Biografia
Padre Pio nasceu em
25 de maio de
1887 na localidade de
Pietrelcina, muito próxima da cidade de
Benevento.
Foi um dos sete filhos de Grazio Forgione e Maria Giuseppa De Nunzio.
No dia seguinte, foi batizado com o nome de Francisco, e mais tarde
seria, de facto, um grande seguidor de São
Francisco de Assis.
Enquanto criança era muito assíduo das coisas de
Deus e da Igreja, tendo uma inigualável admiração por
Nossa Senhora e o seu Filho
Jesus,
que os via constantemente devido a tanta familiaridade. Foram Jesus e
Maria que lhe apareceram quando ele recebeu pela primeira vez as
dolorosas chagas de Cristo em
1910.
Ainda pequeno havia se tornado amigo do seu
anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do
Evangelho.
Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a
recorrerem ao seu anjo da guarda, estreitando assim a intimidade dos
fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história
da igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.
Aos doze anos, recebeu os sacramentos da primeira comunhão e do crisma.
Durante os primeiros anos como frade capuchinho, frequentes problemas
de saúde obrigavam o Padre Pio a fazer visitas regulares à sua casa, para
receber cuidados da sua mãe, a quem chamava carinhosamente "Mama Peppa".
Ele sofria de intensas dores no peito e nas costas, frequentes dores de
cabeça, febres altas, problemas pulmonares e estomacais. Estes sintomas
desapareciam inexplicavelmente quando ele voltava. Depois de sua
ordenação, seus problemas de saúde o obrigaram a permanecer em casa até
1916. Quando voltou, nesse ano, foi mandado para o Convento de São João Rotondo, lugar onde viveu até a morte.
Aos casos mais urgentes e complicados o frade de Pietrelcina dizia: "Estes só Nossa Senhora", tamanha era a sua confiança na sua Mãezinha do Céu a quem ele tanto amava e queria obter suas virtudes.
Percebendo que a sua missão era de acolher em si o sofrimento do
povo, recebe como confirmação do Cristo os sinais da Paixão no seu
próprio corpo. Estava aí marcada em si mesmo a sua missão. Deus o queria
para aliviar o sofrimento do seu povo. Entregando-se inteiramente ao
Ministério da
Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do
Demónio
que era conhecido por ele como "barba azul". Torturado, tentado e
testado muitas vezes por este, sabia muito da sua astúcia no seu afã em
desviar os filhos de Deus do caminho da fé.
Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual,
recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, o tão
conhecido
"Casa Alívio do Sofrimento", que viria a ser o referência em toda a
Europa. Mesmo com o seu ministério sacerdotal vitimado por calúnias injustificáveis, não se arrefeceu o coração para com a
Igreja, por quem tinha grande apreço e admiração. Sabia muito bem distinguir de
onde provinham as calúnias, sendo estas vindas por parte de alguns da
Igreja, e não da Igreja, mãe e mestra a quem ele tanto amava.
A pedido do
Santo Padre, devido aos horrores provocados pela
Segunda Guerra Mundial, cria os grupos de
Oração,
verdadeiras células catalizadoras do amor e da paz de Deus para serem
propagadores de tais virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no
vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.
Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração celebra-se uma
Missa nesta intenção. Seria esta Missa o caminho do seu
Calvário
definitivo, onde entregaria a alma e o corpo ao seu grande apaixonado; a
última vez que os seus filhos espirituais veriam o padre a quem tanto
amavam. Era madrugada do dia
23 de setembro de
1968,
no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de
Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a cruz do
Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu. Morte
suave de quem havia completado a missão, de quem agora retornaria ao
seio do Pai em quem tanto confiou.
Hoje são muitas as pessoas que se juntaram a fileira dos seus devotos
e filhos espirituais em vários grupos de oração que se espalharam pelo
mundo. É o próprio padre Pio que diz: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar".
Padre Pio foi muito enérgico na confissão, a ponto de negar a
absolvição a muitos. Ele via nos olhos que a pessoa não estava
arrependida. Um dia, um jovem disse que estava chorando porque não havia
recebido a absolvição. Padre Pio disse-lhe que estava fazendo aquilo
para ele ir para o céu, porque ele não se tinha arrependido. As pessoas
que eram repreendidas por Padre Pio sentiam compulsão no coração. Elas
voltavam e eram profundamente tocadas no coração. A não-absolvição
trazia ao coração delas o desejo de mudança de vida e autenticidade.
Casa Alívio
do Sofrimento
No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e
misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da Casa Sollievo della Sofferenza (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.
Trata-se de um dos hospitais mais importantes da
Itália.
Era a realização de um sonho por ele cultivado, desde há muito tempo,
depois de ter visto a triste situação de tantos doentes que, naqueles
anos dolorosos da
guerra
e de pós-guerra, não tinham assistência adequada. No dia da
inauguração, ao fim de um longo caminho de obstáculos de diversos
géneros, o Santo de Pietrelcina, visivelmente comovido e feliz, dizia ao
grande número de pessoas que estavam presentes:
Senhores e irmãos em Cristo, a Casa Alívio do Sofrimento está
pronta. Agradeço aos benfeitores que, de diversas parte do mundo,
colaboraram. Esta é uma criatura que a Divina Providência, com a ajuda
de vocês, criou.
As crónicas nos dizem que padre Pio já tinha pensado em criar um
hospital em 1940, chamando-o, na época de seu projeto, de “Casa Alívio
do Sofrimento”, mas a declaração de guerra, em 10 de junho de 1940,
impediu tudo. Só em 1946 ele pôde constituir a sociedade encarregada de
iniciar os trabalhos. A princípio, foi inaugurada com 300 leitos. Hoje, o
hospital já possui 1.000 leitos e, a cada dia, surgem outras
necessidades.
O padre de Pietrelcina quis colocar no hospital os melhores materiais
de construção. As paredes todas são decoradas com mosaicos manuais
feitos um a um pelas mulheres da região. Há pilares de mármore com
diversas cores, imagens sacras, capelas, flores e quadros. Este conjunto
artístico gera a sensação de bem-estar, tornando-o, de facto, uma casa
para o doente em tratamento.
Hoje, o hospital atende cerca de 50 mil pacientes de diversas partes
da Itália em busca do alívio de suas dores. Eles recebem não apenas o
atendimento médico, mas a atenção e o amor de todos aqueles que lá
trabalham.
Canonização
No dia seguinte à sua canonização, o
Santo Padre Papa João Paulo II disse que
"Acima de tudo, ele foi um religioso que sinceramente amou Cristo crucificado... Ele participou no mistério da Cruz."
Foto do Padre Pio de Pietrelcina com os estigmas
Sinais de milagre
Entre os sinais milagrosos que lhe são atribuídos encontram-se as
estigmas, que duraram cinquenta anos (de
20 de setembro de
1918 a
23 de setembro de
1968), e o dom da
bilocação. Entre os muitos milagres, está a cura do pequeno Matteo Pio Colella de
San Giovanni Rotondo sobre o qual se assentou todo processo canónico que fizeram do frade São Pio.
Entre os tantos relatos de
bilocação, há o contado por
Dom Luigi Orione, também proclamado recentemente santo. Santo Orione contou que, em
1925, sendo um dos tantos devotos de
Santa Teresa de Lisieux, encontrava-se na
praça de São Pedro para as celebrações em honra da mística
francesa
quando apareceu, inesperadamente, à sua frente, o Padre Pio. Todavia,
segundo o relato de muitas pessoas, Pio nunca saiu do convento onde
viveu de
1918 até sua morte.