terça-feira, abril 10, 2018

A maior erupção vulcânica do último milénio foi há 203 anos

Vista aérea da caldeira do monte Tambora

O monte Tambora ou vulcão Tambora é um estratovulcão ou vulcão composto, ativo, na ilha de Sumbawa, Indonésia.
A ilha de Sumbawa é flanqueada tanto a norte como a sul por crosta oceânica e o Tambora foi formado pelas zonas de subducção ativas sob ele. Isto elevou o Monte Tambora a uma altura de 4300 m, fazendo-o uma das mais altas formações do arquipélago da Indonésia e injetando uma grande câmara magmática dentro da montanha. Demorando séculos para abastecer a sua câmara magmática, a sua atividade vulcânica atingindo o seu máximo em abril de 1815.
O monte Tambora entrou em erupção entre 5 e 10 de abril de 1815, atingindo o nível 7 no índice de explosividade vulcânica, realizando a maior erupção desde a erupção do lago Taupo, em 181 d.C. Esta erupção é considerada a maior registada na Terra, detendo o recorde do volume de matéria expelida: 180.000.000.000 m³ ou 180 km³.
A explosão foi ouvida na ilha de Samatra (a mais de 2.000 km de distância). Uma enorme queda de cinza vulcânica foi observada em locais distantes como nas ilhas de Bornéu, Celebes, Java e arquipélago das Molucas. A atividade começou três anos antes, de uma forma moderada, seguindo-se a enorme explosão que lançou material a uma altura de 33 km, que, no entanto, ainda não foi o ponto culminante da actividade. Cinco dias depois, houve material eruptivo lançado a 44 km de altura, escurecendo o céu num raio de 500 km durante três dias e matando cerca de 60.000 pessoas, havendo ainda estimativas de 71.000 mortos, das quais de 11 a 12 mil mortas diretamente pela erupção; a frequentemente citada estimativa de 92.000 mortos é considerada superestimada. A erupção criou anomalias climáticas globais, pois não houve verão no hemisfério norte, em consequência desta erupção, o que provocou a morte de milhares de pessoas devido a falta de alimentos, com registos estatísticos confiáveis especialmente na Europa, passando o ano de 1816 a ser conhecido no Hemisfério Norte como o ano sem Verão. Muitas culturas agrícolas colapsaram e o gado morreu, resultando na pior fome do século XIX. Durante uma escavação em 2004, uma equipa de arqueólogos descobriu artefatos da cultura que permaneceram enterrados pela erupção de 1815. Eles mantinham-se intactos, sob 3 metros de depósitos piroclásticos. Neste sítio arqueológico, apelidado "a Pompeia do Oriente", os artefatos foram preservados nas posições que ocupavam em 1815.
Depois da erupção, a montanha do vulcão ficou com metade da altura anterior e formou-se uma enorme caldeira, hoje contendo um lago.
  
Imagem de satélite do Tambora
  
in Wikipédia

O ator Orlando Jones faz hoje cinquenta anos

Orlando Jones (Toulminville, Alabama, April 10, 1968) is an American comedian and actor. He is known for being one of the original cast members of the sketch comedy series MADtv and for his role as the 7 Up spokesman from 1999 to 2002.

O poeta Daniel Faria nasceu há 47 anos

(imagem daqui)

Daniel Augusto da Cunha Faria nasceu em Baltar, Paredes, a 10 de abril de 1971.
Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa – Porto, tendo defendido a tese de licenciatura em 1996.
No Seminário e na Faculdade de Teologia criou gosto por entender a poesia e dialogar com a expressão contemporânea.
Licenciou-se em Estudos Portugueses na faculdade de Letras da Universidade do Porto. Durante esse período (1994 - 1998) a opção monástica criava solidez.
A partir de 1990, e durante vários anos, esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos, Marco de Canaveses. Aí demonstrou o seu enorme potencial de sensibilidade criativa encenando, com poucos recursos, As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno.
Faleceu a 9 de junho de 1999, quando estava prestes a concluir o noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga.
  
Explicação da Ausência

Desde que nos deixaste o tempo nunca mais se transformou
Não rodou mais para a festa não irrompeu
Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
A mudança fez-se vazio repetido
E o a vir a mesma afirmação da falta.
Depois o tempo nunca mais se abeirou da promessa
Nem se cumpriu
E a espera é não acontecer — fosse abertura —
E a saudade é tudo ser igual.

 

in Explicação das Árvores e de Outros Animais (1998) - Daniel Faria

A atriz Jamie Chung faz hoje 35 anos

Jamie Ji-Lynn Chung (São Francisco, 10 de abril de 1983) é uma atriz norte-americana de cinema e televisão, de ascendência taiwanesa.
Começou a carreira no programa The Real World. Teve pequenos papeis em filmes e na televisão, primeiro como Cordy Han na série Days of our Lives, fez uma participação especial em I Pronunce You Chuck and Larry, como empregada de um restaurante, bem como em alguns episódios de CSI: NY e Veronica Mars. Participa da série Once Upon a Time interpretando Mulan. Interpreta a personagem Channing na série de televisão Believe da NBC. É casada com o ator Bryan Greenberg.

O ator Haley Joel Osment (já) tem trinta anos!

Haley Joel Osment (Los Angeles, 10 de abril de 1988) é um ator norte-americano com nomeações para o Óscar e Globo de Ouro de melhor ator secundário.
  
Biografia
Haley Joel Osment, filho da professora Theresa Seifert e do ator Eugene Osment, irmão de Emily Osment (a Lilly de Hannah Montana). Em 1994, aos 6 anos, interpretou o filho de Tom Hanks no filme Forrest Gump - O Contador de histórias, mas a sua carreira despontou no suspense O Sexto Sentido, contracenando com Bruce Willis e interpretando uma criança chamada Cole, que imortalizou a frase "Eu vejo gente morta" ("I see dead people"). Por causa desse filme, Haley tornou-se o 8º ator mais jovem a ser nomeado para o Óscar de melhor ator secundário. Em 2000, Haley interpretou Trevor McKinney no drama A Corrente do Bem, e em 2001 veio outro sucesso, o filme de ficção científica de Steven Spielberg A.I. - Inteligência Artificial, no qual interpretou o robô David.
Haley, que até então dividia o tempo entre os estudos e o cinema, afastou-se um pouco das telas fazendo dobragens e mais dois filmes (Lições Para Toda a Vida e Os Anjos da Guerra). 
Atualmente, Haley, mais crescido, dedica-se a papéis mais maduros.


O Acordo de Belfast (ou da Sexta-feira Santa) foi assinado há vinte anos

 Parlamento da Irlanda do Norte (Stormont Parliamentary Building), onde foi assinado o Acordo
  
O Acordo de Belfast (também conhecido por Acordo da Sexta-feira Santa) foi assinado em Belfast a 10 de abril de 1998 pelos governos britânico e irlandês e apoiado pela maioria dos partidos políticos norte-irlandeses. O acordo tinha por finalidade acabar com os conflitos entre nacionalistas e unionistas sobre a questão da união da Irlanda do Norte com a República da Irlanda ou da sua continuação como parte do Reino Unido.
O acordo foi aprovado pela maioria dos votantes tanto na Irlanda do Norte como na República da Irlanda, chamados a pronunciar-se em referendos separados, em maio de 1998.
  
Pontos principais
  • O princípio que o futuro constitucional da Irlanda do Norte deverá ser decidido pelo voto dos seus cidadãos.
  • O comprometimento de todas as partes, em usarem exclusivamente meios pacíficos e democráticos.
  • O estabelecimento de uma Assembleia da Irlanda do Norte com poderes legislativos.
  • A criação de um 'poder-partilhado' para a atribuição de ministros aos principais partidos, segundo o método de Hondt
  • Estabelecimento de um Conselho britânico-irlandês, composto por representantes dos governos da República da Irlanda, da Irlanda do Norte, Reino Unido, Escócia, País de Gales, Ilhas do Canal e Ilha de Man, para a discussão dos assuntos de interesse comum.
  • A libertação, no espaço de dois anos, de prisioneiros paramilitares pertencentes a organizações que acatassem o cessar-fogo.
  • A deposição das armas no espaço de dois anos.
  • A modificação dos artigos 2 e 3 da constituição da Irlanda, referentes à reivindicação do território da Irlanda do Norte pela República da Irlanda.
  • Nova legislação sobre policiamento, direitos humanos e igualdade na Irlanda do Norte.
    

segunda-feira, abril 09, 2018

O ator Jean-Paul Belmondo faz hoje 85 anos

Jean-Paul Belmondo, né le à Neuilly-sur-Seine, est un acteur français. Il a également été producteur de cinéma et directeur de théâtre.
Alternant dans les premières années de sa carrière les films populaires et d'Art et Essai avant de pencher nettement pour la première catégorie, il est rapidement devenu l'une des plus grandes vedettes du cinéma français, champion incontesté du box-office au même titre que Louis de Funès et Alain Delon à la même époque. En cinquante ans de carrière, il a attiré dans les salles près de 130 millions de spectateurs : entre 1969 et 1982, il a joué à quatre reprises dans le film le plus vu de l'année en France (Le Cerveau, Peur sur la ville, L'Animal, L'As des as), égalant le record de Fernandel et n'étant dépassé sur ce point que par Louis de Funès.
Il a tourné sous la direction de grands réalisateurs français, tels Alain Resnais, Louis Malle, Philippe de Broca, Henri Verneuil, Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, François Truffaut, Claude Sautet, Jean-Pierre Melville, Claude Lelouch, Jean-Paul Rappeneau, Georges Lautner ou encore Gérard Oury, ainsi qu'avec quelques réalisateurs étrangers comme Vittorio De Sica, Mauro Bolognini ou Peter Brook. Un grand nombre de ses films sont devenus des classiques du cinéma français, comme Le Professionnel, Borsalino, À bout de souffle, L'Homme de Rio, Le Magnifique, Un singe en hiver, Le Casse, Flic ou Voyou ou Joyeuses Pâques.
À partir du milieu des années 1980, il est moins présent au cinéma et se produit surtout au théâtre. Il obtient cependant en 1989 le César du meilleur acteur pour son rôle dans Itinéraire d'un enfant gâté, qu'il refuse. Depuis le début des années 2000, des problèmes de santé l'ont contraint à se retirer du cinéma et des planches, si l'on excepte un film sorti en 2009. Pour l'ensemble de sa carrière, il reçoit une Palme d'honneur au cours du festival de Cannes 2011 puis, lors de la cérémonie des Césars 2017, un hommage lui est rendu en sa présence, où le public lui fait une longue ovation debout.

Adriano Correia de Oliveira nasceu há 76 anos

(imagem daqui)
  
Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Porto, 9 de abril de 1942 - Avintes, 16 de outubro de 1982) foi um músico português. Mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida.
 
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia, Adriano foi um intérprete do fado de Coimbra e cantor de intervenção. A sua família era marcadamente católica, crescendo num ambiente que descreveu como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio». Depois de frequentar o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, actor no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa. Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditatura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 - Coimbra, 22 de março de 2000) e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967, e José Manuel, nascido em 1971. Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, ficaria apenas a uma disciplina de se formar em Direito.
Em 1970 troca Coimbra por Lisboa, exercendo funções no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues.
Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974. Participa na fundação da Cooperativa Cantabril, logo após a Revolução dos Cravos e lança, em 1975, Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lança o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em ruptura com a Cantabril.
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em ambos os casos a título póstumo.


Capa negra rosa negra - Adriano Correia de Oliveira
Música de António Portugal e Adriano Correia de Oliveira
Letra de Manuel Alegre

Capa negra, rosa negra
Rosa negra sem roseira
Abre-te bem nos meus ombros
Como o vento numa bandeira.

Abre-te bem nos meus ombros
Vira costas à saudade
Capa negra, rosa negra
Bandeira de liberdade.

Eu sou livre como as aves
E passo a vida a cantar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar.

O massacre de Deir Yassin foi há setenta anos

Comunicado do Irgun sobre o ataque
 
O massacre de Deir Yassin se refere ao assassinato de entre 107 e 120 civis palestinianos desarmados (estimativa geralmente aceite pelos estudiosos, durante e possivelmente após a batalha), ocorrida na vila de Deir Yassin (também grafada Dayr Yasin ou Dir Yassin), nas proximidades de Jerusalém, no que então era o Mandato Britânico da Palestina, cometida pelas forças de guerrilha judaico-sionistas (Irgun e Stern Gang) entre 9 de abril e 11 de abril de 1948. Ocorreu quando as forças judaicas do Yishuv conseguiram romper o cerco a Jerusalém, durante a guerra civil que antecedeu o fim do Mandato Britânico, em maio.
Relatos contemporâneos, aparentemente originários de um dos oficiais que comandaram desde Jerusalém uma das forças irregulares envolvidas (o Irgun), Mordechai Ra'anan, davam uma estimativa inicial de 254 mortos. O número elevado de vítimas teve um impacto considerável no conflito, que já ocorria na região, ao criar pânico e se tornar uma das principais causas do êxodo palestiniano de 1948.
O massacre foi condenado universalmente na época, inclusive pelo comando do Haganá e pela Agência Judaica.
Selo egípcio de memória do massacre

A Batalha de La Lys foi há um século...

A Batalha de La Lys deu-se a 9 de abril de 1918, no vale da ribeira de La Lys, sector de Ypres, na região da Flandres, na Bélgica.
Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães infligiram uma pesada derrota às tropas portuguesas, constituindo o maior desastre militar português depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
A frente de combate distribuía-se numa extensa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentières, guarnecida pelo 11.º Corpo Britânico, com cerca de 84 000 homens, entre os quais se compreendia a 2.ª divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), constituída por cerca de 20 000 homens, dos quais somente pouco mais de 15 000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa. Esta linha viu-se impotente para sustentar o embate de oito divisões do 6.º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934). Essa ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava à tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer. As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha na madrugada e manhã de 9 de Abril, teriam registado milhares de baixas, entre mortos (1341), feridos (4626), desaparecidos (1932) e prisioneiros (7440). De acordo com estudos recentes, porém, esses números estariam muito inflacionados. Segundo um autor, em La Lys ter-se-ão registado apenas 423 mortos portugueses (de um total de 2086 mortos do Corpo Expedicionário Português em 1917-1918) e cerca de 6000 prisioneiros. Outro autor refere apenas 300 mortos e 6000 prisioneiros portugueses em La Lys.
Entre as diversas razões para esta derrota tão evidente têm sido citadas, por diversos historiadores, as seguintes:
  • A revolução de dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático.
  • A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de favor político.
  • Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas pelas britânicas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além disso, alguns oficiais, com maior poder económico e influência, conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus postos.
  • O moral do exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídios.
  • A grande diferença numérica entre as forças portuguesas e as alemãs.
  • O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das tropas britânicas.
  • O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à retaguarda.
  • As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
O resultado da batalha já era esperado por oficiais responsáveis dentro do CEP, Gomes da Costa e Sinel de Cordes, que por diversas vezes tinham comunicado ao governo português o estado calamitoso das tropas.
No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette" se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo Alto Comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em profundidade da frente aliada antes da chegada das tropas norte-americanas, que nessa altura se encontravam prestes a embarcar ou já em trânsito para a Europa.
O objectivo do general Ludendorff no sector português consistia em atacar fortemente nos flancos do CEP, consciente que nesse caso os flancos das linhas portuguesa e britânica vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas respectivas em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem por onde a infantaria alemã se pudesse lançar. Coerente com essa táctica e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficassem desprotegidos, os estrategas alemães decidiram-se a simplesmente arrasar o sector português com a sua esmagadora superioridade em capacidade de fogo artilheiro (uma especialidade alemã), e deslocando para a ofensiva um grande número de efectivos como se explica acima, (nas palavras dos próprios: "Vamos abrir aqui um buraco e depois logo se vê!", o que também indicia o estado de espírito já desesperado do planeamento da ofensiva). Nestas condições, não surpreende a derrocada do CEP, que apesar de tudo resistiu como pôde atrasando o movimento alemão o suficiente para as reservas aliadas serem mobilizadas para tapar a brecha.
Esta resistência é geralmente pouco valorizada em face da derrota, mas caso esta não se tivesse verificado a frente aliada na zona poderia ter sido envolvida por um movimento de cerco em ambos os flancos pelo exército alemão, o que levaria ao seu colapso. Trata-se de uma batalha com muitos mitos em volta a distorcerem a percepção do realmente passado nesse dia 9 de Abril de 1918.
Uma situação análoga à da batalha de La Lys foi a da contra-ofensiva alemã nas Ardenas na parte final da Segunda Guerra Mundial, a (Batalha do Bulge), que merece comparação pelas semelhanças entre ambas. Novamente um exército aliado escasso para defender o sector atribuído ao I Exército dos Estados Unidos da América), sujeito a uma ofensiva desesperada por parte do Alto Comando Alemão (OKW - Oberkommando der Wehrmacht), para desorganizar a frente aliada arrombando-a em profundidade, usando para o efeito quatro exércitos completos (dois blindados) para atacar no sector do I exército norte-americano. A consequência foi o colapso local da frente, com retirada desorganizada dos americanos e com milhares a serem feitos prisioneiros pelos alemães, contido depois com as reservas aliadas (incluindo forças sobreviventes da Batalha de Arnhem ainda em recuperação como a 101.ª e a 82.ª divisões aerotransportadas) e com o desvio de recursos de outros exércitos aliados nas regiões vizinhas (com destaque para o III Exército do general Patton), obrigando a passar duma situação de ofensiva geral aliada à defesa do sector das Ardenas a todo o custo. Os aliados só retomariam a iniciativa na frente ocidental passado mais de um mês.
Comparando-se ambas compreende-se melhor a derrocada das forças do CEP em La Lys.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
As cerimónias da comemoração do aniversário da Batalha de La Lys têm lugar, habitualmente, todos os anos no Mosteiro de Santa Maria da Vitória - Batalha (Leiria) num dos primeiros fins de semana de Abril, com a presença dos vários ramos das forças armadas portuguesas, entre outras entidades.

Soldados portugueses nas trincheiras em La Lys

Soldado Milhões
Nesta batalha a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Milhais, natural de Valongo, em Murça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa. Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!". Foi o único soldado raso português da Primeira Grande Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem da Torre e Espada, a mais alta condecoração existente no país.

A cantora, atriz e modelo inglesa Rachel Stevens faz hoje quarenta anos

Rachel Lauren Stevens (London, 9 April 1978) is an English singer, songwriter, actress, television presenter, model and businesswoman. She was a member of the pop group S Club 7 between 1999 and 2003. She released her solo debut studio album Funky Dory in September 2003. The album reached number nine on the UK album chart and the British Phonographic Industry (BPI) awarded it with a gold certification in October 2003. Two singles, "Sweet Dreams My LA Ex" and "Funky Dory", were initially released from the album: "Sweet Dreams My LA Ex" peaked at number two in the UK and received a silver certification from the BPI.
In July 2004, Stevens released the single "Some Girls" as a charity record for Sport Relief, and the single's success prompted Polydor to re-issue Funky Dory with three new songs. Come and Get It, her second studio album, was released in October 2005. It peaked at No. 28 in the UK, and two of its three singles reached the Top 10.
In 2008, she came second in the sixth series of the BBC One series Strictly Come Dancing with her dance partner Vincent Simone. On 16 November 2010, she gave birth to her first child, Amelie. In 2013, she was a mentor assistant on The X Factor New Zealand. In September 2013, Stevens announced she was pregnant with her second child and gave birth to Minnie on 1 April. Also in 2014, she was awarded FHM's sexiest woman of all time. Stevens became one of the coaches in the 4th season of RTE's The Voice of Ireland. Stevens' version of the song "More, More, More" is used in the ScS Sofas adverts. In November 2014, S Club 7 announced plans for an arena reunion tour, titled Bring It All Back 2015, touring the UK in May 2015.
 
 

O arquiteto que desenhou a Ópera de Sydney nasceu há um século

Jørn Utzon (Copenhaga, 9 de abril de 1918 - Copenhaga, 29 de novembro de 2008) foi um arquiteto dinamarquês, radicado na Finlândia, onde trabalhou com Alvar Aalto.
Utzon tornou-se conhecido pelo projeto da Ópera de Sydney, na Austrália. Na ocasião da sua morte, a Ópera de Sydney, além de lhe publicar um tributo, reduziu a iluminação externa do edifício  uma hora. Além disso, a ponte do porto de Sydney teve as suas bandeiras hasteadas a meia haste na segunda-feira seguinte à sua morte.
Jørn Utzon recebeu o Prémio Pritzker em 2003.
  
 

domingo, abril 08, 2018

Donizetti morreu há 170 anos

Domenico Gaetano Maria Donizetti (Bérgamo, 29 de novembro de 1797 - Bérgamo, 8 de abril de 1848) foi um compositor de óperas italiano, um dos mais fecundos do romantismo.
Nasceu numa família pobre sem tradições no mundo da música, mas em 1806, foi um dos primeiros alunos da escola caritativa de Bergamo.
Donizetti iniciou os seus estudos musicais com Simon Mayr em Bérgamo e, em seguida, com Mattei em Bolonha. Nas suas primeiras peças compõe apenas composições religiosas num estilo restrito.
Em 1814 regressa a Bergamo ficando responsável pela música na Igreja de Santa Maria Maggiore.
Em 1818 é representada a sua primeira ópera, Enrico di Borgogna, em Veneza. O seu primeiro grande sucesso foi com a ópera Esule di Roma, estreada em 1828 em Nápoles.
Donizetti é muito conhecido pelas suas óperas, mas também compôs outros tipos de música, como quartetos de cordas, obras orquestrais e outras.
  
Óperas
 

Notícia sobre Tectónica de Placas...

África começou a dividir-se em dois continentes


O continente africano vai dividir-se em dois. A Somália, metade da Etiópia, o Quénia, a Tanzânia e parte de Moçambique irão separar-se para formar um novo continente. Vai acontecer daqui a uns milhões de anos – mas já começou.
As discussões na comunidade científica sobre a forma como o continente africano se está a dividir em dois continentes avivaram-se depois se no dia 19 de março ter aparecido no Quénia uma gigantesca fissura, que rasgou a meio um vale e cortou uma estrada importante da região do Narok, no oeste do país.
A enorme fissura, com vários quilómetros de comprimento, tem cerca de 15 metros de profundidade e mais de 20 de largura, mas não é o primeiro fenómeno deste tipo a manifestar-se no continente africano. Há dezenas ou centenas de pontos fracos ao longo do chamado Grande Vale do Rift, que atravessa o continente desde o Corno de África, na Somália, até Moçambique.
Esta formação, também conhecida como Vale da Grande Fenda, é um complexo de falhas tectônicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectónicas africana e arábica, e estende-se cerca de 5000 km no sentido norte-sul, com largura que varia entre 30 e 100 km e uma profundidade de centenas a milhares de metros.
Segundo o jornal local Daily Nation, o Quénia, atravessado pelo Grande Vale do Rift, está literalmente a partir-se ao meio, e a profunda fissura que se deu a conhecer em março em Narok “é apenas o início“.
A fissura apareceu na zona com menor actividade sísmica do país. Segundo explicou ao jornal catalão La Vanguardia a geóloga Sara Figueras Vila, do Instituto Cartográfico e Geológico da Catalunha, “o último sismo importante nesta região aconteceu em 1928, com uma magnitude de 6.9 na Escala de Richter”.
Desde então, praticamente não houve actividade sísmica na região, assegura a geóloga.
O aparecimento desta fissura sem que tenha ocorrido recentemente nenhum terramoto é um evento inesperado e preocupante. Mas segundo explica ao Daily Nation o geólogo queniano David Adede, o fenómeno poderá ter a ver com actividade tectónica e vulcânica passada na região.
No fundo do vale encontram-se o vulcão Suswa. Nas proximidades, Monte Longonot. Os dosi vulcões poderão ser responsáveis por inúmeras falhas vulcânicas ocultas ao longo do território queniano do Grande Vale do Rift.
“Apesar de esta fissura ter permanecido inactiva no passado recente, do ponto de vista da actividade tectónica, poderá haver movimentos em profundidade que estão a criar pontos frágeis que se estendem até à superfície”, diz Adede.
“Estas zonas frágeis formam linhas de falha e fissuras que normalmente são preenchidas com cinzas vulcânicas. As fortes chuvas que recentemente assolaram a região poderão ter levado as cinzas, ajudando a descobrir a fissura”, explica o geólogo.
Mas o facto de a região assentar em duas placas tectónicas que estão a divergir lentamente em direcções opostas terá consequências inevitáveis.

Inevitavelmente, um novo continente
Dentro de 10 milhões de anos, quatro países do Corno de África – a Somália, metade da Etiópia, o Quénia e a Tanzânia, além de uma parte de Moçambique, irão inexoravelmente separar-se do resto do continente africano e formar um novo continente.
O processo, estimam os geólogos, estará concluído em cerca de 50 milhões de anos: a chamada “placa Somali” ter-se-á tornado por completo um continente novo, separada da sua irmã maior, a “placa Núbia”, por um oceano novo.


Segundo um estudo de 2009, realizado por cientistas da Universidade de Rochester, no Reino Unido, o processo parece ter tido início em 2005, com o aparecimento na Etiópia de uma fissura de mais de 60 quilómetros após a erupção do vulcão Dabbahu. A falha não mais deixou de crescer, e mais de uma dezena de novas falhas apareceram entretanto.
Desde então, a teoria de que África se vai dividir em dois continentes ganhou bastante popularidade na comunidade científica, mas nem todos estão de acordo.
Numa entrevista recente à NTV Kenya, o sismólogo queniano Silas Simiyu sustenta que a fissura de Narok não é uma falha vulcânica, mas apenas resultado das abundantes chuvas que se registaram na região. “As camadas de terra abateram devido às chuvas e encheram os canais subterrâneos de água”, diz o cientista queniano.
Mas Lucia Perez Diaz, do Grupo de Pesquisa da Dinâmica de Falhas da Universidade de Londres, não tem dúvidas. Em termos práticos, as duas placas do continente africano estão a separar-se, diz a geóloga ao The Conversation. E as fissuras recentes que apareceram no leste do Grande Vale do Rift são um exemplo de que isso já está a acontecer.
Após um dramático processo, durante uns 50 milhões de anos, teremos então inevitavelmente algo como a Grande Núbia e o Corno de África. Mal podemos esperar.