sábado, dezembro 31, 2011

A União Soviética acabou há 20 anos

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O enfraquecimento do governo da União Soviética levou a uma série de eventos que terminaram por causar a dissolução da União Soviética, um processo gradual que ocorreu entre cerca de 19 de janeiro de 1990 a 31 de dezembro de 1991.
O golpe de agosto de 1991 praticamente abriu as comportas para o movimento de independência das repúblicas que compunham a União Soviética. As repúblicas do Báltico já tinham tentado separar-se em 1990, mas foram severamente reprimidas. Com o fracasso do golpe, o cenário mudou totalmente. As forças conservadoras estavam derrotadas e quem mandava realmente era Bóris Yeltsin – e não mais Gorbatchev, cujo poder estava completamente esvaziado.
Já no mês seguinte, setembro, as repúblicas da Letónia, Estónia e Lituânia, uma após a outra, reafirmaram, agora em caráter definitivo, suas declarações de independência. A própria Rússia foi um dos primeiros países a reconhecer a independência dessas repúblicas. Estava aberto o processo para as outras, que em sua grande maioria também se declararam independentes.
Outra conseqüência importante do golpe foi a suspensão, determinada por Yeltsin em toda a Rússia, das atividades do Partido Comunista, que implicou até mesmo o confisco de seus bens. A KGB, o poderoso serviço secreto soviético, teve sua cúpula dissolvida. Gorbatchev admitiu a implosão da União Soviética, mas ainda tentou manter o vínculo entre as repúblicas, propondo a assinatura do chamado Tratado da União. Mas suas palavras não tiveram eco, e o processo de separação se tornou irreversível.
Em 4 de setembro de 1991, Gorbatchev, como presidente da União Soviética, Boris Iéltsin, na qualidade de presidente da Rússia, e mais os líderes de outras nove repúblicas, em sessão extraordinária do Congresso dos Deputados do Povo, apresentaram um plano de transição para criar um novo Parlamento, um Conselho de Estado e uma Comissão Econômica Inter-Republicana. Embora tentasse estabelecer os parâmetros para uma nova união entre as diversas repúblicas, esse plano, na verdade, significava o desmantelamento formal da estrutura tradicional do poder soviético. De qualquer forma, a proposta acabou sendo aprovada.
Percebendo a importância de Gorbatchev para a estabilidade da nação, naquele momento, Yeltsin prometeu o apoio da República russa ao novo plano.
Enquanto isso, os líderes ocidentais também davam sinais de uma clara preferência pela permanência de Gorbatchev no poder, embora demorassem a assumir o compromisso de uma ajuda econômica mais efetiva à União Soviética.
O agravamento da situação econômica era justamente o que tornava mais delicada a posição de Gorbatchev. Decididamente, o povo soviético tinha perdido a paciência com os problemas econômicos, que se manifestavam na vida diária de cada cidadão. A desorganização da economia era visível nas prateleiras vazias dos supermercados e nas filas intermináveis para comprar os produtos mais corriqueiros, como sabonete ou farinha de trigo.
Aprovado o plano de mudanças, faltava agora conseguir a assinatura do Tratado da União com todas as repúblicas. Mas em 1º de dezembro de 1991 a situação se precipitou com a consolidação da independência da Ucrânia, aprovada em plebiscito por 90% da população.
Uma semana depois, numa espécie de golpe branco contra Gorbatchev, os presidentes das repúblicas da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, reunidos na cidade de Brest (Bielorrússia), criaram a Comunidade de Estados Independentes (CEI), decretando o fim da União Soviética.
Diante disso, James Baker, secretário de Estado norte-americano, declarou: “O Tratado da. União sonhado pelo presidente Gorbatchev nunca esteve tão distante. A União Soviética não existe mais”. De facto, em 17 de dezembro Gorbatchev foi comunicado de que a União Soviética desapareceria oficialmente na passagem de Ano Novo.
No dia 21 de dezembro, os líderes de 11 das 15 repúblicas soviéticas reuniram-se em Alma Ata, capital do Casaquistão, para referendar a decisão da Rússia, Ucrânia e Bielo-Rússia e oficializar a criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI) e o fim da União Soviética.

Antecedentes
A política de abertura económica e política levada a cabo por Mikhail Gorbatchev, secretário-geral do Partido Comunista no final dos anos 1980, desencadeou mobilizações pela independência de povos minoritários no país. Sob pressão externa e atravessando uma crise económica, o governo central concordou com a reorganização do país numa União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, conferindo maior poder às administrações locais.
Em agosto de 1991, um golpe de estado depôs Gorbachev por três dias; a linha-dura do Partido Comunista tentou reassumir o controle da URSS e impedir o prosseguimento das reformas.
Liderada por Boris Ieltsin, a população revoltosa forçou a volta de Gorbachev ao governo. Em resposta ao golpe, o Partido Comunista soviético foi banido da Rússia pelo então presidente Ieltsin. Após sua restituição, Gorbachev não possuía mais que um poder esvaziado, e o controle da União fora enfraquecido. Em 25 de dezembro de 1991 Gorbachev renunciou à presidência da URSS e em 31 de dezembro todas as funções administrativas do país cessaram de existir.


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Donna Summer - 63 anos

LaDonna Adrian Gaines, conhecida mundialmente como Donna Summer (Boston, Massachusetts, 31 de dezembro de 1948) é uma cantora pop norte-americana mais conhecida por suas gravações em estilo disco dos anos 70, que deram a ela o título de Rainha da Disco. Com 37 anos de carreira, estima-se que tenha vendido mais de 130 milhões de cópias de seus discos.

Summer foi um caso raro na música disco, pois sua carreira iniciou-se antes da "explosão" daquele estilo, e continuou após aquela fase. Apesar de ela ser uma das mais conhecidas artistas da "Era Disco'", seu repertório incluiu diversos géneros, incluindo "rhythm'n blues" e rock, tendo ganho prémios "Grammy" nestas categorias. Seu trabalho ainda é aplaudido pela crítica e ela permanece como uma das poucas artistas da Era Disco' ainda aceitas pela crítica atual.
Summer começou cantando no coral da igreja que frequentava. Mais tarde juntou-se a um grupo de rock chamado The Crow. Poucos meses antes de concluir o ensino médio, Summer deixou o curso e se juntou à produção alemã do musical Hair. Posteriormente mudou-se para a Europa, participando de vários musicais.
Após mudar-se para Munique, Alemanha, Summer casou-se com Helmut Sommer ("Summer" é uma anglicização do nome "Sommer") e trabalhou em vários musicais e teatros. Em 1971, lançou a música "Sally Go 'Round the Roses", seu primeiro trabalho solo, sem sucesso. Após conhecer Giorgio Moroder e Pete Bellotte, lançou seu primeiro LP, Lady of the Night em 1975, com algum sucesso na Europa. Sua música Love to Love You Baby foi um grande "hit" no continente. A gravadora Casablanca Records começou a distribuir o álbum nos EUA, tornando-a uma sensação por lá também. Em seguida surgiu uma versão de 17 minutos de Love to Love You Baby aclamada pela crítica, e que estabeleceu um padrão hoje conhecido por "extended mix": versões extensas voltadas para pistas de dança.
Continuando a trabalhar com Moroder and Bellotte, surgiu o disco A Love Trilogy em 1976 e, no mesmo ano, o álbum conceptual Seasons of Love. O trabalho seguinte, I Remember Yesterday (de 1977) incluía o sucesso "I Feel Love", a primeira música de sucesso com acompanhamento inteiramente feito por sintetizador. Esta música, de enorme sucesso, influenciou o desenvolvimento da "disco' music" e do techno, graças às inovações introduzidas por Moroder.
Once Upon a Time foi lançada pouco depois de I Remember Yesterday; foi novamente uma produção conceptual, tendo como tema o conto de fadas Cinderela. Depois de atuar (e ganhar um Grammy pela trilha sonora) na comédia Thank God It's Friday ("Até que enfim é sexta-feira"), Summer lançou um álbum ao vivo, Live and More com outro enorme sucesso: MacArthur Park. Seu talento como compositora apareceu em Bad Girls (1979), e também em "Hot Stuff", ganhadora de outro Grammy. A música On the Radio, também de 1979, chegou a n-o 1 nas paradas americanas. Neste ano, gravou também um dueto com Barbra Streisand na música Enough is Enough (No More Tears).
Summer então decidiu deixar a gravadora Casablanca Records e assinar com a Geffen Records. Seu primeiro álbum pela Geffen foi The Wanderer, de 1980, que incluía influências do R&B e do rock. O álbum seguinte, I'm a Rainbow, só foi lançado em 1996 pois a Geffen não acreditava que fosse bom. Ao invés disso, a Geffen fez com que Donna Summer deixasse Moroder e Bellotte, seus compositores de longa data, e tivesse como produtor Quincy Jones, no álbum seguinte, "Donna Summer", o qual teve os sucessos "Love is in Control (Finger on the Trigger)" e a balada " The Woman in Me". Teve ainda a música de Vangelis chamada "State of Independence" com estilo New Age.
Em 1983, como parte do acordo judicial assinado com a Casablanca Records, Summer lançou o álbum She Works Hard for the Money, com produção de Michael Omartian. O que deveria ser apenas uma obrigação, transformou-se num estrondoso sucesso. Além da canção-título, outro grande hit foi "Unconditional Love". De volta à Geffen, seus trabalhados posteriores ("Cats Without Claws" e "All Systems Go") não foram tão bem recebidos pelo público, apesar de aclamados pela crítica.
Em relativo ostracismo, Donna Summer voltaria ao posto de diva da dance music através do álbum Another Place and Time, sob produção dos "hitmakers" ingleses Stock, Aitken e Waterman, mentores de artistas como Rick Astley e Kylie Minogue. Faixas como "This Time I Know It's For Real", "Love's About To Change My Heart" e "I Don't Wanna Get Hurt" ganharam as paradas de sucesso internacional. Curiosamente, no Brasil, a canção "Breakaway" tornou-se um grande sucesso, talvez um dos maiores da cantora no país, mas apenas 3 anos depois, em 1992, com a primeira visita da cantora para uma tournée.
Em 1991, foi lançado Mistaken Identity, fortemente influenciado pelo estilo R&B e que obteve pouca repercussão. Apenas em 2008, Donna Summer lançaria um novo disco apenas de canções inéditas, intitulado Crayons. Nesse intervalo, a cantora permanceu ativa, lançando vários singles decorrentes de participações em trilhas sonoras, coletâneas e projetos especiais ("Carry On", "Melody Of Love", "Whenever There Is Love", "The Power Of One", "I Will Go With You"). Além disso, em 1996, participou do álbum "Gently", de Liza Minnelli, no dueto "Does He Love You".


A Zona do Canal do Panamá deixou de ser norteamericana há 12 anos

 Jimmy Carter e Omar Torrijos apertam as mãos momentos depois da assinatura dos Tratados Torrijos-Carter

Os Tratados Torrijos-Carter (às vezes referidos no singular como o Tratado Torrijos-Carter) são dois tratados assinados entre os Estados Unidos da América e o Panamá em Washington, DC em 7 de setembro de 1977, anulando o Tratado Hay-Bunau-Varilla assinado em 1903.
Esses dois tratados garantiam ao Panamá o controle do Canal do Panamá - até então sob controle dos Estados Unidos - a partir de 1999. Os tratados são assim chamados em homenagem aos dois signatários, o presidente estado-unidense Jimmy Carter e o líder panamense Omar Torrijos. Torrijos não fora eleito democraticamente, tendo tomado o poder através de um golpe de estado em 1968, mas considera-se, em geral, que teve um grande apoio no Panamá para a assinatura desses tratados.
O primeiro tratado é chamado oficialmente de The Treaty Concerning the Permanent Neutrality and Operation of the Panama Canal (Tratado referente à Neutralidade Permanente e à Operação do Canal do Panamá), normalmente referido como the Neutrality Treaty (O tratado de Neutralidade). Nesse tratado, os EUA mantêm o direito permanente de defender o canal de qualquer ameaça que possa interferir com seu serviço neutro continental a navios de todos os países.
O segundo tratado é chamado de The Panama Canal Treaty (O tratado do Canal do Panamá). É este tratado que garantia que, depois do ano 2000, o Panamá assumiria o controle total das operações do canal e tornar-se-ia o primeiro responsável por sua defesa.



O canal e a Zona do Canal em torno foram administrados pelos Estados Unidos até 1999, quando o controle foi passado ao Panamá, como previsto pelos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977, nos quais o presidente dos estados-unidos Jimmy Carter cede aos pedidos de controle dos panamenhos. Os tratados previam uma passagem gradual do controle aos panamenhos, que se terminou pelo controle total do canal pelo Panamá em 31 de Dezembro de 1999.
O Panamá tem, desde então, melhorado o Canal, quebrando recordes de tráfego, financeiros e de segurança ano após ano. O Canal do Panamá foi declarado uma das Sete maravilhas do Mundo Moderno pela Sociedade estado-unidense de engenheiros civis.

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Punk's not death!

Recordar música de aniversariante de hoje


Space Cowboy


Há cinco anos a ETA quebrou o seu próprio cessar-fogo com um atentado que matou duas pessoas

 Estado en el que quedó la zona del módulo D de Barajas tras el atentado

El atentado de la T4 consistió en la explosión de un furgoneta bomba que miembros de la organización terrorista ETA habían situado en uno de los aparcamientos de la Terminal 4 del Aeropuerto de Madrid-Barajas, Madrid, el 30 de diciembre de 2006, sábado, a las 09:01 (hora española).
El fuerte estallido causó la muerte de dos personas, hirió a una veintena y provocó importantes destrozos en las infraestructuras del aeropuerto, así como suspensiones y retrasos en los vuelos.
A nivel político, el atentado se produjo en el contexto de un proceso de paz del Gobierno español y la banda terrorista, la cual había declarado un "alto el fuego permanente".
Finalmente los cuatro implicados en el atentado fueron detenidos durante la misma legislatura.

Atentado ETA Barajas.jpg
Columna de humo en el aeropuerto de Barajas tras la explosión de una furgoneta bomba el 30 de diciembre de 2006
Lugar Aeropuerto de Madrid-Barajas, Madrid, España
Blanco(s) Aeropuerto de Madrid-Barajas
Fecha 30 de diciembre de 2006
09:01 (UTC+1)
Tipo de ataque Atentado terrorista
Arma(s) furgoneta bomba
Muertos 2
Heridos 20
Perpetrador(es) ETA
Motivo dinamitación de la tregua


A Compra Gadsden determinou as fronteiras continentais finais dos Estados Unidos há 158 anos

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A Compra Gadsden designa a aquisição ao México pelos Estados Unidos, em 1853, de territórios com uma área total de aproximadamente 77.770 km2, actualmente situados no sul dos estados norte-americanos do Arizona e Novo México. Incluía territórios a norte do Rio Gila e a oeste do Rio Grande. Esta compra definiria as fronteiras finais do território continental dos Estados Unidos.

Antecedentes
Após o final da Guerra Mexicano-Americana de 1848, continuavam por resolver as disputas fronteiriças entre os Estados Unidos e o México. O território que hoje constitui o sul dos estados do Arizona e Novo México fazia parte de uma proposta para a construção de uma linha de caminho de ferro transcontinental. O então secretário de guerra americano, Jefferson Davis, convenceu o presidente Franklin Pierce a enviar James Gadsden (que tinha interesses pessoais nesta rota de caminho de ferro) para negociar com o México a compra destes territórios.

A compra
Segundo o acordo estabelecido em 30 de Dezembro de 1853 (Tratado de La Mesilla) entre James Gadsden e o presidente mexicano Antonio López de Santa Anna, os Estados Unidos pagaram ao México 10 milhões de dólares (equivalentes a 233 milhões de dólares de 2004), em troca da cedência territorial mexicana. O tratado incluía uma provisão que permitia aos Estados Unidos construir um canal transoceânico através do Istmo de Tehuantepec, mas os Estados Unidos nunca fizeram uso dela. Além do objectivo da construção da linha de caminho de ferro transcontinental, a Compra Gadsden tinha também como objectivo compensar o México pelos territórios ocupados pelos Estados Unidos após o final da guerra mexicano-americana. O Tratado de Guadalupe Hidalgo de 1848 pusera termo ao conflito militar entre os dois países, mas atribuía apenas uma compensação simbólica pelos territórios perdidos pelo México durante a guerra.

O último Rei da Roménia abdicou, com uma arma apontada à cabeça, há 64 anos





Miguel de Hohenzollern-Sigmaringen, nascido em 25 de Outubro de 1921 foi o último rei da Roménia Maior no século XX, com o título de Rei Miguel I da Roménia (em romeno, Majestatea Sa Regele Mihai I de România). Reinou entre 20 de Julho de 1927 e 8 de Junho de 1930, e novamente de 6 de Setembro de 1940 até 30 de Dezembro de 1947, quando foi deposto, indo viver no exílio desde então.

Ele é primo em terceiro grau da rainha Isabel II do Reino Unido, e uma das últimas figuras públicas da era da Segunda Guerra Mundial ainda vivas.
Miguel (Mihai) assumiu o trono após a morte de Fernando I da Roménia, em 1927, devido à renúncia ao trono, em Dezembro de 1925, do príncipe herdeiro Carlos (Carol). Como era menor de idade, foi estabelecida uma regência. Em 1930, Carol retorna ao país, a convite de políticos que estavam insatisfeitos com a regência, e foi proclamado rei. Miguel foi proclamado príncipe.
Em 1940 o regime pró-Alemanha do marechal Ion Antonescu realizou um golpe contra Carol, que era considerado antialemão. Mihai foi novamente proclamado rei, mas aos 18 anos de idade era apenas uma figura decorativa do governo Antonescu.
Em 1944, com o avanço das forças da União Soviética, Miguel juntou-se aos políticos pró-Aliados e deu um golpe de estado contra Antonescu, que foi preso. O rei Miguel proclamou a lealdade da Roménia aos Aliados, mas isto não foi suficiente para impedir uma invasão soviética.
Em Março de 1945, o rei Miguel foi forçado a indicar um governo pró-soviético encabeçado pelo Partido Comunista da Roménia. Sob o governo comunista, Miguel novamente foi pouco mais do que uma figura decorativa. Chegou a ser condecorado com a Ordem da Vitória soviética, mas, em Dezembro de 1947, os comunistas anunciaram a abolição da monarquia e o rei foi forçado a abdicar, deixando o país.
No exílio viveu primeiramente na Grã-Bretanha e, em seguida, na Suíça. Durante o regime comunista, perdeu a cidadania romena, e adquiriu cidadania suíça. No exílio, adotou o título de Príncipe Miguel de Hohenzollern-Sigmaringen (sua linhagem real remonta à família real alemã Hohenzollern).
Em 1992, três anos após a queda do regime de Nicolae Ceausescu, Miguel foi autorizado a voltar à Roménia para celebrar a Páscoa. Em 1997 a sua cidadania romena foi restabelecida.


In November, 1947 King Michael traveled to London for the wedding of his cousins, The Princess Elizabeth (the future Queen Elizabeth II) and Philip Mountbatten, an occasion during which he met Princess Anne of Bourbon-Parma (his second cousin once removed), who was to become his wife. According to unconfirmed claims by so-called Romanian 'royalists', King Michael did not want to return home, but certain Americans and Britons present at the wedding encouraged him to do so; Winston Churchill is said to have counseled Michael to return because "above all things, a King must be courageous." According to his own account, King Michael rejected any offers of asylum and decided to return to Romania, contrary to the confidential, strong advice of the British Ambassador to Romania.
On 30 December 1947 the royal palace was surrounded by the Tudor Vladimirescu army units loyal to the Communists. Michael was forced at gun point (by either Petru Groza or Gheorghe Gheorghiu-Dej, depending on the source) to abdicate Romania's throne. Later the same day, the Communist-dominated government announced the 'permanent' abolition of the monarchy and its replacement by a People's Republic, broadcasting the King's pre-recorded radio proclamation of his own abdication. On 3 January 1948, Michael was forced to leave the country, followed over a week later by Princesses Elisabeth and Ileana, who collaborated so closely with the Soviets they became known as the King's "Red Aunts."
According to Michael's own account, the Communist Prime Minister Petru Groza had threatened him at gun point and warned that the government would shoot 1,000 arrested students if the king didn't abdicate. In an interview with The New York Times from 2007, Michael recalls the events: “It was blackmail. They said, ‘If you don’t sign this immediately we are obliged’ — why obliged I don’t know — 'to kill more than 1,000 students' that they had in prison.” According to Time magazine, the communist government threatened Michael that it would arrest thousands and steep the country in blood if he did not abdicate.
According to the Albanian communist leader Enver Hoxha, who recounts his conversations with the Romanian Communist leaders on the monarch's abdication, King Michael was threatened with a pistol by the Romanian Communist Party leader Gheorghe Gheorghiu-Dej rather than Petru Groza so as to abdicate.

 in Wikipedia

O ditador Saddam Hussein foi vergonhosamente executado há 5 anos

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti (Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque de 16 de julho de 1979 até 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 19791991 e 19942003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath baseado em Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath - Região do Iraque, a qual expôs uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio de longo prazo no Iraque.
Como vice-presidente do enfermo General Ahmed Hassan al-Bakr, e numa altura em que muitos grupos eram considerados capazes de derrubar o governo, Saddam criou forças de segurança através do qual controlou rigidamente o conflito entre o governo e as forças armadas. No início dos anos 1970, Saddam nacionalizou o petróleo e outras indústrias. Os bancos estatais foram postos sob seu controle, deixando o sistema eventualmente insolvente, principalmente devido à Guerra Irão-Iraque, a Guerra do Golfo e as sanções da ONU. Até o fim da década de 1970, Saddam cimentou a sua autoridade sobre o aparelho governamental com os lucros obtidos do petróleo, que ajudou a economia do Iraque a crescer a um ritmo rápido. As posições de poder no país foram preenchidas com os sunitas, a minoria que compunha apenas um quinto da população.
Saddam suprimiu vários movimentos, especialmente movimentos xiitas e curdos que pretendiam derrubar o governo ou ganhar independência, respectivamente. Saddam manteve o poder durante a Guerra Irão-Iraque de 1980 a 1988. Em 1990, ele invadiu e saqueou o Kuwait. Uma coligação internacional interveio para libertar o Kuwait na Guerra do Golfo de 1991, mas não pôs fim à ditadura de Saddam. Enquanto alguns o veneravam pela sua postura agressiva contra Israel, incluindo o ataque com mísseis em alvos israelitas, ele foi amplamente condenado pela brutalidade de sua ditadura.
Em março de 2003, uma coligação de países liderada pelos EUA e pelo Reino Unido invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos EUA, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após sua captura em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. Em 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas ao assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada em 30 de dezembro de 2006. 

Julgamento
Apesar dos grandes genocídios a ele atribuídos, os defensores de Saddam Hussein argumentam que precisava de neutralidade o julgamento que, segundo eles, deveria acontecer em um tribunal internacional, com juízes de várias nacionalidades. Os apoiantes do julgamento, contudo, defendiam que ele fosse julgado pelo próprio povo iraquiano, o que duvida-se que tenha acontecido, pois o país estava sob ocupação militar e com um governo universalmente reconhecido, tanto por seus adversários como até por seus partidários, como fantoche e o julgamento se deu com as forças de ocupação dando treinamento meticuloso à promotoria e lhe disponibilizado recursos e informações imensamente desproporcionais aos da defesa.
Saddam foi formalmente acusado de genocídio cometido em 1982 (foi acusado de ter ordenado o massacre de 148 iraquianos xiitas em Dujail, após ter sido alvo de um atentado fracassado à sua vida). Como espetáculo mediático, esporadicamente vinham cenas do julgamento, sendo apresentados testemunhos e provas de que o referido massacre aconteceu, quando se trataria de ver qual seria sua responsabilidade concreta nos fatos e não a mera constatação de que os mesmos se deram. Recorde-se que o Iraque então estava em uma das guerras mais sangrentas depois da Segunda Guerra Mundial. Saddam governava o Iraque pelo medo, porque ele era um figura truculenta, ele realizou esse massacre para que ninguém mais se opusesse a ele, obviamente os EUA, não ligaram porque eles estavam mais preocupados em derrotar o comunismo dos soviéticos e o Iraque era um dos lugares mais abandonados do planeta e a guerra do Iraque feita pelo Bush terminou de fazer o que Saddam começou, matar o próprio povo iraquiano, vítima de governos dos EUA e de Saddam.
O Irão era em 1982, como hoje, uma teocracia xiita e os xiitas são maioria no Iraque, tendo sido o governo de Saddam predominantemente de sunitas, embora fosse um governo laico (não-religioso). Esse atentado à vida de Saddam desse ano, ao que se sabe, foi feito no Iraque por um grupo militante xiita (talvez tido como pró Irão ou patrocinado pelo Irão) em plena guerra Irão-Iraque. Aliás o mesmo grupo militante do presidente xiita do Iraque que, com sua mão e caneta, assinou a pena de morte de Saddam. O julgamento nem sequer esclareceu se o massacre foi uma retaliação ao mencionado atentado ou se o atentado foi a causa de um confronto que já o precedia. Se em quase todas as guerras há massacres, tão pouco se esclareceu se este não deveria ser compreendido no contexto dessa guerra, ou seja, uma gota do sangue derramado num conflito que fez milhares de vezes mais mortos e de vítimas que esse massacre.
Recorde-se adicionalmente que Saddam foi, durante essa guerra, apoiado pelas potências ocidentais o tempo todo, as quais eram então adversárias da república teocrática iraniana, incluindo precisamente as que compuseram a coligação invasora de 2003, apoio esse que nunca foi comprometido pelos crimes atribuídos a Saddam, sejam aqueles pelos quais foi julgado, sejam quaisquer outros, acrescentando-se que eram todos eles de conhecimento internacional. Saddam somente cairia em desgraça por invadir o Kuweit e por manter uma postura desafiadora frente Israel e a seus anteriores patrocinadores ocidentais. Essa invasão se deu paradoxalmente sob um pretexto de legalidade: através de documentos falsificados acusou-se o Iraque de ter armas ilegais e mesmo sob as equipes de inspeção da ONU pedindo mais prazos para inspecionar o país, o Iraque foi invadido ao arrepio de toda lei internacional, com a mesma ilegalidade que este invadira o Kuweit. Posteriormente, o argumento das armas ilícitas foi totalmente desacreditado ficando o motivo da invasão meramente especulativo, se seria este o objetivo humanitário de fazer bem ao Iraque democratizando-o ou demagogia belicista para se exorcizar a derrota americana no Vietname ou vingança de algum tipo ou por interesses estratégicos e económicos nesse país e região do mundo de importância petrolífera máxima.
O julgamento foi marcado pelo assassinato de três advogados de defesa, pela troca do juiz-chefe, pelo comportamento rebelde do réu e por sucessivos adiamentos e interrupções. Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional, condenaram o julgamento, afirmando que ele teve erros e vícios, por ter sido realizado em um país dominado por conflitos sectários.
Em 5 de novembro de 2006, após um julgamento conturbado, o tribunal iraquiano condenou Saddam à pena de morte por enforcamento por crimes contra a humanidade. No dia 26 de dezembro de 2006, um tribunal de apelação do Iraque confirmou a sentença contra Saddam Hussein.

Execução
Saddam Hussein, foi entregue aos seus executores iraquianos pelas forças americanas que o custodiavam alguns minutos antes de seu enforcamento no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Amnistia Internacional, o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta de seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. Saddam se recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas". Através de um celular foram ilegalmente filmados os instantes finais de Saddam em que se comprova outra versão de que sua execução não foi  o formal cumprimento de sentença judicial, mas que os presentes humilharam-no e insultaram-no, impedindo-o inclusive de proclamar a oração "Só há um Deus e Muhammad é Seu Profeta".
O ex-presidente iraquiano foi sepultado no dia 31 de dezembro, próximo de sua cidade natal, Tikrit, numa propriedade de sua família, perto dos túmulos de seus dois filhos, Uday e Qusay, mortos pelas tropas de coligação em julho 2003, vendidos pela recompensa de 15 milhões de dólares americanos oferecida por cada um deles, juntamente com seu neto.


NOTA: triste dia este, em que assassinaram, de forma rude e indigna, um ditador e genocida. Mas até os ditatores têm direito a justiça e a pena de morte é injusta - quem a pratica faz exatamente aquilo de acusa o executado, impedindo inclusive de que outros o possam acusar de outros crimes e ele se possa defender dessas acusações.

A União Soviética foi criada há 89 anos

Em 29 de dezembro de 1922 na Conferência Plenipotenciária das Delegações da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, a República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana, a RSS da Ucrânia e a RSS da Bielorrússia aprovaram a URSS e a Declaração de Criação da URSS, que formou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Estes dois documentos foram confirmadas pelo 1º Congresso dos Sovietes da URSS e assinado pelos chefes de delegação, Mikhail Kalinin, Mikha Tskhakaya, Mikhail Frunze e Grigori Petrovski, Aleksandr Chervyakov, respectivamente, em 30 de dezembro de 1922. Somente após o final da Segunda Guerra Mundial é que o número de repúblicas chega a 15, quadro que se mantém até o fim do país em 1991.


Israel e Vaticano/Santa Sé estabeleceram relações diplomáticas há 18 anos

(imagem daqui)

Relações diplomáticas Israel-Vaticano

Relações diplomáticas plenas e formais entre Israel e a Santa Sé foram estabelecidas em 1993.

Relações diplomáticas plenas e formais entre Israel e a Santa Sé foram estabelecidas em 1993. Elas foram precedidas, entretanto, por quase um século de contatos e atividades diplomáticas, sem mencionar quase um milénio de encontros católico-judaicos que, por vezes, estiveram longe de ser harmoniosos.

1. A era pré-Estado

Em 1897, quando a ideia sionista estava começando a ganhar força na Europa e quatro meses antes de o Primeiro Congresso Sionista ter sido realizado em Basle, o respeitado jornal jesuíta, Civiltà Cattolica, fez saber que um Estado Judaico na Terra Santa, com Jerusalém como capital e com a custódia dos Lugares Sagrados era impensável para a Igreja Católica.

Sete anos mais tarde, em 1904, o fundador do Movimento Sionista, Theodor Herzl, encontrou-se com o papa Pio X, na esperança de ganhar o apoio da Santa Sé para a iniciativa sionista. Pio X recusou, declarando que a Igreja não poderia reconhecer o povo judeu e suas aspirações na Palestina, uma vez que os judeus "não reconheceram o nosso Deus". Herzl era movido por considerações políticas; a resposta do papa decorreu da teologia católica.

Os contatos sionistas com a hierarquia da Igreja e os pronunciamentos das autoridades do Vaticano em relação à ambição Sionista foram esporádicos durante as próximas quatro décadas que compreenderam as duas Guerras Mundiais. Eles foram, entretanto, suficientes para confirmar os elementos básicos e consistentes na posição predefinida do Vaticano, tal como eram, pelo Civiltà Cattolica e por Pio X. A Santa Sé opunha-se a uma pátria judaica na Palestina, especialmente conforme concebido na "Declaração de Balfour" britânica de 2 de novembro de 1917. Os Locais Sagrados eram de interesse vital e a custódia deles pelos judeus não era aceitável. Sua disposição e salvaguarda eram assuntos a serem determinados entre a Igreja e as grandes potências. Questões teológicas cercavam uma possível soberania judaica na Terra Santa.

A resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 29 de novembro de 1947 (a "Resolução de Partição"), contemplando um status de "corpus separatum" para Jerusalém e cercanias, foi vista de modo favorável pelo Vaticano. Aquela resolução foi, entretanto, imediatamente rejeitada pelos Estados Árabes e, após as hostilidades de 1948, a concessão do status de "corpus separatum" (entidade separada) para Jerusalém não se concretizou.

Em outubro daquele ano, o papa Pio XII, profundamente perturbado pelo violento conflito na Terra Santa, emitiu a encíclica In Multiplicibus Curis, na qual ele conclamava os negociadores a dar a Jerusalém e cercanias "um caráter internacional" e para assegurar, com "garantias internacionais", a liberdade de acesso e oração aos Locais Sagrados espalhados pela Palestina. Na segunda encíclica, Redemptoris Nostra, de abril de 1949, Pio apelou para justiça para os refugiados palestinos e repetiu seu apelo por um "status internacional" como a melhor forma de proteção dos Locais Sagrados. A posição oficial do Vaticano sobre o assunto, bem como sobre a questão dos refugiados, foi essencialmente apresentada nas duas décadas seguintes.


2. A era pós-Estado – o reconhecimento de facto

Em 1948, o recém-nascido Estado de Israel estava ansioso por assegurar o reconhecimento da Santa Sé de sua soberania e ganhos territoriais à luz da posição moral internacional do Vaticano e da influência que o Vaticano exercia, em maior ou em menor grau, junto aos governos de determinados países católicos e sobre mais da metade dos cristãos do mundo. Para este fim, representantes foram enviados ao Vaticano em setembro. Embora a delegação tenha falhado em alcançar seu objetivo principal, diversos entendimentos foram feitos para tratar dos problemas mútuos que preocupavam as partes, até certo ponto em bases bilaterais, até certo ponto por meio do núncio papal para a Terra Santa e do patriarca para a Galileia. Implícito nesses entendimentos estava o reconhecimento de facto do Estado de Israel por parte do Vaticano, algo que a Santa Sé mencionava com frequência nos tratos subsequentes com Israel.

O Vaticano continuou a se esforçar para a internacionalização de Jerusalém e dos Lugares Sagrados. Em 1950, orquestrou uma tentativa sem sucesso junto às Nações Unidas para trazer o assunto à tona. Desde então, o Vaticano não renovou sua iniciativa junto às Nações Unidas mas, igualmente, não desistiu das suas aspirações para Jerusalém e para os Lugares Sagrados.

Em paralelo, os contatos Israel-Vaticano progrediram em diversos níveis. É digno de nota nos primeiros anos, que o chanceler Moshe Sharrett encontrou-se com Pio XII em 1952 e a Orquestra Filarmónica de Israel tocou para ele em 1955. O objetivo declarado de Israel permaneceu sendo o estabelecimento de relações diplomáticas plenas com a Santa Sé. Tentativas sucessivas levadas a efeito pelos diplomatas israelenses nos anos seguintes foram em vão. A peregrinação do papa Paulo VI à Terra Santa, em janeiro de 1964, foi conduzida de modo a tornar patente e dolorosamente claro que a Santa Sé não reconhecia Israel formalmente.

Em 1965, o Concílio Vaticano Segundo promulgou uma declaração conhecida como Nostra Aetate, que alterou fundamentalmente as relações entre a Igreja e os judeus, afirmando, entre outras coisas, que "Deus tem especial apreço pelos judeus por causa dos seus patriarcas; Ele não se arrepende dos presentes que deu [a eles]". Além disso, a paixão de Jesus (morte e crucificação) "não pode ser imputada a todos os judeus da época, sem distinção, nem contra os judeus de hoje".

Mesmo com o abrandamento de certas objeções teológicas no caminho do reconhecimento formal de Israel, obstáculos políticos maiores permaneceram. Ao lado da questão da soberania de Israel sobre todos os seus territórios, inclusive partes de Jerusalém, a falta de fronteiras reconhecidas e a questão dos Lugares Sagrados e sua proteção, o Vaticano mantinha sua preocupação com relação às necessidades dos católicos locais, bem como com relação à difícil situação dos refugiados palestinianos. Além disso, havia a preocupação de uma reação adversa contra as minorias cristãs nos países árabes e contra o próprio Vaticano, caso Israel fosse reconhecido formalmente. Quanto a Israel, surgiram hesitações em certas partes sobre o estabelecimento de plenas relações com o Vaticano, na medida em que as ramificações se tornaram aparentes.

A Guerra dos Seis Dias de 1967 mudou a situação geopolítica na região. Israel tinha a posse firme de toda a Terra Santa na parte ocidental do rio Jordão, incluindo todos os Lugares Sagrados cristãos ali localizados. Isso levou o Vaticano a modificar sua posição de modo pragmático. Em um discurso aos cardeais em dezembro de 1967, Paulo VI cobrou um "estatuto especial, internacionalmente garantido" para Jerusalém e os Lugares Sagrados (ao invés da internacionalização). Essa permanece sendo a posição formal do Vaticano sobre o assunto até os dias de hoje.

Ao mesmo tempo, os contatos de alto nível entre as partes continuaram. Paulo VI, entre outros, recebeu o chanceler Abba Eban em 1969, a primeira-ministra Golda Meir em 1973 e o chanceler Moshe Dayan em 1978. O primeiro-ministro Itzhak Shamir foi recebido pelo papa João Paulo II em 1982. A questão do estabelecimento de relações diplomáticas plenas foi levantada nesses e em outros contatos, mas o Vaticano permaneceu reticente e, embora Israel tenha iniciado as conversações, não houve muita pressão.

Os primeiros sinais de uma possível mudança de atmosfera vieram após a ascensão do papa João Paulo II em 1978, que tinha um histórico muito diferente dos seus antecessores italianos. Quando jovem, teve muitos amigos judeus em sua cidade natal de Wadowice; havia testemunhado o Holocausto (ele próprio, forçado a trabalhar sob a ocupação nazi da Polónia) e sentia simpatia pelos anseios nacionalistas dos polacos e de outros povos. Em 1984, ele clamou por segurança e tranquilidade para o povo judeu vivendo no Estado de Israel, "como prerrogativa de todas as nações". Dirigindo-se aos líderes judaicos em Miami, em setembro de 1987, ele reconheceu o direito do povo judeu a uma terra "assim como qualquer nação civil, de acordo com as leis internacionais (que é o que buscamos), para o povo judeu que vive no Estado de Israel…".

Embora outros no Vaticano sinalizassem que os empecilhos teológicos e políticos ao estabelecimento de relações diplomáticas plenas com Israel tivessem sido removidos em grande parte, outros cinco anos se passaram antes que João Paulo traduzisse seus sentimentos em realidade diplomática. Após a primeira Guerra do Golfo em 1991, o processo de paz árabe-israelita foi reativado. A OLP reconheceu Israel e diversos Estados Árabes estabeleceram laços diplomáticos com o Estado. Paralelamente, a União Soviética e um número significativo de estados renovaram suas relações com Israel (interrompidas após a Guerra dos Seis Dias). Além disso, alguns países líderes, como a China e a Índia, estabeleceram relações diplomáticas plenas com Israel pela primeira vez, a fim de poderem participar das negociações de paz multilaterais.

Uma vez que o reconhecimento árabe e palestino de Israel não levou a uma revolta no Oriente Médio e talvez sentindo que a Santa Sé estivesse na situação singular de não poder tratar com Israel formalmente quando assuntos de vital interesse a ela eram eventualmente discutidos nas negociações de paz, João Paulo permitiu alguns "balões de ensaio" diplomáticos com relação a Israel e então tomou, ele próprio, a iniciativa. No início de abril de 1992, o embaixador de Israel na Itália, Avi Pazner, e sua esposa foram convidados para uma audiência particular com o papa. A pedido do papa, o embaixador fez uma exposição da situação do Oriente Médio, durante a qual fez alusão à recusa de alguns estados árabes de aceitar Israel, apesar do reconhecimento da Palestina e do processo de paz em andamento. A referência indireta foi aparentemente entendida e pode ter sido a gota de água, uma vez que dez dias mais tarde o ministro do exterior do Vaticano, arcebispo Jean-Louis Tauran, informou ao embaixador Pazner que João Paulo havia instruído a Cúria para abrir negociações com o objetivo de possibilitar o estabelecimento de relações diplomáticas plenas com Israel. Após o encontro com o papa em outubro, o chanceler Shimon Peres (agora presidente de Israel), destacou que, mesmo à luz do reconhecimento recente de Israel por muitas outras nações, "acrescentar o Vaticano a elas realmente muda as coisas".


3. 1993 em diante – o reconhecimento formal

Um ano e meio de negociações complicadas culminaram com a assinatura do Acordo Fundamental entre a Santa Sé e o Estado de Israel em 30 de dezembro de 1993. Então, de acordo com o protocolo adicional ao Acordo Fundamental, houve a troca de embaixadores plenipotenciários em maio de 1994. Constituindo-se mais como um acordo geral, o Acordo Fundamental abriu caminho para o estabelecimento de subcomissões jurídicas e fiscais para lidar com uma ampla gama de assuntos importantes que foram propositadamente deixados pendentes. Acrescentando uma dimensão incomum, o acordo reconheceu a natureza única das relações entre a Igreja e o povo judeu e reiterou a condenação da Igreja ao antissemitismo em todas as suas formas, como declarado na Nostra Aetate.

Desde aquela data, Israel e a Santa Sé têm mantido um relacionamento diplomático próximo, que não tem sido livre de períodos de tensão e até mesmo de crises. As deliberações do subcomitê jurídico foram concluídas com relativa rapidez, com um acordo complementar assinado em 10 de dezembro de 1997, no qual Israel reconheceu a personalidade jurídica e a autoridade da lei canónica dentro da Igreja Católica e suas instituições, bem como aquelas do patriarcado latino de Jerusalém e dos patriarcas católicos do Oriente e suas respectivas dioceses no território de Israel, enquanto, por sua vez, aquelas entidades eclesiásticas reconheceram a prevalência as leis israelenses em assuntos civis e criminais. Por outro lado, o trabalho do subcomitê fiscal ainda está inacabado, devido às dificuldades em se compatibilizar os princípios de ambos os lados e, sob o ponto de vista de Israel, devido às implicações materiais e fiscais em potencial de qualquer privilégio especial que possa ser concedido à Igreja Católica para outros grupos cristãos e não cristãos no país.

Um ponto alto no relacionamento foi alcançado quando o papa João Paulo fez sua peregrinação à Terra Santa no ano do Jubileu de 2000. Embora a natureza religiosa da visita tenha sido preeminente, os aspectos políticos não puderam ser ignorados, como quando João Paulo ligou para o presidente de Israel e quando se encontrou com o primeiro-ministro e com os membros do seu gabinete.

Os anseios de Israel de um relacionamento político-diplomático mais próximo do Vaticano, na sequência daquela visita, foram frustrados com o surgimento da segunda "Intifada" em setembro de 2000. Crítico da resposta militar de Israel ao levantamento palestino e da inevitável suspensão do processo de paz, o Vaticano deixou esfriar as relações diplomáticas com Israel. Com cuidado, entretanto, para não causar uma ruptura completa, o Vaticano colocou maior ênfase na dimensão judaico-católica do relacionamento. Diversas iniciativas foram encorajadas, inclusive o lançamento de um diálogo extraordinário entre a Santa Sé e o Rabinato Chefe de Israel em 2003, que permanece produtivo ainda hoje.

Tensões de diferentes tipos fizeram pressão sobre este relacionamento em 1998, quando muçulmanos em Nazaré pensaram em construir uma grande mesquita adjacente à Igreja da Anunciação com, acreditava-se, o acordo tácito de elementos políticos israelenses. Esse problema, envolvendo diretamente os Lugares Sagrados católicos somente foi solucionado em janeiro de 2002 quando o comité governamental avançou em um plano de paisagismo colocando efetivamente um fim à construção da mesquita. No sentido contrário, as relações diplomáticas provaram sua força e valor quando o Vaticano e Israel trabalharam juntos e discretamente ajudaram a encontrar uma solução à difícil situação criada em abril de 2002, quando um grupo de palestinos armados assumiu o controle de outro Lugar Sagrado, a Igreja da Natividade, em Belém, e prenderam dentro dela diversos clérigos (católicos, arménios, greco-ortodoxos), bem como civis palestinos desarmados.

Na maior parte do tempo, o relacionamento prossegue estável. As visitas ministeriais à Santa Sé são frequentes e numerosas. O primeiro presidente de Israel a ser recebido pelo papa foi o presidente Moshe Katsav em dezembro de 2002. Diariamente, a embaixada de Israel na Santa Sé busca manter o Vaticano informado a respeito das políticas oficiais sobre assuntos correntes, enquanto a embaixada do Vaticano em Jafa cuida das diversas propriedades e de outros interesses em Israel. Os dois lados buscam vias para ampliar a cooperação e o entendimento cultural, educacional, acadêmico e inter-religioso. Os assuntos mundanos, como problemas com vistos e a entrada em Israel de clérigos católicos de terras árabes que não estão em paz com Israel, são tratados de forma rotineira.

Israel e o Vaticano dão importância especial a esse relacionamento diplomático. De muitas maneiras, é uma relação única, inspirada em séculos de embates católico-judaicos e interesses circundantes que os dois lados consideram de suma importância. Espera-se, portanto, que a relação permaneça sólida e vibrante, capaz de se sobrepor às tensões ocasionais que inevitavelmente irão ocorrer.