quinta-feira, maio 10, 2012

Winston Churchill passou a ser primeiro-ministro do Reino Unido há 72 anos

Sir Winston Leonard Spencer-Churchill (Oxfordshire, 30 de novembro de 1874 - Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável, ele também foi Oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prémio Nobel de Literatura e o primeiro cidadão honorário dos Estados Unidos.

(...)

Em 10 de maio de 1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico, contando 65 anos de idade. Seus discursos memoráveis, chamando o povo britânico à resistência e sua crescente aproximação com o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt, visando a que os Estados Unidos da América ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória permitiram-lhe manter a coesão do povo britânico nas horas de prova suprema que significaram os bombardeamentos sistemáticos da Alemanha sobre Londres e outras cidades do Reino Unido. Devido a estes bombardeamentos, em 20 de julho de 1944, mesmo dia em que Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar gás venenoso em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos, abandonando a ideia ao final. Nessa época, ele comandava a Inglaterra de um prédio de escritórios simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs deitado na cama, tomando banho em uma casa-de-banho separado de seu quarto, de forma tal que às vezes oficiais ingleses encontravam-no andando pelo prédio seminu e molhado. A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo whiskies, apavorava o seu médico.

A repugnante Queima de Livros de Hitler (Bucherverbrennung) começou há 79 anos

Bücherverbrennung significa em alemão literalmente queima de livros. É um termo muitas vezes associado à acção de propaganda dos Nazis, organizada entre 10 de maio e 21 de junho de 1933, poucos meses depois da chegada ao poder de Adolf Hitler. Em várias cidades alemãs foram organizadas nesta data queimas de livros em praças públicas, com a presença da polícia, bombeiros e outras autoridades.
Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelo direção nacional de estudantes (Verbindungen).
Os estudantes, em particular os estudantes membros das Verbindungen, membros das SA e SS participaram nestas queimas. A organização deste evento coube às associações de estudantes alemãs NSDStB e a ASTA, que com grande zelo competiram entre si tentando cada uma provar que era melhor do que a outra. Foram queimados cerca de 20.000 livros, a maioria dos quais pertencentes às bibliotecas públicas, de autores oficialmente tidos como "pouco alemães" (undeutsch).
O poeta nazi Hanns Johst foi um dos que justificou a queima, logo depois da ascensão do nazismo ao poder, com a "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura alemã".

Autores banidos
Entre os livros queimados pelos nazis contavam-se obras quer de autores falecidos como também contemporâneos, perseguidos pelo regime, muitos deles tendo emigrado. Na lista encontramos entre outros:

Queimem os meus livros!
 Oskar Maria Graf não foi incluído na lista. Para seu espanto, os seus livros não foram banidos como até foram recomendados pelos nazis. Em resposta, ele publicou um artigo intitulado "Verbrennt mich! (queimem-me) no jornal "Wiener Arbeiterzeitung" (jornal do trabalhador vienense) (Texto em alemão aqui). Em 1934 o seu desejo foi tornado realidade e os seus livros foram também banidos pelos nazis.

Repercussões
A opinião pública e a intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Editoras e distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância, passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima como resultado do "fanatismo estudantil".
Entre os poucos escritores que reconheceram o perigo e tomaram uma posição estava Thomas Mann, que havia recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em 1939, para os Estados Unidos. Quando a Faculdade de Filosofia da Universidade de Bona lhe retirou o título de doutor honoris causa, ele escreveu ao reitor: "Nestes quatro anos de exílio involuntário, nunca parei de meditar sobre minha situação. Se tivesse ficado ou retornado à Alemanha, talvez já estivesse morto. Jamais sonhei que no fim da minha vida seria um emigrante, despojado da nacionalidade, vivendo desta maneira!"
Também Ricarda Huch se retirou da Academia Prussiana de Artes. Na carta ao seu presidente, em 9 de abril de 1933, a escritora criticou os ditames culturais do regime nazi: "A centralização, a opressão, os métodos brutais, a difamação dos que pensam diferente, os autoelogios, tudo isso não combina com meu modo de pensar", justificou. Em 1934, a "lista negra" incluía mais de três mil obras proibidas pelos nazis.
Como disse o poeta Heinrich Heine: "Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas."

Joaquim Agostinho morreu há 28 anos


Joaquim Agostinho Besancon 1980.jpg
País Portugal Portugal
Data de nascimento 7 de abril de 1943
Local de nascimento Brejenjas, Torres Vedras , Portugal
Data de falecimento 10 de maio de 1984 (41 anos)
Informação de Equipas
Profissional
1968
1969 - 1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976 - 1977
1978 - 1979
1980
1981 - 1983
1984
Sporting Portugal
Frimatic França
Hoover
Magniflex França
Sporting Portugal
Bic
Sporting Portugal
Teka
Flandria
Puch França
Sem France Loire França
Sporting Portugal
                                     Maiores vitórias                                     
Portugal Vencedor Volta a Portugal (1970)
Portugal Vencedor Volta a Portugal (1971
Portugal Vencedor Volta a Portugal (1972)
Espanha 2º Lugar Volta a Espanha (1974)
França 3º Lugar Tour de France (1978)
França 3º Lugar Tour de France (1979)

Joaquim Agostinho (Torres Vedras, 7 de abril de 1943 - Lisboa, 10 de maio de 1984) foi um ciclista português. Morreu depois de dez dias em coma em consequência de uma queda sofrida numa etapa da X Volta ao Algarve.

Joaquim Agostinho começou a praticar ciclismo no Sporting Clube de Portugal, equipa que o descobriu ao treinar perto de Casalinhos de Alfaiata em Torres Vedras, começando a praticar já com 25 anos de idade, mas ainda conseguiu evoluir de tal forma que é usualmente referido como o melhor ciclista português de todos os tempos.
A sua carreira internacional começou em 1968, depois de ter sido observado pelo director desportivo francês Jean de Gribaldy, obtendo resultados de destaque na Volta a Espanha, vários dias de amarelo e um segundo lugar final, distando apenas 11 segundos da vitória, e na Volta a França onde terminou duas vezes no pódio e venceu a mítica etapa do Alpe d'Huez.

A 30 de abril de 1984, quando liderava (camisola amarela) a X Volta ao Algarve, na 5ª etapa, a 300 metros da meta, um cão atravessou-se no seu caminho, o que o fez cair, provocando-lhe uma fractura craniana - algum tempo depois afirmou-se que as consequências deste acidente poderiam ser menores se Joaquim levasse capacete. Levantou-se, voltou a montar na bicicleta e terminou a etapa com a ajuda de dois colegas da sua equipa do Sporting. As dores persistentes na cabeça levaram-no a ingressar no hospital de Loulé, onde o seu estado de saúde se agravou drasticamente. Foi evacuado de emergência para o hospital da CUF, em Lisboa. Após 10 intervenções cirúrgicas e de permanecer 10 dias em coma, faleceu a 10 de maio, poucos minutos antes das 11.00 horas. Foi enterrado na sua terra natal.

Descoberto por Jean de Gribaldy, Joaquim Agostinho competiu como profissional entre 1968 e 1984, passando pelas seguintes equipas:
  • Sporting: 1968-1973, 1975 e 1984
  • Frimatic - de Gribaldy: 1969-1970
  • Hoover: 1971
  • Magniflex - de Gribaldy: 1972
  • Bic: 1973, 1974
  • Teka: 1976, 1977
  • Flandria: 1978, 1979
  • Puch-Sem-Campagnolo: 1980
  • Sem-France Loire: 1981, 1983
  • Sporting Lisboa-Raposeira: 1984


Etapas míticas ganhas
  • Alpe d'Huez (Tour) - 1979
  • Cangas de Oniz (Vuelta);San Sebastián(Contra-relógio individual) (Vuelta) - 1974
  • Torre (Volta a Portugal) - 1971, 1973
  • Penhas da Saúde (Volta a Portugal) - 1970, 1971
  • Solothurn Balmberg (Volta à Suíça) - 1972
  • Puerto del Léon (Vuelta) - 1972
  • Côte de Laffrey (Tour) - 1971
  • First plan (Tour) - 1969
  • Grammont (Tour) - 1971
  • Manse (Tour) - 1972
  • Lautaret (Tour) - 1972
  • Hundruck (Tour) - 1972
  • Oderen (Tour) - 1972
  • Lalouvesc (Tour) - 1977
  • Croix de Chabouret (Tour) - 1977

Bono Vox - 52 anos

Paul David Hewson (Dublin, 10 de maio de 1960), mais conhecido por seu nome artístico Bono Vox, é um cantor e músico irlândês vocalista principal da banda de rock irlandesa U2. Bono nasceu e cresceu em Dublin, na Irlanda, onde conheceu sua futura esposa, Alison Stewart, e os futuros membros do U2. Bono escreve todas as letras da banda, muitas vezes usando temas sociais, religiosos e políticos. Durante seus primeiros anos as letras de Bono contribuíram para o tom espiritual e rebeldia de U2. Como a banda amadureceu, suas letras se tornaram mais inspiradas por experiências pessoais compartilhadas com os membros da banda.
Fora da banda, ele colaborou e gravou com vários artistas, faz parte da diretoria da Elevation Partners, e possui um hotel, chamado The Clarence Hotel, em Dublin, junto com The Edge. Bono também é amplamente conhecido por seu ativismo relativos a África, para o qual ele co-fundou DATA, EDUN, a ONE Campaign e Product Red. Organizou e tocou em vários shows beneficentes e se reuniu com políticos influentes. Bono tem sido elogiado e criticado por seu ativismo e envolvimento com o U2. Foi nomeado para o prémio Nobel da Paz, foi concedido um honorário cavaleiro pela rainha Rainha Elizabeth II, e foi nomeado como "Personalidade do Ano" pela revista Time, conquistando outros prémios e nomeações.


quarta-feira, maio 09, 2012

Porque o vocalista dos Depeche Mode faz hoje anos...


Música importante para ouvir hoje


mmm

Sismo sentido no Alentejo

Recebido via e-mail do Instituto de Meteorologia (IM):

O Instituto de Meteorologia informa que no dia 09.05.2012 pelas 16.14 horas (15.14 - hora UTM) foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2,9 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 6 km a Norte-Nordeste de Arraiolos.

Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Arraiolos.

Se a situação o justificar serão emitidos novos comunicados.

Sugere-se o acompanhamento da evolução da situação através da página do IM na Internet (www.meteo.pt) e a obtenção de eventuais recomendações junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil (www.prociv.pt).
NOTA: a título de curiosidade, a localização do epicentro no GoogleMaps, disponibilizado pelo IM, que penso ter a ver com o facto de a falha da Messejana continuar a mexer:

Hoje é o Dia da Europa

(imagem daqui)





Europa

I

Europa, sonho futuro!
Europa, manhã por vir,
fronteiras sem cães de guarda
nações com seu riso franco
abertas de par em par!

Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Saberás renascer, Fénix, das cinzas
em que arda enfim, falsa grandeza,
a glória que teus povos se sonharam
- cada um para si te querendo toda?

Europa, sonho futuro,
se algum dia há-de ser!
Europa que não soubeste
ouvir do fundo dos tempos
a voz na treva clamando
que tua grandeza não era
só do espírito seres pródiga
se do pão eras avara!
Tua grandeza a fizeram
os que nunca perguntaram
a raça por quem serviam.
Tua glória a ganharam
mãos que livre modelaram
teu corpo livre de algemas
num sonho sempre a alcançar!


Europa, ó mundo a criar!

Europa, ó sonho por vir
enquanto à terra não desçam
as vozes que já moldaram
tua figura ideal!
Europa, sonho incriado,
até ao dia em que desça
teu espírito sobre as águas!

Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? Virá o dia
em que renasças purificada?

Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Renascerás, Fénix, das cinzas
do teu corpo dividido?

Europa, tu virás só quando entre nações
o ódio não tiver a última palavra,
ao ódio não guiar a mão avara.
à mão não der alento o cavo som de enterro
dos cofres digerindo o sangue do rebanho
- e do rebanho morto, enfim, à luz do dia,
o homem que sonhaste, Europa, seja vida!

II

Ó morta civilização!
Teu sangue podre, nunca mais!
Cadáver hirto, ressequido,
à cova, à cova!

Teu canto novo, esse sim!
Purificado,
teu nome, Europa,
o mal que foste, redimido,
o bem que deste,
repartido!

Aí vai o cadáver enfeitado de discursos,
florindo em chaga, em pus, em nojo…
Cadáver enfeitado de guerras de fronteiras,
ficções para servir o sonho de violência,
máscaras de ideal cobrindo velhas raivas…
Vai, cadáver de crimes enfeitado,
que os coveiros, sem descanso,
acham pouca toda a terra,
nenhum sangue já lhes chega!

Sobre o cadáver dançam
teus coveiros sua dança.
Corvos de negro augúrio
chupam teu sangue de desgraça.
Haja mais sangue, mais dançam!
E tu levada, tu dançando,
os passos do teu bailando
funerário!

Mas do sangue nascerás,
Ou nunca mais, Europa do porvir!

E mão que te detenha
à beira do abismo?
Do sangue nascerá!

E braços que defendam
Teu dia de amanhã?
Do sangue nascerão!

O sangue ensinará
- ou nova escravidão
maior há-de enlutar
teus campos semeados
de forcas e tiranos.

De sangue banharás
teu corpo atormentado
e, Fénix, viverás!


III

Na erma solidão glacial da treva
os que não morreram vela.

Em vagas sucessivas de descargas
a morte ceifou os nossos irmãos.
O medo ronda,
o ódio espreita.
Todos os homens estão sozinhos.
A madrugada ainda virá?

Vão caindo um a um na luta sem trincheiras,
e a noite parece que não terá nunca madrugada,
mas cada gota de sangue é agora semente de revolta,
da revolta que varrerá da face da terra,
os sacerdotes sinistros do terror.
A revolta a florir em esperança
dos braços e das bocas que ficaram…

A traição ronda,
a morte espreita.

Uma comoção de bandeiras ao vento…
Clarins de aurora, ao longe…

Os que não morreram velam.


IV

Eu falo das casas e dos homens,
dos vivos e dos mortos:
do que passa e não volta nunca mais…
Não me venham dizer que estava matematicamente previsto,
ah, não me venham com teorias!
Eu vejo a desolação e a fome,
as angústias sem nome,
os pavores marcados para sempre nas faces trágicas das vítimas.
E sei que vejo, sei que imagino apenas uma ínfima,
uma insignificante parcela da tragédia.
Eu, se visse, não acreditava.
Eu se visse, dava em louco ou em profeta,
Dava em chefe de bandidos, em salteador de estradas,
- mas não acreditava!

Olho os homens, as casas e os bichos.
Olho num pasmo sem limites,
e fico sem palavras,
na dor de serem homens que fizeram tudo isto:
esta pasta ensanguentada a que reduziram a terra inteira,
esta lama de sangue e alma,
de coisa e ser,
e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança,
se o ódio sequer servirá para alguma coisa…

Deixai-me chorar - e chorai!
As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos,
de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição,
e quando chorarmos talvez julguemos nosso o drama,
por momentos será nosso um pouco do sofrimento alheio,
por um segundo seremos os mortos e os torturados,
os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados,
seremos a terra podre de tanto cadáver,
seremos o sangue das árvores,
o ventre doloroso das casas saqueadas,
- sim, por um momento seremos a dor de tudo isto…


Eu não sei porque me caem as lágrimas,
porque tremo e que arrepio corre dentro de mim,
eu que não tenho parentes nem amigos na guerra,
eu que sou estrangeiro diante de tudo isto,
eu que estou na minha casa sossegada,
eu que não tenho guerra à porta,
- eu porque tremo e soluço?

Quem chora em mim, dizei - quem chora em nós?

Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros:
as ruas são ruas com gente e automóveis,
não há sereias a gritar pavores irreprimíveis,
e a miséria é a mesma miséria que já havia…
E se tudo é igual aos dias antigos,
apesar da Europa à nossa volta, exangue e mártir,
eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente,
sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos,
sem nada senão lágrimas que vêem tarde, e uma noite à volta,
uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada…


V

A música era linda…
vinha do rádio, meiga, mansa,
macia como um corpo quente de mulher…
era doce, cariciosa e lânguida…

Mas eu tinha ainda nos ouvidos,
como um clamor de milhões de bocas:
“No campo de concentração hoje ocupado pelas nossas tropas
os alemães queimaram milhares de vivos num forno crematório…
Nas cubatas, os mortos misturavam-se com os moribundos…
O sargento S. S. não pôde recordar quantos homens tinha morto…
Os mortos apodrecem aos montes, e os vivos arrancam-lhes as roupas
para as fogueiras em que ao lado se aquecem…
EM MUITOS CADÁVERES ENCONTROU-SE UM CORTE LONGITUDINAL:
ERAM OS VIVOS QUE TINHAM TIRADO AOS MORTOS O FÍGADO E OS RINS PARA COMER ― A ÚNICA CARNE QUE AINDA RESTAVA NOS CADÁVERES…”

E lembro-me de repente dum filme muito antigo
em que o criminoso perguntava:
«De quoi est fait un homme, monsieur le comissaire?»
e nos seus olhos lia-se o pavor
de quem viu um abismo e não lhe sabe o fundo…
De quoi est fait un homme? De que são feitos os homens
Que queimaram vivos outros homens? Que tinham centos de crianças
a morrer de fome e pavor, escravos como os pais?
Que matavam ou deixavam morrer homens aos milhões,
que os faziam descer ao mais fundo da degradação,
torturados, esfomeados, feitos chaga e esqueleto?

Eram esses mesmos homens
que faziam pouco da liberdade,
que vinham salvar o mundo da desordem,
que vinham ensinar a ORDEM ao planeta!
Sim, que traziam a paz com as grades das prisões,
A ordem com as câmaras de tortura…

E depois a música vem, cariciosa e lenta,
a julgar que apaga a ignomínia que lançaram sobre a terra!
A julgar que esqueceremos a abjecção dos que souberam
apagar da terra a insubmissão do homem livre!
Não - nem cárceres, nem deportações, nem represálias,
nem torturas
acabarão jamais com a insubmissão do homem livre,
do homem livre nas cadeias, cantando nas torturas,
porque vê diante de si os irmãos que estão lutando,
que hão-de cair, para outros sempre se erguerem,
clamando em vozes sempre novas
QUE O HOMEM NÃO SE HÁ-DE SUBMETER À
VIOLÊNCIA!
Homens sem partido e de todos os partidos,
que nasceram com a revolta porque não lhes vale de
nada viver para ser escravos,
homens sem partido e de todos os partidos - menos todos quantos
só sabem dizer ORDEM! e reclamar VIOLÊNCIA!
Os que pedem sangue porque não são sanguinários, sim,
mas também todos os que nunca souberam querer nada,
os que dizem «Não é possível que se torturem os presos políticos»,
os que não podem acreditar
porque não querem ser incomodados pela pestilência dos crimes cometidos para eles
- para eles continuarem a acreditar que a ORDEM não é apenas a mordaça
sobre as bocas livres que hão-de gritar até ao fim do mundo
QUE SÓ O HOMEM LIVRE É DIGNO DE SER HOMEM!

in
Europa (1945) - Adolfo Casais Monteiro

Billy Joel - 63 anos

Billy Joel, nascido William Joseph Martin Joel (Bronx, 9 de maio de 1949) é um cantor, compositor e pianista norte-americano.
Em 1973 lançou sua primeira música de sucesso, "Piano Man".
De acordo com o RIAA, Joel é o sexto artista que mais vendeu nos Estados Unidos com 78,5 milhões de discos.
Joel tem 10 músicas de sucesso entre os anos 1970, 80, e 90; é hexa vencedor do Grammy e 23 nomeações e já vendeu mais de 150 milhões de álbuns pelo mundo fora. Foi incluído no Songwriters Hall of Fame em 1992, no Rock and Roll Hall of Fame, e no Long Island Music Hall of Fame. Parou de gravar música pop em 1993 mas continuou com turnês (algumas vezes com Elton John). Em 2001 lançou Fantasies & Delusions, um CD com composições clássicas para piano. Em 2007 voltou a gravar um single intitulado "All My Life", seguido de uma extensa turnê (2006-2009) indo a muitas das maiores cidades do mundo.
A coletânea "Greatest Hits Volume I & Volume II" é o disco duplo mais vendido de todos os tempos, segundo a lista da RIAA.
O disco de maior sucesso do cantor foi "The Stranger", de 1977.
Em Março de 2009, Joel voltou aos palcos com a popular turnê Face to Face com o amigo Elton John. Os dois artistas se apresentarem juntos pela primeira vez em 1994, mas não tinham voltado com uma turnê desde Maio de 2003. A turnê terminou em Março de 2010 e atualmente não há novas datas, embora Joel, que firmou o desejo de descansar em 2010, ter dito à revista Rolling Stone: "Nós provavelmente vamos voltar. É sempre divertido tocar com ele." Billy Joel é um dos artistas mais ricos com uma fortuna estimada de 475-510 milhões de dólares.


Dave Gahan, o vocalista dos Depeche Modefaz hoje 50 anos!


Muito popular pela sua voz poderosa, expressão, animação e interacção com o público nos shows, também lançou um disco solo em 2003, chamado “Paper Monsters”, onde demonstra sua criatividade e habilidade como compositor e músico. Até uma gaita e um piano de criança (da filha dele) são tocados no álbum.
Seu passado problemático inclui o roubo de carros, vandalismo, drogas e realização de graffitis na cidade de Basildon, Inglaterra. Antes de fazer 14 anos, já tinha ido para o juiz de menores três vezes, possivelmente pelos problemas familiares que sofria na época, como a descoberta do seu verdadeiro pai. Já foi preso também por porte de drogas (heroína).
Foi convidado por Vince Clarke para fazer parte do Depeche Mode, após impressioná-lo com sua performance para a canção "Heroes", de David Bowie, em 1980. Foi Dave que sugeriu o nome "Depeche Mode" para a banda, depois de ter visto uma revista francesa de mesmo nome. Dave também compôs dentro do Depeche Mode, as músicas "Suffer Well", "I Want It All" e "Nothing is Impossible", do álbum Playing The Angel. "Suffer Well" virou um single.
David é casado com Jennifer Sklias-Gahan de quem tem uma filha, Stella Rosa. Do seu primeiro casamento, com Joanne, tem um filho, Jack. Trabalhou antes de ser da banda como pedreiro, repositor de supermercado e vendedor de bebidas.


Aldo Moro foi assassinado há 34 anos

Aldo Moro (Maglie, 23 de setembro de 1916 - Roma, 9 de maio de 1978) foi um jurista, professor e político italiano.
Ocupou por cinco vezes o cargo de primeiro-ministro da Itália. Ativo membro da Igreja Católica, foi um dos líderes mais destacados da Democracia cristã na Itália.
Sequestrado em 16 de março de 1978 pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, foi assassinado depois de 55 dias de cativeiro.
Há várias teorias acerca os motivos da recusa do governo italiano em negociar a libertação de Aldo Moro com os sequestradores e sobre os interesses envolvidos no seu sequestro e morte. Segundo o historiador Sergio Flamigni, as Brigadas Vermelhas foram usadas pela Gladio, rede dirigida pela OTAN, de modo a justificar a manutenção da estratégia da tensão. O filósofo Antonio Negri chegou a ser preso, acusado de ser o inspirador da ação das Brigadas Vermelhas e do assassinato de Aldo Moro.
 

Um trágico acidente matou Gilles Villeneuve há 30 anos

Joseph Gilles Henri Villeneuve, mais conhecido como Gilles Villeneuve (Berthierville, Canadá, 18 de janeiro de 1950 - Lovaina, Bélgica, 9 de maio de 1982) é considerado um dos melhores pilotos de toda a história da Fórmula 1, apesar de ter obtido apenas seis vitórias em 67 corridas disputadas na sua passagem pela categoria, entre 1977 à 1982.

Carreira
Villeneuve nasceu no Quebec. Era filho de um afinador de pianos e estreou-se no automobilismo em 1975, após uma breve e vitoriosa carreira como piloto de snowmobile em campeonatos de seu país. Foi campeão canadiano e norte-americano de Fórmula Atlantic, em 1976, e repetiu o título canadiano em 1977. Neste ano, em uma corrida no circuito de Trois Riviere que contou com a presença de pilotos da Fórmula 1, derrotou e impressionou positivamente o então campeão mundial, o inglês James Hunt, o que lhe rendeu um convite para disputar o Grande Prémio da Inglaterra, em Silverstone, com um terceiro carro da equipe McLaren.
Nesta prova, com um velho McLaren M23 - mesmo modelo com que o brasileiro Emerson Fittipaldi vencera o campeonato de 1974 - Gilles largou na 9ª posição, entre os pilotos oficiais da equipe, Hunt e o alemão Jochen Mass, porém problemas mecânicos o atrasaram e o canadiano terminou a corrida em 11º lugar. A McLaren não tornou a convidar Gilles para as provas seguintes, mas a sua já crescente reputação e seu estilo arrojado renderam-lhe um convite para ser piloto da equipa Ferrari, ainda em 1977, para ser companheiro do argentino Carlos Reutemann. Gilles é muito lembrado pelo seu lendário duelo no Grande Prémio da França de 1979 contra o piloto francês René Arnoux da Renault. O arrojo de ambos os pilotos nesse confronto foi tão grande que René e Gilles chegaram a ficar lado a lado em uma mesma curva a mais de 150 Km/h, Após sucessivas ultrapassagens de ambos os pilotos, Gilles Villeneuve venceria o confronto e receberia a bandeirada em segundo, seguido do próprio Arnoux em terceiro. Após a corrida o francês diria uma frase marcante: "Ele venceu-me, mas isso não me preocupa, pois sei que fui vencido pelo melhor piloto do mundo".

Passagem pela Ferrari
Foi ao volante dos carros vermelhos da equipe italiana que Gilles proporcionou aos espectadores da Fórmula 1 momentos de bravura e perícia que lhe fizeram ser comparado ao lendário Tazio Nuvolari e uma série de acidentes impressionantes - que lhe renderam o cognome de "piloto voador". No mais grave deles, no Grande Prémio do Japão de 1977, Villeneuve bateu com o seu Ferrari 312T2 nº11 no Tyrrell P34 nº3 do sueco Ronnie Peterson, e o carro do piloto canadiano foi lançado na direção de dois espectadores que assistiam a prova em local proibido e que morreram.
Em 1979 a Ferrari substituiu Reutemann pelo sul-africano Jody Scheckter. A nova dupla garantiu o primeiro e o segundo lugares, com Scheckter campeão por antecipação, além do Campeonato Mundial de Construtores. A partir do ano seguinte 1980, por promessa do próprio comendador Enzo Ferrari, a equipa passou a direcionar esforços em prol de Villeneuve, mas não foi capaz de manter-se à frente das outras equipas.
Depois de duas vitórias e uma boa temporada em 1981, quando a Ferrari entrou para o grupo das equipas com motores Turbo, Villeneuve se tornou o maior favorito para a temporada de 1982. No entanto, a Ferrari não deixou clara essa posição para o outro piloto da equipe, o francês Didier Pironi. No Grande Prémio de San Marino, a corrida contou com 7 equipes: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Tyrrell, Toleman, Osella e ATS, enquanto que as demais boicotaram a prova por divergências políticas. Pironi ultrapassou Villeneuve nas voltas finais, não cumprindo o acordo entre os dois e a equipa, e venceu a prova. O facto abriu uma crise interna, já visível pelo piloto canadiano no pódio após a corrida. Acabou sendo o último grande prémio disputado por Villeneuve. Logo surgiram boatos de que ele, desiludido com a Ferrari, passaria a ser piloto da equipa Williams na temporada de 1983.

Morte
Mas já na prova seguinte, o Grande Prémio da Bélgica, (ainda no autódromo de Zolder), a rivalidade trouxe uma fatalidade. Na disputa para superar o melhor tempo feito por Pironi no treino de classificação, Villeneuve estava na sua última volta rápida quando encontrou, numa curva de alta velocidade, o March de Jochen Mass voltando para as boxes em velocidade menor. Um erro de cálculo fez com que as rodas dos carros se tocassem e o Ferrari foi lançada ao ar, seguindo-se uma sequência de capotagens que partiram o cockpit ao meio e arremessaram o corpo de Villeneuve para o alto, na direção esquerda, só parando no lado extremo da pista, ao chocar violentamente contra o material de proteção. O piloto já não estava a respirar quando a equipa de socorro chegou ao local, mas só foi oficialmente declarado morto mais tarde, num hospital local.
Apesar da tragédia no automobilismo não ser algo tão inesperado na época - ainda menos diante do estilo de pilotagem característico de Villeneuve - o acidente causou, entre os pilotos e principalmente junto ao público, uma comoção que só foi igualada, doze anos depois, com a morte de Ayrton Senna. Mesmo aqueles que tiveram as mais árduas disputas com o canadense na pista, como o francês René Arnoux, admiravam seu caráter simpático e amigável e sua lealdade como competidor, mesmo com tanto arrojo.

terça-feira, maio 08, 2012

O último álbum (publicado) do grupo The Beatles foi lançado há 42 anos

Let It Be é o décimo terceiro e último álbum lançado pelo grupo inglês de rock The Beatles. Gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970, o álbum foi somente lançado em 8 de maio de 1970, após o disco Abbey Road (último disco gravado) e juntamente com o documentário com o mesmo nome. Inicialmente estava previsto chamar-se Get Back.
O único single foi "The Long And Winding Road", apesar de músicas como “Across The Universe” e “Let It Be” também se tornarem grandes sucessos.

Get Back
Em 1969, Paul McCartney teve a ideia de gravar o álbum e documentário Get Back ("volte", em português) planeado para ser um "regresso às raízes". McCartney tinha grande vontade de ver os Beatles tocando ao vivo novamente, ideia que não agradava ao resto da banda, principalmente a George Harrison, que chegou a declarar que estava saindo da banda. John Lennon, sem se importar muito, ameaçou chamar Eric Clapton para o lugar dele, mas McCartney não concordou, por achar que os Beatles sempre seriam os quatro e mais ninguém. De comum acordo, eles resolveram gravar um álbum como se fosse ao vivo, como foi feito no primeiro álbum dos Beatles, Please Please Me. Para isso até fizeram uma foto no mesmo local da capa de Please Please Me, só que agora um pouco mais velhos. Lennon chegou a falar a George Martin, num tom áspero: "Dessa vez queremos um disco honesto e não mais uma daquelas porcarias que você faz!". Em entrevistas posteriores, Martin diz que engoliu aquilo a seco mas pensou em responder que todos os discos dos Beatles eram honestos até aquele momento. Os ensaios iniciaram em mono, nos "Twickenham Studios" e, após uma breve interrupção devido a Harrison ter deixado a banda temporariamente, concluíram-se com o retorno de Harrison, juntamente com Billy Preston, com as gravações nos estúdios da Apple, em multi-tracks. Quando a Apple foi iniciada, os Beatles deram todo o dinheiro necessário para um "amigo charlatão" que Lennon conheceu na Grécia, chamado Magic Alex, para que construísse um estúdio que foi descrito por ele como o melhor estúdio possível. Porém quando George Martin e seus auxiliares técnicos foram inspecionar o local viram como “o maior desastre de todos os tempos. A mesa de mistura era feito de madeira velha e um osciloscópio antigo, e os 72 canais prometidos por Magic Alex, eram só 16 canais”. E dizia mais: “O local não tinha paredes isoladas do som e era possível ouvir o barulho dos canos e o barulho do ar condicionado.” Mas, mesmo assim, os Beatles estavam dispostos a “ensaiar e gravar em casa”, com a produção de Glyn Johns, com Martin em segundo plano (o que o deixou visivelmente chateado pelo trabalho desonroso, já que ele nunca tinha ganho nenhuma fama ou fortuna pelo trabalho com os Beatles mesmo tendo ajudado a elevar eles ao patamar atual de melhor banda do mundo).
Os Beatles escolheram 7 músicas em janeiro de 1969 e tais gravações culminaram com uma performance live, em uma espécie de mini-show, no dia 30 de janeiro, no telhado dos estúdios da Apple em Saville Row, para o filme do mesmo nome, até a polícia impedir o grupo de continuar, dado o tumulto provocado nas ruas. Foi a última apresentação pública dos Beatles, em 30 de janeiro de 1969. Três das canções tocadas ao vivo, no telhado da Apple Studios, permaneceram no álbum final, Let It Be; elas são: "Dig a Pony", "I've Got a Feeling", e "One After 909", e vários diálogos gravados também no telhado aparecem entre as faixas do álbum lançado. No total, centenas de músicas foram tocadas e gravadas, durante as sessões de estúdio das gravações para o projeto Get Back/Let It Be. Além das originais lançadas no Let It Be, incluíam as canções todas do álbum Abbey Road, e várias canções que acabaram sendo lançadas nos projetos solos após a separação dos Beatles. Canções como, "Jealous Guy" (Lennon); "All Things Must Pass" (Harrison); "Teddy Boy" (McCartney), além de diversas outros covers interpretadas por eles, no estilo de blues de doze compassos.
O álbum estava planeado para ser lançado em julho de 1969, mas adiaram-o para setembro, visto que queriam que este fosse lançado juntamente com o programa especial para a televisão - o filme sobre os bastidores da gravação do álbum.
Em setembro de 1969, adiaram o lançamento de Get Back, novamente; desta vez para dezembro, já que estavam com um novo projeto pronto para lançamento, às mãos, o Abbey Road", o último disco "oficial".
Em dezembro os Beatles pediram a Glyn Johns para produzir um álbum das gravações feitas para combinar com o filme - ainda não lançado até então -, Get Back. E, de 15 de dezembro de 1969 até 8 de Janeiro de 1970, novas misturas foram preparadas. A mistura do álbum incluía, ainda, Across The Universe - um remix da versão original gravada no estúdio, em 1968 - , e I Me Mine, gravação toda original, mas com o mesmo arranjo da versão para o filme, e somente com Paul, George e Ringo tocando, uma vez que John já havia deixado a banda. Mas os Beatles não gostaram do trabalho apresentado por Glyn Johns.

Let It Be
A última sessão de gravação foi em 4 de janeiro de 1970, quando Paul, George e Ringo encontraram-se para terminar "I Me Mine", de Harrison, que entraria em Get Back. Dois meses depois, as fitas de Get Back foram entregues para o produtor norteamericano, Phil Spector, "retrabalhar". George Martin já estava cansado das lutas e discussões dos Beatles e também achou que seria antiprofissional trabalhar naquelas fitas de má qualidade. Como Spector tinha produzido o recém-lançado single de Lennon, "Instant Karma", John decidiu pedir (sem autorização de McCartney), para Phil "dar uma olhada e ver o que podia ser feito".
Spector pegou uma "jam session", "Dig It", e outras conversas entre as gravações, alongou "I Me Mine", desacelerou e acrescentou cordas a "Across The Universe" e colocou cordas e coral em "The Long And Winding Road". "Get Back" também foi editada, com a parte em que Paul fala, como um bluesman, cortada. Além de produzir a mistura toda do álbum final.
Seis faixas do álbum são gravações ao vivo (v.g. sem remix ou overdub posterior). Além das três canções gravadas ao vivo no telhado do prédio da Apple Corps., incluiam-se, "Two of Us", "Dig It" e "Maggie Mae", gravadas ao vivo nos estúdios da Apple, no porão do prédio da Apple. Enquanto as outras canções, "For You Blue", "I Me Mine", "Let It Be", "The Long and Winding Road" e "Get Back" foram gravadas nos studios da Apple, mas apresentam edições posteriores produzidas por Spector, tanto na mesa de som, e edições de splicings (i.e. cortes diretamente feitos na fita), como nas dobragens (v.g. overdubs) de vozes e instrumentos por músicos de estúdio. A 12º canção, "Across the Universe", era uma versão da gravação de ensaio original, feita em 1968, e misturada em velocidade mais lenta para álbum.
Spector remisturou tudo e transformou Get Back em Let It Be. O álbum foi lançado em 8 de maio de 1970, paralelamente no mercado com o filme deste mesmo nome. Na Inglaterra, o álbum fora lançado pela Apple Records (e distribuído pela EMI), originalmente no formato de um LP de capa dupla de edição limitada num box-set, acompanhado por um livro muito elegante, cheio de fotos da gravação e meses após sendo relançado com uma capa de LP simples. Nos Estados Unidos, o LP foi lançado com a capa simples (não dupla, e sem o "box-set" com o livro de fotos) também pela Apple Records, mas como a United Artist estava distribuindo o filme com o mesmo nome, eles tinham o direito de distribuir o LP também. A Capitol Records (uma subsidiária da EMI) tinha direito de lançar compactos dos Beatles, nos EUA, e outras compilações, mas não obteve direito para lançar o Let It Be. Mas, em 1979, a Capitol/EMI comprou a United Artist, tendo então obtido os direitos para lançar o mesmo e o "A Hard Day's Night", o outro álbum de banda sonora de filme dos Beatles que a United distribuia.
Embora Paul tenha ficado insatisfeito com o produto final, em particular com "The Long And Winding Road"(ele detestou o coral e o arranjo de orquestra que Spector colocou), John declarou, dez anos depois, durante uma entrevista para a revista Playboy, elogiando Spector, que demos a ele gravações bem más, com uns sentimentos muito feios nelas, e ele foi capaz de fazer algo bom daquilo."
Eventualmente, os Beatles receberam o "Academy Award" (Óscar) de "melhor banda sonora original com o Let It Be (filme), em 1970.
Diversas gravações feitas nas sessões de Get Back nunca foram lançadas oficialmente mas fizeram parte de vários álbuns piratas.

Faixas
A maioria das canções tem a participação do teclista Billy Preston, que os Beatles conheceram em Hamburgo.Todas as faixas foram creditadas à dupla Lennon/McCartney, excepto onde estiverem indicados outros autores.

Lado A
1.  "Two of Us"
2.  "Dig a Pony"
3.  "Across the Universe
4.  "I Me Mine" (Harrison)
5.  "Dig It" (Lennon/McCartney/Harrison/Starkey)
6.  "Let It Be"
7.  "Maggie Mae" (tradicional - arranjo Lennon/McCartney/Harrison/Starkey)

Lado B
1.  "I've Got a Feeling"
2.  "One After 909"
3.  "The Long and Winding Road"
4.  "For You Blue" (Harrison)
5.  "Get Back"



O (primeiro) Marquês de Pombal morreu há 230 anos

Sebastião José de Carvalho e Mello, primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, (Lisboa, 13 de maio de 1699 - Pombal, 8 de maio de 1782) foi um nobre, diplomata e estadista português. Foi secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.
Representante do despotismo esclarecido em Portugal no século XVIII, viveu num período da história marcado pelo iluminismo, tendo desempenhado um papel fulcral na aproximação de Portugal à realidade económica e social dos países do Norte da Europa, mais dinâmica do que a portuguesa. Iniciou com esse intuito várias reformas administrativas, económicas e sociais. Acabou com a escravatura em Portugal Continental em 1751 e, na prática, com os autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821.
A sua administração ficou marcada por duas contrariedades célebres: o primeiro foi o Terramoto de Lisboa de 1755, um desafio que lhe conferiu o papel histórico de renovador arquitectónico da cidade. Pouco depois, o Processo dos Távoras, uma intriga com consequências dramáticas. Foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos Jesuítas de Portugal e das suas colónias.
Após a sua morte, na noite de 11 de maio de 1782, o seu cadáver foi conduzido num coche puxado por três parelhas para a igreja do convento de Santo António da vila de Pombal. Contava o marquês de Pombal com 82 anos, quando os seus restos mortais ali foram depositados. Com o advento das invasões francesas a sua sepultura foi profanada pelos soldados do Marechal André Masséna. Em 1856/7, o Marechal Saldanha, seu neto por via materna, trasladou para Lisboa os restos mortais, que foram depositados na ermida das Mercês, onde o Marquês de Pombal fora baptizado e, inclusive, pertencia à irmandade. Em 1923, passaram definitivamente os restos mortais para a igreja da Memória (Lisboa), onde se encontram até ao presente.