quinta-feira, janeiro 28, 2010

Museu da Ciência fora de portas com Simulador do Céu



Informação recebida do Museu de Ciência de Coimbra (via Blog De Rerum Natura):


Equipa do Museu da Ciência promove "passeios" pelas estrelas no Centro Comercial Dolce Vita Coimbra
E por que não aproveitar o final da semana para levar as crianças a um "passeio" pelas estrelas? O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) vai promover sessões de planetário no Centro Comercial Dolce Vita, em Coimbra, nos dias 29 e 30 de Janeiro. Os mais novos poderão, assim, fazer descobertas surpreendentes sobre as constelações e as suas histórias, ao longo de dois dias dedicados à Astronomia.
A iniciativa "Museu Fora de Portas" destina-se a crianças a partir dos cinco anos. A participação é gratuita e não necessita de inscrição prévia.
No planetário, os mais pequenos terão a impressão de estarem a observar o céu numa noite calma e sem nuvens. Com a ajuda da equipa educativa do Museu, vão conseguir descobrir as constelações e a mitologia a elas associada, mas também as características das estrelas, o movimento da Terra e dos planetas, os eclipses e as fases da Lua. Os mais novos poderão ainda aprender a orientar-se pelas estrelas através da localização da estrela polar.
Para além de sessões neste verdadeiro simulador do céu, a equipa do Museu da Ciência da UC tem ainda para os pequenos aprendizes de cientistas duas actividades interactivas sobre o Universo. Na actividade "Sputnik em Órbita", as crianças poderão descobrir, com a ajuda de plasticina e outros materiais simples, é que o ser humano conquista o espaço com as suas sondas, satélites e foguetões. Já em "O Céu a 3 Dimensões", terão a oportunidade de construir o seu próprio modelo 3D de uma constelação conhecida.
No dia 29 de Janeiro (sexta-feira), há sessões de planetário às 14.00, às 15.00, às 16.00 e às 17.00 horas. As actividades interactivas decorrem, sem interrupção, das 14.00 às 18.00 horas.
No sábado, dia 30 de Janeiro, as sessões de planetário terão lugar às 12.00, 15.00, 16.00 e 17.00 horas. Já as actividades "hands-on" voltam a decorrer das 14.00 às 18.00 horas.
A programação da iniciativa "Museu Fora de Portas" está aberta à participação das escolas, desde que procedam a inscrição prévia.


ADENDA: faz hoje 210 anos que nasceu um grande poeta:



António Feliciano de Castilho, primeiro visconde de Castilho, (Lisboa, 28 de Janeiro de 1800 — Lisboa, 18 de Junho de 1875) foi um escritor romântico português, polemista e pedagogo, inventor do Método Castilho de leitura. Em consequência de sarampo perdeu a visão quase completamente aos 6 anos de idade. Licenciou-se em direito na Universidade de Coimbra. Viveu alguns anos em Ponta Delgada, Açores, onde exerceu uma grande influência entre a intelectualidade local. Contra ele se rebelou Antero de Quental (entre outros jovens estudantes coimbrões) na célebre polémica do Bom-Senso e Bom-Gosto, vulgarmente chamada de Questão Coimbrã, que opôs os jovens representantes do realismo e do naturalismo aos vetustos defensores do ultra-romantismo.




OS TREZE ANOS

(Cantilena)


Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.

Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já bailo ao Domingo
com as mais no terreiro.

Já não sou Anita,
como era primeiro;
sou a Senhora Ana,
que mora no outeiro.

Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.

Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda,
de cima do outeiro.

E só se não vejo
ninguém pelo arneiro,
me banho co’as patas
Ao pé do salgueiro.

Miro-me nas águas,
rostinho trigueiro,
que mata de amores
a muito vaqueiro.

Miro-me, olhos pretos
e um riso fagueiro,
que diz a cantiga
que são cativeiro.

Em tudo, madrinha,
já por derradeiro
me vejo mui outra
da que era primeiro.

O meu gibão largo,
de arminho e cordeiro,
já o dei à neta
do Brás cabaneiro,

dizendo-lhe: «Toma
gibão, domingueiro,
de ilhoses de prata,
de arminho e cordeiro.

A mim já me aperta,
e a ti te é laceiro;
tu brincas co’as outras
e eu danço em terreiro».

Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro.

Já não sou Anita,
sou a Ana do outeiro;
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.

Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras
e olhar sobranceiro.

O mineiro é velho,
não quero o mineiro:
Mais valem treze anos
que todo o dinheiro.

Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.

Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro.

Que em ele assomando
co’o tamborileiro,
logo se alvorote
o lugar inteiro.

Que todos acorram
por vê-lo primeiro,
e todas perguntem
se ainda é solteiro.

E eu sempre com ele,
romeira e romeiro,
vivendo de bodas,
bailando ao pandeiro.

Ai, vida de gostos!
Ai, céu verdadeiro!
Ai, Páscoa florida,
que dura ano inteiro!

Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
Casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.

A vida de Charles Darwin em filme...!

Já estreou nos Estados Unidos o muito aguardado filme "Criação" sobre a vida de Charles Darwin.



From director Jon Amiel (The Singing Detective, Entrapment) and writer John Collee (Master and Commander: The Far Side of the World) comes CREATION. A psychological, heart-wrenching love story starring Paul Bettany (A Beautiful Mind, Master and Commander: The Far Side of the World) as Charles Darwin, the film is based on “Annie’s Box,” a biography penned by Darwin’s great-great-grandson Randal Keynes using personal letters and diaries of the Darwin family. We take a unique and inside look at Darwin, his family and his love for his deeply religious wife, played by Jennifer Connelly (A Beautiful Mind, Requiem for a Dream), as, torn between faith and science, Darwin struggles to finish his legendary book “On the Origin of Species,” which goes on to become the foundation for evolutionary biology. The film co-stars Toby Jones (Frost/Nixon, Infamous) and Jeremy Northam (Gosford Park, Amistad), and was produced by Jeremy Thomas (The Last Emperor, Sexy Beast) at Recorded Picture Company with BBC Films and Ocean Pictures.

Mozart fez anos ontem...

Wolfgang Amadeus Mozart (27 de Janeiro de 1756 – 5 de Dezembro de 1791), foi um compositor prolífico e influente do período clássico, autor de mais de 600 obras - muitas tidas como referências da música sinfónica, concertante, operática, coral, pianística e de câmara - e um dos compositores de música clássica mais populares de todos os tempos.

Mozart mostrou uma habilidade prodigiosa desde sua infância em Salzburgo. Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza da Europa; aos dezassete anos foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém sua inquietação o fez viajar em busca de um novo cargo, sempre compondo profusamente. Ao visitar Viena em 1781 foi afastado de seu cargo em Salzburgo, e optou por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos na cidade produziram algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidas, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua morte prematura foram assunto de diversas histórias e lendas; deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos.

Mozart sempre aprendeu vorazmente com outros compositores, e desenvolveu uma maturidade e brilho característicos em seu estilo, que variam do claro e gracioso ao obscuro e apaixonado - um conjunto moldado por uma visão da humanidade "redimida através da arte, perdoada e reconciliada com a natureza e com o absoluto". Sua influência em toda a música ocidental é profunda. Ludwig van Beethoven compôs suas primeiras obras seguindo os passos de Mozart, sobre quem Joseph Haydn escreveu que "a posteridade não verá um talento como esse em 100 anos".


Dinossáurios - finalmente a cores

Cores identificadas pela primeira vez

Dinossauros tinham penas laranjas, pretas e brancas

O.K., os dinossauros tinham penas, pelo menos alguns deles, e eram mesmo aparentados com as aves. E de que cor eram as penas deles? Ninguém sabia de que cores se pintavam estes bichos, mas agora fósseis descobertos na China revelam pela primeira vez os padrões do casaco de penas de duas espécies.


"Sinosauropteryx" seria um espectáculo de cores (Chuang Zhao e Lida Xing)

O terópode "Sinosauropteryx", um pequeno dinossauro bípede que vivia há cerca de 125 milhões de anos, tinha anéis alternados de laranja e branco, até à cauda, e a ave primitiva "Confuciusornis" tinha manchas de branco, vermelho e castanho alaranjado ao longo do corpo. Os cientistas, que relatam esta descoberta na revista “Nature”, chegaram a estas conclusões estudando dois tipos de melanosomas, organelos de cor que estão no interior da estrutura das penas e do cabelo nas modernas aves e mamíferos, e são responsáveis pelos tons de negro, cinzento e as várias paletas de laranja e castanho.

Estas melanosomas foram descobertos em penas de numerosos fósseis de aves e dinossauros encontrados na China – onde se encontram jazidas preservadas em excelentes condições e se fizeram descobertas muito importantes para ajudar a compreender a história dos dinossauros.

Estas descobertas, dizem os cientistas (a equipa inclui chineses, britânicos e irlandeses) confirmam o já substancial corpo de provas de que as aves evoluíram a partir dos terópodes (dinossauros carnívoros). “Agora sabemos que as penas mais simples, em dinossauros como o "Sinosauropteryx" estavam apenas em zonas limitadas do seu corpo – por exemplo, numa espécie de coroa, ao longo da coluna, e à volta da cauda – pelo que ao nível da regulação térmica só poderiam ter uma função muito limitada”, comenta Michael Benton, da Universidade de Bristol, citado num comunicado de imprensa da instituição.

Poema alusivo à época

Bagatelas

3

Este mundo é um curro.
E nem um curro será.
É um beco sujo,
um velho quintal.
As vizinhas malcriadas despicam-se, espreitam-se.
Lá estão elas, de mãos na ilharga:
Tira, toma, é mentira, é falso...

Irene Lisboa, in Líricas Portuguesas, 1958

quarta-feira, janeiro 27, 2010

V Congresso Nacional Cientistas em Acção


Estremoz recebe Congresso Nacional “Cientistas em Acção” em Abril

O quinto Congresso Nacional “Cientistas em Acção” decorre de 22 a 24 de Abril, na cidade alentejana de Estremoz, com o objectivo de atrair jovens para a Ciência e Tecnologia, anunciou hoje a organização.


A iniciativa, a cargo do Centro Ciência Viva de Estremoz, é destinada a atrair alunos do ensino básico e secundário de escolas públicas e privadas de todo o país, para a Ciência e Tecnologia, tanto nas vertentes de investigação como de desenvolvimento.

O director do Centro Ciência Viva de Estremoz, Rui Dias, adiantou hoje à agência Lusa que o congresso pretende ainda desenvolver o contacto e a partilha de ideias entre os jovens, no âmbito da cultura científica e tecnológica.

O responsável destacou a importância de desenvolver o espírito científico dos jovens, através da realização de pequenos projectos em que o ensino experimental das ciências constitui uma prioridade. Os trabalhos podem ser apresentados individualmente ou em grupo, com um limite máximo de quatro alunos por grupo.

De acordo com o Centro Ciência Viva de Estremoz, os projectos a elaborar devem estar sempre relacionados com a temática geral do funcionamento do planeta Terra. No entanto, os promotores garantem que, ao terem optado pela Terra como tema central, não pretendem restringir os projectos à disciplina Geologia.

As inscrições na iniciativa decorrem até 25 de Março e a entrega dos projectos até 1 de Abril. Os melhores trabalhos vão ser premiados por três níveis de ensino: Prémio Galopim de Carvalho (1º e 2º Ciclo do Ensino Básico), Prémio Deodat Dolomieu (3º Ciclo do Ensino Básico) e Prémio António Ribeiro (Ensino Secundário).

A avaliação dos trabalhos terá em conta o conteúdo científico, originalidade e apresentação teórica e experimental.

A iniciativa, que decorre no Centro Ciência Viva de Estremoz, conta com o apoio da Universidade de Évora e da Câmara Municipal de Estremoz.



NOTA: mais informações neste site:

Dia Mundial da Memória do Holocausto

Notícia sobre risco sísmico no Público

Um sismo forte no Verão fará estragos significativos no Algarve

Por Teresa Firmino

Entre cinco e sete por cento dos edifícios sofreriam danos muito graves. Seriam milhares os desalojados e centenas as vítimas num abalo de 7,5 perto da costa


Num sismo com epicentro no Algarve, em terra, com os mesmos sete graus de magnitude registados no Haiti, quantos edifícios seriam afectados? Embora com incertezas, é possível ter um cenário. "Ficariam afectadas 40 a 50 por cento das unidades hospitalares, escolas, redes eléctricas e de abastecimento de água, entre outras", revelou ontem o coordenador científico de um estudo de risco de sismos e tsunamis no Algarve, Carlos Sousa Oliveira, do Instituto Superior Técnico, na apresentação do trabalho.

Em Portugal há alguns programas informáticos que calculam os danos nos prédios, o número de vítimas e as perdas económicas de um sismo. O mais recente é este do Algarve. A este tipo de programas os especialistas chamam simulador de cenários sísmicos. Neste caso, o simulador engloba todo um mundo de dados recolhidos no Estudo do Risco Sísmico e Tsunamis do Algarve, entre 2006 e 2009, coordenado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e que envolveu nove instituições científicas.

Estão lá as falhas geológicas que podem gerar sismos no Algarve (no mar e em terra); o catálogo dos sismos históricos; os vários tipos de solo e a forma como amplificam as ondas sísmicas; os tipos de construção dos edifícios residenciais; as escolas, os hospitais e centros de saúde; as diversas redes (rodoviária, ferroviária, eléctrica, abastecimento de água ou comunicações); ou o número de pessoas presentes.

Ontem, na Universidade do Algarve, o director nacional de Planeamento e Emergência da ANPC, José Oliveira, apresentou um exemplo do que o simulador pode fazer. Escolheu um hipotético sismo de magnitude 7,5 na escala de Richter (já elevada), com epicentro 68 quilómetros a sudoeste de Faro (já perto da costa), num dia 15 de Agosto, ao meio-dia. Portanto, no mês que é o pico da afluência de pessoas na região (população oscila entre 420 mil no Inverno e 1,5 milhões no Verão) e a uma hora com muita gente na praia.

Em cinco a dez minutos, o simulador faz os cálculos. Surgem depois no ecrã de um normal computador, localizado apenas na ANPC na zona de Lisboa e no seu Comando Distrital de Operações de Socorro em Faro, diversos mapas.

No hipotético sismo de 7,5, os mapas mostram onde se localizariam os danos humanos, que traduzem a incerteza destes métodos numa grande amplitude: mortos entre 33 e 1007; feridos entre 254 e 593; desalojados entre 8690 e 13.234. Ou os danos nos edifícios: totais (1,2 a 1,5 por cento), severos (4,5 a 6,1) e ligeiros (20,3 a 35,9). No mapa são ainda evidenciadas as zonas de edifícios sem danos, dos que ficariam com uso condicionado e dos inutilizáveis. Noutro mapa vêem-se os danos no fornecimento de energia.


O que inundaria um tsunami

Se este sismo não passou de exercício, o certo é que o simulador já foi posto à prova - na madrugada de 17 de Dezembro último, quando se registou em Portugal continental um abalo de magnitude seis, 100 quilómetros a sudoeste do Cabo de São Vicente.

Uma hora depois, a ANPC corria o novo simulador com a magnitude e o epicentro do sismo a sério. "Verificámos que não havia danos expectáveis no Algarve. Foi uma situação real que testámos, e bateu certíssimo", conta-nos Patrícia Pires, da ANPC.

Outro dos cenários incluídos no simulador do Algarve é o de um tsunami. A equipa de Miguel Miranda, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, simulou as áreas afectadas por uma onda gigante provocada por um sismo de 8,3 de magnitude (com quatro possíveis origens no mar, tendo em conta as várias localizações sugeridas para o terramoto de 1755). "Fizemos cartas de inundação para um conjunto de sítios no Algarve. A inundação é significativa em muitas zonas, com cotas baixas", diz Miguel Miranda. "Aquelas onde há confluência entre os pequenos rios algarvios e o litoral são particularmente vulneráveis." Armação de Pêra é uma das piores zonas. Ontem, a apresentação de uma carta de inundação por um tsunami na zona de Quarteira e Vilamoura permitiu ter ideia de como o mar avançaria terra adentro.

Mas o cenário do sismo de 1755 não fez parte dos exemplos, embora conste no menu do simulador. "Num sismo como o de 1755 em Agosto, à tarde, o simulador dá-nos valores absolutamente impressionantes de mortos, feridos e danos. É qualquer coisa de muito grave. É uma situação calamitosa e o simulador mostra isso", diz-nos Carlos Sousa Oliveira. "Acima de determinados níveis, a resposta é muito difícil. Há o efeito de dominó: se não tivermos electricidade, não temos água, não podemos apagar incêndios..." A probabilidade de um sismo desses, acrescenta, é muito baixa.

Os números destas simulações é o tipo de informação que todos têm relutância em divulgar, sobretudo quando se trata de simular o sismo de 1755, um dos maiores de que há memória na Terra, com 8,5 a 9 de magnitude. Porquê? Não querem alarmar a população e as estimativas em relação às vítimas têm grande incerteza. "Temos muitas dúvidas nessas estimativas", frisa Alfredo Campos Costa, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que também participou na criação do simulador. "Há três modelos matemáticos de perdas de vidas humanas e esses modelos dão diferenças de duas ordens de grandeza. Se um dá dez, o outro dá mil", acrescenta este especialista em engenharia sísmica.

Estas estimativas são difíceis, pois é preciso introduzir muitas variáveis - por exemplo, o que mata não são os sismos, são os edifícios, e essa correlação é complexa. Também Patrícia Pires refere as limitações: "Não podemos tomar os números como verdade absoluta do que vai acontecer. Se o simulador diz 301 mortos, é uma aproximação."

Se as simulações têm estas limitações, para que servem? Dão uma ideia genérica do que pode ocorrer e, com essa informação, preparar planos de emergência e medidas de reforço anti-sísmico das construções. E logo após um sismo, como o de Dezembro, ajudam a traçar um primeiro retrato dos impactos e a decidir para onde enviar socorro. "Temos, quase em tempo real, a perspectiva geral do que pode ter ocorrido, o que apoia a decisão nas primeiras horas e orienta as equipas no terreno", diz Patrícia Pires.


in Público - ler notícia

Inquérito ao Geólogos Portugueses - criação da Ordem dos Geólogos

Recebido via mailing-list da GEOPOR:

Tendo em vista a criação de uma Associação Pública Profissional (Ordem), a Associação Portuguesa de Geólogos está a efectuar um inquérito que tem por objectivo conhecer em pormenor o conjunto dos Geólogos Portugueses e, assim, obter uma percepção mais concreta sobre a sua vontade de aderir a uma associação com estas características, a qual teria por principais objectivos representar e defender a classe profissional perante a Sociedade e a Administração Pública, bem como proceder à certificação das suas qualificações e experiência, no sentido de prevenir a intrusão de outros profissionais em funções que deveriam ser da única e exclusiva competência dos Geólogos.

A sua participação é muito importante pois, pela sua vontade expressa, passará o futuro da profissão de Geólogo em Portugal.


Foi convidado a preencher o formulário Ordem dos Geólogos. Para o preencher, vá a:

Congresso de Paleontologia em Lisboa


III Congresso Ibérico de Paleontologia

XXVI Jornadas da Sociedad Española de Paleontología


7 a 10 de Julho de 2010


Organizado pelo Departamento de Geologia da FCUL, em colaboração com o Departamento de Geodinámica y Paleontología da Universidade de Huelva, do Departamento de Ciencias de la Tierra da Universidade de Saragoça e a Sociedad Española de Paleontología, o III Congresso Ibérico de Paleontologia - XXVI Jornadas de la Sociedad Española de Paleontología realizar-se-á em Lisboa, de 7 a 10 de Julho de 2010, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.


Mais informações e primeira circular em:

terça-feira, janeiro 26, 2010

Poema alusivo à época


Dez reis de esperança

Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos à boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.

in Teatro do Mundo (1958) - António Gedeão

Música para um dia especial




You could have a steam train
If you'd just lay down your tracks
You could have an aeroplane flying
If you bring your blue sky back

All you do is call me
I'll be anything you need

You could have a big dipper
Going up and down, all around the bends
You could have a bumper car, bumping
This amusement never ends

I want to be your sledgehammer
Why don't you call my name
Oh let me be your sledgehammer
This will be my testimony
Show me round your fruitcage
'cos I will be your honey bee
Open up your fruitcage
Where the fruit is as sweet as can be

I want to be your sledgehammer
Why don't you call my name
You'd better call the sledgehammer
Put your mind at rest
I'm going to be-the sledgehammer
This can be my testimony
I'm your sledgehammer
Let there be no doubt about it

Sledge sledge sledgehammer

I've kicked the habit
Shed my skin
This is the new stuff
I go dancing in, we go dancing in
Oh won't you show for me
And I will show for you
Show for me, I will show for you
Yea, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, I do mean you
Only you
You've been coming through
Going to build that powerr
Build, build up that power, hey
I've been feeding the rhythm
I've been feeding the rhythm
Going to feel that power, build in you
Come on, come on, help me do
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, you
I've been feeding the rhythm
I've been feeding the rhythm
It's what we're doing, doing
All day and night

Música para preparar uma reunião




Blackbird

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise

Black bird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
all your life
you were only waiting for this moment to be free

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise,
You were only waiting for this moment to arise

NOTA: recordemos que ontem passaram 50 anos sobre a data da morte de Beno Gutenberg, um dos melhores sismólogos de sempre...

domingo, janeiro 24, 2010

A propósito de um programa da noite de ontem na RTP








NOTA: três dos meus cantores portugueses favoritos juntos...! Eu, que politicamente até nem sou da área deles, adoro as suas músicas - só faltaram o Zeca e o Adriano (ou talvez tenham estado...) para a festa ser completa, !

Para o meu bebé...


queria que me acompanhasses
vida fora
como uma vela
que me descobrisse o mundo
mas situo-me no lado incerto
onde bate o vento
e só te posso ensinar
nomes de árvores
cujo fruto se colhe numa próxima estação
por onde os comboios estendem
silvos aflitos

Ana Paula Inácio

de Vago Pressentimento Azul por Cima, Porto, Ilhas, 2000
in POETAS SEM QUALIDADES 1994-2002, Averno, Novembro de 2002

Post roubado ao Blog Fogo Maduro...

Três cantos (a propósito de um programa desta noite na RTP)


A propósito de um programa desta noite na RTP




Travessia do Deserto

Que caminho tão longo!
Que viagem tão comprida!
Que deserto tão grande grande
Sem fronteira nem medida!

Águas do pensamento
Vinde regar o sustento
Da minha vida

Este peso calado
Queima o sol por trás do monte
Queima o tempo parado
Queima o rio com a ponte

Águas dos meus cansaços
Semeai os meus passos
Como uma fonte

Ai que sede tão funda!
Ai que fome tão antiga!
Quantas noites se perdem
No amor de cada espiga!

Ventre calmo da terra
Leva-me na tua guerra
Se és minha amiga

José Mário Branco

8 anos...!


BRINQUEDO

Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga

sábado, janeiro 23, 2010

Português chega a Marte



Com a devida vénia transcrevemos notícia do jornal "Campeão das Províncias", via Blog De Rerum Natura:

Um cientista português, de 29 anos, natural de Manteigas, está a participar até ao próximo dia 7 de Fevereiro, nos Estados Unidos da América (EUA), numa iniciativa da NASA que simula uma estadia em Marte.

Luís Saraiva, licenciado em Biologia pela Universidade de Évora, doutorado pela Universidade de Colónia (Alemanha) e a frequentar um pós-doutoramento em Seatle (EUA), faz parte de uma equipa de seis cientistas que dão início amanhã, dia 22, a esta aventura “espacial”, numa estação de pesquisa localizada no deserto de Utah (EUA).

Brian Shiro (geofísico, comandante da expedição), Carla Haroz (engenheira), Mike Moran (astrónomo), Darrel Robertson (engenheiro) e Kiri Wagstaff (geóloga e jornalista) são os restantes elementos da equipa.

No site dedicado a esta missão, explicam que para além de contribuírem para os estudos em curso sobre a nutrição e a utilização de fatos espaciais, cada um deles vai dar continuidade aos próprios projectos de investigação. Luís Saraiva dedicar-se-á a pesquisar sobre o impacto ambiental e biomarcadores.

Através do site, os cientistas contam partilhar testemunhos, fotos e vídeos desta saga. Os interessados deverão clicar aqui, assim como enviar comentários e opiniões dos cibernautas através do Twitter.

Das janelas da minha escola

Quero partilhar um divertido post do blog porquemedizem (é divertido porque não é na minha Escola...) que retrata alguns estabelecimentos de ensino do centro e das cercanias de certas grandes cidades portuguesas...


Venho partilhar convosco, os que não têm o privilégio de ficarem algumas horas numa das tais janelas da minha escola, uma experiência que é muitíssimo hilariante…


Começa o dia e, de qualquer janela, vejo dezenas de alunos a fumarem os seus charros antes do toque de entrada da manhã, enquanto os dealers se afadigam entre entregas e trocos, a maior parte das vezes utilizando o capot de um carro onde não esteja ninguém sentado. Invariavelmente, são os mais pontuais. Como é sabido, os alunos devem-se divertir na escola e as aulas são muito mais engraçadas quando metade dos alunos está pedrada… Como tal, os alunos dealers fazem o seu importantíssimo trabalho com eficácia e atenção. Depois, uns entram para usufruírem do espectáculo que é uma aula dada a alunos nessas condições, em que o professor é o palhaço de serviço e é-o tanto melhor quanto mais tentar travar a insolência e as risadas irreprimíveis que aquelas almas não conseguem evitar…


Lá fora o trabalho continua, pois vão chegando os mais retardatários e já começam a aparecer os que foram para a rua ou porque, simplesmente, não lhes apeteceu estar lá mais tempo e resolveram sair. Como se sabe, estão no seu direito… Há um que se lembra de executar a nova moda, o lançamento de bombas de ácido com não sei mais quê. Enche uma garrafa com um ácido qualquer enfia-lhe uma prata, ou lá o que é, e o engenho é arremessado ou deixado à porta ou dentro do caixote de lixo de uma vizinha. O estrondo dá-se, potente, e da fumarada resultante sai uma moradora a tentar afastar com uma vassoura a garrafa que vai ardendo, entre as risadas e bocas dos alunos que se vão divertindo e, como já prepararam outra, a atiram para perto dela obrigando-a a fugir antes que rebente…


É a altura de telefonar para a portaria. Olhe, avise o segurança que já começaram as bombas… Já ouvi professor, já chamámos a polícia. Agora é preciso é que eles cheguem… Está bem, obrigado. Nada, mais bombas, mais risos e mais alunos sentados em grupos por tudo o que é carro estacionado… Os mais incautos apressam-se a ir retirar os seus carros do local onde o estacionaram, não vão acabar por pegar fogo, como, por vezes, acontece… São os alunos a aplicarem os seus conhecimentos noutras situações fora da sala de aula. Um Golf vermelho a gasolina e com mais anos que a avó do Matusalém, com umas letras pintadas a dizer nem sei bem o quê, estaciona na ponta oposta. É a polícia, cuja chegada se anuncia, primeiro e antes da vista nos informar da sua presença, pelos apupos, vaias e insultos com que os alunos os brindam… São só dois, não se vão lá meter… Entram para a escola e vão falar com a direcção. Mais bombas. O delírio aumenta, na mesma proporção do consumo de charros… Chegam mais dois ou três carros daqueles mais regulamentares e o ambiente vai ao rubro, quem não soubesse pensaria tratar-se de um jogo de futebol.


Saem dos carros e espalham-se aos grupos pelo meio da rua, enquanto dentro da escola e por detrás dos carros os alunos os vão brindando com tudo o que aprenderam da leitura de Gil Vicente. Ali ficam. Não revistam ninguém, não abordam ninguém, não fazem nada senão escutar a prosápia vertida pelas gargantas dos alunos, agora mais satisfeitos porque chegaram mais palhaços para mais e melhor os animar. A escola está fixe, assim já se começa a justificar o emprego das verbas que deveriam servir para lhes aumentarem os subsídios para poderem comprar mais droga e mais ácido para fazerem explodir, mas tudo bem, o divertimento também é importante…


Finalmente, após uma hora de exposição pública aos alunos e como estes já começam a ficar sem voz, vão-se embora, com muita pena dos alunos que consideram um direito adquirido competirem entre si a verem quem insulta e toureia melhor os agentes da autoridade. Novas bombas explodem por vários lados e volta a vizinha, o incauto que por ali estacionou e eu vou-me embora. Acabei de cumprir as minhas horas de componente não lectiva, não sem antes perguntar se querem saber quem atirou as bombas ou coisa assim, mas não, eles já sabem quem são, não vale a pena. Ok, vou dar aulas.