (1809) e o facto assumido pelas tropas de que os habitantes que tinham permanecido na cidade eram afrancesados, terão provocado graves excessos neste tipo de ocorrência.
Esta foi uma das ocasiões em que a distinção entre combatentes e não-combatentes desapareceu completamente. Não foi caso único em que, no final da batalha, o sofrimento dos civis – devido a pilhagem, violação, tortura, morte – excedia o da guarnição. Nos costumes da época, poupavam-se os civis e até se negociavam os termos da rendição se a cidade se rendia antes do assalto. No entanto, quando a cidade resistia e era capturada através de uma acção sangrenta, as tropas ficavam fora de controlo e não existiam garantias que defendessem quem quer que seja. Esta prática era utilizada como incentivo e como prémio para as forças de assalto. No entanto, quando uma cidade era abandonada à pilhagem, esta limitava-se a vinte e quatro horas.
Em Badajoz, depois de todas as dificuldades por que passou a força de assalto e das numerosas baixas verificadas, mais de 3.500, os soldados descarregaram a sua raiva sobre a população em três dias de saque.

A captura das praças de Badajoz e Ciudad Rodrigo permitiu aos Aliados controlarem os dois eixos de invasão. A posse destes eixos iria permitir a Wellington tomar a iniciativa e preparar a invasão de Espanha. A preocupação dos franceses já não era a de expulsar os britânicos de Portugal. Para tentarem novamente essa possibilidade teriam de voltar a capturar Ciudad Rodrigo e Almeida no Norte, Badajoz e Elvas no Sul. No entanto o único trem de cerco existente estava empenhado no Cerco de Cadiz. Além disso, o Exército Aliado estava muito mais forte do que em 1810. As tropas portuguesas tinham experiência de batalha e mostraram ser tropas de confiança. A cavalaria britânica tinha recebido importantes reforços. Sem contar com o apoio que os espanhóis viessem a prestar, Wellington dispunha agora de um exército de campanha com cerca de 60.000 homens e estava senhor do terreno onde aquelas fortalezas constituíam fortes bases de operações.

O assassinato dos Presidentes do Ruanda e Burundi foi há 27 anos

Juvénal Habyarimana, presidente da República de Ruanda
  
Juvénal Habyarimana (8 de março de 1937 - 6 de abril de 1994) foi o terceiro presidente da República de Ruanda, cargo que ocupou mais tempo do que qualquer outro presidente do país, até ao momento, de 1973 até 1994. Durante o seu mandato de 20 anos, favoreceu o seu próprio grupo étnico, os hutus, e apoiou a maioria hutu no vizinho Burundi contra o governo tutsi. Ele foi apelidado de "Kinani", uma palavra Kinyarwanda que significa "invencível".
Habyarimana foi descrito pelos críticos como um ditador, que citam o fato de ser reeleito por unanimidade, com 98,99% dos votos em 24 de dezembro de 1978, 99,97% dos votos em 19 de dezembro de 1983, e 99,98% dos votos em 19 de dezembro de 1988. Durante o seu governo, Ruanda tornou-se um Estado totalitário em que os dirigentes do partido tendido à extrema-direita chamado Movimento Republicano Nacional por Democracia e Desenvolvimento exigiam que as pessoas cantassem e dançassem em bajulação ao presidente em concursos de massas de "animação" política. Embora no país, em geral, a pobreza crescesse um pouco menos durante o mandato de Habyarimana, a grande maioria dos ruandeses permaneceu em situação de extrema pobreza.
Em 6 de abril de 1994 foi morto quando seu avião, transportando também o presidente do BurundiCyprien Ntaryamira, foi derrubado perto do Aeroporto Internacional de Kigali. O seu assassinato inflamou as tensões étnicas na região e ajudou a desencadear o genocídio de Ruanda
  
  
  
  
Cyprien Ntaryamira
presidente do Burundi
  
Atentado de 6 de abril de 1994 foi um atentado perpetrado na noite de 6 de abril de 1994 contra o avião que transportava o presidente de Ruanda Juvénal Habyarimana e o presidente do Burundi Cyprien Ntaryamira. Este ataque resultou na morte dos dois presidentes, bem como de todas as demais pessoas que se encontravam no avião.
O avião que levava o presidente ruandês Juvénal Habyarimana e o presidente burundiano Cyprien Ntaryamira foi derrubado enquanto se preparava para pousar em Kigali, no Ruanda. Os assassinatos produziram alguns dos eventos mais sangrentos do final do século XX, o genocídio ruandês e a Primeira Guerra do Congo. A responsabilidade pelo ataque é contestada, com a maioria das teorias propondo como suspeitos os rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa (FPR) ou os extremistas do Hutu Power que se opunham à negociação com a Frente Patriótica Ruandesa. Independentemente da causa dos assassinatos, indubitavelmente resultariam na mobilização nacional imediata de milícias antitutsis, os Interahamwe, que procederam a estabelecer bloqueios de estradas em todo o Ruanda e a massacrar todos os tutsis ou hutus moderados até serem expulsos pelas tropas rebeldes da Frente Patriótica Ruandesa. 
    

Jeanne Hébuterne, a companheira de Modigliani, nasceu há 123 anos...

   
Jeanne Hébuterne (Arras6 de abril de 1898 - Paris, 25 de janeiro de 1920) foi uma pintora francesa.
   
Biografia
Jeanne Hébuterne nasceu a 6 de abril de 1898 em Arras, no norte da França. O seu pai, Achille Casimir Hébuterne, trabalhava como chefe de perfumaria da loja de departamentos Bon Marché, era um ardente admirador de Pascal, lia sempre fragmentos da sua obra enquanto a família descascava batatas para o jantar, o que sempre irritou a Jeanne. O seu irmão, André Hébuterne (1894-1992), ao escolher a arte como profissão, causou a primeira ruptura na conhecida respeitabilidade dos seus pais. Quando Jeanne seguiu o seu irmão no caminho da arte, escolheu estudar na Academia Colarossi, na rua Grande Chaumière, desde pequena mostrou aptidão para a pintura e para o desenho. Possuía estilo próprio e criava suas próprias roupas. De acordo com o escultor Leon Indebaum, Jeanne "no era una luminaria de la vida de los cafés sino una figura menor, interesante por sus exóticos turbantes, su capa marrón y sus botas altas".
Por influência de seu irmão, conheceu Tsuguharu Foujita (1886-1968) pintor francês de ascendência japonesa, personagem característico de Montparnasse, sendo retratada por ele diversas vezes. Jeanne tinha a rosto pálido e ovalado com grandes olhos azuis, usava grandes tranças, era considerada uma mulher tímida, porém de olhar intrigante.
Em 1917, Jeanne conheceu o pintor Amedeo Modigliani no Café de La Rotonde, todos disputavam para saber quem ficaria primeiro com Jeanne, e como Modigliani tinha a fama de mulherengo, ganhou. Primeiro ele desenhou-a, em seguida a levou para um hotel miserável e pintou-a, depois dormiram juntos, tinha ela apenas dezoito anos. Modigliani, que era treze anos mais velho do que ela, era um homem muito considerado e com charme. Começaram a encontrar-se imediatamente e acabaram por se apaixonar. Em 29 de novembro de 1918 dá a luz a uma menina, que recebe o mesmo nome da mãe, Jeanne Modigliani (1918-1984), sendo reconhecida como filha por Modigliani.
No final de junho de 1919, informa Modigliani que estava grávida novamente., ao que este, surpreendido, teria dito: "Não temos sorte!". É afastada da sua família, por escolher viver com Modi. Logo fica comprometida a casar-se com o pintor. A vida do casal não era um mar de rosas e Modigliani tinha a saúde debilitada, devido a uma tuberculose mal curada e ao consumo excessivo de álcool e drogas. Em janeiro de 1920 trouxeram Modigliani, com febre e delirando, não tinha carvão e nem água, era necessário descer até o pátio para tirar água do poço, Jeanne grávida de nove meses estava muito fraca, quase não tinham comida, pois alimentavam-se apenas de sardinhas enlatadas. Ficaram esquecidos por todos e trancados no estúdio durante uma semana. Modigliani delirava e Jeanne desenhava-se a si mesma.

 

Morte
No dia 21 de janeiro de 1920, quando o pintor Ortiz de Zárate aparececeu no estúdio e horrorizado, fez com que Modigliani fosse internado no Hospital de la Charité. Jeanne, atordoada, é levada a casa dos pais, sendo a última vez que viu Modigliani com vida, pois ele morre no dia 24 de janeiro, de tuberculose meningítica, aos 35 anos de idade. Ortiz levou a triste notícia a Jeanne, que estava quase em trabalho de parto. Na manhã seguinte, ela foi até ao hospital para ver Amedeo. Quando entrou no quarto em que o corpo estava, aproximou-se e olhou para ele durante um longo período. Depois, segundo Francis Carco, cortaram a mecha do cabelo de Jeanne e colocaram-no sobre o peito do seu amado, saindo em seguida, sem dizer uma palavra.
À tarde, Jeanne volta para a casa dos seus pais na rua Amyot, nº 8. O seu irmão, André, passa grande parte da noite no quarto de Jeanne em sua companhia, porém, com a proximidade do amanhecer, ele adormece. Jeanne, companheira devotada e grávida de nove meses do segundo filho, aproveita o momento e atira-se de costas do quinto andar da casa de seus pais, tinha 21 anos. O corpo de Jeanne foi recolhido por um homem que o levou até o apartamento da família. Apavorado, André Hébuterne não quis recebê-lo e ordenou que o levasse ao ateliê de Modigliani. O corpo fora então transportado numa carroça até o ateliê da Grand Chaumière , contudo a zeladora recusou-se a recebê-lo. De novo aquele homem com compaixão exemplar conduziu os pobres e rejeitados restos pelo bairro até a delegacia. A polícia acabou com a grotesca peregrinação mostrando uma ordem que obrigava a zeladora do estúdio a receber a defunta. E ali ficou abandonado o corpo de Jeanne.
Uma amiga de Jeanne da École des Arts Décoratifs e da Academia Colarossi, Chantal Quenneville e Jeanne Léger, esposa do pintor Fernand Léger foram até o ateliê. A visão da jovem dotada de tão incondicional amor por Amadeo transtornou-as. Léger foi buscar uma enfermeira para limpar e vestir o corpo.
O enterro de Modigliani, no dia 27 de janeiro de 1920, foi um estrondoso acontecimento público, onde a essa alturas suas obras já haviam experimentado uma vertiginosa valorização, do nada à glória. O corpo de Jeanne Hébuterne foi sepultado no mesmo dia, às escondidas e em penosa solidão, pelos pais, no cemitério de Bagneux. A sua filha foi criada pelas irmãs de Modigliani, e cresceu sem saber o que ocorrera com os pais. Apenas nove anos depois, o irmão mais velho de Modigliani conseguiu convencer a família Hébuterne a trasladar os restos mortais de Jeanne e do seu filho que não nasceu para o cemitério do Père Lachaise, onde, transfigurados pela imaginação e pela lenda, descansam enfim juntos.
Os trabalhos de Jeanne foram guardados pelo seu irmão André, a sete chaves, e apenas em 2000 foram mostrados em público, numa exposição na Itália, com uma sala reservada apenas para as obras do casal.
  
Autorretrato
      

O poeta Daniel Filipe morreu há 57 anos

(imagem daqui)

 
Daniel Damásio Ascensão Filipe
(Ilha da Boavista, Cabo Verde, 11 de dezembro de 1925 - 6 de abril de 1964) foi um poeta e jornalista de Cabo Verde

 

Vida

Daniel Filipe nasceu na Ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1925. Veio para Portugal ainda criança, onde acabaria por concluir o Curso Geral dos Liceus. Mais tarde, foi co-director dos cadernos "Notícias do Bloqueio", colaborador assíduo da revista "Távola Redonda" e do jornal Diário Ilustrado (1956-), e também realizador, na Emissora Nacional, do programa literário "Voz do Império" e revista luso-brasileira Atlântico. Combateu a ditadura salazarista, sendo perseguido e torturado pela PIDE.

Estreou-se em livro no ano de 1949 com "Missiva". A sua obra mais conhecida é porventura A invenção do Amor e Outros Poemas, publicada em 1961, após a edição de uma novela, O manuscrito na garrafa, e o Prémio Camilo Pessanha, pelo livro a Ilha e a solidão (escrito sob o pseudónimo de Raymundo Soares), no ano de 1956. Trabalhou na extinta Agência-Geral do Ultramar e na área jornalística. Grande parte da poesia de Daniel Filipe destaca-se pelo combate ideológico e pelo comprometimento social, o que lhe valeu o estigma de poeta neo-realista. Morreu novo, em 1964, mas deixou uma obra consistente marcada pelos sentimentos de solidão e exílio.

 

in Wikipédia

 

Canto e Lamentação na Cidade Ocupada: Poema 8
 
 
O que menos importa é o fato surrado
Afinal cada qual tem o seu próprio fado

Comer um vez por dia não tem importância
É até um bom preceito de elegância

Recear a prisão.....a pancada....as torturas
ora.....quem os manda meter-se em aventuras

Não chegar o dinheiro para pagar o aluguer
nem para ir ao cinema.....nem para ter mulher

Disparates....doutra forma o poder cai na rua
e....lembrem-se senhores....a revolução continua

 

 
in a invenção do amor e outros poemas, Daniel Filipe

Stravinsky morreu há cinquenta anos...

     
Ígor Fiódorovitch Stravinsky (Oranienbaum17 de junho de 1882 – Nova Iorque6 de abril de 1971) foi um compositorpianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes nas estreias das suas obras.
   


Albrecht Durer morreu há 493 anos

    
Albrecht Dürer (Nuremberga, 21 de maio de 1471 - Nuremberga, 6 de abril de 1528) foi um gravador, pintor, ilustrador, matemático e teórico de arte alemão e, provavelmente, o mais famoso artista do Renascimento nórdico, tendo influenciado artistas do século XVI no seu país e nos Países Baixos. A sua mestria como pintor foi o resultado de um trabalho árduo e, no campo das artes gráficas, não tinha rival. As suas xilogravuras, consideradas revolucionárias, são ainda marcadas pelo estilo gótico. É considerado como o primeiro grande mestre da técnica da aguarela, principalmente no que diz respeito à representação de paisagens. Os seus interesses, no espírito humanista do Renascimento, abrangiam ainda outros campos, como a geografia, a arquitectura, a geometria e a fortificação.
Conseguiu chamar a atenção do imperador Maximiliano I para o seu trabalho, tendo sido por ele nomeado pintor da corte em 1512. Viveu, provavelmente, duas vezes na Itália em adulto. Em 1520, depois da morte do imperador, partiu para os Países Baixos, visitou muitas das cidades do norte e conheceu pintores e homens de letras, como Erasmo de Roterdão. Nos seus últimos anos, em Nuremberga, partindo de estudos de teoria da Arte italianos de autores que o antecederam, ocupou-se principalmente com a elaboração de tratados sobre a medida e proporções humanas, perspetiva e geometria como elementos estruturantes da obra de arte.
Chegou até nós uma quantidade apreciável de documentos pessoais e autobiográficos, como cartas, textos e desenhos acompanhados de anotações minuciosas que permitem uma boa compreensão da sua obra. Esta documentação é ainda enriquecida por diversas fontes que derivam da fama conquistada por Dürer numa idade relativamente jovem.
  
O cavaleiro, a morte e o diabo, 1513, gravura em metal, Museu Boymans Van Beuningen, Rotterdam
   

A Pioneer 11 foi lançada há 48 anos

  
A sonda espacial Pioneer 11 foi uma das primeiras sondas do programa de exploração espacial da NASA. Foi lançada do Cabo Canaveral, Estados Unidos, em 6 de abril de 1973. Depois de atravessar com êxito a cintura de asteroides a 19 de abril de 1974, chegou em 1 de setembro de 1979 a Saturno, fazendo as primeiras fotografias a curta distância do planeta, onde descobriu novas luas e anéis. Depois do seu encontro com Saturno, prosseguiu a sua rota para o exterior do sistema solar, estudando as partículas energéticas do vento solar. Não há mais comunicações com a nave, tendo os últimos dados sido recebidos a 24 de novembro de 1995.
  
História
O projeto para a construção das duas sondas Pioneer 10 e Pioneer 11 foi aprovado em 1969. Cedendo a múltiplas propostas durante a década de 60 os objetivos iniciais da missão foram definidos:
  • Explorar o meio interplanetário para além da órbita de Marte.
  • Investigar a natureza da cintura de asteroides do ponto de vista científico e avaliar eventuais perigos a correr em missões para os planetas exteriores.
  • Explorar o ambiente de Júpiter.
Após o planeamento do encontro com Saturno, muitos outros objetivos foram acrescentados:
  • Mapear o campo magnético de Saturno, sua intensidade, direção e estrutura.
  • Determinar como muitos eletrões e protões de várias energias são distribuídas ao longo da trajetória da nave através do sistema de Saturno.
  • Mapear a interação do vento solar com o sistema de Saturno.
  • Medir a temperatura da atmosfera de Saturno e Titã, a grande lua de Saturno.
  • Mapear a estrutura térmica da atmosfera de Saturno através de observações no infravermelho acoplada com rádio de ocultação de dados.
  • Obter e digitalizar as imagens do sistema de Saturno em duas cores e durante a sequência de medidas de polarimetria no encontro com o planeta.
  • Sondar o sistema de anéis e atmosfera de Saturno com ondas de rádio na banda S.
  • Determinar com maior precisão a massa de Saturno e seus satélites maiores por observações precisas dos efeitos de seus campos gravitacionais sobre o movimento da nave espacial.
  • Como um precursor para a missão Marineer Júpiter/Saturno, verificar o ambiente do plano do anel para descobrir onde ele pode ser seguramente cruzado pela sonda Marineer sem graves danos.
Muitos elementos e a experiência com as sondas Pioneer 11 e 10 provou ser fundamental para as sondas Voyager 1 e Voyager 2, que obtiveram bastante sucesso nos seus objetivos e missões.

 Design e estrutura  

  
Placa Pioneer
Uma placa de ouro-alumínio foi anexada na Pioneer 11 e outra na sua sonda irmã Pioneer 10, foram criadas no caso de uma forma de vida inteligente de outros lugares do universo conseguirem achar ou interceptar a sonda, a placa mostra dois humanos, um masculino e outro feminino, alem de símbolos que mostram a localização da origem da nave, a Terra.

Controle de altitude e propulsão
A nave tinha seis propulsores de 4,5 newtons cada, eles utilizavam hidrazina, a referencia para a Terra era a estrela Canopus e dois sensores solares.

Comunicação
A sonda espacial incluía um sistema redundante de transceptores, um ligado à antena de alto ganho, o outro para uma antena omni e uma antena de médio prazo. Cada transmissor tinha 8 watts e transmite dados em toda a banda S com 2110 MHz para o uplink da Terra e 2292 MHz para downlink para a Terra, com a Deep Space Network a rastrear o sinal. Antes da transmissão de dados, utilizou um codificador convolucional, uma forma de correção de erro, para evitar o envio de dados corrompidos.

Energia elétrica
A energia para a sonda provinha de quatro RTGs SNAP-19 que estavam posicionadas a três metros por uma antena, no lançamento a nave recolhia 155 Watts dos RTGs, quando chegou a Júpiter a potencia era de 140 watts, eram necessários 100 watts para que a sonda funcionasse corretamente.

Computador 
Grande parte do cálculo para a missão na Terra foi realizada e transmitida para a sonda, onde foi capaz de reter na memória, até cinco comandos dos 222 possíveis entradas pelos controladores de terra. A sonda inclui dois descodificadores de comando e uma unidade de distribuição de comando, uma forma muito limitada de processador, para operações diretas na nave espacial. Este sistema exige que os operadores da missão preparem os comandos muito antes de transmiti-los para a sonda. Uma unidade de armazenamento de dados foi incluído para gravar até 6144 bytes de informações recolhidas pelos instrumentos. A unidade de telemetria digital seria então usada para preparar os dados coletados num dos possíveis formatos dos treze antes de transmiti-lo de volta à Terra.

Estado Atual
Em maio de 2010, a sonda encontrava-se já a 80,8 UA do Sol a uma velocidade relativa de 11,4 km/s, na constelação do Escudo.
Em cerca de 14.000 anos ou mais, a sonda ultrapassará os limites da Nuvem de Oort, caso não aconteça nenhum dano físico que a comprometa, libertando-se definitivamente da influência solar.
 
 

Foto de Saturno feita pela Pioneer 11 a 26/08/1979 
   

Isaac Asimov morreu há 29 anos

  
Isaac Asimov (em russo: Исаак Юдович Озимов; transl.: Isaak Yudavich Azimov; Petrovichi, Rússia Soviética, atual Rússia, período entre 4 de outubro de 1919 e 2 de janeiro de 1920 - Brooklyn, 6 de abril de 1992) foi um escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica.
Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, juntamente com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a Série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galático e que logo combinou com a Série Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90.000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre Astronomia, Matemática, a Bíblia, escritos de William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que com falta: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu o seu nome, em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robot humanóide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), num trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robot.
  
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Asimov morreu a 6 de abril de 1992 em Nova Iorque. Foi cremado e as suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou sua segunda mulher, Janet, e as crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da sua morte, a edição da autobiografia de Asimov, It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por SIDA; ele contraiu o vírus HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass em dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infecção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o preconceito antiSIDA estender-se-ia a seus familiares. A família de Asimov considerou divulgar a sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia que ocorreu, quando Arthur Ashe divulgou que ele tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.