O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
A Revolução de 25 de Abril, denominada por alguns Revolução dos Cravos, refere-se a um período da história de Portugal resultante de um movimento social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua origem.
Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos. Este movimento surgiu por volta de 1973,
baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta
pelo prestígio das forças armadas, acabando por atingir o regime
político em vigor. Com reduzido poderio militar e com uma adesão em
massa da população ao movimento, a resistência do regime foi
praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas 4 civis
mortos e 45 feridos em Lisboa, pelas balas da DGS (antiga PIDE).
O movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado. A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos. Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares, que terminaram com o 25 de novembro de 1975.
Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas
da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em
Portugal um feriado nacional, no dia 25 de abril, denominado como "Dia
da Liberdade".
Vai hoje a enterrar uma amiga minha, a engenheira Maria Benevenuta Schultz Loup, a quem tanto devo. Gostava de me despedir dela com uma música duplamente alusiva à data... Adeus, amiga, que a terra te seja leve.
Fado D'Anto - José Afonso
A cabra da velha torre, Meu amor, chama por mim; Quando um estudante morre, Os sinos tocam assim.
Ai quem me dera abraçar-te, Junto ao peito assim, assim, Levar-me a morte e levar-te Toda abraçadinha a mim.
Os seus últimos espetáculos terão lugar nos Coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa a distinção.
Foi no dia 29 de janeiro de 1983 - passam hoje exatamente quarenta anos sobre o último grande concerto
de Zeca Afonso, já fortemente debilitado pela doença degenerativa que o matou, no
Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Com todos os amigos a ajudar (os manos
Salomé, Fausto, Júlio Pereira, Sérgio Godinho e muitos outros...) fez
história nessa noite.
Recordemos a data com uma sua música, uma Balada de Coimbra que foi usada como uma pungente e triste despedida:
Balada do Outono - José Afonso
Aguas passadas do rio Meu sono vazio Não vão acordar Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar Deixem meus olhos secar Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo Poentes morrendo P'ras bandas do mar Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar Deixem meus olhos secar Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai Óh, ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
Não canto porque sonho. Canto porque és real. Canto o teu olhar maduro, o teu sorriso puro, a tua graça animal. Canto porque sou homem. Se não cantasse seria somente um bicho sadio embriagado na alegria da tua vinha sem vinho. Canto porque o amor apetece. Porque o feno amadurece nos teus braços deslumbrados. Porque o meu corpo estremece por vê-los nus e suados.
in As mãos e os frutos (1948) - Eugénio de Andrade
Epígrafe para a arte de furtar
Roubam-me Deus
outros o Diabo
– quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
– quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
– quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
– aqui D'El-Rei!
Na fonte está Lianor Mote Na fonte está Lianor Lavando a talha e chorando, Às amigas perguntando: - Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa. Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Epígrafe para a arte de furtar
Roubam-me Deus
outros o Diabo
– quem cantarei?
roubam-me a Pátria;
e a Humanidade
outros ma roubam
– quem cantarei?
sempre há quem roube
quem eu deseje;
e de mim mesmo
todos me roubam
– quem cantarei?
roubam-me a voz
quando me calo,
ou o silêncio
mesmo se falo
– aqui del rei!