Vale destacar que foi nessa época um dos acontecimentos que mais marcou a carreira do artista. Tudo aconteceu quando um fã, durante o
show, atirou um
morcego ao palco e Ozzy, acreditando se tratar de um artefacto de plástico, mordeu a cabeça do animal e acabou tendo que tomar várias injeções anti-rábicas. O medicamento causou-lhe
choques anafiláticos, entre outros problemas de saúde. Chegou-se até a ser divulgada a sua morte, que foi desmentida pelo próprio vocalista. Em resposta, Ozzy Osbourne, de forma irónica, disse que se pode morrer de raiva após ser mordido por morcegos, mas que nunca ouvira falar que alguém podesse morrer de raiva por ter mordido um morcego. Além disso, a grande repercussão por parte da
imprensa sensacionalista levou entidades de proteção aos animais a protestarem contra os
shows, inclusive, alguns tiveram que ser cancelados. Mesmo com tantos incidentes, a turnê continuou.
No meio da ascensão da banda, um facto trágico estava para acontecer. No dia
19 de março de
1982, durante uma paragem na viagem que levaria Ozzy a
Orlando (
Flórida) para um
show, parte da banda decidiu descansar a bordo do autocarro e o motorista, que também tinha licença para pilotar, convidou
Jake Duncan e
Don Airey para fazer um passeio aéreo e ao aterrar, estendeu o convite a
Randy Rhoads e
Rachel Youngblood (maquilhadora).
Acredita-se que o piloto, ressentido pelo conturbado divórcio, tenha visto a sua ex-esposa entrando no autocarro e decidiu lançar o avião contra o veículo. O autocarro onde estavam Ozzy, a sua esposa e outros membros da banda não ficou muito danificado e ninguém ficou ferido, mas o avião explodiu, matando todos os passageiros. Ozzy entrou em profunda depressão com a perda de
Randy Rhoads (o seu melhor amigo) e decidiu adiar seus planos para o lançamento de um álbum ao vivo com o material gravado durante os
shows, optando por uma coletânea de clássicos dos
Black Sabbath, com o
guitarristaBrad Gillis (Night Ranger), que ganhou o nome de “Speak of the Devil” nos
Estados Unidos e “Talk to the Devil”, na
Inglaterra.
Livre dos compromissos com a
Jet Records, Ozzy assinou contrato com a
Epic Records e Sharon decidiu que seria interessante um pouco de publicidade. A ideia inicial era que Ozzy soltasse duas pombas durante um encontro com os executivos da gravadora só que, a despeito do prévio incidente com o morcego, Ozzy libertou uma das pombas e arrancou a cabeça da outra à dentada.
No final de
1983, com
Jake E. Lee à frente das guitarras, Ozzy grava o “Bark at the Moon”, que apesar das críticas positivas, embarcou nas modas da época, com constantes aparições na
MTV e uma turnê com os
Mötley Crüe, deixando para trás o classicismo das composições de
Randy Rhoads. Muito longe dos palcos, em outubro de
1984, John M. de 19 anos comete
suicídio e, de acordo com a polícia, a música “Suicide Solution” ainda tocava nos seus fones de ouvido quando o corpo fora encontrado. Dois anos depois, três processos de incitação ao suicídio vieram à tona e, em janeiro de
1986, através de seu advogado Thomas Anderson, a família de John acusou Ozzy de, no documentário “Don’t Blame Me”, utilizar uma técnica conhecida como “Hemisync”, que consiste em sincronizar as ondas de ambos os
hemisférios cerebrais para se atingir estados alterados de consciência, tornando o ouvinte aberto às sugestões e capaz de vívidas alucinações. O processo durou praticamente um ano e foi arquivado pelo Suprema Tibunal da
Califórnia. Curiosamente, a música “Suicide Solution”, escrita após a morte de
Bon Scott (vocalista do
AC/DC) por
hipotermia, após dormir bêbado no seu carro durante uma noite de inverno, adverte sobre os perigos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Nesse mesmo ano, Ozzy lança o álbum “The Ultimate Sin”, com a substituição de
Tommy Aldridge por
Randy Castillo e de
Bob Daisley por
Philip Soussan. Apesar do sucesso da música “Shot in the Dark”, o álbum é considerado medíocre pela maioria da crítica e pelo próprio vocalista. Já em
1987, motivada pelas centenas de cartas de fãs interessados em material inédito do guitarrista, a mãe de
Randy Rhoads entra em contato com Ozzy que decide reunir seus arquivos e enviá-los a
Max Norman – produtor de seus três primeiros álbuns. O resultado foi o lançamento do tributo a Randy Rhoads (“Tribute”).
Apesar do sucesso, eram frequentes as discussões entre Lee e Ozzy devido ao péssimo comportamento do vocalista, cada vez mais envolvido no consumo de bebidas e drogas, factos que levaram à substituição do guitarrista por
Zakk Wylde, pouco antes da gravação do “No Rest for the Wicked”. O álbum, por sua vez, obteve críticas excelentes e além do sucesso de “Crazy Babies” e “Breaking All the Rules”, destacou-se a música “Miracle Man”, onde Ozzy critica a hipocrisia de
Jimmy Swaggart - pastor evangélico que fazia pregações contra ele em seu programa de
TV, e que alguns anos depois foi descoberto frequentando um
motel com
prostitutas.
No final da
década de 80, foi cogitada uma reunião histórica entre Ozzy e os
Black Sabbath, após uma apresentação em
Donington,
Inglaterra (apresentação que valeu a saída do vocalista
Dio), mas problemas entre Sharon e os empresários dos
Sabbath impediram uma reunião definitiva.
Em março de
1990, Geezer juntou-se a Ozzy para o lançamento do álbum “Just Say Ozzy” que combinava canções do “No Rest for the Wicked” e sucessos do
Black Sabbath. O ano seguinte foi de grandes mudanças na vida pessoal do artista, já que Ozzy começou uma árdua batalha contra o alcoolismo. Reflexos dessa iniciativa ficaram nítidos no seu álbum subsequente, “No More Tears”, repleto de baladas (“Mama, I'm Coming Home” e “Time After Time”), letras autobiográficas (“Road to Nowhere”) e discussões sobre assuntos relevantes como, por exemplo, o abuso sexual de crianças ("Mr. Tinkertrain").
Os frutos dessa iniciativa se confirmaram através do
Grammy de melhor música para “
I Don't Want to Change the World”. Além de surpreender todos com essa nova postura, Ozzy intitulou sua turnê de “No More Tours” (“Sem mais turnês”), o que levou seus fãs a crerem que aquele seria seu último álbum. Em várias entrevistas, ele afirmava que estava cansado das viagens e gostaria de ficar mais com a família. Na época, acompanhado pelo guitarrista
Zakk Wylde, o baterista
Randy Castillo e o baixista
Mike Inez, o "madman" chegou a cancelar
shows devido à síndrome de abstinência da bebida. Isso não impediu que algumas apresentações fossem compiladas e transformadas em um álbum duplo (e seu respetivo vídeo), o “Live and Loud”.
Em novembro de
1992, na
Califórnia, durante o
show que seria um dos últimos da turnê (e da carreira de Ozzy), todos os membros originais do Black Sabbath surpreenderam o público ao entrar no palco e apresentar quatro clássicos: “Black Sabbath”, “Fairies Wear Boots”, “Iron Man” e “Paranoid”. No final do espetáculo, um painel de fogo de artifício explodia com a seguinte frase: "I'll be back" ("Eu voltarei"). Um vídeo foi gravado somente com as músicas resultantes da inusitada apresentação dos membros do Sabbath, e a turnê rendeu além de milhares de dólares, presenças ilustres como:
Nicolas Cage,
Rod Stewart e
Vince Neil e, em
1993, Ozzy estava oficialmente reformado. Em
1992 Ozzy Osbourne ficou nas paradas com a música "Mama, I'm Coming Home".
A reforma não durou muito e, mesmo levando alguns fãs a crer que tudo não havia passado de uma jogada de
marketing, Ozzy decidiu reunir novamente a sua banda. Em
1995, era lançado o “Ozzmosis”, produzido por
Michael Beinhorn. A princípio,
Zakk Wylde (ocupado com a sua banda
Pride and Glory) dividiria o seu posto com
Steve Vai, só que, devido a problemas com a gravadora, apenas a música “My Little Man” tem a participação de Vai. A turnê, por sua vez, levou o sugestivo nome de “Retirement Sucks” - alusão, ou melhor, explicação ao retorno de Ozzy. Zakk foi convidado a participar da turnê, mas, por estar a negociar com os
Guns and Roses, acabou sendo substituído por
Joe Homes (ex-David Lee Roth).
Geezer Buttler também não ficou muito (devido a problemas familiares) e deu lugar a
Robert Trujillo.
Além da turnê, no final de
1996, Ozzy e Sharon promoveram a primeira edição do
OzzFest, onde se apresentaram (entre outros):
Sepultura,
Slayer,
Powerman 5000,
Biohazard,
Fear Factory e
Cellophane. No ano seguinte (
1997), o
OzzFest ganhou uma segunda edição com dois palcos, onde se apresentaram bandas das mais diversas vertentes do metal. No palco principal:
Powerman 5000,
Fear Factory,
Type O Negative,
Pantera, Ozzy Osbourne (
Mike Bordin,
Robert Trujillo e
Joe Holmes),
Black Sabbath (Ozzy Osbourne,
Tony Iommi e
Geezer Butler) e
Marilyn Manson (que foi retirado de algumas apresentações devido à pressão das autoridades). No segundo palco, bandas mais
undergrounds como:
Drain S.T.H.,
Machine Head,
Coal Chamber e
Neurosis.
De volta ao estúdio, Ozzy gravou uma coletânea com os seus grandes sucessos (
The Ozzman Cometh: Greatest Hits,
1997), além de três músicas inéditas, sendo uma delas “Back on Earth” em parceria com
Steve Vai. Não satisfeito, ele decidiu reunir os membros originais do
Black Sabbath e gravar um álbum ao vivo, o
Reunion (lançado em
1998) e ainda fazer um dueto com o
rapperBusta Rhymes re-editando o clássico "Iron Man", que ganhou o nome de “This Means War!!” e faz parte da coletânea
Extinction Level Event (The Final World Front). O
OzzFest continuou e, na edição de
1998, participaram Ozzy,
Tool,
Soulfly,
Coal Chamber,
Limp Bizkit,
Sevendust,
Motorhead,
Incubus,
Life of Agony,
Snot,
Ultraspank, entre outras bandas - pois o festival ganhou uma versão europeia. Em
1999, os
Black Sabbath - que continuavam em turnê -, ainda era a principal atração do
OzzFest, mas rumores afirmavam que aqueles seriam os últimos
shows da banda. Paralelamente, Ozzy lançou bonecos e apetrechos temáticos, seguindo os passos de bandas como
Kiss.
As 29 apresentações (em cidades diferentes) do
OzzFest 2000 foram um sucesso. Ozzy era a atração principal, seguido por ícones como
Pantera,
Godsmack,
System of a DownMethods of Mayhem e
P.O.D.. Em
2001, surgiu a notícia que os
Black Sabbath estava prestes a gravar um novo álbum em estúdio, sucessor do
Never Say Die de
1978, com produção de
Rick Rubin. Infelizmente, a gravadora
Epic cancelou os projetos de Ozzy até que ele terminasse o seu novo trabalho a solo. Para evitar problemas, os fãs foram "calados" pela coletânea dupla “Ozzfest: Second Stage Live” que incluía a maioria das bandas que participaram do festival em
2000, além de raridades do primeiro
OzzFest, em
1996. No final de
2001,
Down to Earth foi lançado e pela décima quarta vez Ozzy recebeu o "disco de ouro" da
R.I.A.A por atingir 500 mil cópias vendidas. Em
2002, a
MTV americana começou a apresentar
The Osbournes - uma espécie de
reality show gravado na casa de Ozzy, onde câmaras registaram seis meses de convivência familiar do músico, da sua esposa e filhos. Em
12 de abril, Ozzy recebeu uma estrela na calçada da fama em
Hollywood, além de ser convidado para um jantar na
Casa Branca, com o objetivo de promover o seu trabalho de proteção aos animais.
Em
2007 foi lançado o álbum
Black Rain, muito bem aceite pela critica e fez Ozzy ser eleito o maior ícone da música.
Em
2008 Ozzy fez um
show no
Brasil e recebeu o prémio de lenda viva pelo
Classic Rock Awards, na
Inglaterra. Recentemente, Ozzy Osbourne gravou um comercial sobre
World of Warcraft. No comercial, mostra Ozzy Osbourne em frente ao
Lich King decidindo quem é o príncipe das trevas.
Em
2011, no dia 11 de novembro de 2011, foi anunciado no site oficial do Black Sabbath, o regresso do cantor à banda. Entraram no estúdio em 2012, preparando também uma turnê mundial. No inicio de 2013 Ozzy lançou seu o mais novo single, "God is Dead?"
Vida pessoal
Em
1982, Ozzy casou-se com
Sharon Osbourne, de quem tem 4 filhos: Aimee Osbourne, D-Eleven Osbourne,
Kelly Osbourne e
Jack Osbourne. Anos antes fora casado com Thelma Reilly, de quem teve dois filhos, Louis e Jessica Osbourne, a qual já lhe deu uma neta.