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domingo, janeiro 14, 2024

A sonda Huygens aterrou em Titã há dezanove anos...!

   
A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
   
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
   
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens eram:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens, depois de processada
       
A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrónomo descobridor de Titã, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titã no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço, entrou na atmosfera do satélite, fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo da área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À mesma escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre Canadá e Estados Unidos) na Terra
        
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do polo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago, como nós os conhecemos, na Terra.
        

sábado, outubro 21, 2023

Notícia interessante sobre o astro rei...

Cientistas desvendaram o maior enigma do Sol

   

SOL

  

A temperatura da coroa solar é surpreendentemente maior do que a da sua superfície, apesar de estar bastante mais longe da fonte de calor. Este facto constitui um mistério há mais de 80 anos, mas pode ter sido explicado.

A coroa solar atinge temperaturas arrasadoras de um milhão de graus Celsius, enquanto as temperaturas da superfície solar se mantêm nos 6 mil - apesar da coroa se situar bastante mais longe da fonte de calor do Sol.

Sendo assim, porque é que este envolto luminoso é tão quente? Há décadas que os cientistas se contorcem para tentar responder a este grande mistério. Agora, esse dia pode ter chegado.

Na superfície da grande estrela, foram descobertas pequenas ondas magnéticas a mover-se rapidamente. Estas ondas, segundo o Space, produzem grandes quantidades de energia e podem mesmo explicar, segundo novos cálculos, o estranho sobreaquecimento da coroa solar.

As provas de que ondas magnéticas estão na origem deste fenómeno, acumuladas há mais de 80 anos, são incontornáveis, mas nunca chegaram à raiz do enigma. No entanto, até agora, nunca tinham sido detetadas ondas tão rápidas e com tanta capacidade de produção energética como estas de 10 mil quilómetros de distância.

As novas imagens que revelam as rápidas ondas foram capturadas pela EUI, uma câmara de alta resolução instalada no Solar Orbiter (SOLO), satélite artificial desenvolvido pela Agência Espacial Europeia, que desde 2020 tem encontrado indicadores de processos que têm um papel no mistério da coroa.

  

Imagens do Sol capturadas pelo Solar Orbiter

 

Enquanto os telescópios terrestres têm, de facto, a capacidade de capturar imagens do Sol com melhor qualidade, o SOLO reserva a vantagem de capturar as imagens mais próximas do centro do nosso Sistema Solar, aproximando-se do Sol a menos de 77 milhões de quilómetros, ficando mais próximo do que a órbita de Mercúrio, o planeta mais próximo da estrela que nos dá luz.

“Uma vez que os resultados indicaram um papel fundamental para as oscilações rápidas no aquecimento da coroa, vamos dedicar muita da nossa atenção ao desafio de descobrir frequências magnéticas mais altas com o EUI”, disse o principal investigador do instrumento e físico solar do Observatório da Bélgica, David Berghmans.

A coroa solar torna-se mais visível durante um eclipse total do Sol, quando a Lua bloqueia a luz solar direta e revela a brilhante aura em torno do disco escurecido do Sol. Durante esse raro fenómeno, os cientistas podem estudar a coroa com maior eficácia. Compreender a coroa é fundamental para prever o comportamento do Sol e proteger tecnologias sensíveis à radiação solar.

 

in ZAP

sábado, janeiro 14, 2023

A sonda Huygens aterrou em Titã há 18 anos...!

   
A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
   
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
   
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens eram:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens, depois de processada
       
A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrónomo descobridor de Titã, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titã no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço, entrou na atmosfera do satélite, fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo da área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra
        
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do polo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago, como nós os conhecemos, na Terra.
        

sexta-feira, janeiro 14, 2022

A sonda Huygens aterrou em Titã há dezassete anos

   
A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
   
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
   
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens eram:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens, depois de processada
       
A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrónomo descobridor de Titã, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titã no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço, entrou na atmosfera do satélite, fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo da área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra
      
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do pólo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago, como nós os conhecemos, na Terra.
        

quinta-feira, janeiro 14, 2021

A sonda Huygens aterrou em Titã há dezasseis anos

   
A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
   
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
   
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens eram:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens, depois de processada
       
A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrónomo descobridor de Titã, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titã no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço, entrou na atmosfera do satélite, fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo à área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra
      
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do pólo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago, como nós os conhecemos, na Terra.
      

terça-feira, janeiro 14, 2020

A sonda Huygens aterrou em Titã há quinze anos!

  
A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
  
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens
   
Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens são:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titã a partir da sonda Huygens, depois de processada
     
A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrônomo descobridor de Titan, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titan no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço ela entrou na atmosfera do satélite fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo à área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À escala, um lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra
    
Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do pólo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago como nós os conhecemos na Terra.
    

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Há dez anos a sonda Huygens aterrou em Titã!

A Cassini-Huygens é uma sonda espacial dupla, enviada em missão ao planeta Saturno e ao seu sistema planetário, sendo um projeto conjunto da NASA (Agência Espacial dos estados Unidos), ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana), ela consiste em dois elementos principais, o orbitador/sonda Cassini e a sonda Huygens. Lançada para o espaço a 15 de outubro de 1997, ela entrou em órbita de Saturno a 1 de julho de 2004 e continua em operação, estudando o planeta, os seus satélites naturais, a heliosfera e testando a Teoria da Relatividade.
Um projeto que levou duas décadas de planeamento e desenvolvimento até ao seu lançamento, após uma viagem interplanetária de quase sete anos, na qual sobrevoou Vénus e Júpiter, a nave entrou em órbita de Saturno a meio do ano de 2004; em dezembro daquele ano a sonda Huygens separou-se do orbitador Cassini e, em 14 de janeiro de 2005, entrou na atmosfera e pousou na superfície do maior satélite de Saturno, Titã, transmitindo imagens e dados para a Terra, na primeira vez em que um objeto construído pelo Homem pousou num corpo celeste do Sistema Solar exterior.
A Cassini-Huygens integra o Programa Flagship para os planetas exteriores, o maior e mais caro programa espacial não-tripulado da NASA. As outras missões deste programa incluem as Viking, as Voyager e a Galileu. A nave/sonda espacial, de duas partes, foi batizada em homenagem aos astrónomos Giovanni Cassini e Christiaan Huygens.
  
Vista da superfície de Titan a partir da sonda Huygens

Objetivos
Os principais objetivos da missão Cassini-Huygens são:
  1. determinar a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico dos anéis;
  2. determinar a composição das superfícies e a história geológica dos satélites;
  3. determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro de Jápeto.
  4. medir a estrutura tridimensional e comportamento dinâmico da magnetosfera.
  5. estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno;
  6. estudar a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã;
  7. caracterizar a superfície de Titã a uma escala regional.
Vista da superfície de Titan a partir da sonda Huygens, depois de processada

A sonda Huygens
A sonda-pousador Huygens foi criada e desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e batizada com o nome do astrônomo descobridor de Titan, Christiaan Huygens. Desacoplada da Cassini e lançada sobre Titan no dia de Natal de 2004, depois de uma viagem de 22 dias no espaço ela entrou na atmosfera do satélite fazendo um exame minucioso das nuvens e pousando na superfície cerca de 11:30 UTC de 14 de janeiro de 2005, no oeste da região escura conhecida como Shangri-La, próximo à área brilhante de Xanadu.
A sonda foi criada para descer de para-quedas na atmosfera do maior satélite natural de Saturno (e o 2º maior do Sistema Solar, o único com atmosfera) e abrir um laboratório robótico completo à superfície. O seu sistema consistia na sonda em si e num equipamento de suporte, que permaneceu acoplado ao orbitador Cassini. Este equipamento incluía equipamento eletrónico para rastrear a sonda, receber os dados enviados durante a descida e aterragem e ainda processar e passar estes dados para o computador do orbitador, que os enviou para a Terra. Com 318 kg de peso e 1,3 m de diâmetro, a sua bateria era suficiente para 153 minutos de transmissão, mais 2 horas e 27 minutos gastas na descida. Foi o suficiente para enviar dados atmosféricos e a primeira imagem da superfície de um satélite do Sistema Solar exterior. É até hoje a aterragem mais distante da Terra já feito por um objeto construído pelo Homem. 

À escala, o lago de Titã (à esquerda) comparado com o Lago Superior (entre o Canadá e Estados Unidos) na Terra

Lagos líquidos em Titã
Em 21 de julho de 2006, os radares da Cassini obtiveram imagens que pareciam mostrar lagos de hidrocarboneto líquido – como metano e etano - nas latitudes norte do satélite Titã. Esta foi a primeira descoberta da existência de lagos em qualquer corpo celeste fora da Terra. Estes lagos mediriam entre 1 e 100 quilómetros de comprimento. A 13 de março de 2007, anunciou-se que havia fortes evidências da existência de mares de etano e metano no hemisfério norte do satélite. Um destes lagos teria o tamanho dos Grandes Lagos na América do Norte. Em 30 de julho de 2008 foi anunciada a descoberta de um grande lago líquido próximo da região do pólo sul de Titã, com quinze mil km². O lago foi batizado como Ontario Lacus. Em 2012, novos estudos da NASA levantaram a hipótese de que este lago seja mais parecido com um grande deserto de sal ou um grande lamaçal de hidrocarbonetos do que exatamente um lago como nós conhecemos.
  

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Notícia sobre um asteroide que vai passar perto da Terra no dia 15

Asteroide de 50 metros de diâmetro vai passar perto da Terra

Pode ser observado na Europa com telescópio ou binóculos. O asteroide 2012 DA14 vai passar “ao lado” da Terra, a 28 mil quilómetros, na próxima sexta-feira, dia 15.


De acordo com a NASA a passagem do asteroide está prevista para as 19.24 horas e de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA) a hora marcada para este breve encontro é 19.40 horas. Assim, se está interessado em tentar acompanhar este fenómeno o melhor é colocar-se a postos por volta das 19.00 horas. De acordo com as previsões, o pedaço de rocha vai passar a apenas 28 mil quilómetros do nosso planeta a uma velocidade de 7,8 km por segundo.
“Não são conhecidos muitos detalhes do velho asteroide, 2012 DA14 – não estão disponíveis medidas directas das suas dimensões. Pelo seu brilho os cientistas estimam que tenha um diâmetro de 50-80 metros. A sua composição é desconhecida e pensa-se que a sua massa esteja na ordem das 130 mil toneladas”, avança o comunicado divulgado pela ESA, que esclarece que este asteroide foi descoberto no ano passado por um astrónomo amador, em Espanha.
O que os cientistas são capazes de garantir é que a rocha não vai colidir com a Terra... “nos próximos tempos”. “Os resultados computacionais mostram que uma colisão com a Terra pode ser excluída com segurança, pelo menos neste século”, diz Detlef Koschny, responsável por objectos próximos da Terra, no gabinete da ESA Space Situational Awareness, acrescentando que “a sua órbita pode ser muito bem calculada recorrendo à base de dados europeia de asteroides, NEODyS ”.
Assim, segundo os cálculos, o grande pedaço de rocha vai estar mais perto da terra do que estão os muitos satélites de telecomunicações (posicionados cerca de 800 km acima da rota desta rocha). “Não há perigo para estes satélites, como o asteroide ‘virá de baixo’ não irá intersetar o cinto geostacionário”, assegura Detlef. De acordo com o comunicado da ESA, este asteroide “embora pequeno, comparado com a vastidão do nosso Sistema Solar, deve ser visível na Europa para qualquer pessoa com um bom par de binóculos e uma ideia do local onde procurar”. Apesar de tudo, este será um dos encontros mais “íntimos” entre a Terra e um asteróide dos últimos 15 anos.
Os cientistas adiantam ainda que se esta rocha fosse de ferro atingisse o nosso planeta seria capaz de criar uma cratera de 1,5 quilómetros.

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quarta-feira, janeiro 09, 2013

Há uma nova classe de meteoritos com origem em Marte

Meteorito NWA 7034 de Marte é diferente de todos os outros


Tem mais água, é constituído por basalto e tem 2100 milhões de anos. A rocha marciana descrita na Science é uma representante única da geologia do planeta.
Bem-vindos os calhaus de Marte, ou pelo menos os 319,8 gramas chegados de lá - o peso do meteorito proveniente do planeta vermelho que agora foi estudado. Enquanto uma missão de ida e volta não trouxer material do quarto planeta do sistema solar, os meteoritos marcianos que caem na Terra são os melhores objectos para se conhecer as profundezas geológicas do planeta. O NWA 7034 é diferente das rochas marcianas que se observaram até agora. É um pedaço de material vulcânico com mais água do que o normal, proveniente da crosta marciana e tem 2100 milhões de anos, revela um artigo na edição de hoje da revista norte-americana Science.

Até agora, eram conhecidos 110 meteoritos marcianos. Mas só na década passada é que se confirmou que esta população de rochas vinha mesmo de Marte. Apesar da sua constituição corresponder àquele planeta, foi preciso a informação recolhida pelas sondas Viking, que aterraram em Marte em 1976, e décadas de investigação para termos a confirmação.

A viagem de um pedaço de rocha arrancado de Marte até à Terra começa com um forte impacto de um grande asteróide ou de um cometa contra o planeta vermelho. Depois, é uma questão de sorte o material cair na Terra.

Os meteoritos que cá chegaram são todos de uma só classe dividida em três grupos, consoante a sua composição química, chamados Shergotty, Nakhla e Chassign (SNC). O NWA 7034 não se encaixa em nenhuma dos tipos. O pedaço de rocha foi encontrado no Noroeste de África. Em 2011 foi adquirido pela Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, onde foi estudado.

"A textura do meteorito NWA não é como a dos SNC. É feito de fragmentos cimentados de basalto, uma rocha que se forma quando a lava arrefece rapidamente, e contém principalmente feldspato e piroxena. A composição é comum nas amostras de material lunar, mas não noutros meteoritos", explica Andrew Steele, um dos autores, que trabalha na Instituição Carnegie, em Washington.

As análises feitas ao solo de Marte pelos sucessivos robôs que foram enviados ao planeta nunca encontraram uma química parecida com a do material marciano que viajou até à Terra. Mas o NWA 7034 parece inverter a situação. "O basalto da rocha é consistente com o que existe na crosta ou no manto superior de Marte, segundo as descobertas recentes feitas pelos robôs em Marte e pelos satélites. A química [do NWA 7034] parece ter uma origem superficial e ter sofrido uma interacção com a atmosfera do planeta", explica Carl Agee, outro autor do artigo, da Universidade do Novo México.

Rocha hidratada

A datação do NWA 7034 indica que esta rocha é, segundo os cientistas, do início da época amazoniana - a mais recente época do registo geológico de Marte. Segundo a análise feita pelos cientistas, o meteorito contém 6000 partes de água por um milhão de partes, o que é cerca de dez vezes mais do que a que se encontra, em média, nos outros meteoritos marcianos. "Esta abundância de água sugere que o meteorito interagiu com a superfície marciana há cerca de 2100 milhões de anos", diz Agee.

É impossível saber a que região do planeta pertence este representante do mundo mineral de Marte. Apesar de o robô Curiosity da NASA, que chegou ao planeta em agosto de 2012, estar programado para estudar a geologia de Marte - tem um braço capaz de apanhar amostras de solo para analisar -, será preciso uma viagem mais arrojada de ida e volta para as mãos humanas poderem analisar rochas de Marte trazidas de propósito. A NASA e a Agência Espacial Europeia tinham um projecto destes, só que nunca saiu do papel.

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terça-feira, março 13, 2012

Há 26 anos a sonda Giotto passou a 596 km do núcleo do cometa Halley

A sonda Giotto foi uma missão não tripulada da Agência Espacial Europeia - ESA com a finalidade de pesquisar o cometa Halley de perto. Foi lançada pelo foguete Ariane 1 voo V 14, em 2 de julho de 1985. Não se esperava que a sonda viesse a sobreviver ao passar pela cauda do cometa, mas apesar do impacto de algumas partículas, a maioria dos equipamentos continuou a funcionar normalmente. Posteriormente a missão foi estendida agora para interceptar um segundo alvo, o cometa Grigg-Skjellerup.
Em 13 de março de 1986 a sonda Giotto conseguiu se aproximar bastante do cometa, ficando a uma distância de apenas 596 quilómetros do seu núcleo. Quando do encontro, a distância da sonda ao Sol era de 0,89 UA e de 0,98 UA a distância da sonda para a Terra.
A sonda Giotto recebeu este nome em homenagem a um pintor da época medieval denominado de Giotto di Bondone. Ele havia observado o cometa em 1301 e este facto o inspirou a pintar a estrela de Belém na sua pintura sobre a história do Natal.
Estava previsto originalmente que esta missão seria uma missão conjunta entre os Estados Unidos e a ESA, porém devido a um programa de contenções de despesas, os Estados Unidos abandonaram esta missão. Também havia planos de observar o cometa através de um dos voos de órbita baixa de um Vaivém Espacial. Mas o plano foi cancelado devido ao desastre do Vaivém Espacial Challenger.
Havia um plano de se enviar uma armada de seis sondas para pesquisar o cometa. Essa armada era constituída além da sonda Giotto, de duas sondas soviéticas representadas pela Missão Vega, duas sondas do Japão: a sonda Sakigake e a sonda Suisei e por último, a sonda americana ISEE-3/ICE. A ideia era que as duas sondas japonesas, mais a sonda norte-americana fizessem um estudo de longa distância do cometa. Seguidas pelas duas sondas russas, que mirariam suas pesquisas mais para o núcleo do cometa. Todas essas informações seriam enviadas para a sonda Giotto, para ela mais precisamente aproximar do seu núcleo. Este grupo de sondas exploradoras do cometa Halley ficou denominada de Armada Halley.
Como foi previsto que a sonda iria passar muito próximo de seu núcleo de Halley, acreditou-se que a sonda não viria a sobreviver ao impacto de suas partículas em altíssima velocidade.
A sonda possuía um tamanho modesto e tinha uma massa de 960 kg. Seu corpo principal era constituído de um pequeno cilindro de 1,85 metros de diâmetro, com 1,1 metros de altura. Seu interior era constituído de três plataformas. A do topo com uma altura de 30 cm, depois a plataforma principal com 40 cm de altura e finalmente a plataforma de experimentos com cerca de 30 cm de altura. Em cada plataforma eram montados os subsistemas e experimentos. No topo do cilindro estava localizado um tripé que sustentava uma antena direcional de alto-ganho de 1,5 metros de diâmetro, dando a sonda a altura total de 2,85 metros. O principal motor do foguete estava posicionado no centro do cilindro.com o seu tubo de descarga saído por baixo do cilindro.
O maior problema enfrentado pela missão era o de garantir que a sonda pudesse sobrevir o máximo de tempo possível para que pudesse obter fotos e análise do núcleo do cometa, sendo que a velocidade relativa de ambos era de 245.000 km/h.
A sonda Giotto se baseia em um modelo da sonda GEOS. Ela foi construída pela British Aerospace e foi modificada com a adição de um escudo para proteger a sondas das partículas cometárias, proposto por Fred Whipple. Era composto de uma fina cobertura de alumínio de 1 mm de espessura e de uma manta de Kevlar de 12 mm, separados um do outro por um espaço de 25 cm, podendo resistir a impactos de partículas com até 0,1 grama de massa. A sonda Stardust também utilizou este escudo de proteção contra as partículas do cometa Wild 2, que visitou.
Dez equipamentos equipavam a sonda Giotto. Uma câmara teleobjetiva, três espectrómetros, de massa, de neutrões e de íões. Vários detectores de partículas, um fotopolimerizador e um conjunto de experimentos para a análise do plasma.
Todos os experimentos funcionaram bem e retornaram um bom número de informações científicas e forneceram uma importante e clara identificação do núcleo do cometa.
Com 14 segundos antes de seu ponto de maior aproximação, a sonda Giotto foi atingida por uma "grande" partícula de poeira do cometa, que lhe provocou uma rotação de 0,9 graus. Neste ponto os instrumentos científicos passaram a funcionar de forma intermitente, pelos próximos 32 minutos.
Muitos sensores sobreviveram ao encontro com pouco ou nenhum dano. Entre os instrumentos inoperantes incluem os espectrómetros de neutros e de iões, além de um detector de partículas e de um analisador de plasma.
Na sua fase estendida a sonda obteve sucesso no encontro com o cometa Grigg-Skjellerup em 10 de julho de 1992. Chegando a máxima aproximação de 200 km.
Na ocasião, a distância heliocêntrica da sonda era de 1,01 UA, e a distância geocêntrica da sonda era de 1,43 UA.
Para esta nova jornada de pesquisa, os equipamentos da sonda foram ligados na noite de 9 de julho e os operadores da missão ficaram surpreendidos com a boa resposta que obtiveram da sonda.

 
O núcleo do cometa Halley - foto de 13 de março de 1986 da sonda Giotto

Adoração dos Reis Magos - afresco de Giotto

segunda-feira, abril 04, 2011

Belas imagens de vulcões marcianos no Público

Imagens tiradas pela sonda Messenger Express
ESA revela fotografias de dois vulcões de Marte

 As imagens foram obtidas entre 25 de Novembro de 2004 e 22 de Junho de 2006 Messenger Express/ESA

Imagem tridimensional da cratera Rahe Messenger Express/ESA

Os dois vulcões numa imagem tridimensional Messenger Express/ESA

Os gigantes da fotografia chamam-se Ceraunius Tholus e Uranius Tholus e são dois vulcões inactivos situados no Hemisfério Norte de Marte. A sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), passou três vezes pela região para conseguir obter a imagem total. A ESA revelou esta sexta-feira as fotografias.

A informação foi obtida entre 25 de Novembro de 2004 e 22 de Junho de 2006. A sonda fez três passagens na direcção Norte-Sul, é possível ver a fronteira da segunda para a terceira passagem.

“Durante a órbita do meio, a Mars Express captou nuvens de gelo que passavam por cima do Ceraunius Tholus [o vulcão maior]”, diz o comunicado. “Quando a Mars Express atravessou outra vez e tirou a última faixa de informação necessária para a imagem, as nuvens já tinham dissipado há muito e por isso existe uma linha definida que as corta no mosaico final.”

Ceranius Tholus, o maior dos dois vulcões, tem 130 quilómetros de diâmetro, e sobe até aos 5,5 quilómetros. No meio, a caldeira tem 25 quilómetros de diâmetro. Uranius, que está 60 quilómetros a norte, tem um diâmetro de 62 quilómetros e uma altura de 4,5 quilómetros.

Ao redor dos vulcões existem várias crateras causadas pelo impacto de meteoros. A maior delas, chama-se Rahe e está entre os dois vulcões. Mede 35 por 18 quilómetros e foi causada por impacto oblíquo que aconteceu depois da actividade vulcânica ter terminado.

Entre a caldeira de Ceranius e a cratera de Rahe, existe um vale comprido com 3,5 quilómetros de largura e 300 metros de profundidade. Embora a existência deste vale seja debatida, os cientistas acreditam que pode ter sido formada devido ao derretimento de uma calote de gelo no cimo do vulcão, que tenha arrastado um canal de lava.

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