D. Nuno Álvares Pereira, chefe militar português que tinha sob o seu
comando uma força de 1.500 homens de pé, dos quais 100 besteiros e 300
lanceiros ingleses (
cavalaria ligeira e pesada). As forças castelhanas invasoras contavam com um efetivo com 5.000 homens.
Por esta altura, Nuno Álvares Pereira fora nomeado pelo
Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo, temendo este a entrada em Portugal do
exército castelhano por aquela zona. Partindo de
Lisboa,
D. Nuno aumentou o número dos seus homens pelo caminho e aproximou-se
do exército inimigo, que intentava cercar Fronteira. Mais numerosos e
conscientes que D. Nuno os iria intercetar, os castelhanos enviaram um
emissário ao chefe do exército português, tentando dissuadi-lo. Perante
a recusa dos portugueses, o exército castelhano foi ao seu encontro. O
exército português já os aguardava, formando um quadrado (retângulo,
mais precisamente) com a maioria dos veteranos lanceiros ingleses na
vanguarda; nas alas e retaguarda estavam os peões, misturados com mais
lanceiros ingleses. Os castelhanos atacaram com a cavalaria, que foi
contida pelos lanceiros ingleses e por virotões, o que gerou grande
desordem. A batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano
pesadas baixas.
As tropas castelhanas começaram a recuar, sendo perseguidas por todo o
resto do dia pelas forças juntadas por D. Nuno Álvares Pereira, que
lhes deu caça até à distância de cerca de sete quilómetros do local da
batalha.
A batalha dos Atoleiros constituiu na
Península Ibérica
a primeira e efetiva utilização das novas técnicas de defesa de
forças de infantaria em inferioridade numérica, aprendida dos ingleses,
perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas
será a técnica de «pé terra»» ou «pé em terra», pela primeira vez usada
em Portugal: consistia em peões armados com lanças a esperar a carga da
cavalaria inimiga, adotando uma tática defensiva.
Uma das mais curiosas notas da batalha é que, embora as forças de
Castela tenham sofrido perdas muito elevadas, principalmente com muitos
mortos entre a cavalaria pesada (que era a força castelhana mais
importante), do lado português não ocorreu uma única morte, julgam
alguns, nem se registaram feridos - algo pouco provável, pois o ataque
castelhano consistiu primeiro em atacar a cavalo e, como tal não surtiu
efeito, nova investida foi feita a pé, havendo então combate corpo a
corpo.
Este facto só por si foi importante pois, para a realidade da
Idade Média, um ambiente extremamente condicionado pela
religião, a inexistência de mortos ou feridos foi vista como uma prova de que o lado português tinha o apoio de Deus.
Data | 6 de abril de 1384 |
Local | Atoleiros, Fronteira (Portugal), Portugal |
Desfecho |
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Beligerantes |
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Comandantes |
Liderados por:
| Liderados por:
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Forças |
Total de homens: 1.400
- 1,000 soldados a pé
- 300 cavaleiros
- 100 besteiros
| Total de homens: 5.000
- 3,000 soldados a pé
- 2,000 cavaleiros
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Baixas |
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