Vida e obra
Nascido de mãe timorense e pai português (exilado em Timor), foi educado numa missão católica em
Soibada. Devido à atividade política pró-independência, esteve exilado por um ano, em 1970-1971, durante a época colonial, em
Moçambique.
Considerado como moderado, ocupa o cargo de Ministro das Relações Exteriores no governo auto-proclamado em
28 de novembro de
1975, apenas com 25 anos de idade. Deixou Timor-Leste apenas três dias antes da invasão indonésia, em viagem até
Nova Iorque para apresentar às
Nações Unidas
o caso timorense. Aí expõe a violência perpetrada pela Indonésia na
ocupação do território, tornando-se o representante permanente da
Fretilin na
ONU nos anos seguintes.
Em dezembro de
1996, José Ramos-Horta partilha o
Nobel da Paz com o compatriota e
Bispo católico D.
Carlos Filipe Ximenes Belo. O Comité Nobel laureou-os pelo contínuo esforço para terminar com a opressão vigente em Timor-Leste, esperando que
o
prémio despolete o encontro de uma solução diplomática para o conflito
em Timor-Leste com base no direito dos povos à autodeterminação.
José Ramos Horta estudou Direito Internacional na
Academia de Direito Internacional de Haia, nos
Países Baixos (1983) e na
Universidade de Antioch (
Estados Unidos)
onde completou o mestrado em Estudos da Paz (1984), bem como uma série
de outros cursos de pós-graduação sobre a temática do Direito
Internacional e da Paz. A 9 de junho de 1998 foi agraciado com a
Grã-Cruz da
Ordem da Liberdade.
Em outubro de 2000 foi investido, juntamente com D. Ximenes Belo e
Xanana Gusmão, como doutor
honoris causa pela Universidade do Porto
(por proposta da respetiva Faculdade de Letras).
Em 2003, José Ramos Horta apoiou a
invasão do Iraque pelas tropas anglo-norte-americanas, criticando o regime ditatorial de
Saddam Hussein e a
Al Qaeda, lembrando que
Osama bin Laden tinha justificado o ataque terrorista de
Bali
entre outros argumentos com o facto de Timor-Leste ter sido
supostamente vítima de ataques contra o Islão pelos países ocidentais (a
Indonésia tem a maior população islâmica no mundo).
No fim de junho de
2006, renunciou ao cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros e da Defesa ao saber que o questionado primeiro-ministro
Mari Alkatiri permaneceria no cargo.
José Ramos-Horta era apontado pela imprensa portuguesa como um dos sucessores de
Kofi Annan no cargo de secretário-geral da ONU. Ramos-Horta não confirmou o seu interesse no cargo, mas também não excluiu a hipótese.
A 13 de novembro de 2007 foi agraciado com o Grande-Colar da
Ordem do Infante D. Henrique. Na manhã de
11 de fevereiro de
2008
foi alvejado, no estômago, durante um ataque armado à sua casa. O ataque
foi perpetrado pelo grupo dissidente das forças armadas, liderado pelo
major
Alfredo Reinado, que foi morto no ataque.
Desde outubro de 2014 é presidente do Painel Independente de Alto Nível
para as Operações de Paz da ONU e co-Presidente da Comissão
Internacional sobre o Multilateralismo