domingo, fevereiro 06, 2011

Música adequada à data


PS - Falco morreu há 13 anos...

Recordar Bob Marley

O país de Socas, Milu & Isabelinha - ano 2045

O Futuro do Ensino

Em 2045, num qualquer hospital perto de si
.
- Então o que se passa?
- Senhor doutor, tenho aqui uma dor muito forte, do lado direito do abdómen, por baixo do umbigo. Passei a noite a vomitar.
- Que bom, não sei nada de barrigas, o senhor vai ser um doente muito interessante!
- Como assim, não sabe nada de “barrigas”?!
- Caro amigo, médicos com conhecimento estruturado, de barrigas ou de outra coisa qualquer, já não existem. Isso era antigamente, quando tinham de decorar uma data de coisas. E era logo no primeiro ano. Começavam por uma disciplina a que chamavam “Anatomia”: era um calhamaço inteiro para aprender de cor, imagine-se!
- Então mas isso não é importante?
- Não, de todo! Eles aprendiam de cor mas não percebiam nada do que estavam a ler! Só papagueavam. Sabiam falar-lhe durante horas da aorta ou da veia cava mas se calha nunca tinham visto nenhuma! E essa quantidade estéril de informação tolhia-lhes o cérebro, por isso praticavam uma medicina muito pouco criativa.
- Então e o sr. doutor, como é que aprendeu medicina?
- Pois aí é que está, eu não aprendi. Não lhe disse já que não percebo nada de barrigas? Mas, mais importante, aprendi a aprender medicina. Ou seja, apesar de não saber nada, sei potencialmente tudo. Já viu a sua sorte em ter vindo bater-me à porta?
- Isso é o que vamos ver... Mas espero que em todo o caso tenha tido bons médicos como professores...
- Médicos a ensinar medicina?! Valha-me Deus, que ideia mais medieval! Não meu caro amigo, os médicos foram erradicados do ensino da medicina há mais de vinte anos.
- ?!
- Não percebo o seu espanto. Então acha razoável que as aulas sejam leccionadas por médicos enfadonhos, sem competências ao nível dos processos de ensino/aprendizagem, e que se limitam a debitar umas teorias estéreis virados para o quadro? Eram muito pedantes esses professores, achavam-se o centro das atenções. E os alunos, claro, não percebiam nada. E o pior é que todos os dias se tornavam menos criativos, menos espontâneos, menos empenhados... Não, meu amigo, hoje temos um ensino moderno, as coisas já não funcionam assim! No final do século XX assistimos a enormes progressos no campo da pedagogia. Começou-se por dar formação aos professores do Ensino Básico e Secundário. Depois, progressivamente, as novas metodologias começaram a entrar nas universidades. Primeiro de mansinho, com o processo de Bolonha. Isto aconteceu no início do século. Curiosamente, o meu curso, Medicina, ainda foi o que resistiu mais tempo. Mas ninguém pára o progresso, e ainda bem: com a criação das Direcções Regionais do Ensino Superior, por volta de 2025, já ninguém podia leccionar no Superior sem uma forte preparação nas modernas correntes pedagógicas.
- Mas como funcionam?
- Para começar, temos de perceber que o conceito de professor está ultrapassado. Já não existem professores, o que existe são orientadores/facilitadores das aprendizagens. E as aprendizagens dependem do interesse dos alunos. Eu por exemplo sempre me interessei muito por pés, logo os meus orientadores facilitaram-me essa aprendizagem.
- Por pés?!
- Sim, é que gosto muito da bola, sabe? O meu power-point de fim de Mestrado é sobre a relação entre o tendão de Aquiles e a potência de remate. Ficou espectacular, fiz com recurso a uma ferramenta das novas tecnologias, um software de medicina dinâmica...
- Então mas qual é a formação desses “facilitadores das aprendizagens”?
- É muito variada... seguiram um pequeno módulo de três meses sobre medicina propriamente dita. A partir daí, estudaram pedagogia, sociologia, psicologia, administração pública... são umas pessoas muito completas.
- Não sei como é que pessoas com esse perfil “diversificado” o conseguiram avaliar...
- Avaliar?! Decididamente, o meu amigo parece ter vivido no século passado! Há muito que se sabe que a avaliação não ajuda a consolidar as aprendizagens. Muito pelo contrário, até desajuda. Quem estuda tendo em vista um exame não aprende nada. A avaliação foi inventada pelas elites por forma a poderem manter a sua supremacia. Eram uns fascistas, não queriam que os saberes caíssem à rua.
- Por falar em “saberes”, o que me parece é que o senhor doutor não sabe fazer nada...
- Não diga isso caro amigo, vai ver que vai ficar contente com o meu trabalho. Olhe que tirei nota máxima nas disciplinas de Medicina em Contexto e Comunicação da Medicina. Fazia umas redacções muito interessantes.
- Tirou nota máxima? Então não me disse que nunca foi avaliado?
- Pois, mas tivemos todos nota máxima. É natural, não é? Cada ser humano é único. Dentro da especificidade de cada um, todos somos excelentes.
- Senhor doutor, eu não o quero interromper, mas estou mesmo aflito. Será que pode então tratar-me?
- Sim, meu caro senhor, vamos a isso! Ora bem, como lhe expliquei, não sei nada de barrigas, mas daqui a nada já vou saber tudo. Mas antes, vou ter de fazer umas investigações.
- “Investigações”?!
- Sim. Investigações. Não me pergunte porquê, mas essa palavra (tal como aprendizagens e competências) deve ser usada sempre no plural. Vou usar as investigações para construir o meu próprio conhecimento. Quer conhecimentos mais robustos e genuínos do que aqueles que são construídos pelo próprio sujeito?
- Devo-lhe dizer que começo a ficar desconfiado. Em que consistem essas investigações?
- Ora bem, vou dirigir-me aqui ao meu terminal e interrogar o maior especialista de medicina clínica que existe: a internet. Como disse, isto vai ser mesmo muito interessante.
- A internet?!
- Exactamente! Ninguém sabe mais do que a internet, isso é mais do que óbvio. Hoje tudo está à distância de um clique, não tenho de abrir aqueles livros enfadonhos a preto e branco que conservamos na secção de museologia do hospital, em sinal de aviso às gerações futuras, para que não voltem a cair no erro do culto ao conhecimento estático.
- Então vamos lá.
- Sim, desculpe. Ora bem, deixe-me escrever aqui a minha procura “dor barriga lado direito”. Enter. Pronto, a informação já jorra! Huuumm... pois... tal como suspeitava... sim... sim...
- Já sabe o que tenho?
- Sim, é um problema simples, mas espere um pouco, deixe-me fazer aqui copy-paste para colocar no seu relatório. Agora, para confirmarmos o diagnóstico tenho só de lhe tirar uma radiografia, para ver se aparece uma imagem parecida com esta aqui. Não percebo muito bem o que representa, mas se a sua for igual é porque tem a mesma coisa. A única chatice é que a máquina de raios-X está avariada. Mas não se preocupe, vou já telefonar ao engenheiro biomédico de serviço.

(Passados dez minutos entra o engenheiro)

- Então o que se passa, senhor doutor?
- Queria fazer uma radiografia a este doente, senhor engenheiro, mas a máquina está avariada...
- Que bom! Não sei nada de máquinas de raios-X! Vai ser um serviço muito interessante...

in De Rerum Natura - post de Filipe Oliveira

Notícia sobre acidente mineiro na Roménia

Acidente aconteceu no sudoeste do país
Acidente numa mina de carvão na Roménia mata cinco pessoas

Na Roménia, as condições do trabalho nas minas estão envoltas em polémica

Cinco homens morreram hoje, depois de um acidente numa mina de carvão, no Sudoeste da Roménia, adiantou à AFP a porta-voz da companhia nacional mineira.

“Nenhuma pessoa sobreviveu, há cinco mortos”, indicou a porta-voz Oana Stoicuta. Os homens eram um engenheiro e quatro electricistas.

“É uma tragédia”, disse o governador da cidade de Uricani, Dan Buhaescu, logo a seguir a ter informado as famílias do acontecido, que estavam reunidas junto da mina.

Os cinco empregados da empresa mineira desceram à galeria da mina de Uricani, a uma profundidade de 400 metros, para fazer uma reparação eléctrica num quadro de distribuição. “Por volta das 14.30 horas (12.30, hora de Lisboa), a equipa indicou ter finalizado a operação, mas uma dezena de minutos mais tarde, um cheiro a fumo foi detectado ao nível de uma saída de ventilação. Foi assim que fomos alertados para o facto de ter havido um acidente”, disse a porta-voz.

Quatro horas e meia depois, uma equipa de resgate desceu à câmara para salvar os homens, mas encontrou os cinco mortos. Nenhum mineiro estava nas instalações, por ser fim-de-semana.

Entretanto, deu-se uma nova deflagração na mesma mina. No entanto, a equipa de resgate já tinha saído. Os corpos dos cinco homens que morreram na primeira explosão também já tinham sido retirados

Trabalham 800 pessoas nesta mina, situada no vale de Jiu, uma das regiões mineiras mais importantes da Roménia.

Este é o acidente mais importante desde que morreram 13 pessoas em Novembro de 2008, em duas explosões na mina de Petrila, situada no mesmo vale.

O director da Companhia Nacional Mineira, Constantin Jujan, afirmou hoje que modernos equipamentos de controle de gás foram adquiridos em 2009 e 2010 na mina de Uricani.

A novilíngua socrática explicada

Sócrates diz que não haverá despedimentos na função pública...


O primeiro-ministro - o rosto e a mímica da convicção


...Portanto, vai haver despedimentos na função pública.


(Provavelmente, será criado o conceito de despedida da função pública: Sócrates poderá clamar, depois, no parlamento, que nunca lhe ouviram dizer que não haveria despedidas na função pública; é homem de uma só palavra: "realmente, não há despedimentos, mas somente despedidas!" - berrará ele zangado, denunciando a aleivosia caluniosa dos ataques pessoais das oposições.)

in O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

Mais uns a apuparem o aldrabão do costume

A Santa Joana Princesa nasceu há 459 anos


Santa Joana de Portugal, OP (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (6 de Fevereiro de 145212 de Maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel. Joana, foi jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.
Joana foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Tânger. Após recusar veementemente várias propostas de casamento, Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas. Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei João II de Portugal. Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de Maio.
É Padroeira da Cidade de Aveiro.

Hoje é dia de Reggae!

O Muro da Vergonha fez a sua derradeira vítima há 22 anos

  
Chris Gueffroy (Berlim, 21 de Junho de 1968 - Idem, 6 de Fevereiro de 1989) foi a última pessoa a ser alvejada enquanto tentava escapar para Berlim Ocidental pelo Muro de Berlim. Ele é frequente e erroneamente referenciado como a última pessoa a morrer numa tentativa de cruzar o muro, mas na verdade ele foi o último a ser assassinado, e o penúltimo a morrer numa tentativa de fuga. Winfried Freudenberg morreu na queda de um balão no qual cruzou a fronteira para Berlim Ocidental em 8 de Março de 1989.

Junto com seu amigo Christian Gaudian, Gueffroy tentou escapar de Berlim Oriental para Berlim Ocidental na noite de 6 de fevereiro de 1989, ao longo do canal do distrito de Britz. Os dois acreditavam que a Schießbefehl, a ordem de atirar em qualquer um que tentasse cruzar o muro, havia sido suspensa. Os dois pulariam o muro com a ajuda de uma escada, mas foram descobertos. Gueffroy foi alvejado no peito por dez tiros e morreu sobre o muro. Gaudian, muito ferido, foi preso e sentenciado em 24 de Maio de 1989 a três anos de prisão. Em Setembro do mesmo ano ele foi solto e em 17 de Outubro transferido para Berlim Ocidental.

Os quatro guardas implicados foram recompensados pelas autoridade da Alemanha Oriental, cada um com um prémio de 150 marcos. No entanto, com a reunificação, um processo foi aberto em Berlim pela justiça da Alemanha. Dois dos guardas foram liberados em Janeiro de 1992, um foi suspenso, enquanto que o principal acusado, Ingo Heinrich, que era responsável pelo tiro mortal no coração, foi condenado a três anos e meio de prisão (penalidade reduzida pelo Tribunal Federal a dois anos com suspensões em 1994).
O túmulo de Gueffroy foi vandalizado diversas vezes, provavelmente por comunistas que temiam que ele se tornasse um símbolo. Em 21 de Junho de 2003, data em que comemoraria 35 anos, um monumento foi erguido a Gueffroy à margem do canal de Britz. 

Bob Marley nasceu há 66 anos


Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Nine Mile, 6 de Fevereiro de 1945Miami, 11 de Maio de 1981) foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o género. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ele foi chamado de "Charles Wesley dos rastafáris" pela maneira com que divulgava a religião através de suas músicas.


sábado, fevereiro 05, 2011

Diz-me com quem andas...

(imagem daqui)

Prioridades e amizades

Em Março de 2010, o primeiro-ministro José  Sócrates afirmava «que fique claro a toda a opinião pública portuguesa” que Portugal atribui “à relação com os países do Norte de África uma prioridade política indiscutível”. Acrescentava ainda que relativamente à Tunísia esta era «uma economia que merece toda a confiança, com estabilidade política, com regras claras…».
Claro, na altura não se contava que o povo tunisino se revoltasse contra tão longa «estabilidade» do amigo Ali.  Agora, novo revés: «Governo desiste de apostar no mercado egípcio».
Mas calma,  a «prioridade» fixada pelo governo socialista ainda tem uma ilha de esperança: a Líbia de Kadafi: «Basílio Horta continua a afirmar que o Magrebe e o Médio Oriente constituem mercados com um interesse fundamental para o crescimento das exportações, e dá como exemplo a Líbia, para onde exportamos bens no valor de 70 milhões de euros.». Aguenta-te Kadafi, o governo português aprecia a estabilidade do teu regime e que compres muitos magalhães de pacotilha.
in Blasfémias - post de Gabriel Silva

 (imagem daqui)

Cantiga em castelhano do aniversariante do dia

 

Libre te quiero - Amancio Prada

Libre te quiero,
como arroyo que brinca
de peña en peña.
Pero no mía.
Grande te quiero,
como monte preñado
de primavera.
Pero no mía.
Buena te quiero,
como pan que no sabe
su masa buena.
Pero no mía.
Alta te quiero,
como chopo que en el cielo
se despereza.
Pero no mía.
Blanca te quiero,
como flor de azahares
sobre la tierra.
Pero no mía.
Pero no mía
ni de Dios ni de nadie
ni tuya siquiera.

Agustín García Calvo

Canção de Amancio Prada para recordar Federico


Gacela del amor desesperado - Amancio Prada

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

Federico Garcia Lorca


NOTA: belíssima interpretação, com um luminoso cheiro andaluz, do ainda mais belo poema de Federico, no ano em que passam 75 anos sobre o seu vil assassinato.

Música galega do aniversariante de hoje


Amiga, namorado vou - Amancio Prada

Por oír a unha rula decir de amor,
amiga, namorado vou!

Por mirar as cerdeiras como botan fror,
amiga, namorado vou!

Por verte e non te vere no verde prado,
amiga, namorado vou!

Porque non me non queres por teu namorado!
amiga, namorado vou!

- No vento pórei este meu lume novo
porque ardan as rulas, as cerdeiras e todo!
Amiga, namorado vou!


Álvaro Cunqueiro

Pode ser que assim muitos deixem de ser mansos - quando eu for grande quero ser tunisino


Parva que sou - Deolinda
Música e letra: Pedro da Silva Martins

Sou da geração sem-remuneração
e nem me incomoda esta condição...
Que parva que eu sou...


Porque isto está mau e vai continuar
já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou....


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...


Sou da geração casinha-dos-pais
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou...


Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou...


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...


Sou da geração vou-queixar-me-pra-quê?
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou...


Sou da geração eu-já-não-posso-mais-Que-esta-situação-d­ura-há-tempo-de-mais!
e parva eu não sou!!!


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...

Pelo direito à eutanásia política

(imagem daqui)

O estertor do socratismo?

por NUNO SARAIVA

A ruptura manifesta entre o ministro dos Assuntos Parlamentares - que integra o núcleo duro de José Sócrates -, os seus colegas de Governo e a bancada do PS é mais uma cena de um guião que parece apontar para o progressivo desnorte e para a agonia da governação socialista. Aliás, nos últimos tempos, não têm faltado os episódios típicos de "fim de ciclo" ou, como ficou conhecida a fase final do cavaquismo, de "estertor" do socratismo.

Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, não hesitou há uns meses em colidir publicamente com o primeiro-ministro quando defendeu que o défice público devia ser limitado pela Constituição ou advogou um governo de salvação nacional para resolver os problemas do País. Mais recentemente, no Qatar, foi pronto a contradizer o "chefe", a propósito da venda de dívida soberana portuguesa no Médio Oriente.

No Diário de Notícias, em três semanas consecutivas, Mário Soares fez duras críticas ao PS e ao primeiro-ministro e dois elogios ao líder do PSD. O histórico que nos últimos anos foi aliado de José Sócrates não o poupou pelo apoio a Manuel Alegre, o "candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda". Foi "um erro de Sócrates, grave, sobretudo, para o futuro do PS", escreveu o fundador do partido. Isto quando no mesmo artigo elogiou o discurso de Passos Coelho na noite das eleições, dizendo que foi "politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente". Uma semana depois, Soares voltou à carga: "Para o PS (...) é o momento (...) para dar um novo impulso à sua participação na vida política, com mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro e promover- -se." Elucidativo.

José Sócrates, no auge do desgaste desde que chegou ao poder, tem pois que dirimir conflitos com e entre ministros, que resultam, naturalmente, da actual falta de articulação e autoridade no interior do Governo. Para além, claro, dos críticos do costume, como Carrilho. Ao PSD, dirão alguns, bastará fazer de morto e esperar que o Governo caia sozinho daqui a uns meses.

Há, porém, uma contabilidade que vale a pena equacionar. Se, por mero acaso, os juros da dívida continuarem a tendência de descida manifestada nos últimos leilões; se, por esta razão, a pressão dos mercados diminuir; se a execução orçamental se revelar imaculada, o que acontecerá? 

Amancio Prada - 62 anos!

(imagem daqui)


Amancio Prada (Devesas, León, 5 de Fevereiro de 1949), nascido no Bierzo de fala galega, filho de camponeses, é um dos mais destacados cantautores espanhóis.
Estudou Sociologia na Universidade da Sorbonne (Paris). Ali mesmo, na França, já se deu a conhecer aparecendo na televisão e nas rádios francesas, e mesmo gravou o seu primeiro disco Vida e morte. A partir de aqui começou uma longa etapa de produção de discos, junto com numerosas actuações por todo o mundo, pois participou em concertos por todo o território espanhol e internacional (Roma, Estocolmo, Genebra, Buenos Aires, Nova York, Lisboa, Caracas, Porto, Chicago, México, Rabat, Colónia, Utrecht, Ravenna, Atenas, Bruxelas, Medellín, Brasil...)
Amancio Prada pode-se considerar como um dos melhores embaixadores da lírica galega e portuguesa no mundo (Rosalia de Castro, Álvaro Cunqueiro, diversos trovadores galaico-portugueses, canções populares galegas, etc), razão que o júri deu para que ganhasse o XXI Prémio Celanova - Casa dos Poetas - em 2005 ou o Premio Xarmenta em 2006.




En Lixboa, sobre lo mar

En Lixboa, sobre lo mar
barcas novas mandei lavrar,
ai mia senhor velida!


En Lixboa, sobre lo ler,
barcas novas mandei fazer,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
ai mia senhor velida!


Joán Zorro

Juízes: 2 - Pandilha: 0


A exploração mineira dos fundos oceânicos deixou de ser ficção

Papua Nova-Guiné dá concessão a empresa
Começou primeira corrida ao ouro no mar, a 1600 metros de profundidade 

A empresa fez estudo ambientais (Nautilus Minerals)

A empresa Nautilus Minerals teve a concessão para extrair ouro e outros minérios do fundo do mar, em águas da Papua-Nova Guiné. A companhia, com sede em Toronto, no Canadá, é a primeira a ganhar direito de explorar o fundo marinho e vai realizar os trabalhos a 1600 metros de profundidade depois de vários anos a fazer a prospecção e a realizar estudos ambientais naquela região, adianta o jornal espanhol El País.


O direito exclusivo dado pelo Governo da Papua-Nova Guiné à Nautilus Minerals é de 20 anos. Segundo as estimativas da empresa, a jazida contem 2,2 milhões de toneladas de material. Destas, 870 mil toneladas têm 6,8 por cento de cobre e 4,8 gramas por tonelada de ouro, além de outros materiais de interesse económico.

Esta jazida é formada por um depósito de sulfuretos polimetálicos que estão associados a chaminés hidrotermais que existem a grande profundidade. A gestão destas jazidas, em águas internacionais, é regulada pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.

Estas chaminés, identificadas há poucas décadas têm uma fauna rica e específica, os ambientalistas temem que este projecto destrua o habitat. Mas uma cientista que trabalhou com a empresa assegura que a Nautilus Minerals assegurou que uma área idêntica à área que vai ser explorada, não vai ser tocada pela empresa. O objectivo, é que esta área intacta sirva para re-colonizar a região explorada quando os trabalhos terminarem.

Numa altura em que os minérios terrestres estão a ficar mais caros, as empresas começam a apostar nos recursos inexplorados que estão no fundo do mar.

Nova revista portuguesa on-line sobre Ecologia



Editorial

A SPECO lança hoje o primeiro número da revista Ecologi@.

Trata-se de uma revista on line que visa criar um novo espaço dedicado a assuntos e temas relativos à Ecologia, que desejamos venha a ser especialmente acarinhado pela comunidade lusófona.

É uma revista que preencherá, simultaneamente, propósitos de divulgação e comunicação de ciência, publicando artigos científicos e sumários de teses e projectos, sem deixar de valorizar o contacto com a sociedade, através da publicação de artigos de opinião e de divulgação científica.

Comunicar e divulgar a ciência ecológica é um dever da SPECO e dos seus membros: só com uma informação que combine rigor e compreensão do público conseguiremos sensibilizar e mobilizar os cidadãos para as actuais ameaças sobre os ecossistemas, garantindo a sustentabilidade dos seus serviços e a própria sobrevivência do Planeta.

O tema deste número é, naturalmente, a Biodiversidade, por se tratar de um tema central em Ecologia e porque a SPECO em 2010 se associou às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade. Esperamos que a filosofia da revista que agora lançamos e os diferentes tipos de artigos que publicamos representem motivação suficiente para suscitar a colaboração dos ecólogos e que represente um contributo efectivo para levar a Ecologia mais longe.

Contamos com a participação de todos, associados ou não da SPECO, cientistas e técnicos a trabalhar em Ecologia, incluindo a ampla comunidade lusófona em todo o Mundo, e em especial do Brasil e dos PALOP. Todos os contributos são bem vindos !