Apesar de ter apoiado a revolução cubana nos seus primeiros anos,
devido à extrema miséria em que vivia com a sua família nos anos de
Fulgêncio Batista, acabou por ser vítima de
censura e de
repressão,
tendo sido várias vezes perseguido, preso e torturado e forçado a
abandonar mesmo diversos trabalhos (como conta na obra autobiográfica
Antes que anoiteça), mostrando que o governo de
Fidel Castro não havia trazido mais
democracia à ilha.
Durante a
década de 70,
tentou, por vário meios, abandonar a ilha, mas não teve sucesso.
Mais tarde, devido a uma autorização de saída de todos os homossexuais e
de outras
persona non grata e depois de ter mudado de nome,
Arenas pôde deixar o país e passou a viver em New York, onde
lhe diagnosticaram
SIDA. Nessa época, escreveu "Antes que anoiteça" (no original "Antes que anochezca").
Em 1990, terminada a obra, Arenas suicidou-se, com uma dose excessiva de
álcool e droga. Dez anos mais tarde, em 2000, estreou a versão
cinematográfica da sua autobiografia, tendo
Javier Bardem no papel do escritor.
Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche
Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche,
sumidas ambas en un solo abismo.
Cuba o la noche (porque son lo mismo)
me otorgan siempre el mismo reproche:
'En el extranjero, de espectros fantoche,
hasta tu propio espanto es un espejismo,
rueda extraviada de un extraño coche
que se precipita en un cataclismo
donde respirar es en sí un derroche,
el sol no se enciende y sería cinismo
que el tiempo vivieras para la hermosura'.
Si ésa es la patria (la patria, la noche)
que nos han legado siglos de egoísmo,
yo otra patria espero, la de mi locura.
Reinaldo Arenas