quinta-feira, setembro 14, 2017

O Duque de Wellington morreu há 165 anos

Wellesley foi nomeado como alferes no exército britânico em 1787. Servindo na Irlanda como ajudante-de-campo para dois sucessivos Lordes Tenentes da Irlanda, também foi eleito como membro da Câmara dos Comuns do parlamento irlandês. Como coronel em 1796, Wellesley esteve em ação na Holanda e depois na Índia, onde lutou na Quarta Guerra Anglo-Maiçor na batalha de Seringapatão. Foi nomeado governador de Seringapatão e Maiçor, em 1799, e como major-general recém-nomeado, obteve uma vitória decisiva sobre a Confederação Marata na batalha de Assaye em 1803.
Wellesley aumentou a sua relevância como general durante a Guerra Peninsular das Guerras Napoleónicas, e foi promovido a marechal de campo depois de liderar as forças aliadas na vitória contra os franceses na batalha de Vitória, em 1813. Após o exílio de Napoleão Bonaparte em 1814, atuou como embaixador na França e foi-lhe concedido um ducado. Durante o Governo dos Cem Dias, em 1815, comandou o exército aliado que, juntamente com um exército prussiano sob ordens de Blücher, derrotou Napoleão na batalha de Waterloo. O registo de batalha de Wellesley é exemplar, em última análise, participou em cerca de 60 batalhas durante o curso da sua carreira militar.
Wellesley era famoso pelo seu estilo de adaptação defensiva de guerra e um extenso planeamento antes de batalhas, o que lhe permitia escolher o campo de batalha e forçar o inimigo a vir até ele, que resultaram em várias vitórias contra uma força numericamente superior, minimizando as suas próprias perdas. Ele é considerado um dos maiores comandantes de defesa de todos os tempos, e muitas das suas táticas e planos de batalha ainda são estudadas em academias militares de todo o mundo.
Ele foi duas vezes o primeiro-ministro pelo partido tory e supervisionou a aprovação do Roman Catholic Relief Act 1829. Foi primeiro-ministro entre 1828 e 1830 e serviu brevemente em 1834. Foi incapaz de impedir a aprovação do Reform Act 1832 mas continuou como uma das principais figuras na Câmara dos Lordes até à sua retirada. Permaneceu comandante em chefe do Exército Britânico até à sua morte.

Títulos, honras e estilos  

Pariato do Reino Unido
  • Barão Douro de Wellesley no Condado de Somerset – 26 de agosto de 1809
  • Visconde Wellington de Talavera, e de Wellington no Condado de Somerset – 26 de agosto de 1809
  • Conde de Wellington – 28 de fevereiro de 1812
  • Marquês de Wellington – 18 de agosto de 1812
  • Marquês Douro – 3 de maio de 1814
  • Duque de Wellington – 3 de maio de 1814
O seu irmão William escolheu o nome de Wellington por sua semelhança com o sobrenome da família de Wellesley, que deriva da aldeia de Wellesley, em Somerset, não muito longe da de Wellington.

Honras britânicas e irlandesas
O duque de Wellington foi um dos padrinhos do sétimo filho da rainha Vitória, o príncipe Artur, em 1850. Artur também nasceu no dia primeiro de maio, e, quando criança, o jovem príncipe foi encorajado a lembrar as pessoas de que o duque de Wellington era seu padrinho.

  
Títulos de nobreza fora do Reino Unido
Honras

Postos militares

As nações da Áustria, Hanôver, os Países Baixos, Portugal, Prússia, Rússia e Espanha deram-lhe a sua mais alta patente militar:
Cada nação presenteou-o com um bastão de Marechal, como símbolo da sua posição.

Isadora Duncan morreu há noventa anos

Angela Isadora Duncan (São Francisco, 27 de maio de 1877Nice, 14 de setembro de 1927) foi uma bailarina, considerada a precursora da dança moderna.
  
Vida pessoal
Isadora tinha personalidade forte, não se curvava a tradições e não era afeita ao casamento. No entanto, teve dois filhos (Deirdre e Patrick) dos seus relacionamentos com o designer teatral Gordon Graig e com o milionário parisiense Paris Eugene Singer, filho do empresário Isaac Singer. Os seus filhos morreram afogados no Rio Sena, juntamente com a sua governanta, em 1913. Em 1920 foi para Moscou e em 1922 casou-se com o poeta soviético Serguei Iessnin, casamento que durou dois anos. Em 1925, foi para a França, morando em seus últimos anos na cidade de Nice.

Carreira 
Considerada a pioneira da dança moderna, causou polémica ao ignorar todas as técnicas do balé clássico. A sua dança foi inspirada pelas figuras das dançarinas nos vasos gregos encontrados, segundo algumas fontes, no Museu do Louvre; já outras fontes informam que tais vasos foram vistos pela bailarina no museu britânico.

Morte
Isadora morreu num acidente de carro descapotável em 14 de setembro de 1927, quando a sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a e tendo o seu corpo sido arremessado para fora do carro. O jornal The New York Times, na edição de 15 de setembro de 1927, descreveu assim sua morte:
"Isadora Duncan, a dançarina americana, morreu tragicamente esta noite em Nice, na Riviera. De acordo com as informações chegadas de Nice, Miss Duncan foi lançada de maneira extraordinária de um automóvel aberto que dirigia e teve morte imediata, devido ao impacto contra o pavimento de pedra."
New York Times, descrevendo a sua morte.
Durante anos uma amiga disse que as últimas palavras proferidas antes de entrar no carro conduzido por um jovem, foram: "Adeus, amigos! Vou para a glória.", tendo anos depois recificado que eram "Adeus amigos. Vou para o amor". A sua intenção era que Isadora fosse recordada com uma frase mais elegante que aquela que realmente proferiu. Foi sepultada no Cemitério do Père-Lachaise, Paris na França.

O ator Sam Neill faz hoje 70 anos

Sam Neill (nascido Nigel John Dermot Neill; Omagh, Condado de Tyrone, 14 de setembro de 1947) é um ator da Nova Zelândia que começou a ser reconhecido com os seus primeiros papéis principais, em filmes como Omen III: The Final Conflict e Dead Calm e, na televisão, com Reilly, Ace of Spies. Obteve fama internacional, a partir de 1993, pelos seus papéis como Alisdair Stewart em The Piano e como o geólogo e paleontólogo Dr. Alan Grant no blockbuster Jurassic Park, um papel que repetiu em 2001 em Jurassic Park III. Também teve papéis notáveis ​​em Merlin, A Caçada ao Outubro Vermelho e The Tudors.

Zé Pedro - 61 anos

José Pedro Amaro dos Santos Reis conhecido como Zé Pedro  (Lisboa, 14 de setembro de 1956) é um músico português, guitarrista e o fundador dos Xutos & Pontapés.


Biografia
Filho de um militar, José Pedro Amaro dos Santos Reis, o seu nome completo, nasceu na noite do dia 14 de setembro de 1956, na ala do exército do Hospital da Estrela, em Lisboa.
Zé Pedro fundou os Xutos ao colocar um anúncio no jornal: "Baterista e baixista precisam-se para grupo punk". Zé Pedro é conhecido pela sua enorme alegria em cima do palco e fora dele.
Apesar de ser o guitarrista ritmo da banda, ele é considerado um ícone para o rock português,e é compositor de alguns clássicos dos Xutos como "Submissão" (onde participa como vocalista), e "Não Sou o Único".
Em meados dos anos 90, durante uma pausa dos Xutos, participou em conjunto com o colega de banda, Kalú, na banda de Jorge Palma, Palma’s Gang.
Zé Pedro chegou a ser consumidor de drogas. Actualmente assume abertamente esse facto e orgulha-se de estar completamente recuperado. Teve hepatite C, desde 2001, doença que quase lhe custou a vida e o obrigou a um transplante de fígado (em 2011).
Em 2004, teve uma participação especial no filme Sorte Nula, de Fernando Fragata, tendo interpretado um recluso evadido. Foi a sua banda, Xutos & Pontapés, que fez a banda sonora desse mesmo filme.
Em 2007, uma das suas irmãs, Helena Reis lançou um livro com o nome "Não Sou o Único" que conta toda a vida do guitarrista.
Actualmente, Zé Pedro é também DJ e tem uma rubrica na rádio Radar.
Em 2011 forma o supergrupo Ladrões do Tempo, com Tó Trips (Dead Combo), Pedro Gonçalves (Dead Combo), Samuel Palitos (ex-Censurados) e Paulo Franco (Os Dias De Raiva e Dapunksportif). Esta banda iria surgir no álbum Convidado:Zé Pedro, editado em 2011 por Zé Pedro, com o tema "Mora Na Filosofia".
A 19 de janeiro de 2013 casou com Cristina Avides Moreira.
 
 

Grace Kelly morreu há 35 anos...

Grace Patricia Grimaldi, nome de casada de Grace Patricia Kelly, (Filadélfia, 12 de novembro de 1929 - Monte Carlo, Mónaco, 14 de setembro de 1982) foi uma premiada atriz norte-americana, vencedora do Óscar na categoria Melhor Atriz e, após o seu casamento com Rainier III, príncipe-soberano do Mónaco, tornou-se a princesa do Mónaco, sendo conhecida também como Princesa Grace do Mónaco.
Grace é considerada a décima terceira lenda do cinema mundial pelo Instituto americano do cinema. A sua morte se deu em virtude de um acidente automobilístico em 14 de setembro de 1982. Kelly é também considerada, além de um ícone da moda, a "princesa mais bonita da história". Como atriz, estrelou onze filmes, entre eles "Amar é sofrer", pelo qual ganhou o Óscar de Melhor Atriz e o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático. No total, a atriz recebeu dez nomeações para os principais prémios da indústria cinematográfica mundial, tais como o BAFTA e o Globo de Ouro, dos quais venceu seis vezes.

O primeiro Cassini morreu há 305 anos

Giovanni Domenico Cassini (Perinaldo, Génova, hoje Itália, 8 de junho de 1625 - Paris, 14 de setembro de 1712), também chamado Jean-Dominique ou Cassini I, foi um astrónomo e matemático italiano.
Giovanni Cassini estudou no colégio dos Jesuítas em Gónova e Bolonha, e em 1650 foi, sob a proteção do general e senador Cornelio Malvasia, o sucessor de Pater Bonaventura Cavalieri na Universidade de Bolonha como professor na cátedra de astronomia. Nesta função, lecionou, sob o controle da doutrina da Igreja Católica, geometria euclidiana e a astronomia de Ptolomeu. O seu interesse foi atraído principalmente pela aparição de cometas, que observava com muita atenção. Além disso, produziu precisas tabelas solares e observou os períodos de rotação de Vénus, Marte e Júpiter. Em 1669, foi chamado pelo rei Luís XIV, a fim de tomar parte como membro da Academia de Ciências de Paris, fundada em 1667.
Um ano depois, foi nomeado diretor do Observatório Astronómico de Paris. Apesar do observatório de Paris não ser muito bem construído para a observação astronómica, Cassini continuou com as suas observações, descobrindo em 1671 e 1672 as luas de Saturno Jápeto e Reia, em 1675 uma parte escura dos anéis de Saturno, batizada com o seu nome (a Divisão de Cassini, área escura que separa os anéis A e B de Saturno e que tem cerca de 5.000 km de largura) e, em 1684, dois outros satélites do planeta dos anéis: Tétis e Dione.
Em 1672 calculou com precisão a paralaxe solar, e em 1683 foi o primeiro a descrever a luz do zodíaco. Cassini ficou cego em 1710, e dois anos depois, no dia 14 de setembro de 1712, faleceu em Paris.
Os sucessores na direção do Observatório Astronómico de Paris foram o seu filho Jacques, o seu neto César François e o seu bisneto Jean Dominique.
A sonda espacial da missão Cassini-Huygens, da NASA e da ESA, chegou, a julho de 2004, a Saturno, para investigar o sistema de anéis do planeta.

quarta-feira, setembro 13, 2017

O ícone gay Randy Jones, dos Village People, faz hoje 65 anos

Desde 2006 residindo em Nova York, lançou em 2007 o álbum Ticket to the World, o seu primeiro trabalho a solo. Como ator, apareceu com outros membros do grupo no filme Can't Stop the Music, lançado em 1980.


Vinny Appice - 60 anos

Vincent "Vinny" Appice (Brooklyn, Nova Iorque, 13 de setembro de 1957) é um baterista norte-americano de rock n' roll mundial, principalmente de heavy metal. Ficou famoso por tocar em importantes bandas, principalmente nos Black Sabbath, banda na qual entrou em 1980, com Ronnie James Dio, após a saída de Bill Ward para o tour do álbum Heaven and Hell. Tocou também na banda Dio, juntamente com o vocalista Ronnie James Dio, gravando inicialmente o álbum Holy Diver em 1983.
Ficou em 42° lugar na lista dos "50 melhores bateristas de hard rock e metal de todos os tempos" do site Loudwire.
 

O músico Tim Owens faz hoje 50 anos

Timothy S. "Ripper" Owens (Akron, 13 de setembro de 1967) é um músico de heavy metal norte-americano. É mais conhecido por ter sido o substituto de Rob Halford nos vocais dos Judas Priest, gravando dois discos de estúdio com a banda, Jugulator em 1997 e Demolition em 2001, saindo posteriormente dos Judas Priest. A passagem de Tim pela banda britânica serviu de inspiração para o filme Rock Star, com Mark Wahlberg e Jennifer Aniston. Entrou nos Iced Earth, saindo desta banda em 2006.
Atualmente faz parte das bandas Beyond Fear e Charred Walls of the Damned, além de tocar nos Dio Disciples, banda de tributo a Ronnie James Dio.


O acidente radiológico de Goiânia foi há trinta anos

(imagem daqui)

O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início a 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Foi classificado de nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, em que o menor valor corresponde a um desvio, sem significado em questões de segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.
O instrumento foi encontrado por sucateiros de um ferro-velho local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e dadas amostras a terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora de centrais nucleares.
Fonte contaminadora
A contaminação em Goiânia foi originada por uma cápsula que continha cloreto de césio - um sal obtido a partir do radioisótopo 137 do elemento químico césio. A cápsula radioativa era parte de um equipamento radioterapêutico onde, dentro deste, se encontrava, revestida por uma caixa protetora de aço e chumbo. Essa caixa protetora possuía uma janela, feita de irídio, que permitia a passagem da radiação para o exterior.
A caixa contendo a cápsula radioativa estava, por sua vez, posicionada num contentor giratório que dispunha de um colimador. Este servia para direcionar o feixe radioativo, bem como para controlar a sua intensidade.
Não se pôde conhecer ao certo o número de série da fonte radioativa, mas pensa-se que ela tenha sido produzida por volta de 1970 pelo Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. O material radioativo dentro da cápsula totalizava 0,093 kg e a sua radioatividade era, à época do acidente, de 50,9 TBq (= 1375 Ci).
O equipamento em questão era do modelo Cesapam F-3000. Foi projetado nos anos 50 pela empresa italiana Barazetti e comercializado pela empresa italiana Generay.
O objeto que continha a cápsula de césio foi recolhido pelo Exército e encontra-se exposto como troféu no interior da Escola de Instrução Especializada, no Rio de Janeiro, em forma de agradecimento aos que participaram da limpeza da área contaminada.
  
A origem do acidente
O Instituto Goiano de Radioterapia (IGR) era um instituto privado, localizado na Avenida Paranaíba, no Centro de Goiânia. O equipamento que gerou a contaminação na cidade entrou em funcionamento em 1971, tendo sido desativado em 1985, quando o IGR deixou de operar no local mencionado. Com a mudança de localização, o equipamento de terapia foi abandonado no interior das antigas instalações. A maior parte das edificações pertencentes à clínica foi demolida, mas algumas salas - inclusive aquela em que se localizava o aparelho - foram mantidas em ruínas.
O desmonte do equipamento radiológicoFoi no ferro-velho de Devair Ferreira que a cápsula de césio foi aberta para o reaproveitamento do chumbo. O dono do ferro-velho expôs ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um sal muito parecido com o sal de cozinha (NaCl), mas que emite um brilho azulado quando em local desprovido de luz. Devair ficou encantado com o pó, que emitia um brilho azul no escuro. Ele mostrou a descoberta à sua esposa Maria Gabriela, bem como o distribuiu a familiares e amigos. O irmão de Devair, Ivo Ferreira, levou um pouco de césio para sua filha, Leide das Neves, que ingeriu as partículas do césio com um ovo cozido. Outro irmão de Devair também teve contacto direto com a substância. Pelo facto do sal ser higroscópico, ou seja, absorver a humidade do ar, facilmente adere à roupa, à pele e aos utensílios, podendo contaminar os alimentos e o organismo internamente. No dia 23 de outubro morreram Leide e Maria Gabriela. Devair Ferreira passou pelo tratamento de descontaminação no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, e morreu sete anos depois.
A exposição à radiação 
Logo que expostas à presença do material radioativo, em algumas horas as pessoas começaram a desenvolver sintomas: náuseas, seguidas de tonturas, com vómitos e diarreia. Alarmados, os familiares dos contaminados foram inicialmente a drogarias procurar auxílio, alguns procuraram postos de saúde e foram encaminhados para hospitais

Deteção
Os profissionais de saúde, observando os sintomas, pensaram tratar-se de algum tipo de doença contagiosa desconhecida, medicando os doentes em conformidade com os sintomas descritos. Maria Gabriela desconfiou que aquele pó que emitia um brilho azul era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família. Ela e um empregado do ferro-velho levaram a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária, que ainda permaneceu durante dois dias abandonada sobre uma cadeira. Durante a entrevista com médicos, a esposa do dono do ferro-velho relatou para a junta médica que os vómitos e diarreia se iniciaram depois que o seu marido desmontou aquele "aparelho estranho". Só então, no dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por material radioativo de milhares de pessoas. Maria Gabriela foi um dos pacientes tratados no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro e foi uma das primeiras vitimas da contaminação.
O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" no Estádio Olímpico Pedro Ludovico; os governantes da época escondiam a tragédia da população que, aterrorizada, procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de gás. Outra razão é que Goiânia era a sede, à época, do GP Internacional de Motovelocidade no Autódromo Internacional Ayrton Senna e o governador do estado Henrique Santillo não queria que o pânico fosse instalado nos estrangeiros.
Contaminação
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mandou examinar toda a população da região. No total, 1000 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo.
Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram os seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material para rejeitar. O que foi recolhido com a limpeza foi transferido para o Parque Estadual Telma Ortegal.
Até hoje todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, facto este muitas vezes não noticiado pelos media brasileiros.
Após trinta anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo as leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo. Muitas pessoas contaminadas ainda vivem nas redondezas da região do acidente, entre as Ruas 57, Avenida Paranaíba, Rua 74, Rua 80, Rua 70 e Avenida Goiás; essas locais não oferecem, contudo, mais nenhum risco de contaminação à população.
Numa casa em que o césio foi distribuído a um residente, esposa do comerciante vizinho de Devair, esta deitou o elemento radioativo no casa de banho e, em seguida, fez uma descarga. O imóvel ficou conhecido como a "casa da fossa". Entretanto, a Saneago alegou que a casa não possuía fossa, sendo construída com cisterna, para a população não pensar que a água da cidade estaria hipoteticamente contaminada. 
Vítimas fatais e níveis de radiação
  • Leide das Neves Ferreira, de 6 anos (6,0 Gy, 600 REM), era filha de Ivo Ferreira e foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente. Inicialmente, quando uma equipe internacional começou a tratá-la, estava confinada a um quarto isolado no hospital porque os funcionários estavam com medo de chegar perto dela. Desenvolveu gradualmente inchaço na parte superior do corpo, perda de cabelo, danos nos rins, pulmões e hemorragias internas. Morreu a 23 de outubro de 1987, de septicemia e infecção generalizada, no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Ela foi enterrada num cemitério comum em Goiânia, num caixão especial, de fibra de vidro revestida com chumbo, para evitar a propagação da radiação. Apesar destas medidas, ainda houve um início de tumulto no cemitério, onde mais de 2.000 pessoas, temendo que o seu cadáver envenenasse toda a área, tentaram impedir o seu enterro, usando pedras e tijolos para bloquear a rua do cemitério. Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada num caixão de chumbo lacrado, erguido por um guindaste, devido às altas taxas de radiação e para que esta fosse contida.
  • Maria Gabriela Ferreira, de 37 anos (5,7 Gy, 570 REM), esposa do proprietário do ferro-velho Devair Ferreira, ficou doente cerca de três dias depois de entrar em contacto com a substância. O seu estado de saúde piorou e desenvolveu hemorragias internas, principalmente nos membros, nos olhos e no trato digestivo, além da perda de cabelo. Morreu a 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após a exposição.
  • Israel Baptista dos Santos, de 22 anos (4,5 Gy, 450 REM), foi um empregado de Devair Ferreira que trabalhou na fonte radioativa principalmente para extrair o chumbo.  Desenvolveu uma doença respiratória grave e complicações linfáticas. Acabou por ser internado no hospital e morreu seis dias depois, em 27 de outubro de 1987.
  • Admilson Alves de Souza, de 18 anos (5,3 Gy, 530 REM), também foi funcionário de Devair Ferreira, que também trabalhou na fonte radioativa. Desenvolveu lesões pulmonares, hemorragias internas e teve danos no coração. Morreu em 28 de outubro de 1987.

Vítimas posteriores
  • Devair Alves Ferreira, o dono do ferro-velho, sobreviveu em primeira mão à exposição, apesar de ter recebido 7 Gy de radiação. Os efeitos corporais incluíram a perda de cabelo e problemas em diversos órgãos. Sentindo-se culpado por abrir a cápsula, tornou-se alcoólico e contraiu cancro pela radiação, morrendo 7 anos depois, em 1994.
  • Ivo Ferreira, pai da menina Leide das Neves Ferreira, teve uma pequena contaminação. No entanto, ficou com depressão depois da morte da filha e passou a fumar cerca de seis maços de cigarro por dia, falecendo por enfisema pulmonar em 2003, 16 anos depois.
A Associação das Vítimas do Césio 137 afirma que, até ao ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram de contaminação, decorrente de cancro e outros problemas, e que cerca de 1.600 tenham sido afetadas diretamente.
  
Lixo contaminado
A limpeza produziu 13.500 quilogramas de lixo atómico, que necessitou ser acondicionado em 14 contentores que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1.200 caixas e 2.900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente durante 180 anos. Para armazenar esse lixo atómico e atendendo às recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAM, o Parque Estadual Telma Ortegal foi criado em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, onde se encontra uma "montanha" artificial onde foram colocados, ao nível do solo, revestida de uma parede de aproximadamente 1 (um) metro de espessura de concreto e chumbo.

terça-feira, setembro 12, 2017

O tratado de Alcanizes foi assinado há 720 anos

O diploma do Tratado de Alcanizes, no Arquivo Nacional Torre do Tombo

O tratado de Alcanizes (em castelhano, Alcañices) foi assinado entre os soberanos de Leão e Castela, Fernando IV (1295-1312), e de Portugal, D. Dinis (1279-1325), a 12 de setembro de 1297, na povoação leonesa-castelhana de Alcanizes. O tratado fazia parte de uma estratégia defensiva do rei D. Dinis.
Por ele se restabelecia a paz, fixando-se os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de Portugal:
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcântara e Valença de Alcântara, e outros lugares nos Reinos de Leão e de Galiza, era reconhecida a posse portuguesa das chamadas terras de Riba-Côa, que compreendiam as seguintes povoações e respetivos castelos:
Uma versão do tratado, cujo exemplar em Castelhano hoje se encontra depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, encontra-se transcrita por Rui de Pina na Crónica de El-Rei D. Dinis. No século XIX, o original foi publicado pelo Visconde de Santarém (1846).
Embora na fórmula de encerramento seja informada a datação como Era de mil trezentos trinta e cinco annos, recorde-se que a referida é a da Era de César, vigente à época daqueles soberanos, equivalente a 1297 no atual calendário gregoriano.
Três territórios foram perdidos por Portugal ou encontram-se pendentes de delimitação: São Félix dos Galegos (atual San Felices de los Gallegos), Ermesende (atual Hermisende), Salvaterra do Minho (atual Salvaterra de Miño) e Olivença (incluindo o atual município de Táliga). Olivença e Táliga actualmente estão administradas pela Espanha mas Portugal ainda mantém uma reclamação sobre a soberania dessas duas localidades.

Neil Peart, o mítico baterista dos Rush, faz hoje 65 anos

Neil Ellwood Peart (Hamilton, 12 de setembro de 1952), é um músico canadiano, baterista da banda de rock progressivo Rush, e escritor. Este é considerado por muitos e pela revista Rolling Stone o melhor baterista de todos os tempos
Peart recebeu inúmeros prémios pelas suas performances musicais e é conhecido pela sua agilidade, proficiência e energia.
Peart cresceu em Port Dalhousie, Ontário no Canadá (agora parte de St. Catharines) trabalhando em serviços ocasionais. Com 13 anos, Neil recebeu um par de baquetas, algumas almofadas de aprendizagem e lições de bateria, com a promessa de que se estudasse durante um ano com afinco, os seus pais lhe comprariam uma bateria. Como prometido, recebeu a sua primeira bateria aos 14 anos e passou a praticar rigorosamente.
Durante a adolescência, ele tocou em bandas regionais e eventualmente acabou por desistir dos estudos para dedicar-se a tempo integral à sua carreira de baterista. Após uma temporada desencorajadora na Inglaterra, Peart retornou a casa, onde ingressou numa banda regional de Toronto, Rush, no verão de 1974.
No começo da carreira, o estilo de tocar de Peart foi desenvolvido com base no hard rock. Assim tirou a maioria da sua inspiração de bateristas como Keith Moon e John Bonham, que estavam no destaque nesta área musical no Reino Unido. Entretanto, conforme o tempo foi passando, começou a absorver a influência de músicos de jazz e das big bands como Gene Krupa e Buddy Rich. Em 1994, Peart tornou-se amigo e pupilo do instrutor de jazz Freddie Gruber. Foi durante esse tempo que decidiu renovar o seu estilo de tocar, incorporando componentes do swing e do próprio jazz. Gruber foi também responsável por lhe mostrar produtos da Drum Workshop, a companhia que fornece os produtos da bateria de músico.