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sexta-feira, agosto 11, 2023

José Manuel Osório, fadista e estudioso da canção lisboeta, morreu há doze anos...

José Manuel Osório, numa fotografia de 2001 (daqui)

 

José Manuel Osório (Leopoldville, 13 de maio de 1947Lisboa, 11 de agosto de 2011), foi um fadista, músico, produtor cultural, estudioso de fado e ativista anti-SIDA português

 

Vida e obra

Nasceu em Leopoldville (atual Kinshasa) no Congo Belga (atual República do Zaire), e foi registado em 13 de maio de 1947, no seio de uma família da classe média-alta.

Aos cinco anos ouviu o seu primeiro disco de fado, cantado por Lucília do Carmo, a que deu pouca importância na ocasião. Aos dez anos foi viver para Portugal e estudou nas melhores escolas de Lisboa, mostrando uma inclinação para a música clássica. Aos 12 anos inscreveu-se no Conservatório Nacional de Lisboa e concluiu o curso básico e superior de solfejo aos 15 anos. Iniciou então os estudos de piano, terminando o curso nove anos depois, com louvor e distinção. Seguidamente, inscreveu-se no curso de teatro no mesmo Conservatório. Terminados os estudos secundários, juntou-se à Companhia de Teatro Estúdio de Lisboa, dirigida por Luzia Maria Martins, ali permanecendo durante seis anos.

Inscreveu-se então no curso de Direito (que nunca completou), onde fundou o Grupo Independente de Teatro da Faculdade de Direito, onde encenaria a peça O Homúnculo de Natália Correia, primeiro texto desta autora a ser representado publicamente. Nessa ocasião conheceu Vasco de Lima Couto, que lhe escreveu um poema para um fado.

Começou a visitar os retiros de fado em Cascais, e segundo as suas palavras, “apanhei o comboio logo ali”. José Manuel Osório cantou como amador em sítios como O Estribo, O Cartola, O Galito e O Arreda. Conheceu então cantores carismáticos como Alfredo Marceneiro, Maria Teresa de Noronha, Carlos Duarte, João Braga, José Pracana, Chico Pessoa e João Ferreira-Rosa, entre outros. Também conheceu José Carlos Ary dos Santos, que lhe ofereceu para cantar o decassílablo Desespero, a partir de um soneto incluído em A Liturgia do Sangue.

Esses retiros de fado, segundo Osório, eram de certo modo locais de rebelião contra as casas de fado que proliferavam nos bairros históricos de Lisboa e tornavam o prazer de cantar numa obrigação.

Em 1968 gravou o seu primeiro disco, cujo reportório incluía poemas de José Carlos Ary dos Santos, Vasco de Lima Couto, Manuel Alegre, Mário de Sá-Carneiro, António Botto, João Fezas Vital, Luiza Neto Jorge, António Aleixo e Maria Helena Reis. Em 1969 gravou o seu segundo trabalho e recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Disco do Ano.

Em 1969 Osório aderiu ao Partido Comunista Português. Em 1970 recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Fadista do Ano, mas foi impedido de cantar no Coliseu, por ordem da PIDE enviada à Casa da Imprensa. Viveu então um período difícil, devido à proibição de vendas imposta ao seu disco.

Em 1968 foi viver para Paris e assistiu ao Maio de 68. Trabalhou num restaurante onde se cantava o fado e conheceu José Mário Branco, Sérgio Godinho e Luís Cília, entre outros. Também conheceu Manuel Correia, que lhe escreveu uma série de belos poemas que foram gravados depois de 25 de Abril de 1974.

Nas décadas de 60 e de 70 dinamizou o teatro amador em dezenas de espetáculos, tanto como ator como encenador, trabalhando essencialmente nas associações populares de Lisboa. Foi-lhe atribuído o Primeiro Prémio do Festival de Teatro Amador (APTA) com o Grupo Oficina de Teatro de Amadores de Alfama, dirigindo o texto Soldados de Carlos Reyes.

O seu quarto disco, para a etiqueta Orfeu, incluía poemas de Fernando Pessoa, Manuel Alegre, António Aleixo, Francisco Viana, do poeta popular Martinho da Rita Bexiga, António Gedeão e de Alda Lara, entre outros. Músicos como António Chaínho, Arménio de Melo, Manuel Mendes, José Nunes, Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Pedro Caldeira Cabral, Pedro Leal, Manuel Martins, Joel Pina and Mestre Martinho D'Assunção participaram nas gravações.

Regressou finalmente a Portugal em 1973 e começou a pesquisar e a coligir temas do fado operário e anarco-sindicalista, que mais tarde viria a interpretar.

Depois do 25 de Abril de 1974 participou na fundação do grupo de teatro A Barraca. Juntamente com Fernando Tordo e Samuel compôs música para a peça A Cidade Dourada (A Barraca). Também compôs e interpretou ao vivo música para a peça As Espingardas da Mãe Carrar por Bertolt Brecht na Casa da Comédia, encenada por João Lourenço. Foi um impulsionador dos Cantos Livres e das Campanhas de Dinamização do Movimento das Forças Armadas. A sua iniciativa levaria à afirmação do estudo e pesquisa históricos sobre o fado sindicalista e anarquista.

De 1978 a 1993 colaborou profissionalmente com Paulo de Carvalho.

Gravou mais três discos de fado, sempre com um reportório de fados tradicionais, dando assim por concluída a sua carreira discográfica.

Atuou principalmente em casas de fado amador de Cascais e do Estoril, nunca considerando seriamente tornar-se fadista profissional. Utilizou todo o conhecimento adquirido para desenvolver uma carreira como produtor de espetáculos e agente artístico, que manteve até 1990.

José Manuel Osório foi também, desde 1976, até estar disso impossibilitado, por motivos de saúde, membro do comité organizador da Festa do Avante, apoiando diretamente a criação do espaço exclusivamente dedicado ao fado chamado «Retiro do Fado», que continua atualmente a existir.

Em 1984 soube que era seropositivo, mas só no final de 1989 começou a ter sérios problemas de saúde, que o obrigariam a abandonar a sua atividade profissional. Durante os anos seguintes teve de enfrentar e vencer uma longa série de doenças gravíssimas decorrentes da SIDA, com enorme coragem e determinação, envolvendo-se ativamente na luta e na prevenção contra a SIDA, colaborando com vários médicos entre os quais a Dra. Odette Ferreira. Ficou conhecido por ser o mais antigo seropositivo em Portugal.

Em 1993 fez um regresso pela mão de Ruben de Carvalho, para lançar uma iniciativa artística no sentido de destacar o fado, através d’ "As Noites de Fado da Casa do Registo", no âmbito de Lisboa/94 Capital Europeia da Cultura.

Em 1998 a EBAHL convidou-o a supervisionar as Festas de Lisboa. Em 2005 dirigiu o projeto "Todos os Fados". Em 2011 foi distinguido com o Prémio Amália Rodrigues Ensaio/Divulgação, por se ter destacado nos últimos anos como investigador do fado, tendo coordenado as coleções discográficas “Fados da Alvorada” e “Fados do Fado” na etiqueta Movieplay Portuguesa.

Foi pai do jornalista Luís Osório, nascido em 1971, e que mais tarde o entrevistaria para o programa Portugalmente e lhe dedicaria um documentário e um livro chamados Quanto Tempo?

José Manuel Osório morreu em Lisboa a 11 de agosto de 2011. 

 

in Wikipédia

 


domingo, julho 16, 2023

Reinaldo Arenas nasceu há oitenta anos...

(imagem daqui)
     
Reinaldo Arenas (Holguín, 16 de julho de 1943 - New York, 7 de dezembro de 1990) foi um escritor cubano de poesia, novelas e teatro. Era assumidamente homossexual e passou grande parte da sua vida combatendo o regime comunista e a política de Fidel Castro.
Em 1963, Arenas mudou-se para Havana, para se matricular na Escola de Planificação e, depois, na Faculdade de Letras da Universidade de Havana, onde estudou filosofia e literatura, sem completar o curso. No ano seguinte começou a trabalhar na Biblioteca Nacional José Martí.
Apesar de ter apoiado a revolução cubana nos seus primeiros anos, devido à extrema miséria em que vivia com a sua família nos anos de Fulgêncio Batista, acabou por ser vítima de censura e de repressão, tendo sido várias vezes perseguido, preso e torturado e forçado a abandonar mesmo diversos trabalhos (como conta na obra autobiográfica Antes que anoiteça), mostrando que o governo de Fidel Castro não havia trazido mais democracia à ilha.
Durante a década de 70, tentou, por vário meios, abandonar a ilha, mas não teve sucesso. Mais tarde, devido a uma autorização de saída de todos os homossexuais e de outras persona non grata e depois de ter mudado de nome, Arenas pôde deixar o país e passou a viver em New York, onde lhe diagnosticaram SIDA. Nessa época, escreveu "Antes que anoiteça" (no original "Antes que anochezca").
Em 1990, terminada a obra, Arenas suicidou-se, com uma dose excessiva de álcool e droga. Dez anos mais tarde, em 2000, estreou a versão cinematográfica da sua autobiografia, tendo Javier Bardem no papel do escritor.
    

 


(imagem daqui)
 
  
Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche
   
Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche,
sumidas ambas en un solo abismo.
Cuba o la noche (porque son lo mismo)
me otorgan siempre el mismo reproche:
  
'En el extranjero, de espectros fantoche,
hasta tu propio espanto es un espejismo,
rueda extraviada de un extraño coche
que se precipita en un cataclismo
  
donde respirar es en sí un derroche,
el sol no se enciende y sería cinismo
que el tiempo vivieras para la hermosura'.
  
Si ésa es la patria (la patria, la noche)
que nos han legado siglos de egoísmo,
yo otra patria espero, la de mi locura.

  
   
Reinaldo Arenas

sexta-feira, julho 07, 2023

Porque o tempo não para - saudades de Cazuza...

Cazuza morreu há trinta e três anos...

     
Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 - Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990) foi um cantor, compositor, poeta e escritor brasileiro, mais conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. A sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada e, de entre as composições famosas dos Barão Vermelho, estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul".
Cazuza é considerado um dos maiores compositores da música brasileira. Entre os seus sucessos musicais na carreira a solo destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte Do Meu Show", "O Tempo Não Para" e "O Nosso Amor a Gente Inventa". Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boémio e polémico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual. Em 1989 declarou ser seropositivo (termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA - no sangue) e sucumbiu à doença em 1990, no Rio de Janeiro.
Em outubro de 2008 a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, que colocou Cazuza na 34ª posição.
    

 


terça-feira, junho 13, 2023

Música adequada à data...

António Variações morreu há 39 anos...

Mural a António Variações na Escola de Palmeira, Braga
    
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Amares, 3 de dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 80. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.
 
Busto de António Variações em Fiscal, Amares
     

Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, intitulado Dar e Receber. Era fevereiro e, dois meses depois, a 22 de abril, Variações daria um concerto, na aldeia de Viatodos, concelho de Barcelos, durante as festas da "Isabelinha". Depois disso, aparece pela última vez em público no programa televisivo "A Festa Continua" de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva. Variações cantou em Coimbra, na Queima das Fitas de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente, sendo que os seus amigos e familiares deixaram de receber notícias do cantor, que ficou hospedado por alguns dias em casa de um amigo até ter sido levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio, devido a um problema brônquico-asmático.

Quando Canção de Engate invadiu as rádios, já António Variações se encontrava internado no hospital. Transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, especula-se que provavelmente foi causada pelo VIH, mas por causa do estigma que essa doença envolvia, o mistério permanece até hoje. Foi sepultado no cemitério da terra natal, em Fiscal, Amares

  

   in Wikipédia

 


terça-feira, maio 16, 2023

Liberace nasceu há 104 anos

 

Wladziu Valentino Liberace, (West Allis, 16 de maio de 1919 - Palm Springs, 4 de fevereiro de 1987) foi um popular pianista e showman dos Estados Unidos.
     
(...)
    
A partir de 1953, apresenta um programa semanal na televisão em rede nacional. Nesta década, Liberace processa alguns jornais que publicaram matérias alegando a sua suposta homossexualidade. O seu vestuário era ao mesmo tempo luxuoso e espalhafatoso. Uma exposição de alguns dos valiosos bens pertencentes a Liberace é realizada em Hollywood, na Califórnia em 1966. Liberace era um notório colecionador, principalmente de mobiliário antigo, pianos antigos e carros de luxo. Entre os muitos pianos que chegou a possuir, havia um que pertencera a Chopin e outro que pertencera a George Gershwin.
Em 1973, Liberace publica a sua autobiografia. Em Las Vegas, é inaugurado, em 1979, o Museu Liberace, uma oportunidade para seus admiradores verem os seus pianos, carros e outros objetos. No auge da sua carreira, Liberace chegou a ganhar cerca de cinco milhões de dólares anualmente, tendo construído cinco luxuosas mansões. Nunca antes, na história da música, um instrumentista havia ganho tanto dinheiro.
Em 1980, a morte da sua mãe deixa-o profundamente abalado. O seu irmão George morre de leucemia em 1983. A sua última aparição pública foi em novembro de 1986, no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Três meses depois, morreria, aos 67 anos, por complicações causadas pelo vírus da SIDA, na sua residência de Palm Springs, na Califórnia. Os seus restos mortais jazem, juntamente com os da sua mãe e do seu irmão, num túmulo encimado por uma bela estátua, no Cemitério Forest Lawn, em Hollywood, Los Angeles.
     

 

quinta-feira, abril 20, 2023

O Freddie Mercury Tribute Concert foi há 31 anos...

  
The Freddie Mercury Tribute Concert for AIDS Awareness was a concert held on Easter Monday, 20 April 1992 at Wembley Stadium in London, England for an audience of 72,000. The concert was produced for television by Ray Burdis and broadcast live on television and radio to 76 countries around the world, with an audience of up to one billion. The concert was a tribute to the life of Queen lead vocalist, Freddie Mercury, with proceeds going to AIDS research. The show marked bassist John Deacon's final full-length concert with Queen (save a short live appearance with Brian May, Roger Taylor and Elton John in 1997). The profits from the concert were used to launch The Mercury Phoenix Trust, an AIDS charity organisation.
   

 


quinta-feira, abril 06, 2023

Isaac Asimov morreu há trinta e um anos...

   
Isaac Asimov (Petrovichi, circa 2 de janeiro de 1920 - Nova Iorque, 6 de abril de 1992), foi um escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica.
Asimov é considerado um dos mestres da Ficção Científica e, junto com Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke, foi considerado um dos "três grandes" da ficção científica. A obra mais famosa de Asimov é a série da Fundação, também conhecida como Trilogia da Fundação, que faz parte da série do Império Galáctico e que logo combinou com sua outra grande série dos Robots. Também escreveu obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes, aproximadamente 90.000 cartas ou postais, e tem obras em cada categoria importante do sistema de classificação bibliográfica de Dewey, exceto em filosofia.
A maioria de seus livros mais populares sobre ciência, explicam conceitos científicos  de uma forma histórica, voltando no tempo o mais longe possível, quando a ciência em questão estava nos primeiros estágios. Ele providencia, muitas vezes, datas de nascimento e falecimento dos cientistas que menciona, também etimologias e guias de pronunciação para termos técnicos. Alguns exemplos incluem, "Guide to Science", os três volumes de "Understanding Physics" e a "Chronology of Science and Discovery", e trabalhos sobre Astronomia, Matemática, a Bíblia, textos sobre William Shakespeare e Química.
Asimov foi membro e vice-presidente por muito tempo da Mensa, ainda que faltasse frequentemente: ele os descrevia como "intelectualmente combalidos". Exercia, com mais frequência e assiduidade, a presidência da American Humanist Association (Associação Humanista Americana).
Em 1981, um asteroide recebeu o seu nome em sua homenagem, o 5020 Asimov. O robô humanoide "ASIMO" da Honda, também pode ser considerada uma homenagem indireta a Asimov, pois o nome do robô significa, em inglês, Advanced Step in Innovative Mobility, além de também significar, em japonês, "também com pernas" (ashi mo), em um trocadilho linguístico em relação à propriedade inovadora de movimentação deste robô.
   
Biografia
Isaac Asimov nasceu em Petrovichi, no Oblast de Smolensk, República Soviética Russa (hoje província de Mahilou, Bielorrússia), filho de Anna Rachel Berman Asimov e Judah Asimov, um moleiro de uma família de judeus. Em virtude das diferenças entre o calendário hebraico e o calendário juliano (à época ainda em uso na região pela Igreja Ortodoxa), bem como pela falta de registos, a sua data de nascimento não pode ser precisada, situando-se entre 4 de outubro de 1919 e 2 de janeiro de 1920, sendo esta última considerada como a correta por Asimov, que sempre celebrou o seu aniversário a 2 de janeiro. A família deve o seu nome a uma palavra da língua russa que significa um cereal de inverno, que o seu bisavô negociava, ao qual o sufixo paterno foi adicionado. A família emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha só três anos de idade. Como os seus pais falavam sempre iídiche e inglês com ele, ele nunca aprendeu russo. Enquanto crescia em Brooklyn, Nova Iorque, Asimov aprendeu a ler, por si próprio, quando tinha cinco anos e permaneceu fluente em iídiche, bem como em inglês. Os seus pais tinham uma loja de doces, e toda a gente da família tinha de lá trabalhar. Revistas baratas de papel de fraca qualidade, chamadas pulp, sobre ficção científica eram vendidas em lojas, e ele começou a lê-las. Por volta dos onze anos, começou a escrever histórias próprias e, por volta dos dezanove anos, tendo-se tornado fã de ficção científica, começou a vender as suas histórias a revistas. John W. Campbell, o editor de Astounding Science Fiction,, a quem ele vendeu as suas primeiras histórias, foi uma forte influência formativa e tornou-se um amigo seu.
Asimov foi aluno das New York City Public Schools (escolas públicas de Nova Iorque), inclusive a Boys' High School, de Brooklyn. A partir daí, ele foi para a Universidade de Columbia, onde se graduou em 1939, depois tirando um Ph.D. em bioquímica, em 1948. Entretanto, passou três anos, durante a Segunda Guerra Mundial, a trabalhar como civil na Naval Air Experimental Station, do porto da Marinha em Filadélfia. Quando a guerra acabou foi destacado para o Exército Americano, tendo só servido nove meses antes de ser honrosamente dispensado. Durante a sua breve carreira militar ascendeu ao posto de cabo, baseado na sua habilidade para escrever à máquina, e escapou por pouco à participação nos testes da bomba atómica em 1946, no atol de Bikini.
Depois de completar o seu doutoramento, Asimov entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, à qual permaneceu associado a partir daí. Depois de 1958, isto foi sem ensinar, já que se virou para a escrita em tempo integral (os seus rendimentos da escrita já excediam os do salário académico). Pertencer ao quadro permanente significou que ele manteve o título de professor associado e, em 1979, a universidade honrou a sua escrita promovendo-o a professor catedrático de bioquímica. Os arquivos pessoais de Asimov, a partir de 1965, estão arquivados na Mugar Memorial Library da universidade, doados por ele a pedido do curador, Howard Gottlieb. A colecção preenche 464 caixas em 71 metros de prateleira.
Asimov casou-se com Gertrude Blugerman (Canadá, 1917 - Boston, 1990), em 26 de julho de 1942. Tiveram duas crianças, David (nascido em 1951) e Robyn Joan (nascida em 1955). Depois da separação, em 1970, ele e Gertrude divorciaram-se em 1973, e Asimov casou-se com Janet Jeppson mais tarde, no mesmo ano.
Asimov e a segunda esposa

Asimov era um claustrofilo; gostava de espaços pequenos fechados. No primeiro volume da sua autobiografia, ele conta um desejo infantil de possuir uma banca de jornais numa estação de metrô de Nova Iorque, dentro da qual ele se fecharia e escutaria o ruído dos carros enquanto lia.
Asimov tinha medo de voar, só o tendo feito duas vezes na vida inteira (uma vez, durante seu trabalho na Naval Air Experimental Station, e outra, na volta para casa da base militar de Oahu, em 1946). Raramente viajava grandes distâncias, em parte por causa de sua aversão a voar, adicionada às dificuldades logísticas de viajar longas distâncias. Esta fobia influenciou várias das suas obras de ficção, como as histórias de mistério de Wendell Urth e as novelas sobre robôs de Elijah Baley. Nos seus últimos anos, ele gostava de viajar em navios de cruzeiro e, em várias ocasiões, ele fez parte do "entretenimento" no cruzeiro, dando palestras baseadas em ciência, em navios, como os RMS Queen Elizabeth 2. Asimov sabia entreter muitíssimo bem, era prolífico e procurado como discursador. Seu sentido de tempo era fantástico; ele nunca olhava para um relógio, mas invariavelmente falava precisamente o tempo combinado.
Asimov era um participante habitual em convenções de ficção científica, onde ficava amável e disponível para conversa. Ele respondia pacientemente a dezenas de milhares de perguntas e outro tipo de correio com postais, e gostava de dar autógrafos. Embora gostasse de mostrar o seu talento, raramente parecia levar-se a si próprio demasiadamente a sério.
Ele era de altura mediana, forte, com bigode e um óbvio sotaque de judeus do Brooklyn. A sua motricidade física era bastante limitada. Ele nunca aprendeu a nadar ou andar de bicicleta; no entanto, aprendeu a conduzir um carro, depois de se mudar para Boston. No seu livro de humor, Asimov Laughs Again, ele descreve a condução em Boston como "anarquia sobre rodas".
Ele demonstrou o seu amor por conduzir no seu conto de ficção científica, Sally, sobre carros-robôs. Um leitor atento reparará que ele faz uma descrição detalhada de um dos carros a que chama 'Giuseppe', de Milão - o que significa que Giuseppe era um Alfa Romeo. Asimov não especificou nenhum outro tipo de veículo em nenhuma das suas histórias, o que levou muitos fãs a considerarem que ele foi pago por aquela marca de automóvel.
Os interesses variados de Asimov incluíram, nos seus anos tardios, sua participação em organizações devotadas à opereta de Gilbert and Sullivan e em The Wolfe Pack, um grupo de seguidores dos mistérios de Nero Wolfe, escritos por Rex Stout. Ele era um membro proeminente da Baker Street Irregulars, a mais importante sociedade sobre Sherlock Holmes. De 1985 até sua morte em 1992, ele foi presidente da American Humanist Association; seu sucessor foi o amigo e congénere escritor, Kurt Vonnegut. Ele também era um amigo próximo do criador de Star Trek, Gene Roddenberry, e foram-lhe dados créditos em Star Trek: The Motion Picture, pelos conselhos que deu durante a produção.
Asimov morreu em 6 de abril de 1992 em Nova Iorque. Foi cremado e as suas cinzas foram espalhadas. Ele deixou tudo à sua segunda mulher, Janet, e às crianças do primeiro casamento. Dez anos depois da sua morte, a edição da autobiografia de Asimov, It's Been a Good Life, revelou que sua morte foi causada por SIDA; ele contraiu o vírus HIV através de uma transfusão de sangue recebida durante a operação de bypass, em dezembro de 1983. A causa específica da morte foi falha cardíaca e renal, como complicações da infeção com o vírus da SIDA.
Janet Asimov escreveu no epílogo de It's Been a Good Life que Asimov o teria querido tornar público, mas os seus médicos convenceram-no a permanecer em silêncio, avisando que o preconceito anti-SIDA estender-se-ia a seus familiares. A família de Asimov considerou divulgar a sua doença antes de ele morrer, mas a controvérsia que ocorreu, quando Arthur Ashe divulgou que tinha SIDA, convenceu-os do contrário. Dez anos mais tarde, depois da morte dos médicos de Asimov, Janet e Robyn concordaram que a situação em relação à SIDA podia ser levada a público.
   
Asimov e a Wikipédia
No livro Escolha a Catástrofe, Asimov disserta sobre os futuros problemas que poderiam levar a humanidade à extinção e como a tecnologia poderia salvá-la. Em certa parte do livro, ele fala sobre a educação e como ela poderia funcionar no futuro.
Cquote1.svg Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que uma requisição de determinados itens pode usufruir dos recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Computada Global, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item desse total poderá ser retirado por requisição. Cquote2.svg
Cquote1.svg …Certamente, cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer suas curiosidades e necessidades de saber. E cada pessoa, à medida que fosse educada segundo seus próprios interesses, poderia então começar a fazer suas contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo sobre qualquer campo, poderia apresentá-lo, e se ele ainda não constasse na biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, possivelmente, acabaria sendo incorporado. Cada pessoa seria, simultaneamente, um professor e um aprendiz. Cquote2.svg
Isaac Asimov - 1979

Asimov e o Futuro
Asimov não se mostrou visionário apenas em relação à existência de uma Biblioteca Global, como visto acima. Em 1964, aceitou uma proposta do jornal The New York Times e fez uma série de previsões acerca do mundo do futuro, projetando-o como seria dali a 50 anos, isto é, em 2014.
Embora não utilizasse, à época, os termos de hoje, por seus escritos podemos notar que previu a existência dos micro-ondas nas nossas cozinhas, da fibra ótica, da Internet, dos microchips, das TVs de tela plana e até de pessoas acometidas de depressão. Mas também errou, como ao prever carros voadores e centrais nucleares de fusão atómica.
  
Leis da Robótica
Apresentadas no livro Eu, Robô, as 3 Leis da Robótica foram criadas, como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos, como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade. São elas:
  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei;
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger a sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
Mais tarde, no livro Os Robôs do Amanhecer, o robô Daneel viria a instituir uma quarta lei: a 'Lei Zero':
  • 'Lei Zero': Um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal.
   

terça-feira, abril 04, 2023

Anthony Perkins nasceu há noventa e um anos...


Anthony Richard Perkins (Nova York, 4 de abril de 1932 - Los Angeles, 12 de setembro de 1992) foi um ator norte-americano, imortalizado pela sua performance como Norman Bates no filme Psycho (1960) de Alfred Hitchcock. Em 2003, o American Film Institute classificou-o como o segundo maior vilão da história do cinema, e a sua frase "o melhor amigo de um menino é a sua mãe" foi listada na posição 56 das maiores citações do cinema. Ele reviveu esse personagem nas três sequências distribuídas pela Universal Pictures.

A sua estreia no cinema foi no filme The Actress (1953), de George Cukor. O seu segundo papel no cinema foi no filme Friendly Persuasion (1956), tendo recebido a sua primeira e única indicação ao Óscar por esta produção em 1957. Durante a década de 1950, ele fez filmes como Fear Strikes Out (1957), retratando a vida de Jimmy Piersall nos cinemas, The Tin Star (1957), ao lado de Henry Fonda, Desire Under the Elms (1958), com Sophia Loren, The Matchmaker (1958), com Shirley Booth, Green Mansions (1959), com Audrey Hepburn e Tall Story (1960), com Jane Fonda. Em 1964, atuou com Brigitte Bardot no filme Une ravissante idiote, dirigido por Édouard Molinaro.
   
(...)
   
Perkins morreu na sua residência na Hollywood Hills em 12 de setembro de 1992, vítima de doenças relacionadas com a SIDA e pneumonia. Foi cremado.

      

sábado, fevereiro 04, 2023

O último álbum com Freddie Mercury ainda vivo dos Queen foi lançado há 32 anos...

   
Innuendo foi o décimo quarto álbum de estúdio da banda inglesa Queen e foi lançado a 4 de fevereiro de 1991.
O álbum foi gravado durante o ano de 1990 e inicialmente estava planeado que fosse lançado no final desse mesmo ano. Sendo assim, aproveitariam a época de natal para aumentar as vendas do disco, mas devido à doença de Freddie Mercury, as gravações tiveram que correr num ritmo mais lento, e o álbum acabou sendo lançado somente em fevereiro do ano seguinte.
Assim como no álbum The Miracle, a autoria de todas as faixas aparecem como sendo de autoria dos Queen, exceto na canção All God's People que é creditada a Queen e Mike Moran. Isso porque esta canção havia sido iniciada durante as gravações do álbum solo de Freddie Mercury, Barcelona, onde Mike Moran ajudou Mercury nas composições das canções. Existem inúmeras faixas inéditas (fora as demos) gravadas nas sessões de "Innuendo", sendo algumas delas: "My Secret Fantasy", "Robbery", "Self Made Man", "Assassin" e "Face It Alone".
A canção "I Can't Live With You", ganhou uma nova versão no álbum "Queen Rocks", lançado em 1997.
Innuendo é reconhecidamente o álbum mais triste que foi feito pelos Queen, principalmente porque, durante os clipes, nomeadamente no de These Are The Days of Our Lives, nota-se um Freddie Mercury visivelmente fraco e abatido, consequência da SIDA que já tinha. Freddie Mercury morreu no mesmo ano em que este álbum foi lançado.

 


sábado, dezembro 03, 2022

António Variações nasceu há 78 anos...

Mural a António Variações na Escola de Palmeira, Braga
    
António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Amares, 3 de dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 1980. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.
 
Busto de António Variações em Fiscal, Amares
    
   in Wikipédia

 


quinta-feira, dezembro 01, 2022

Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Sida...

 
O Dia Mundial de Luta Contra a Sida, internacionalmente definido como o dia 1 de dezembro, é uma data voltada para que o mundo una forças para a consciencialização sobre a Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Desde o final dos anos 80, tal dia vigora no calendário de milhares de pessoas ao redor do mundo.

É um dos 8 dias mundiais relacionados com a saúde que é celebrado a nível global (Dia Mundial da Saúde, Dia Mundial do Dador de Órgãos, Dia Mundial da Imunização, Dia Mundial da Tuberculose, Dia Mundial sem Tabaco, Dia Mundial da Malária e Dia Mundial contra Hepatite). A entidade responsável é Organização Mundial de Saúde

 

quinta-feira, novembro 24, 2022

Saudades de Freddie...

Freddie Mercury morreu há trinta e um anos...

(imagem daqui)

 

Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara (Zanzibar, 5 de setembro de 1946 - Londres, 24 de novembro de 1991), foi um cantor, pianista e compositor britânico, que ficou mundialmente famoso como vocalista da banda britânica de rock Queen, que ele integrou de 1970 até ao ano de sua morte.

Mercury, tornou-se célebre pelo seu poderoso tom de voz e suas performances energéticas, que sempre envolviam a plateia, sendo considerado pela crítica como um dos maiores artistas de todos os tempos. Como compositor, Mercury criou a maioria dos grandes sucessos dos Queen, como "We Are the Champions", "Love of my Life", "Killer Queen", "Bohemian Rhapsody", "Somebody to Love" e "Don't Stop Me Now". Além do seu trabalho na banda, Mercury também lançou vários projetos paralelos, incluindo um álbum solo, Mr. Bad Guy, em 1985, e um disco de ópera ao lado da soprano Montserrat Caballé, Barcelona, em 1988. Mercury morreu vítima de broncopneumonia, acarretada pela SIDA, em 1991, um dia depois de ter assumido a doença publicamente.
O seu trabalho com Queen ainda lhe gera reconhecimento até os dias de hoje: Mercury é citado como principal influência de muitos outros cantores e bandas. Em 2006, ele foi nomeado a maior celebridade asiática de todos os tempos, sendo também eleito o maior líder de banda da história em uma votação pública organizada pela MTV americana. Em 2008, ele ficou na décima oitava posição na lista dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone, e no ano seguinte, a Classic Rock nomeou-o o maior vocalista de rock and roll. Com os Queen, Mercury já vendeu mais de cento e cinquenta milhões de discos em todo o mundo.
   
      

 


quinta-feira, novembro 17, 2022

Rock Hudson nasceu há 97 anos...

   
Roy Harold Scherer Jr., conhecido profissionalmente como Rock Hudson (Winnetka, 17 de novembro de 1925 - Los Angeles, 2 de outubro de 1985), foi um ator norte-americano, famoso pelos dramas que fez com o diretor Douglas Sirk e pelas comédias românticas que fez ao lado de Doris Day.
Rock Hudson teve uma vida conturbada. Aos quatro anos foi abandonado pelo pai, Roy Harold Scherer, passando a ser educado com muita dificuldade pela mãe, Katherine Wood, uma empregada doméstica, na cama de quem dormiu até os quinze anos, no alojamento dos criados.
Estudou na New Trier High School, de Illinois. Ganhava algum dinheiro entregando jornais. Aos dezoito anos, alistou-se na Marinha dos Estados Unidos, servindo na lavandaria. Foi quando a sua sexualidade despertou. No meio de tantos rapazes, sentia-se inteiramente à vontade. Tentou até manter um comportamento viril, para se mostrar um deles. Entrou para a universidade e, orientado por um professor, tirou várias fotos e enviou-as para vários agentes de artistas de Hollywood.
Em 1946, após sair da Marinha, Roy foi para Los Angeles, onde trabalhou como camionista durante dois anos para se sustentar, até que um encontro fortuito com o observador de talentos Henry Wilson, em 1948, o tirou do anonimato. Wilson apresentou Roy a Ken Hodge, um produtor musical. Os dois tornaram-se amantes. E foi numa festa, no apartamento de Ken, que Roy Sherer se tornou Rock Hudson. Os convidados decidiram que, se ele queria se tornar ator, deveria "renascer" com um outro nome. Ken pronunciou aleatoriamente "Rock", por causa do som duro; "Hudson" foi escolhido na lista telefónica.
Hudson estreou no cinema como ator secundário no filme Sangue, Suor e Lágrimas (Fighter Squadron, 1948), de Raoul Walsh e assinou um contrato com os Estúdios Universal que lhe garantia a realização de vinte e dois filmes em quatro anos. O seu primeiro grande papel a chamar atenção da crítica e do público foi no drama Sublime Obsessão (Magnificent Obsession, 1954), de Douglas Sirk, com quem faria alguns de seus melhores filmes.
Bem apessoado e com 1,93 m de altura, a sua carreira começou como galã em vários westerns, dramas de guerra e comédias principalmente, mas não só, ao lado de Doris Day. Recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator pelo clássico O Gigante (Giant, 1956), mas perdeu o prémio para Yul Brynner. O clássico, dirigido por George Stevens, também tinha James Dean e Elizabeth Taylor, que se transformaria numa de suas melhores amigas fora das telas.
Liz Taylor admitiu que, durante as filmagens de O Gigante, sentiu-se atraída por Hudson. Tudo inútil, pois havia para o ator alguém bem mais atraente que ela - James Dean. Este era um bissexual assumido e extrovertido. Porém, de acordo com a última biografia autorizada por Rock Hudson (Rock Hudson - História de Sua Vida), escrita pelo próprio Rock Hudson e Sara Davinson,  este diz: "Eu não simpatizava com ele (James Dean) pessoalmente", confessa Rock, "mas isso não tem importância". Rock não se dava bem com James Dean porque, na sua opinião, Dean não era "profissional". Durante as filmagens de "O Gigante", Rock Hudson e Elizabeth Taylor tiveram que passar o dia inteiro maquilhados e vestidos, esperando James Dean, que não chegava, pois assistia a uma corrida de carros noutra cidade.
Nas décadas de 50 e 60, figurou entre os dez astros de maior sucesso de bilheteira do cinema norte-americano. Quando os rumores começaram a circular em Hollywood que, ao contrário dos amantes românticos que ele interpretava no cinema, a sua orientação sexual era outra, o seu agente cinematográfico arranjou um pseudo-casamento de Hudson com Phyllis Gates, a sua secretária. Eles passaram a lua-de-mel na Jamaica e em Manhattan; o divórcio deu-se em 1958.
Na década de 70, a carreira de Hudson no cinema parecia estar no fim. Assinou então contrato para uma longa série televisiva. Para um astro de sua grandeza, era uma queda enorme. E o pior é que teria de participar de cenas na cama com a atriz Susan St. James. Eles inclusive teriam um filho na série. Para ele, era demais. Começou a beber e descuidou a sua aparência, sendo visto nos meios homossexuais de Los Angeles, São Francisco e Nova Iorque. A sua imagem ficou seriamente abalada quando se espalharam boatos de que teria se "casado" com o apresentador de um show da televisão, o ator Jim Nabors. Este acabou por perder o seu contrato quando o falatório chegou à CBS. Os dois não ousavam aparecer juntos e jamais se falaram novamente. Rock inclusive tinha medo de ir ao Havaí, pois sabia que Nabors tinha uma casa lá. Em 1982, uma revista anunciou o seu "divórcio".
A sua última aparição no cinema foi em O Embaixador (The Ambassador, 1984), de J. Lee Thompson, em que também aparecia Robert Mitchum. Desde o início da década de 80, já com os primeiros indícios de que havia contraído SIDA, o ator passou a fazer mais séries para a TV, como O Casal McMillan (McMillan & Wife, 1971-1977). Os seus últimos trabalhos foram a participação em vários capítulos da série Dinastia (Dinasty).
Rock Hudson só assumiu a doença três meses antes de morrer, ao anunciar que doaria 250 mil dólares para uma fundação recém-aberta para cuidar de pesquisas sobre o vírus da SIDA. Também estava escrevendo uma biografia, cujo título provisório era A Minha História, e cujos lucros seriam para essa fundação. Faleceu a 2 de outubro de 1985, em Los Angeles, nos Estados Unidos; o seu corpo foi cremado e as cinzas atiradas ao mar.
Ganhou quatro vezes o Golden Globe.