Mostrar mensagens com a etiqueta Toada Coimbrã. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Toada Coimbrã. Mostrar todas as mensagens

sábado, abril 03, 2021

Hilário morreu há 125 anos...

 

"Augusto Hilário da Costa Alves nasceu em Viseu em 1864. No entanto, ao consultarmos a sua Certidão de Edade no Arquivo da Universidade de Coimbra, reparamos que na transcrição do seu registo de Baptismo, afinal, foi exposto na roda desta cidade [Viseu] pelas cinco horas da manhã e que em vez de se chamar Augusto Hilário refere a quem dei o nome de Lázaro Augusto.

Fica então a questão do porquê de Augusto Hilário. A resposta vem num documento anexo à Certidão de Edade referindo que no seu crisma solicitou para daí em diante se chamar Augusto Hilário (em 1877).

Quanto ao seu percurso escolar segundo João Inês Vaz e Júlio Cruz terá principiado no Liceu de Viseu pois frequentou o Liceu de Viseu com o intuito de fazer os estudos preparatórios para admissão à Faculdade de Filosofia. Certo é que, em 1889, vem para Coimbra fazer os preparatórios de Medicina. Dos Anuários da Universidade de Coimbra conclui-se que esteve matriculado em Filosofia entre os anos lectivos de 1889/1890 e 1891/1892 como aluno obrigado, sendo de destacar também que no ano lectivo de 1890/1891 frequentou a cadeira o Curso Livre de Língua Grega. Nos anos lectivos de 1892/1893 a 1895/1896 esteve matriculado em Medicina, tendo repetido o primeiro ano, tendo falecido quase a terminar o Curso.

Viveu na Rua Infante D. Augusto n.º 60, no Largo do Observatório n º 5, e na Travessa de S. Pedro n.º 14. No entanto, segundo os autores já citados, quando veio para Coimbra também se inscreveu na Marinha para receber subsídio do Estado Português.

É claro que durante o seu tempo de estudante cantou e tocou guitarra, tendo feito parte da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (no tempo em que o Doutor Egas Moniz, futuro Prémio Nobel da Medicina, era o Presidente da Tuna). Participou também na célebre homenagem a João de Deus, durante a qual, segundo João Inês Vaz e Júlio Cruz, após a actuação, terá atirado a guitarra para a assistência e, claro está, nunca mais a viu. Para obviar a falta da Guitarra, valeu-lhe o Ateneu Comercial de Lisboa que lhe ofereceu a derradeira guitarra em 1895 (a Guitarra do Hilário que hoje conhecemos).

Depois de ter actuado em diversos locais do país, acabou por falecer em Viseu no dia 3 de abril de 1896. Segundo a cópia da Certidão de Óbito na obra dos autores referenciados, morreu pelas nove horas da noite e sem sacramentos. Além disso, foi sepultado no cemitério público desta cidade [Viseu]."