Mostrar mensagens com a etiqueta planetologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta planetologia. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, julho 04, 2019

A sonda Mars Pathfinder (com a mini-sonda Sojourner) aterrou em Marte há 22 anos

Pathfinder e Sojourner no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em outubro de 1996
A Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte, auxiliado por um pára-quedas supersónico, que reduziu a sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para diminuir o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997, na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O local exato do aterragem foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 - 1996).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder foi a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery, que era um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.

Sojourner

quarta-feira, abril 24, 2019

Notícia interessante sobre sismos em Marte

Um “burburinho” para o homem, um sismo em Marte. NASA pode ter captado primeiro martemoto


Um sismógrafo implantado em Marte, no âmbito da missão da NASA InSight, registou o que pode ser o primeiro terramoto do planeta vermelho, anunciou a agência espacial francesa CNES.
“É formidável finalmente ter um sinal de que ainda há uma actividade sísmica em Marte”, salienta o investigador do Instituto de Física da Terra de Paris, Philippe Lognonné.
“Estávamos à espera há meses pelo nosso primeiro terramoto marciano”, acrescenta o “pai” do sismógrafo francês SEIS (Seismic Experiment for Interior Structure) que captou o potencial terramoto e que foi instalado a 19 de Dezembro de 2018 no solo de Marte, graças a um braço robótico da sonda InSight que chegou ao planeta vermelho a 26 de Novembro.
O objectivo é, através do registo de terramotos, perceber melhor a história da formação de Marte.
Mas embora o primeiro tremor “marque o nascimento oficial de uma nova disciplina: a sismologia marciana“, este foi muito fraco para fornecer dados úteis sobre o interior do planeta, de acordo com o investigador principal da InSight, Bruce Banerdt, cientista da NASA.
De acordo com os cientistas, ainda é necessário confirmar se o terramoto foi registado dentro do planeta e se não foi o efeito do vento ou de outras fontes de ruído.
Três outros sinais, mas ainda mais fracos do que este que foi registado a 6 de abril, foram detectados nos últimos dois meses.
A NASA constata que embora “o evento sísmico” tenha sido “demasiado pequeno” para obter “dados sólidos sobre o interior marciano”, é ainda assim “excitante porque o seu tamanho e duração mais longa encaixam no perfil dos tremores da lua detectados na superfície lunar durante as missões Apollo”, como destaca a directora da Divisão de Ciência Planetária da agência espacial norte-americana, Lori Glaze.
“A superfície marciana é extremamente tranquila”, o que permitiu ao SEIS captar “burburinhos fracos”, explica a NASA, notando que “em contraste, a superfície da Terra treme constantemente com ruídos sísmicos criados pelos oceanos e pelo clima”. “Um evento deste tamanho no Sul da Califórnia perder-se-ia entre as dúzias de pequenos estalos que ocorrem todos os dias”, acrescenta a agência espacial.
A esperança dos cientistas é que este avanço nos dados recolhidos sobre Marte ajude a resolver alguns dos grandes mistérios do planeta, nomeadamente “o que aconteceu à sua atmosfera” e “o que aconteceu à água que se pensa que, em tempos, terá estado presente de uma forma muito abundante à superfície”, como evidencia o coordenador nacional da Sociedade Planetária, Miguel Gonçalves, em declarações à TSF.
Miguel Gonçalves atesta que se se provar a onda sísmica, “é particularmente interessante porque, tendo actividade sísmica no seu interior, tem dinamismo interior, o que quer dizer que temos de perceber quais são os mecanismos de aquecimento no seu interior” e “como é que é feita a transição de energia entre várias camadas do interior”.

quarta-feira, dezembro 20, 2017

Carl Sagan morreu há 21 anos

Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte
 
Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, tal como ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
 
Obra
Com a sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada numa premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e Um Mundo Infestado de Demónios.
Escreveu ainda o romance de ficção científica Contacto, que foi levado para o cinema, posteriormente à sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente pela sua esposa e colaboradora, Ann Druyan, e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea das suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.
 
Trabalho científico
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes das suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar e que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito de estufa em Vénus e a descoberta das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.
 
Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por excepcionais feitos científicos, por feitos no Programa Apollo e duas vezes a distinção por Serviços Públicos, bem como o Prémio de Astronáutica John F. Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana, o Prémio de Beneficência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”, o Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética, o Prémio Masursky da Sociedade Astronómica Norte-Americana, o prémio Pulitzer de literatura, em 1978, pelo seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, pela sua série Cosmos. Em sua homenagem, o asteróide 2709 Sagan ficou com o seu nome.

quarta-feira, março 29, 2017

O asteroide Vesta foi descoberto há 210 anos!

Vesta fotografado pela sonda Dawn, a 24 de julho de 2011, a uma distância de 5.200 km

Vesta (designado formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers a 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado na cintura de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é ocasionalmente visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita de Vesta para uma exploração de um ano.
 

terça-feira, março 28, 2017

O asteroide Palas foi descoberto há 215 anos

Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.

História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: ante deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter, e Olbers havia encontrado um segundo objecto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.

Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita

Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteróide Palas.

sexta-feira, março 10, 2017

Os anéis de Urano foram descobertos há 40 anos

Sistema de anéis e satélites de Urano (as linhas contínuas indicam os anéis e as descontínuas órbitas dos seus satélites

Os anéis de Urano são um sistema de anéis planetários que rodeiam esse planeta. Têm uma complexidade intermédia entre os extensos anéis de Saturno e os sistemas mais simples que circundam Júpiter e Netuno. Foram descobertos, em 10 de março de 1977, por James L. Elliot, Edward W. Dunham e Douglas J. Mink. Há mais de 200 anos, William Herschel também anunciou a observação de anéis, mas os astrónomos modernos mostram-se cépticos que realmente pudesse tê-los observado, pois são muito obscuros e fracos. Foram descobertos mais dois anéis, em 1986, nas imagens feitas pela sonda espacial Voyager 2, e em 2003–2005 foram encontrados outros dois anéis externos, em fotografias do Telescópio Espacial Hubble.
Em 2009, eram conhecidos, no sistema de anéis de Urano, 13 anéis diferentes. Em ordem crescente de distância desde o planeta, designam-se com a notação 1986U2R/ζ, 6, 5, 4, α, β, η, γ, δ, λ, ε, ν e μ. Os seus raios oscilam entre os 38 000 km do anel 1986U2R/ζ aos 98 000 km do anel μ. Podem encontrar-se faixas de poeira fracas e arcos incompletos adicionais entre os anéis principais. Os anéis são extremamente obscuros - o albedo de Bond das partículas dos anéis não excede 2%. Provavelmente sejam compostos por água congelada com o aditamento de alguns compostos orgânicos obscuros processados pela radiação.
A maioria dos anéis de Urano tem poucos quilómetros de largura. O sistema de anéis contém, em geral, pouca poeira. Principalmente está composto por corpos grandes, de 0,2–20 metros de diâmetro. Porém, alguns anéis são opticamente finos. Os anéis 1986U2R/ζ, μ e ν, de aparência larga e débil, estão formados por partículas de poeira, enquanto o anel λ, estreito e débil, também contém corpos de tamanho maior. A relativa carência de poeira no sistema de anéis é devida à resistência aerodinâmica da parte mais externa da exosfera de Urano - a coroa.
Acredita-se que os anéis de Urano são relativamente novos, com uma idade inferior a 600 milhões de anos. Provavelmente originaram-se dos fragmentos da colisão de vários satélites que existiram nalgum momento. Após a colisão ficaram decompostos em numerosas partículas que sobreviveram como anéis estreitos e opticamente densos, em zonas estritamente confinadas de máxima estabilidade.
Ainda não se compreende bem o mecanismo pelo qual se confinam em anéis estreitos. A princípio assumia-se que cada anel estreito era pastoreado por um par de satélites próximos que lhe davam forma. Porém, em 1986 a Voyager 2 descobriu apenas um desses pares de satélites, Cordélia e Ofélia, sobre o anel mais brilhante (ε).

quinta-feira, julho 04, 2013

A sonda Mars Pathfinder (e a mini-sonda Sojourner) aterrou em Marte há 16 anos

Pathfinder e Sojourner no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em outubro de 1996

A Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte, auxiliado por um pára-quedas supersónico, que reduziu a sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para diminuir o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997, na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O local exato do aterragem foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 até 1996).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder foi a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery. Que é um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.

Sojourner

quarta-feira, janeiro 09, 2013

Há uma nova classe de meteoritos com origem em Marte

Meteorito NWA 7034 de Marte é diferente de todos os outros


Tem mais água, é constituído por basalto e tem 2100 milhões de anos. A rocha marciana descrita na Science é uma representante única da geologia do planeta.
Bem-vindos os calhaus de Marte, ou pelo menos os 319,8 gramas chegados de lá - o peso do meteorito proveniente do planeta vermelho que agora foi estudado. Enquanto uma missão de ida e volta não trouxer material do quarto planeta do sistema solar, os meteoritos marcianos que caem na Terra são os melhores objectos para se conhecer as profundezas geológicas do planeta. O NWA 7034 é diferente das rochas marcianas que se observaram até agora. É um pedaço de material vulcânico com mais água do que o normal, proveniente da crosta marciana e tem 2100 milhões de anos, revela um artigo na edição de hoje da revista norte-americana Science.

Até agora, eram conhecidos 110 meteoritos marcianos. Mas só na década passada é que se confirmou que esta população de rochas vinha mesmo de Marte. Apesar da sua constituição corresponder àquele planeta, foi preciso a informação recolhida pelas sondas Viking, que aterraram em Marte em 1976, e décadas de investigação para termos a confirmação.

A viagem de um pedaço de rocha arrancado de Marte até à Terra começa com um forte impacto de um grande asteróide ou de um cometa contra o planeta vermelho. Depois, é uma questão de sorte o material cair na Terra.

Os meteoritos que cá chegaram são todos de uma só classe dividida em três grupos, consoante a sua composição química, chamados Shergotty, Nakhla e Chassign (SNC). O NWA 7034 não se encaixa em nenhuma dos tipos. O pedaço de rocha foi encontrado no Noroeste de África. Em 2011 foi adquirido pela Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, onde foi estudado.

"A textura do meteorito NWA não é como a dos SNC. É feito de fragmentos cimentados de basalto, uma rocha que se forma quando a lava arrefece rapidamente, e contém principalmente feldspato e piroxena. A composição é comum nas amostras de material lunar, mas não noutros meteoritos", explica Andrew Steele, um dos autores, que trabalha na Instituição Carnegie, em Washington.

As análises feitas ao solo de Marte pelos sucessivos robôs que foram enviados ao planeta nunca encontraram uma química parecida com a do material marciano que viajou até à Terra. Mas o NWA 7034 parece inverter a situação. "O basalto da rocha é consistente com o que existe na crosta ou no manto superior de Marte, segundo as descobertas recentes feitas pelos robôs em Marte e pelos satélites. A química [do NWA 7034] parece ter uma origem superficial e ter sofrido uma interacção com a atmosfera do planeta", explica Carl Agee, outro autor do artigo, da Universidade do Novo México.

Rocha hidratada

A datação do NWA 7034 indica que esta rocha é, segundo os cientistas, do início da época amazoniana - a mais recente época do registo geológico de Marte. Segundo a análise feita pelos cientistas, o meteorito contém 6000 partes de água por um milhão de partes, o que é cerca de dez vezes mais do que a que se encontra, em média, nos outros meteoritos marcianos. "Esta abundância de água sugere que o meteorito interagiu com a superfície marciana há cerca de 2100 milhões de anos", diz Agee.

É impossível saber a que região do planeta pertence este representante do mundo mineral de Marte. Apesar de o robô Curiosity da NASA, que chegou ao planeta em agosto de 2012, estar programado para estudar a geologia de Marte - tem um braço capaz de apanhar amostras de solo para analisar -, será preciso uma viagem mais arrojada de ida e volta para as mãos humanas poderem analisar rochas de Marte trazidas de propósito. A NASA e a Agência Espacial Europeia tinham um projecto destes, só que nunca saiu do papel.

in Público - ler notícia

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Carl Sagan morreu há 16 anos

Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, como também ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).

Obra
Com sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada em uma premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prémio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e Um Mundo Infestado de Demónios.
Escreveu ainda o romance de ficção científica Contato, que foi levado para as telas de cinema, posteriormente a sua morte. A sua última obra, Biliões e Biliões, foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora, Ann Druyan, e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea de suas palestras sobre teologia natural.
Isaac Asimov descreveu Sagan como uma das duas pessoas que ele encontrou cujo intelecto ultrapassava o dele próprio. O outro, disse ele, foi o cientista de computadores e perito em inteligência artificial Marvin Minsky.
Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.

Trabalho científico
Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vénus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vénus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno. Ele também foi um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos ao apresentar a série Cosmos em 1980.

Prémios
Recebeu diversos prémios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prémio científico das Américas, o prémio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por Excepcionais Feitos Científicos, por Feitos no Programa Apollo e duas vezes a Distinção por Serviços Públicos. O Prémio de Astronáutica John F.Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana. O Prémio de Beneficência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”. Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética. O Prémio Masursky da Sociedade Astronómica Norte-Americana. O prémio Pulitzer de literatura, em 1978, por seu livro Os Dragões do Éden e o prémio Emmy, por sua série Cosmos. Em homenagem, o asteróide 2709 Sagan leva hoje seu nome.

sexta-feira, dezembro 07, 2012

A última missão Apollo que levou homens à Lua foi lançada há 40 anos

Harrison Schmitt no solo lunar

Apollo XVII foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional em sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.
                                               Apollo XVII                                                         
Insígnia da missão
Estatísticas da missão
Módulo de comando America
Módulo lunar Challenger
Número de tripulantes 3
Lançamento 7 de dezembro de 1972
Cabo Kennedy
Alunissagem 11 de dezembro de 1972
Taurus-Littrow
Aterrissagem 19 de dezembro de 1972
Órbitas 3 (Terra), 75 (Lua)
Duração 12 d 13 h 51 m 59 s
Imagem da tripulação
Esq. p/ dir: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)
Esq. p/ dir: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)


Factos marcantes
  • Schmitt e Cernan andaram 34 km no solo da Lua de jipe lunar. Schmitt foi o primeiro cientista-geólogo a viajar para a Lua para pesquisar seu solo. Uma das descobertas científicas desta missão foi a existência de solo cor de laranja no satélite.


  •   Foi nesta missão que foi tirada a famosa foto "Pequena Bola Azul", em que aparece o disco azulado da Terra de forma nítida, amplamente divulgada, e que teve um impacto muito grande para o aparecimento de uma cultura ecológica nos anos seguintes.
  • Os astronautas deixaram na Lua uma placa que diz: Here Man completed his first exploration of the Moon, December 1972 A.D. May the spirit of peace in which we came be reflected in the lives of all mankind (Aqui os homens completaram sua primeira exploração da Lua, dezembro de 1972. Possa o espírito de paz no qual viemos, refletir-se nas vidas de toda a Humanidade).

quinta-feira, agosto 30, 2012

O astrónomo Fred Whipple morreu há 8 anos

Fred Lawrence Whipple (Red Oak, 5 de novembro de 1906 - Cambridge (Massachusetts), 30 de agosto de 2004) foi um astrónomo norteamericano.
Nasceu em 1906 em Red Oak, em uma quinta do estado norte-americano de Iowa. Formou-se na Universidade da Califórnia.
Participou do grupo que determinou a órbita do planeta Plutão então recém-descoberto, quando fazia o doutoramento na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Whipple trabalhou na Universidade de Harvard de 1931 até 1977. Dirigiu o Observatório Astrofísico do Instituto Smithsonian (Smithsonian Astrophysical Observatory) de 1955 até 1973.
Utilizando em 1930 de um novo método de fotografar cometas, Whipple conseguia determinar as trajetórias dos cometas com maior precisão, concluindo que todos os cometas que havia observado eram constituídos de material frágil.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Whipple inventou um esquema para enganar os radares dos alemães. Aviões aliados lançavam centenas de fragmentos de papéis de alumínio, dando a falsa impressão que o número de aviões aliados fosse muito maior.
No ano de 1950 Whipple apresentou a ideia de que o núcleo dos cometas era uma bola de gelo impregnadas de fragmentos de rochas e de areia (dirty snowball).
Ele afirmou que as cores dos cometas eram derivadas das camadas de rochas e areia que compunham as bolas de gelo. Este material que estava congelado no núcleo dos cometas, que, ao se aproximarem do Sol, aqueciam e vaporizavam parte do cometa.
Ele também teorizou que a formação da cauda dos cometas era decorrente de partículas que eram originadas de reservatórios congelados no núcleo do cometa.
A suas teorias foram confirmadas em 1986, quando a sonda Giotto, da ESA, Agência Espacial Europeia (European Space Agency) observou a passagem do cometa Halley.
Whipple jubilou-se na Universidade de Harvard em 1977, embora continuasse a participar na vida académica, indo à universidade de bicicleta, isto até aos 90 anos de idade. Na matrícula do seu automóvel podia ler-se a palavra "COMETS."
Fred Whipple faleceu no hospital de Cambridge, em 16 de agosto de 2004, aos 97 anos.

quarta-feira, julho 18, 2012

Eugene Shoemaker morreu há 15 anos

Eugene Merle Shoemaker (Los Angeles, 28 de abril de 1928 - Alice Springs, 18 de julho de 1997) foi um geólogo e astrónomo norteamericano e um dos fundadores do campo da ciência planetária, conhecido principalmente pela sua descoberta, em conjunto com a sua mulher Carolyn Shoemaker e o astrónomo David Levy, do Cometa Shoemaker-Levy 9.

Biografia
Nascido em Los Angeles, Califórnia, era especialista em colisões interplanetárias. Graduou-se no California Institute of Technology, em Pasadena, aos 19 anos, com uma tese em petrologia em rochas metamórficas pré-câmbricas. Passou então a trabalhar para a United States Geological Survey (USGS) e o seu primeiro trabalho foi pesquisar depósitos naturais de urânio no Colorado e em Utah. Durante este trabalho passou a se interessar pela origem das crateras lunares e iniciou um trabalho em nível de Ph.D. na Universidade de Princeton, como continuidade de seus estudos sobre petrologia em rochas metamórficas, processos vulcânicos e impactes de asteroides.
Em 1951 casou com Carolyn Spellman, fazendo o mestrado (1954) e o doutoramento (1960) na Universidade de Princeton com uma tese sobre crateras produzidas por meteoritos. No ano seguinte passou a estudar astrogeologia em Flagstaff, Arizona, e esteve ligado às missões Lunar Ranger e ao treino dos astronautas estado-unidenses. Tinha pretensões de se tornar no primeiro cientista a caminhar na Lua, mas foi detectado que sofria da doença de Addison e assim foi apontado como cientista-chefe do Centro de Astrogeologia da USGS em 1965.
Retornou para a Caltech em 1969 como professor de geologia e serviu por três anos como diretor da Division of Geological and Planetary Sciences. Em 1985 aposentou-se como professor e passou a dividir seu tempo entre Pasadena e Flagstaff. Em 1992 recebeu a mais importante honra científica atribuída pelo presidente dos EUA, a National Medal of Science. Aposentou-se da USGS em 1993 e assumiu um cargo no Observatório Lowell. Nesse mesmo ano, junto com sua mulher Carolyn e o amigo David Levy, descobriu o cometa Shoemaker-Levy 9, que chocou com Júpiter em 1994.
Eugene Shoemaker morreu em consequência de um acidente automobilístico em Alice Springs, Austrália, em 1997. Algumas de suas cinzas foram levadas para a Lua pela sonda espacial Lunar Prospector. É, à data, a única pessoa a ter sido enterrada em outro corpo celeste.


sexta-feira, julho 13, 2012

Plutão, agora planeta anão, tem (pelo menos) cinco luas

Imagens do telescópio espacial Hubble
Descoberta mais uma lua (a quinta) à volta de Plutão

A nova lua de Plutão, P5, tem dez a 25 quilómetros de diâmetro

Plutão tem mais uma lua – e elas vão agora em cinco. A descoberta deste calhau de forma irregular, com apenas dez a 25 quilómetros de diâmetro, foi possível graças a imagens do telescópio espacial Hubble.

Durante muito tempo, só se conhecia uma lua à volta de Plutão, que já é pequeno, menor ainda do que a nossa Lua, e que foi descoberto em 1930. Essa lua é Caronte e foi encontrada em 1978. Tanto Plutão como Caronte, vistos com telescópios espaciais como o Hubble, não passam de pontinhos de luz.

Mas em 2006, o Hubble conseguiu localizar mais duas pequenas luas, Nix e Hidra. Em 2011, nos dados do Hubble percebeu-se que havia imagens de uma outra lua, designada por P4.

Agora, a agência espacial norte-americana NASA anunciou a detecção da quinta lua, em nove conjuntos de imagens obtidas em vários dias de Junho (26, 27 e 29) e Julho (7 e 9). A nova lua chama-se P5. A estimativa mais baixa do seu diâmetro (dez quilómetros) é a que também se aponta para o meteorito que caiu na Terra há 65 milhões de anos e matou os dinossauros e 60 a 75% de todas as formas de vida.

A equipa que fez a descoberta está admirada pelo planeta-anão como Plutão ter uma colecção tão complexa de satélites naturais, refere um comunicado da NASA. Como hipótese, a equipa, de Mark Showalter, do Instituto SETI, em Mountain View, nos EUA, avança que estas luas são relíquias da colisão com Plutão de um corpo rochoso, ocorrida há milhares de milhões de anos.

A caminho de Plutão e das suas cinco luas – haverá mais? – vai a sonda New Horizons. É a primeira que visitará este sistema, onde chegará em 2015, e permitirá ter imagens e informação como nunca antes foi possível.

in Público - ler notícia

segunda-feira, maio 28, 2012

O astrónomo Frank Drake nasceu há 82 anos

Frank Donald Drake (28 de maio de 1930, Chicago) é um astrónomo e astrofísico norteamericano. Ele é conhecido por ter fundado o programa SETI e criado a equação de Drake, que determina a probabilidade de haver vida extraterrestre inteligente no Universo.
Drake nasceu em Chicago e, durante a juventude, ele gostava de eletrónica e química. Ele afirma que considerou a possibilidade de existência de vida em outros planetas com apenas 8 anos de idade, mas não teria discutido tal ideia com ninguém devido à problemática religiosa dessa época.
Ele começou a estudar astronomia na Universidade de Cornell. Suas ideias sobre a possibilidade de haver vida extraterrestre foram reforçadas após ouvir uma palestra do astrofísico Otto Struve em 1951. Pouco depois, ele trabalhou brevemente como técnico de eletrónica da Marinha americana no USS Albany. Após o serviço militar, ele doutorou-se em radioastronomia em Harvard.
Embora esteja intimamente ligado à pesquisa sobre civilizações extraterrestres, Drake começou a carreira como radioastrónomo no então recém-inaugurado National Radio Astronomy Observatory (Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos), em Green Banks, Virgínia Ocidental. Mais tarde trabalhou no Laboratório de Jato-Propulsão da NASA. Em suas pesquisas, ele descobriu a ionosfera e a magnetosfera de Júpiter. Como pesquisador, Drake envolveu-se com os primeiros estudos sobre os pulsares.
Nos anos 1960, Drake supervisionou a conversão do Observatório de Arecibo em radiotelescópio. Em 1972, Drake projetou, com Carl Sagan, a Placa Pioneer, a primeira mensagem enviada ao espaço para mostrar a eventuais extraterrestre inteligentes como somos e onde vivemos. Dois anos depois, ele escreveu a Mensagem de Arecibo, também dirigida a seres inteligentes extraterrestres. Mais tarde ele foi supervisor na produção do Disco de Ouro da Voyager.
Drake trabalhou como Professor de Astronomia na Universidade Cornell entre 1964 e 1984. Desde então, ele é Professor Emérito de Astronomia e Astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.


quinta-feira, março 29, 2012

Olbers descobriu o asteroide Vesta há 205 anos

Vesta fotografado pela sonda Dawn em 24 de julho de 2011, a uma distância de 5 200 km

Vesta (designado formalmente 4 Vesta) é o terceiro maior asteroide do Sistema Solar, com um diâmetro médio de 530 km. Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers em 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado no cinturão de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. Vesta é um asteroide tipo V. O seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide (é o único asteroide que é ocasionalmente visível a olho nu).
Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.
Em 16 de julho de 2011 a sonda da NASA Dawn entrou em órbita ao redor de Vesta para uma exploração de um ano.
 
in Wikipédia
  
NOTA: a palavra asteroide foi uma das afetadas pelo acordo ortográfico (AO), que nós aqui adotámos (sendo eu professor sou obrigado a aceitar tal aborto...) - anteriormente escrevia-se com acento (asteróide); nas etiquetas que colocamos nos posts continua com acento, pois o acervo anterior é pré acordo (só quando acrescentamos novos termos às etiquetas é que usamos a versão AO).

quarta-feira, março 28, 2012

O asteroide Palas foi descoberto há 210 anos

Palas de Pallas (asteroide 2) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto em 28 de março de 1802 por Heinrich Olbers quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.

História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou suas observações deste objeto, notando que seu movimento lento e uniforme, não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers o recuperaram, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres, e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava tentado localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: ante deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter, e Olbers havia encontrado um segundo objecto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseados em seu movimento orbital médio, inclinação e excentricidade descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com o Palas, que os nomeou a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclítica entre 33 e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002 mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram tomadas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o diâmetro exato.

Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita

Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas têm tido o título de "o segundo maior" em alguns momentos da história.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela por várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a o dar o diâmetro preciso.
Mas se estima que junto a Ceres são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de Maio de 1979 se informou do descobrimento de um possível satélite diminuto com um diâmetro de 1 km. Esta descoberta não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteróide Palas.

domingo, novembro 06, 2011

Uma oportunidade de ver um asteróide de perto...!

Aproximação vai permitir astrónomos estudarem corpo celeste 
Asteróide vai passar entre a Terra e a Lua na terça-feira à noite
Uma fotografia do asteróide 2005 YU55 (NASA)
O asteróide 2005 YU55 vai rasar a Terra na próxima terça-feira à noite, às 23.28 horas, dando uma oportunidade rara dos astrónomos poderem observar um destes corpos tão perto.

O YU55 mede 400 metros de diâmetro e foi descoberto em 2005. A rota do asteróide vai passar no ponto mais próximo da Terra, a apenas 325.000 quilómetros de distância, 0,85 da distância entre a Terra e a Lua. Os astrónomos que monitorizam a sua órbita garantem que não há qualquer risco de acertar nem na Terra, nem na Lua.

“Isto não é potencialmente perigoso, é apenas uma boa oportunidade para estudar um asteróide”, disse Thomas Statler, da Fundação Nacional de Ciência (FNC), Estados Unidos, citado pela AFP. A oportunidade é especial, desde 1976 que nenhum corpo passava tão perto da Terra e só em 2028 é que um fenómeno destes voltará a repetir-se.

Um asteróide com 400 metros seria capaz de causar uma devastação regional, mas em relação à órbita
do YU55, um dos 1262 asteróides com mais de 150 metros de diâmetro que a NASA considera serem potencialmente perigosos, não haverá uma colisão pelo menos nos próximos 100 anos.

Segundo os modelos computacionais, o mais provável é que as rotas do planeta e do asteróide nunca colidam, mas a aproximação do objecto na noite de terça-feira, que vai ser observada por duas antenas de telescópios terrestres, irá dar mais informação sobre o futuro da sua trajectória.

Aliás, milhares de astrónomos de todo o mundo não vão perder a oportunidade de observar o fenómeno. “Não vai ser visível a olho nu. É necessário ter um telescópio com uma lente de pelo menos 15 centímetros para se ver algo”, disse Scott Fisher, director da divisão de Ciências Astronómicas da FNC, citado pela AFP. “Para tornar a observação ainda mais difícil, [o asteróide] vai mover-se muito rápido pelos céus.”

O YU55 faz uma rotação a cada 18 horas e é um asteróide do tipo C, ou seja, é rico em carbono. Terá um ar poroso e muito escuro. Segundo o que já foi observado, o asteróide está cheio de crateras.  

in Público - ler notícia