terça-feira, setembro 25, 2018

Jean-Philippe Rameau nasceu há 335 anos


Busto de Rameau de Jean-Jacques Caffieri, 1760
  
Jean-Philippe Rameau (Dijon, 25 de setembro de 1683 - Paris, 12 de setembro de 1764), foi um dos maiores compositores do período Barroco-Rococó. Na França, porém, é tido com a maior expressão do classicismo musical.
Filho de organista na catedral de Dijon, seguiu a carreira do pai, na qual se distinguiu desde cedo, trabalhando em várias catedrais. Não foi apenas um dos compositores franceses mais importantes do século XVIII, como também influenciou a teoria musical. O seu estilo de composição lírica pôs fim ao reinado póstumo de Jean-Baptiste Lully, cujo modelo dominara a França por meio século.
Até 1722 Rameau compusera apenas poucas e curtas peças para teclado e obras sacras, mas a publicação do seu tratado sobre harmonia naquele ano marcou o começo de um período muito produtivo, conhecendo a fama. As suas Pièces de Clavecin foram publicadas em 1724, seguidas por um novo livro de teoria, em 1726, e de obras para teclado e cantatas, em 1729. Somente aos cinquenta anos ingressou no terreno da música cénica, compondo a sua primeira ópera, Hippolyte et Aricie, um grande sucesso que lhe valeu a posição de principal criador de óperas francês do seu tempo. Escreveu várias óperas em vários géneros, sempre acolhidas com entusiasmo, e mesmo desencadeando grandes polémicas pela sua ousadia, inventividade e pelas novidades que introduziu. A sua música caracteriza-se por um dinamismo que contrasta com o estilo mais estático de Lully.
Era também professor de cravo, bastante na moda em Paris na sua época. A técnica do dedilhado dos instrumentos de teclado deve muito a Rameau. Foi "Compositor da Câmara do Rei", sendo agraciado poucos meses antes de morrer com o título de Cavaleiro. O seu funeral foi cercado de pompa, recebendo também homenagens em muitas cidades como um compositor excepcional que orgulhava a nação.
 
 

A Batalha de Megido foi há um século

A Batalha de Megido (em turco: Megiddo Muharebesi) foi um conflito militar ocorrido entre 19 e 25 de setembro de 1918 que, juntamente com seus desdobramentos (as batalhas de Sarom e de Nablus), representou a vitória culminante da conquista da Palestina pelo general britânico Edmund Allenby, durante a Primeira Guerra Mundial.
As forças do Império Britânico penetraram de forma maciça no vale de Jizreel, pelo oeste, através do monte Carmelo, e cercaram as forças otomanas situadas no vale (mencionadas como o local onde as forças do Anticristo se reuniriam antes da Batalha do Armagedom, no Livro do Apocalipse, na Bíblia) e perto do rio Jordão. Ao se tornar um visconde, Allenby tomou o nome desta batalha como seu título, tornando-se o primeiro Visconde Allenby de Megido.
As operações de Allenby obtiveram sucesso com perdas muito baixas, contrastando com muitas das ofensivas ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial, o que foi motivo de louvor. 

O ator Will Smith faz hoje cinquenta anos

Willard Christopher “Will” Smith Jr. (Filadélfia, 25 de setembro de 1968) é um ator, rapper, produtor cinematográfico, produtor musical e produtor de televisão norte-americano. É filho do ator e humorista Willard Christopher Smith Sr. e da cantora Caroline Bright. Ele é mais conhecido pelas atuações em Bad Boys, Bad Boys II, Independence Day, I, Robot, I Am Legend, Hancock, Men in Black, Men in Black II e Men in Black III. Smith já foi duas vezes indicado para o Óscar de melhor ator pelas atuações em Ali e The Pursuit of Happyness. Will também é um dos atores mais bem sucedidos quando se fala em bilheteira no cinema, sendo que uma boa parte de seus filmes tiveram um sucesso enorme em todo o mundo. Alguns críticos menos conhecidos, e também outros conhecidos, apontam esse sucesso, dentre outras causas, pelo seu carisma, demonstrado desde The Fresh Prince of Bel-Air (O Príncipe de Bel-Air).
Will Smith está classificado como o astro mais rentável em todo o mundo pela revista Forbes. Até 2014, 17 dos 21 filmes em que ele teve papéis principais acumularam em todo o mundo receitas brutas de US$ 100 milhões cada um, cinco tendo mais de 500 milhões de dólares cada um das receitas das bilheteiras mundiais. Mais ainda, até 2014, seus filmes arrecadaram US$ 6,6 mil milhões em bilheteira mundial.

John Bonham, o baterista dos Led Zeppelin, morreu há 38 anos

John Henry Bonham (Redditch, 31 de maio de 1948 - Clewer, 25 de setembro de 1980) foi um baterista inglês membro da banda de rock, heavy metal e hard rock Led Zeppelin, grupo de sucesso formado em 1968 pelo guitarrista Jimmy Page, junto ao vocalista Robert Plant e ao baixista e teclista John Paul Jones. Bonham era estimado por sua velocidade, potência, e o seu pé direito rápido, sons característicos, e seu "sentir" para a música Groove. Ele é considerado o maior bateristas da história da música rock. Mais de 30 anos após sua morte, Bonham continua a angariar prémios e elogios, incluindo uma lista dos leitores da Rolling Stone em 2011 e Gibson colocando-o em primeiro lugar da lista dos "melhores bateristas de todos os tempos".
O símbolo de Bonham do álbum Led Zeppelin IV
   
Morte
Bonham não gostava de se ausentar de casa e da família por longos períodos de tempo; Isto levou-o ao uso abusivo do álcool para controlar os seus nervos. Em 24 de setembro de 1980, na viagem do hotel para o estúdio onde a banda ensaiava para a sua digressão pelos Estados Unidos, Bonham bebeu cerca de quarenta shots de vodka.
Quando terminou o ensaio foram para a casa de Jimmy Page em Windsor. Depois da meia noite, Bonham adormeceu e foi levado para a cama. Benji LeFevre encontrou o corpo de Bonham na manhã seguinte. Apesar do alarido feito pela imprensa sensacionalista, a autópsia não revelou a presença de drogas no seu corpo. Foi diagnosticado de que Bonham morreu asfixiado pelo próprio vómito.

 

segunda-feira, setembro 24, 2018

O Imperador D. Pedro I do Brasil e Rei D. Pedro IV de Portugal morreu há 184 anos

D. Pedro I (Queluz, 12 de outubro de 1798 - Queluz, 24 de setembro de 1834), apelidado de o Libertador, foi o fundador e primeiro monarca do Império do Brasil. Como Rei D. Pedro IV, reinou brevemente em Portugal, onde também ficou conhecido como o Libertador e também como o Rei Soldado. Nascido em Lisboa, Pedro I foi a quarta criança do Rei D. João VI de Portugal e da Rainha Carlota Joaquina, e assim membro da Casa de Bragança. Quando seu país foi invadido por tropas francesas em 1807, foi com a sua família para o Brasil.
A deflagração da Revolução liberal de 1820 no Porto, com a rápida adesão de Lisboa e o resto do país, obrigou o pai de D. Pedro I a retornar a Portugal em abril de 1821, deixando-o para governar o Brasil como regente. Teve de lidar com as ameaças de revolucionários e com a insubordinação de tropas portuguesas, as quais foram, no entanto, todas subjugadas. A tentativa do governo português de retirar a autonomia política que o Brasil gozava desde 1808 e tornar o país que havia sido elevado a condição de reino unido a Portugal em uma colónia ultramarina novamente foi recebida com descontentamento geral. Pedro I escolheu o lado brasileiro e declarou a independência do Brasil de Portugal em 7 de setembro de 1822. Em 12 de outubro foi aclamado imperador brasileiro e, em março de 1824, já havia derrotado todos os exércitos leais a Portugal. Poucos meses depois, Pedro I esmagou a Confederação do Equador, principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora de seu governo.
Uma rebelião separatista na província sulista da Cisplatina no início de 1826, e a tentativa subsequente de sua anexação pela Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina) levaram o império a Guerra da Cisplatina. Em março de 1826, Pedro I se tornou brevemente rei de Portugal com o título de D. Pedro IV, antes de abdicar em favor da sua filha mais velha, Maria II. A situação piorou em 1828 quando a guerra do sul resultou na perda da Cisplatina. Nesse mesmo ano, em Lisboa, o trono de Maria II foi usurpado pelo príncipe Dom Miguel, irmão mais novo de Pedro I. O relacionamento sexual escândaloso e concorrente com uma cortesã maculou a reputação do imperador. Outras dificuldades surgiram no parlamento brasileiro, onde o conflito sobre se o governo e suas políticas seriam escolhidos pelo monarca ou pela legislatura dominaram os debates políticos de 1826 à 1831. Incapaz de lidar com os problemas do Brasil e de Portugal ao mesmo tempo, em 7 de abril de 1831 Pedro I abdicou em favor de seu filho Dom Pedro II e partiu para a Europa.
Dom Pedro  invadiu Portugal, começando pelos Açores, à frente de um exército, em 1832. Frente ao que parecia inicialmente uma guerra civil nacional, logo se envolveu num conflito em escala muito maior que abrangeu toda a península Ibérica numa luta entre os defensores do Liberalismo e aqueles que procuravam o retorno ao Absolutismo. Dom Pedro  morreu de tuberculose em 24 de setembro de 1834, apenas poucos meses após ele e os liberais terem emergido vitoriosos. Foi consagrado por contemporâneos e pela posteridade como uma figura chave que ajudou a propagar os ideais liberais que permitiram ao Brasil e a Portugal a se moverem de regimes autoritários a formas de governo representativo.
 
(...)
  
Litografia da morte de D. Pedro
  
Morte
As cortes de agosto de 1834 confirmam a regência de D. Pedro I, que repõe a filha no trono português. Apesar de ter reconquistado o trono português para a sua filha, D. Pedro I voltou tuberculoso da campanha e morreu a 24 de setembro de 1834, pouco depois da Convenção de Évoramonte (que selara a vitória da causa liberal, de que se fizera paladino), no palácio de Queluz, no mesmo quarto e na mesma cama onde nascera, 35 anos antes. Ao seu lado, na hora da morte, estavam a Imperatriz D. Amélia e a Rainha D. Maria II.
Foi sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa. O seu coração foi doado, por decisão testamentária, à cidade do Porto, encontrando-se conservado na Igreja da Lapa, no Porto, como relíquia, num mausoléu na capela-mor da igreja, ao lado do Evangelho. Em 1972, no sesquicentenário da Independência, os seus despojos foram trasladados do panteão de São Vicente de Fora para a cripta do Monumento à Independência, localizado no Museu do Ipiranga em São Paulo, Brasil.
Atualmente, os restos mortais do imperador repousam ao lado da sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina e da segunda esposa, a Imperatriz Amélia.
  

Josué de Castro morreu há 45 anos

(imagem daqui)

Josué Apolônio de Castro (Recife, 5 de setembro de 1908 - Paris, 24 de setembro de 1973), mais conhecido como Josué de Castro, foi um influente médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor, ativista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome. Destacou-se no cenário brasileiro e internacional, não só pelos seus trabalhos ecológicos sobre o problema da fome no mundo, mas também no plano político em vários organismos internacionais.
Partindo de sua experiência pessoal no Nordeste brasileiro, publicou uma extensa obra que inclui: "Geografia da Fome", "Geopolítica da Fome", "Sete Palmos de Terra e um Caixão" e "Homens e Caranguejos". Exerceu a Presidência do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foi também embaixador brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU).
Recebeu da Academia de Ciências Políticas dos Estados Unidos, o Prémio Franklin D. Roosevelt, o Conselho Mundial da Paz lhe ofereceu o Prémio Internacional da Paz e o governo francês condecorou-o, sendo Oficial da Legião de Honra.
Logo após o Golpe de Estado de 1964, teve seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar.
Vida 
1908-1929
Josué nasceu no dia 5 de setembro de 1908, em Recife, capital do estado de Pernambuco. O seu pai veio de Cabaceiras durante a grande seca de 1877. A sua mãe, da região da zona da mata. Josué cresceu bem próximo dos mangues da cidade, região de mocambos, habitada por retirantes e caranguejos.
Aos 20 anos formou-se em Medicina.

1930-1945
Apesar do interesse inicial pela psiquiatria, resolveu fazer nutrição e abriu sua clínica em Recife. Na mesma época, contratado por uma fábrica para examinar trabalhadores com problemas de saúde indefinidos e acusados de indolência, diagnosticou: “sei o que meus clientes têm. Mas não posso curá-los porque sou médico e não diretor daqui. A doença desta gente é fome”. Logo foi demitido da fábrica. Vislumbrou então a dimensão social da doença, ocultada por preconceitos raciais e climáticos.
Efetuou um inquérito pioneiro no Brasil, relacionando a produtividade com a alimentação do trabalhador, uma das bases para a posterior formulação do salário mínimo, e passou a chefiar uma comissão de estudos das condições de vida dos operários brasileiros. Como professor, ensinava Fisiologia e Geografia Humana.
Casado com sua ex-aluna Glauce, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1935. Após um período de dificuldades, passou a ensinar Antropologia. Recorreu ao método geográfico para apresentar o mapa das regiões alimentares em A alimentação brasileira à luz da Geografia Humana. Entre outros contos, crónicas, ensaios, estudos sociais e biológicos, publicou O ciclo do caranguejo, conto sobre os mangues da sua cidade natal.
A partir de 1940, participou de todos os projetos governamentais ligados à alimentação, coordenando a implantação dos primeiros restaurantes populares, dirigindo as pesquisas do Instituto de Tecnologia Alimentar e colaborando para a execução de várias políticas públicas, como a educação alimentar. Sob sua direção foi lançado o periódico Arquivos Brasileiros de Nutrologia.

1946-1963
O ano de 1946 foi marcado pela publicação de Geografia da fome. Obra clássica da ciência brasileira, o livro buscou tirar da obscuridade o quadro trágico da fome no país. Enfatizou as origens socioeconómicas da tragédia e denunciou as explicações deterministas que naturalizavam este quadro.
No mesmo ano, foi o fundador e primeiro diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil. Efetivou como professor de Geografia Humana em 1947, na Universidade do Brasil (atual UFRJ). A Conferência da FAO de 1948 registou o início de sua participação neste órgão internacional.
Geopolítica da fome, livro publicado em 1951, concebido como uma extensão da Geografia da fome, tornou-se um marco histórico e político nas questões de alimentação e população. Os princípios ecológicos e geográficos foram desta vez utilizados na escala da fome mundial. Posicionou-se contra as interpretações demográficas que entendiam a fome como consequência de excesso populacional e prescreviam um controle de natalidade de massa. Cuidou de “desnaturalizar” a fome mais uma vez e demonstrou os vários fatores biológicos, geográficos, culturais e políticos pelos quais a fome gera a superpopulação.
Respeitado internacionalmente, foi eleito, por representantes de setenta países, Presidente do Conselho Executivo da FAO, cargo que exerceu entre 1952 e 1956. Enfrentou forte oposição dos países desenvolvidos à execução de projetos voltados para o desenvolvimento do terceiro mundo e não deixou de expressar sua frustração com a “ação tímida e vacilante” da agência das Nações Unidas, apesar da alta qualificação de seus experts e técnicos.
Exerceu dois mandatos como Deputado Federal eleito pelo Estado de Pernambuco. Entre diversos projetos ligados a questões agrárias, educacionais, culturais e económicas, apresentou o de regulamentação da profissão de nutricionista, que dispõe sobre o ensino superior de Nutrição e o projeto para a reforma agrária, entendida como “um processo de revisão das relações jurídicas e económicas entre os que detêm a propriedade rural e os que nela trabalham”. Com seus pronunciamentos, deixou registados relevantes acontecimentos históricos, assim como a defesa contra abusos da imprensa quando, em várias ocasiões, dá vazão a interesses subservientes.
Em 1963, tornou-se Embaixador brasileiro junto à sede europeia da Organização das Nações Unidas, em Genebra. Era então uma personalidade de projeção internacional, convidado por reis e chefes de Estado, capaz de atrair uma plateia de 3.500 pessoas na cidade de Rouen, interior da França.
1964-1973
Em 9 de abril de 1964, com o Golpe Militar, foi destituído do cargo de embaixador-chefe em Genebra e logo depois tem seus direitos políticos suspensos por 10 anos pelo Regime Militar no Brasil (1964–1985) no seu primeiro Ato Institucional Nº 1.
Impedido de voltar ao país, escolheu a França para viver, morando em Paris de 1964 a 1973 onde continuou suas atividades intelectuais.
Fundou, em 1965, e dirigiu até 1973 o Centro Internacional para o Desenvolvimento, além de Presidente da Associação Médica Internacional para o Estudo das Condições de Vida e Saúde. Depois de um ano de docência, em 1969, o governo francês o designa professor estrangeiro associado ao Centro Universitário Experimental de Vincennes (Universidade de Paris VIII), onde trabalhou até sua morte.
No exílio, sentiu agudamente a falta do Brasil, a ponto de declarar que "não se morre apenas de enfarte ou de glomerulonefrite crónica, mas também de saudade". Faleceu em Paris, a 24 de setembro de 1973, enquando esperava o passaporte que o traria de volta ao Brasil. O passaporte chegou, porém já era tarde. O seu corpo foi enterrado no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

domingo, setembro 23, 2018

Poesia - para terminar bem o primeiro dia do outono...

(imagem daqui)
  
Nascimento último
  
Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono, germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono, na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.

 

in No Calcanhar do Vento (1987) - António Ramos Rosa

Julio Iglesias - 75 anos!

Julio José Iglesias Puga de la Cueva (Madrid, 23 de setembro de 1943) é um ex-futebolista, cantor e empresário espanhol de fama internacional.
É filho de Julio Iglesias Puga (1915-2005), médico ginecologista, nascido em Ourense na Galiza, e de María del Rosario de la Cierva y Periñon (1918-2002). Casaram-se em 1942 e divorciaram-se em 1983. Iglesias tem um irmão, Carlos (nascido em 1945) e dois meios-irmãos: Jaime (nascido em 2004) e Ruth (nascida em 2006), frutos do segundo casamento do pai, em 2001.
Iglesias dedicou-se inicialmente à sua carreira desportiva, com o objetivo de tornar-se um jogador profissional de futebol. Ele atuou na equipa juvenil de futebol do Real Madrid, na posição de guarda redes, entre 1958 e 1962. A sua carreira desportiva, contudo, chegou ao fim, prematuramente, em consequência de lesões sofridas durante um terrível acidente de viação, em 1962. Daí, optou então, alternativamente, por uma carreira musical.
Marcado pela voz e seu detalhe nas canções, além de grande carisma, tornou-se o mais bem sucedido artista latino em todos os tempos, com números impressionantes: 200 milhões de cópias vendidas, 2600 discos de ouro e de platina, quatro mil espetáculos em mais de quinhentas cidades do mundo e uma canção tocada a cada trinta segundos. O seu talento musical também se estende ao seu filho Enrique Iglesias, que se tornou um dos grandes pop stars da música pop internacional. Além de Enrique, Julio Iglesias também é pai de Chabeli Iglesias, Julio Iglesias, Jr., Miguel Alejandro, Rodrigo, Victoria, Cristina e Guillermo.
De entre os artistas brasileiros estão os duetos com Daniel, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Roberto Carlos, de quem é fã.
Em visita ao México nos anos 90, Julio encantou-se pela beleza da cantora mexicana Thalía, tanto que cantou com ela num programa local, e a convidou para participar protagonizar um de seus clipes Baila Morena, e ele retribuiu o favor participando do clipe de Amandote da mexicana.
Julio Iglesias possui atualmente duas residências, sendo que uma delas se localiza na ilha Indian Creek, em Miami, nos Estados Unidos, enquanto que a outra fica localizada em Punta Cana, na República Dominicana, onde ele passa boa parte do seu tempo com a família, quando não está em turnê. Além destas propriedades, Julio Iglesias também possui uma casa em Málaga, na Espanha. Em 24 de agosto de 2010, Julio Iglesias casou com a modelo Miranda Rijnsburger, com a qual já vivia há 20 anos antes do casamento.
Já vendeu mais de 200 milhões de discos na sua carreira. Estima-se que sua fortuna seja de mais de 5 mil milhões de dólares.
Em setembro de 2006, um novo álbum em inglês, intitulado Clássicos Românticos, foi lançado. "Escolhi músicas dos anos 60, 70 e 80 que eu acredito que venha a ser considerado como as novas normas", afirmou Iglesias em encarte do álbum. O álbum conta com os hits "I Want to Know What Is Love", "Careless Whisper" e "Right Here Waiting". Clássicos Românticos foi maior estreia de Iglesias na Billboard, entrando no número 31 nos Estados Unidos, 21º no Canadá, 10º na Austrália e com lugares de topo na Europa e na Ásia. 
  
  

O poeta António Ramos Rosa morreu há cinco anos

 (imagem daqui)
  
António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de outubro de 1924 - Lisboa, 23 de setembro de 2013), foi um poeta, tradutor e desenhador português.
Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano sai o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição por ordem da polícia política, a PIDE.
Foi um dos fundadores da revista de poesia Árvore, existente entre 1951 e 1953.
Fez parte do MUD Juvenil.
O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro. Em 2003, a Universidade do Algarve, atribui-lhe o grau de Doutor Honoris Causa.
   
 Prémios
 
Obras
  • 1958 - O Grito Claro
  • 1960 - Viagem Através duma Nebulosa
  • 1961 - Voz Inicial
  • 1961 - Sobre o Rosto da Terra
  • 1963 - Ocupação do Espaço
  • 1964 - Terrear
  • 1966 - Estou Vivo e Escrevo Sol
  • 1969 - A Construção do Corpo
  • 1970 - Nos Seus Olhos de Silêncio
  • 1972 - A Pedra Nua
  • 1974 - Não Posso Adiar o Coração (vol.I, da Obra Poética)
  • 1975 - Animal Olhar (vol.II, da Obra Poética)
  • 1975 - Respirar a Sombra (vol.III, da Obra Poética)
  • 1975 - Ciclo do Cavalo
  • 1977 - Boca Incompleta
  • 1977 - A Imagem
  • 1978 - As Marcas no Deserto
  • 1978 - A Nuvem Sobre a Página
  • 1979 - Figurações
  • 1979 - Círculo Aberto
  • 1980 - O Incêndio dos Aspectos
  • 1980 - Declives
  • 1980 - Le Domaine Enchanté
  • 1980 - Figura: Fragmentos
  • 1980 - As Marcas do Deserto
  • 1981 - O Centro na Distância
  • 1982 - O Incerto Exacto
  • 1983 - Quando o Inexorável
  • 1983 - Gravitações
  • 1984 - Dinâmica Subtil
  • 1985 - Ficção
  • 1985 - Mediadoras
  • 1986 - Volante Verde
  • 1986 - Vinte Poemas para Albano Martins
  • 1986 - Clareiras
  • 1987 - No Calcanhar do Vento
  • 1988 - O Livro da Ignorância
  • 1988 - O Deus Nu(lo)
  • 1989 - Três Lições Materiais
  • 1989 - Acordes
  • 1989 - Duas Águas, Um Rio (colaboração com Casimiro de Brito)
  • 1990 - O Não e o Sim
  • 1990 - Facilidade do Ar
  • 1990 - Estrias
  • 1991 - A Rosa Esquerda
  • 1991 - Oásis Branco
  • 1992 - Pólen- Silêncio
  • 1992 - As Armas Imprecisas
  • 1992 - Clamores
  • 1992 - Dezassete Poemas
  • 1993 - Lâmpadas Com Alguns Insectos
  • 1994 - O Teu Rosto
  • 1994 - O Navio da Matéria
  • 1995 - Três
  • 1996 - Delta
  • 1996 - Figuras Solares
  • 1997 - Nomes de Ninguém
  • 1997 - À mesa do vento seguido de As espirais de Dioniso
  • 1997 - Versões/Inversões
  • 1998 - A imagem e o desejo
  • 1998 - A imobilidade fulminante 
  • 1999 - Pátria soberana seguido de Nova ficção 
  • 2000 - O princípio da água 
  • 2001 - As palavras 
  • 2001 - Deambulações oblíquas
  • 2001 - O deus da incerta ignorância seguido de Incertezas ou evidências
  • 2001 - O aprendiz secreto 
  • 2002 - Os volúveis diademas 
  • 2002 - O alvor do mundo. Diálogo poético, em col.
  • 2002 - Cada árvore é um ser para ser em nós 
  • 2002 - O sol é todo o espaço
  • 2003 - Os animais do sol e da sombra seguido de O corpo inicial 
  • 2003 - Meditações metapoéticas, em col. c/ Robert Bréchon 
  • 2003 - O que não pode ser dito
  • 2004 - Relâmpago do nada
  • 2005 - Génese seguido de Constelações 
  • 2007 - Horizonte a Ocidente 
  • 2007 - Rosa Intacta
  • 2009 - La herida intacta / A intacta ferida. Ediciones Sequitur, Madrid (em espanhol)
  • 2011 - Prosas seguidas de diálogos (única obra em prosa)
 
Revistas em que colaborou

Jornais em que colaborou:
  
 in Wikipédia
    
A Partir da Ausência 

Imaginar a forma
doutro ser Na língua,
proferir o seu desejo
O toque inteiro

Não existir

Se o digo acendo os filamentos
desta nocturna lâmpada
A pedra toco do silêncio densa
Os veios de um sangue escuro

Um muro vivo preso a mil raízes

Mas não o vinho límpido
de um corpo
A lucidez da terra
E se respiro a boca não atinge
a nudez una
onde começo

Era com o sol E era
um corpo

Onde agora a mão se perde
E era o espaço

Onde não é

O que resta do corpo?
Uma matéria negra e fria?
Um hausto de desejo
retém ainda o calor de uma sílaba?

As palavras soçobram rente ao muro
A terra sopra outros vocábulos nus
Entre os ossos e as ervas,
uma outra mão ténue
refaz o rosto escuro
doutro poema



in A Nuvem Sobre a Página (1978) - António Ramos Rosa

Chegou o outono...

Iluminação da Terra pelo Sol no momento do equinócio
  
Na astronomia, equinócio é definido como o instante em que o Sol, na sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto no qual a eclíptica cruza o equador celeste.
A palavra equinócio vem do latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está acima do horizonte, e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar está metade abaixo do horizonte. Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.
Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro quando definem mudanças de estação. Em março, o equinócio marca o início da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. Em setembro ocorre o inverso, quando o equinócio marca o início do outono no hemisfério norte e da primavera no hemisfério sul.
As datas dos equinócios variam de um ano para o outro, devido aos anos trópicos (o período entre dois equinócios de março) não terem exatamente 365 dias, fazendo com que a hora precisa do equinócio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não se encaixa necessariamente no mesmo dia. O ano trópico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas. Assim num ano comum, tendo 365 dias e - portanto - mais curto, a hora do equinócio é cerca de seis horas mais tarde que no ano anterior. Ao longo de cada sequência de três anos comuns as datas tendem a se adiantar um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso, devido à intercalação do dia 29 de fevereiro.
Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinócios tendem a atrasar-se. Isto implica que, ao longo do mesmo século, as datas dos equinócios tendam a ocorrer cada vez mais cedo. Dessa forma, no século XXI só houve dois anos em que o equinócio de março aconteceu no dia 21 (2003 e 2007); nos demais, o equinócio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que, a partir de 2044, passe a haver anos em que o equinócio aconteça no dia 19. Esta tendência só irá desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos comuns consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.
Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais depressa do que quando está mais longe (afélio).
Em várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã.

 
(imagem daqui)


Primeiro poema do outono

Mais uma vez é preciso
reaprender o outono
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
Emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração

E sabe deus a minha humana mão

 
Segundo poema do outono

Quantas vezes ainda verei eu cair
as pálidas leves folhas do outono?
— Não pode um homem vê-las
cair e conseguir viver
(e cá estou também eu
cá estou eu incorrigivelmente a cantar
as gastas folhas do outono
as mesmas das minhas mais antigas leituras
as primeiras e as últimas que tenho visto cair
Haverá outra poesia que não
a que cai nas tristes
folhas do outono?)
— Não pode o homem ver
cair as folhas e viver



in Aquele Grande Rio Eufrates (1961) - Ruy Belo (2ª Edição - 1972)

São Pio de Pietrelcina morreu há cinquenta anos

Padre Pio de Pietrelcina, nascido Francesco Forgione (Pietrelcina, 25 de maio de 1887 - San Giovanni Rotondo, 23 de setembro de 1968) foi um sacerdote católico italiano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, elevado a santo pela Igreja Católica como São Pio de Pietrelcina.
Foi ainda em vida, de uma veneração popular de grandes proporções, principalmente por uma de suas capacidades de curar os enfermos.
  
Biografia
Padre Pio nasceu em 25 de maio de 1887 na localidade de Pietrelcina, muito próxima da cidade de Benevento. Foi um dos sete filhos de Grazio Forgione e Maria Giuseppa De Nunzio. No dia seguinte, foi batizado com o nome de Francisco, e mais tarde seria, de facto, um grande seguidor de São Francisco de Assis.
Enquanto criança era muito assíduo das coisas de Deus e da Igreja, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, que os via constantemente devido a tanta familiaridade. Foram Jesus e Maria que lhe apareceram quando ele recebeu pela primeira vez as dolorosas chagas de Cristo em 1910.
Ainda pequeno havia se tornado amigo do seu anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho. Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu anjo da guarda, estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.
Aos doze anos, recebeu os sacramentos da primeira comunhão e do crisma. Com quinze anos de idade entrou no noviciado em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio"; concluído o ano de noviciado, formulou os votos simples em 1904; em 1907 formulou a profissão dos votos solenes. Frequentou estudos clássicos e filosofia. Foi ordenado padre a 10 de agosto de 1910, no Duomo de Benevento.
Durante os primeiros anos como frade capuchinho, frequentes problemas de saúde obrigavam o Padre Pio a fazer visitas regulares à sua casa, para receber cuidados da sua mãe, a quem chamava carinhosamente "Mama Peppa". Ele sofria de intensas dores no peito e nas costas, frequentes dores de cabeça, febres altas, problemas pulmonares e estomacais. Estes sintomas desapareciam inexplicavelmente quando ele voltava. Depois de sua ordenação, seus problemas de saúde o obrigaram a permanecer em casa até 1916. Quando voltou, nesse ano, foi mandado para o Convento de São João Rotondo, lugar onde viveu até a morte.
Aos casos mais urgentes e complicados o frade de Pietrelcina dizia: "Estes só Nossa Senhora", tamanha era a sua confiança na sua Mãezinha do Céu a quem ele tanto amava e queria obter suas virtudes.
Percebendo que a sua missão era de acolher em si o sofrimento do povo, recebe como confirmação do Cristo os sinais da Paixão no seu próprio corpo. Estava aí marcada em si mesmo a sua missão. Deus o queria para aliviar o sofrimento do seu povo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do Demónio que era conhecido por ele como "barba azul". Torturado, tentado e testado muitas vezes por este, sabia muito da sua astúcia no seu afã em desviar os filhos de Deus do caminho da fé.
Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, o tão conhecido "Casa Alívio do Sofrimento", que viria a ser o referência em toda a Europa. Mesmo com o seu ministério sacerdotal vitimado por calúnias injustificáveis, não se arrefeceu o coração para com a Igreja, por quem tinha grande apreço e admiração. Sabia muito bem distinguir de onde provinham as calúnias, sendo estas vindas por parte de alguns da Igreja, e não da Igreja, mãe e mestra a quem ele tanto amava.
A pedido do Santo Padre, devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, cria os grupos de Oração, verdadeiras células catalizadoras do amor e da paz de Deus para serem propagadores de tais virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.
Na ocasião do aniversário dos 50 anos dos grupos de oração celebra-se uma Missa nesta intenção. Seria esta Missa o caminho do seu Calvário definitivo, onde entregaria a alma e o corpo ao seu grande apaixonado; a última vez que os seus filhos espirituais veriam o padre a quem tanto amavam. Era a madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a cruz do Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu. Morte suave de quem havia completado a missão, de quem agora retornaria ao seio do Pai em quem tanto confiou.
Hoje são muitas as pessoas que se juntaram a fileira dos seus devotos e filhos espirituais em vários grupos de oração que se espalharam pelo mundo. É o próprio padre Pio que diz: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar".
Padre Pio foi muito enérgico na confissão, a ponto de negar a absolvição a muitos. Ele via nos olhos que a pessoa não estava arrependida. Um dia, um jovem disse que estava chorando porque não havia recebido a absolvição. Padre Pio disse-lhe que estava fazendo aquilo para ele ir para o céu, porque ele não se tinha arrependido. As pessoas que eram repreendidas por Padre Pio sentiam compulsão no coração. Elas voltavam e eram profundamente tocadas no coração. A não-absolvição trazia ao coração delas o desejo de mudança de vida e autenticidade.
  
Casa Alívio do Sofrimento
No campo da caridade social, esforçou-se por aliviar os sofrimentos e misérias de tantas famílias, principalmente com a fundação da Casa Sollievo della Sofferenza (Casa Alívio do Sofrimento), que foi inaugurada no dia 5 de Maio de 1956.
Trata-se de um dos hospitais mais importantes da Itália. Era a realização de um sonho por ele cultivado, desde há muito tempo, depois de ter visto a triste situação de tantos doentes que, naqueles anos dolorosos da guerra e de pós-guerra, não tinham assistência adequada. No dia da inauguração, ao fim de um longo caminho de obstáculos de diversos géneros, o Santo de Pietrelcina, visivelmente comovido e feliz, dizia ao grande número de pessoas que estavam presentes:
Senhores e irmãos em Cristo, a Casa Alívio do Sofrimento está pronta. Agradeço aos benfeitores que, de diversas parte do mundo, colaboraram. Esta é uma criatura que a Divina Providência, com a ajuda de vocês, criou.
As crónicas nos dizem que padre Pio já tinha pensado em criar um hospital em 1940, chamando-o, na época de seu projeto, de “Casa Alívio do Sofrimento”, mas a declaração de guerra, em 10 de junho de 1940, impediu tudo. Só em 1946 ele pôde constituir a sociedade encarregada de iniciar os trabalhos. A princípio, foi inaugurada com 300 leitos. Hoje, o hospital já possui 1.000 leitos e, a cada dia, surgem outras necessidades.
O padre de Pietrelcina quis colocar no hospital os melhores materiais de construção. As paredes todas são decoradas com mosaicos manuais feitos um a um pelas mulheres da região. Há pilares de mármore com diversas cores, imagens sacras, capelas, flores e quadros. Este conjunto artístico gera a sensação de bem-estar, tornando-o, de facto, uma casa para o doente em tratamento.
Hoje, o hospital atende cerca de 50 mil pacientes de diversas partes da Itália em busca do alívio de suas dores. Eles recebem não apenas o atendimento médico, mas a atenção e o amor de todos aqueles que lá trabalham.
   
Canonização
O procedimento que levou à sua canonização teve início com o nihil obstat de 29 de novembro de 1982. Em 20 de março de 1993 foi começado o processo diocesano para sua canonização. Em 21 de janeiro de 1990 Padre Pio foi proclamado "venerável", beatificado em 2 de maio de 1999 e foi canonizado em 16 de junho de 2002, proclamado na Praça de São Pedro pelo pontífice Papa João Paulo II como São Pio de Pietrelcina.
A sua festa litúrgica é celebrada dia 23 de setembro.
No dia seguinte à sua canonização, o Santo Padre Papa João Paulo II disse que "Acima de tudo, ele foi um religioso que sinceramente amou Cristo crucificado... Ele participou no mistério da Cruz."
Foto do Padre Pio de Pietrelcina com os estigmas
    
Sinais de milagre
Entre os sinais milagrosos que lhe são atribuídos encontram-se as estigmas, que duraram cinquenta anos (de 20 de setembro de 1918 a 23 de setembro de 1968), e o dom da bilocação. Entre os muitos milagres, está a cura do pequeno Matteo Pio Colella de San Giovanni Rotondo sobre o qual se assentou todo processo canónico que fizeram do frade São Pio.
Entre os tantos relatos de bilocação, há o contado por Dom Luigi Orione, também proclamado recentemente santo. Santo Orione contou que, em 1925, sendo um dos tantos devotos de Santa Teresa de Lisieux, encontrava-se na praça de São Pedro para as celebrações em honra da mística francesa quando apareceu, inesperadamente, à sua frente, o Padre Pio. Todavia, segundo o relato de muitas pessoas, Pio nunca saiu do convento, onde viveu de 1918 até à sua morte.
  

Pablo Neruda morreu há 45 anos...

Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904 - Santiago, 23 de setembro de 1973) foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 - 1938) e no México. Neruda recebeu o Nobel de Literatura em 1971.


Amiga, no te mueras


Amiga, no te mueras.
Óyeme estas palabras que me salen ardiendo,
y que nadie diría si yo no las dijera.

Amiga, no te mueras.

Yo soy el que te espera en la estrellada noche.
El que bajo el sangriento sol poniente te espera.

Miro caer los frutos en la tierra sombría.
Miro bailar las gotas del rocío en las hierbas.

En la noche al espeso perfume de las rosas,
cuando danza la ronda de las sombras inmensas.

Bajo el cielo del Sur, el que te espera cuando
el aire de la tarde como una boca besa.

Amiga, no te mueras.

Yo soy el que cortó las guirnaldas rebeldes
para el lecho selvático fragante a sol y a selva.
El que trajo en los brazos jacintos amarillos.
Y rosas desgarradas. Y amapolas sangrientas.

El que cruzó los brazos por esperarte, ahora.
El que quebró sus arcos. El que dobló sus flechas.

Yo soy el que en los labios guarda sabor de uvas.
Racimos refregados. Mordeduras bermejas.

El que te llama desde las llanuras brotadas.
Yo soy el que en la hora del amor te desea.

El aire de la tarde cimbra las ramas altas.
Ebrio, mi corazón. bajo Dios, tambalea.

El río desatado rompe a llorar y a veces
se adelgaza su voz y se hace pura y trémula.

Retumba, atardecida, la queja azul del agua.
Amiga, no te mueras!

Yo soy el que te espera en la estrellada noche,
sobre las playas áureas, sobre las rubias eras.

El que cortó jacintos para tu lecho, y rosas.
Tendido entre las hierbas yo soy el que te espera!

sábado, setembro 22, 2018

Shaka Zulu morreu há 190 anos

O único desenho conhecido de Shaka com a azagaia e o escudo pesado em 1824, quatro anos antes da sua morte

Shaka Zulu (às vezes escrito como Tshaka, Tchaka ou Chaka, KwaZulu-Natal, 1773? - 22 de setembro de 1828) foi um chefe tribal zulu e estratega militar, que elevou os zulus de uma etnia com pouca expressão territorial para um império que ensombrou os desígnios coloniais britânicos.
Filho órfão e ilegítimo de Senzanganakhona, chefe do clã zulu dos nguni, Shaka e a mãe foram banidos da sua umuzi (aldeia), e forçados a viver no exílio entre os mtetwa, na altura do reinado de Dingiswayo.
Ao atingir a puberdade, Shaka seguiu os costumes dos Mtetwa, e juntamente com os outros rapazes da sua idade (intanga), integrou o regimento isiCwe do exército de Dingiswayo. Shaka integrou-se bem na vida militar, e à medida que a sua fama pessoal e autoridade aumentava, introduziu alterações às tácticas anteriormente utilizadas.
Uma das mudanças mais importantes foi o abandono das tácticas de combate "atacar e retirar", pelo combate corpo a corpo, perseguição do inimigo, e da aniquilação total do inimigo. Estas tácticas foram sendo adoptadas por outros clã dos Nguni. No início da década de 1810, contra os Buthelezi em 1810, e posteriormente contra os Nongoma em 1812, Shaka havia aperfeiçoado a implementação dos seus homens no campo de batalha numa formação de ataque em forma de lua, com as pontas denominadas izimpondo (cornos), e o centro de isifuba (peito), com a qual obteve grandes êxitos, e seria a formação de combate padrão dos zulus nos próximos noventa anos.
Em 1816 foi enviado por Dingiswayo, chefe dos mtetwa, e regressa do exílio, e rapidamente se afirma rei dos zulus, eliminando todos que se lhe opunham. Um dos seus primeiros actos é constituir quatro regimentos, que são a origem do impi, nome pelo qual os exércitos zulus ficariam conhecidos. Os impis estavam armados com uma pequena lança, a assegai (uma azagaia), um escudo de couro de boi, uma espécie de bastão que podia ser arremessado ao inimigo com grande precisão e ainda o "cuspo de veneno", substância tóxica encontrada numa erva que era mastigada pelos guerreiros de Shaka, que a cuspiam no rosto dos inimigos durante os combates, causando grande irritação nos olhos. Apoiado neste impi, parte para, nesse mesmo ano, atacar novamente os Buthelezi.
Em 1818 a sua atenção vira-se para os ndwandwe, que vence na batalha de Gqokli, de forma decisiva, apesar de a vantagem à partida não estar do seu lado. A mesma sorte tiveram outros clãs e tribos, contra quem os Zulus apontaram a sua máquina de guerra, numa expansão territorial que iria aumentar o território sob o seu controlo em cerca de doze vezes.
1824 seria um ano marcante na história dos Zulus: Shaka autorizou o estabelecimento de europeus (H.F. Fynn e Lt. Farewell, fundadores da Natal Trading Company) no seu território. Estes fundaram Port Natal, a actual cidade de Durban.
Shaka foi assassinado em 1828 pelos seus meio-irmãos Dingane e Mhalangana, sucedendo-lhe Dingane.