terça-feira, maio 07, 2019

Evita nasceu há um século

María Eva Duarte de Perón, conhecida como Evita, (província de Buenos Aires, 7 de maio de 1919 - Buenos Aires, 26 de julho de 1952) foi uma atriz e líder política argentina. Tornou-se primeira-dama da Argentina quando o general Juan Domingo Perón foi eleito presidente.
Existem dúvidas sobre o local de nascimento de Eva. No registo de nascimento consta ter sido na cidade de Junín na província de Buenos Aires. Todavia, existem indícios de que na realidade nasceu numa estância, sessenta quilómetros a sul de Junín, próximo do povoado de Los Toldos (no município de General Viamonte).
A infância em Los Toldos e depois em Junin foi pobre. A mãe, Juana Ibarguren, era uma costureira obsessiva com a limpeza, extremamente organizada e amante do estancieiro Juan Duarte, que tinha outra família, legítima, em Chivilcoy, com outros 6 filhos. Depois da morte de Juan, num acidente de automóvel, Juana mudou-se com os filhos, todos dele, para Junin, para fugir das humilhações da condição de amante. O estancieiro registou todos os filhos bastardos que teve com a costureira. Curiosamente não registou Eva e muitos historiadores relacionam este facto, tido como uma frustração para Evita, aos condicionantes psicológicos que a levariam a buscar afirmação e sucesso na vida.
Talvez por isto, já no poder, foi marcante o traço de valorização dos laços familiares dos pobres argentinos. Quando Juan Duarte morreu, Juana e os filhos dele, Eva, Juancito, Elisa, Blanca e Erminda, todos ainda muito pequenos, saíram da zona rural onde moravam para visitar o pai morto e dar-lhe o último beijo. Foram escorraçados do velório pela viúva e pelos filhos legítimos dele. Juana bateu o pé e insistiu que os filhos tinham o direito de beijar o pai morto. Depois de negociações e para evitar bate-boca numa cerimónia fúnebre, foi-lhes permitido que o fizessem, na condição de em seguida sumirem dali. E foi o que fizeram. Depois disso Juana partiu e mudou-se com os filhos com Juan para Junin, na província de Buenos Aires. Nessa época Eva, como toda adolescente provinciana, sonhava em ser artista, ser uma estrela do teatro, do cinema. Eva tinha verdadeira paixão pela atriz norte-americana Norma Shearer, o modelo de mulher e de artista desde a infância. Assistia dezenas de vezes os filmes no cinema de Junin e jurava para si mesma que ainda teria uma casa com telefones brancos e lençóis de cetim, como Norma nos filmes, sem se permitir, é claro, um mínimo de visão crítica que lhe desse conta de que aquilo tudo era apenas de celulóide e nada mais.
Saía das sessões com as as mãos suadas e com os olhos revirados. Mas foi imbuída desta vontade de vencer, de ser Norma, de rolar com meias longas de seda com costura atrás, cabelos louros cacheados, sobre altos colchões de mola e lençóis de cetim rosa e principalmente de ter uma identidade que a bastardia lhe roubou, que a estimulou a deixar Junin e partir para tentar a carreira de atriz em Buenos Aires.
Adolescência
"Só me casarei com um príncipe ou um presidente", dizia Maria Eva Duarte quando vivia em Los Toldos, sua cidade natal no meio do pampa. Desprezada por todos como filha ilegítima, a criança almejava um futuro radiante como ouvia nas novelas de rádio, lia nas revistas de cinema e via nos filmes de Hollywood. O pai, Don Juan Duarte, proprietário de terras, havia literalmente comprado a sua mãe, a bela Juana Ibarguren, em troca de um burro e uma carroça. Da união nasceram quatro meninas e um menino. Evita, a mais nova, a 7 de maio de 1919. Ela mal conheceu o pai, que em seguida regressou ao católico lar onde o esperavam a esposa e os filhos legítimos. Dona Juana enfrentou sozinha as vicissitudes e, quando a filha mais nova,  Evita, estava com onze anos, mudou-se com os filhos para Junín, uma vila na mesma província de Buenos Aires. O preconceito, porém, era igual. Os colegas de escola, por exemplo, não tinham permissão de cortejar Evita, por causa da origem. Não obstante, as suas três irmãs mais velhas progrediram socialmente. Encontraram trabalho e fizeram bons casamentos. Restaram os rebeldes: Juancito e Eva, a sonhadora decidida a tentar a vida no mundo do espetáculo. Humilhações deram-lhe um caráter duplamente genioso e uma vontade indomável. Aos 15 anos, no dia 2 de janeiro de 1935, ela partiu para a capital, Buenos Aires. Apelidada de "Paris da América do Sul", a cidade fora arruinada pela crise mundial de 1929-30 e dependia das exportações de carne e de trigo, Eva, pálida e morena, batia incansavelmente às portas dos teatros. O seu único trunfo, a obstinação. Fora a teimosia, que se tornou lendária, ela não tinha grande coisa a oferecer. Sem real talento artístico nem extraordinária beleza, ela era ignorante, arredia. Às humilhações vividas, somaram-se outras. Histórias bastante banais: diretores que exerciam a sedução, amantes de algumas horas. À mãe e às irmãs, que lhe suplicavam a volta para Junín, respondia sempre: "Primeiro, a celebridade".
Em janeiro de 1935, com apenas quinze anos de idade e acompanhada de Agustín Magaldi, cantor de tangos e amigo da família, considerado o Gardel do interior argentino, Eva partiu para a capital com uma malinha contendo as suas poucas roupas, talvez apenas com um vestido "de sair" e mais uns trapinhos cuidadosamente lavados e engomados por Dona Juana. Com dezasseis anos, decidiu seguir a carreira artística em Buenos Aires. Em 1937 estreou no cinema no filme Segundos Afuera e, em seguida, foi contratada para fazer radionovelas.
Casamento
Em 1944 conheceu Juan Domingo Perón, então vice-presidente da Argentina e ministro do Trabalho e da Guerra. No ano seguinte, Perón foi preso por militares descontentes com a sua política, voltada para a obtenção de benefícios para os trabalhadores. Evita, então apenas a atriz Eva Duarte, organizou comícios populares que forçaram as autoridades a libertá-lo. Pouco depois casou com Perón, que foi eleito presidente em 1946.
Famosa pela sua elegância e o seu carisma, Evita conquista para o peronismo o apoio da população pobre, na maioria migrantes de origem rural a quem ela chamava de "descamisados".
"Ligando a figura mundialmente conhecida, de “Evita”, uma glória ‘hollywoodiana’ de proporções desmedidas, com a moça simples, a criança ultrajada, podemos chegar à conclusão de que Eva foi, possivelmente, uma personalidade dividida. De um lado, repleto de altruísmo e generosidade, há a moça simples, ‘revoltada com a injustiça’, de outro, no entanto, a mulher seduzida pelo poder. No âmago de suas preocupações sociais mais profundas, como o salário e as seguranças empregatícias para a dona de casa, encontra-se uma infância pobre e uma mãe humilhada pelas circunstâncias. Promovida pelo peronismo, e sendo principal fator de legitimação deste, a figura de Eva irá se confundir com a de uma grande estadista. Eva torna-se mais importante do que a própria imagem da Argentina real, uma vez que esta imagem é representada revestida de um aparato e de uma glória que não correspondem à realidade social da época."
Eva e Juan Perón casaram a 22 de outubro de 1945
 
Carreira política
O mais impressionante na história da vida de Eva foi o caminho meteórico que ela percorreu na vida pública. Entre a total obscuridade ao mais absoluto resplendor pessoal e político da vida e em seguida a morte, tudo ocorreu em apenas 7 anos. Nesse curto período saiu do anonimato para se tornar uma das mulheres mais importantes e poderosas do mundo. Na breve existência (morreu aos 33 anos de idade) há muitos mistérios, muitos factos obscuros, mas há principalmente uma personalidade tragicamente marcante.
"Figura chave de um regime ancorado no paternalismo e na demagogia, Evita resiste, no entanto, como uma imagem ao mesmo tempo alheia e superior ao mesmo. Mais do que uma estadista, mais do que um pivô ou um esteio sobre o qual o governo de Perón se apoia, Evita ganha voz própria porque encarnou em si uma série de ambições e de pretensões sociais. A sua transcendência está consubstanciada na sua fantástica ascensão sócio-política. Uma bela mulher, que venceu na vida através dos mecanismos próprios a uma mulher, só poderia espelhar um sistema de poder centrado na sedução. É só através da sedução coletiva das massas, e do fascínio, da ascese que esta sedução acarreta, que pode firmar-se um regime deste tipo."
Em Buenos Aires foi morar com Juancito, o seu irmão que servia o exército na capital e já trabalhava como vendedor numa fábrica de sabão. Levavam uma vida difícil, simples, entre as obrigações da sobrevivência e fins de semana em bares. Quando sobrava algum dinheiro desfrutavam o prazer de um puchero regado a cerveja Quilmes com os amigos da cidade grande. Eva passava o dia a procura de trabalho em rádios, revistas e, principalmente, tentando obter uma chance de trabalhar no teatro e no cinema. Depois de passar fome, se submeter aos assédios de homens importantes do mundo artístico, que lhe prometiam chances condicionadas a algumas horas nas camas vagabundas de pensões portenhas, Eva acabou por ter a primeira chance concreta no cinema, no filme Segundos Afuera. Nesse filme, no qual teve um pequeno papel secundário, obtido graças à intervenção de Emilio Kartulowicz, dono da revista Sintonía, teve a chance de mostrar ao mundo artístico argentino a total falta de talento para a carreira de atriz. Mas como o destino sempre se impõe, foi na relação com este mundo que teve a grande chance: conhecer um coronel chamado Juan, o mesmo nome do seu pai, do seu irmão, da mãe, da sogra, da parteira e e da cidade que motivou o encontro do casal: San Juan. Era o Coronel Juan Domingo Perón
San Juan havia sido atingida por um terrível terramoto. O Coronel Perón, vice-presidente da República e Ministro da Guerra e Chefe da Secretaria de Trabalho e Previdência, organizou, no ginásio do Luna Park, em Buenos Aires, um evento artístico para angariar fundos para as vítimas do terramoto. Eva, que nessa época já tinha um programa de rádio onde declamava versos, participava de rádio-novelas e falava sobre a biografia de mulheres famosas, foi ao evento acompanhada de uma amiga com quem dividia um quarto de pensão. No evento Eva se aproveitou de um ligeiro descuido de uma outra atriz principiante que se sentava ao lado do Coronel na primeira fila de cadeiras. Ela precisou se levantar e Eva sentou-se nesta poltrona, ao lado do vice-presidente. Encantada e embevecida por ter ao seu lado aquele homem de 1,90 de altura, porte atlético, sorriso irresistível e envergando um uniforme militar branco impecavelmente passado, ficou com as mãos suando, trémula, mas segura o bastante para dizer a ele a frase que provavelmente tenha servido para mudar a história da Argentina pelos futuros 40 anos:"- Coronel, obrigada por existir." Era 22 de janeiro de 1944.
O escritor argentino Tomás Eloy Martínez, autor de Santa Evita (1995) garante que a frase "Voltarei e serei milhões", atribuída a Evita e inscrita em bronze em seu túmulo, nunca foi pronunciada. Embora defenda esse ponto de vista, o escritor acha que isso pouco importa pois escrever a História difere pouco de inventar história e que a realidade e a ficção, principalmente na América Latina, se confundem.
Em 1945, durante a festa de comemoração de seus 50 anos, Perón, em companhia de Eva, Juancito, Domingo Mercante, além de alguns poucos casais e amigos ouviu soar a campainha da porta de entrada de seu apartamento. Já sem gravata e em mangas de camisa branca o coronel foi atender a porta. Nesse momento o apartamento foi invadido pelo Coronel Ávalos que, em marcha, informou ao aniversariante, fria e formalmente, que não havia mais como o exército dar-lhe apoio político e que a indicação do amigo Nicolini para os Correios fora a gota de água. No bolso da camisa branca de Perón, que tinha as mangas arregaçadas até o cotovelo, se via o alfinete da caneta de pena de ouro há pouco recebida como presente de aniversário de Juan Ramón Duarte, o Juancito.
Depois da saída do coronel Ávalos, Perón disse a Juan, com um sorriso enigmático: "Parece que seu presente veio em boa hora. Pelo jeito vou precisar usá-la para assinar minha renúncia." Embora Juancito não conseguisse naquele momento entender como poderia alguém dizer uma frase dessas com um sorriso nos lábios, seu sangue gelou e sentiu que iria desmaiar. Juancito ainda não havia descoberto como decifrar essa carta enigmática, a juntar as peças desse quebra-cabeças que atendia pelo nome de Juan Domingo Perón.
Poucos dias depois Perón foi preso por ordem de Edelmiro Farrel, então presidente provisório da República. A revolta popular foi incontrolável e o presidente viu-se com uma batata quente nas mãos. Fraco e adoentado, Farrel, vendo a temperatura política subir rapidamente resolveu levar Perón da prisão para o hospital militar em Buenos Aires onde ficou custodiado. Dali Perón negociou e impôs condições para a própria libertação. Político habilíssimo usou a prisão como fórmula de vitimização e de mobilização popular a seu favor. Eva, desesperada, mergulhou de cabeça numa campanha furiosa, desenfreada e descabelada pela libertação de Perón. Dois dias depois e onze dias após a prisão, era possível ver de novo, na sacada do Palácio do Governo um vulto acenando para a multidão de dezenas de milhares de simpatizantes, sorriso nos lábios, os dois braços ao alto. Era Perón.
Perón, um homem das planícies da Patagónia, um solitário que nunca deixava saber exatamente o que sentia, tinha uma personalidade peculiar e ambígua. Era uma pessoa externamente e outra, que nem ele conhecia bem, internamente. Sempre sorria, conquistava pelo sorriso, mas o que lhe marcava a complexa e ao mesmo tempo tosca personalidade era o olhar, o olhar do caçador de guanacos. Animal típico da Patagónia, o guanaco exigia do seu caçador extrema habilidade em dissimular. Para fugir do cuspo venenoso o caçador precisava distrair o animal, fazer algum gesto ou movimento para desviar o seu olhar. Só assim seria possível abatê-lo. Como hábil caçador de guanacos, o coronel Perón ouviu a declaração encantada de Eva no Luna Park. Só não sabia que também ela era uma caçadora proverbial de guanacos e naquele momento pactuou-se ali uma sociedade de ideias e interesses que os levou aos limites do poder, da glória, da riqueza e por fim, da ruína, da desmoralização mas jamais do esquecimento e da indiferença. Os nomes de Eva Perón, a Evita, e Juan Domingo Perón impregnaram-se de forma definitiva no imaginário do povo argentino, como ocorre com nossas imagos mais primitivas, lembranças arquetípicas indeléveis como os registos do DNA nas nossas células.
“Mas nem Mussolini nem Hitler levaram a sua loucura auto-induzida ao ponto de tentarem publicamente usurpar o lugar de Deus. Perón tentou.(...)Foi nesse ponto que começou a divinização de Perón. Evita deu o tom: ‘Só há um Perón... Ele é um Deus para nós... Nosso sol, nosso ar, nossa vida.’ Um ministro de governo equiparou Perón a Cristo, Maomé e Buda, como fundador de uma grande doutrina religiosa! A máquina de propaganda começou a espalhar folhetos e alusões dessa espécie. Ao mesmo tempo, empreendia-se uma campanha para canonizar Evita. Em outubro de 1951, ela foi apresentada a uma multidão peronista como ‘Nossa Senhora da Esperança’ e o próprio Perón rematou a reunião, proclamando um novo feriado, o ‘Dia de Santa Evita’. Depois da morte de Evita, em 1952, a neurose deliberada agravou-se. Um porta-voz peronista, falando da sacada do palácio do governo, dirigiu-se a ela como ‘mãe nossa que estais no céu’. Exibiu-se um filme intitulado Evita imortal e a revista Mundo Peronista divulgou na capa uma Evita santificada, a quem não faltava a auréola.”
Por causa da personalidade arrebatada e por ser uma defensora incansável dos pobres, miseráveis e explorados Eva muitas vezes foi confundida como sendo uma militante de esquerda, embora nunca o tenha sido. Ela rejeitava ferrenhamente este rótulo, tendo inclusive muitas vezes estado indisposta com os comunistas ortodoxos da Argentina, que viam na ação assistencialista até mesmo um fator de atraso nas conquistas da classe operária. O voto feminino, por exemplo, reivindicação histórica das mulheres comunistas argentinas, foi implantado por um golpe de voluntarismo de Evita. Isso irritou profundamente a militância comunista, como Julieta Lanteri, Carolina Musill, Victoria Ocampo, Alicia Moreau, que defendiam a tese de que a conquista deveria ser historicamente conduzida. Quando a lei do voto feminino foi sancionada por Perón elas disseram: "agora não queremos mais votar".
  
Evita
Em determinado momento, fruto de criação da atriz Eva Duarte, surgiu a personagem "Evita". A própria Eva tinha consciência da existência autónoma da sua personagem, que ela transformou quase numa segunda personalidade. Assim, Eva Péron se referia a Evita:
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Quando escolhi ser "Evita" sei que escolhi o caminho do meu povo. Agora, a quatro anos daquela eleição, fica fácil demonstrar que efetivamente foi assim. Ninguém senão o povo me chama de "Evita". Somente aprenderam a me chamar assim os "descamisados". Os homens do governo, os dirigentes políticos, os embaixadores, os homens de empresa, profissionais, intelectuais, etc., que me visitam costumam me chamar de "Senhora"; e alguns inclusive me chamam publicamente de "Excelentíssima ou Digníssima Senhora" e ainda, às vezes, "Senhora Presidenta". Eles não vêem em mim mais do que a Eva Perón. Os descamisados, no entanto, só me conhecem como "Evita". Eu me apresentei assim para eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a "Evita" a ser a esposa do Presidente se esse "Evita" servia para mitigar alguma dor ou enxugar uma lágrima. E, coisa estranha, se os homens do governo, os dirigentes, os políticos, os embaixadores, os que me chamam de "Senhora" me chamassem de "Evita" eu acharia talvez tão estranho e fora de lugar como que se um garoto, um operário ou uma pessoa humilde do povo me chamasse de "Senhora". Mas creio que eles próprios achariam ainda mais estranho e ineficaz. Agora se me perguntassem o que é que eu prefiro, minha resposta não demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome de povo. Quando um garoto me chama de "Evita" me sinto mãe de todos os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de "Evita" me sinto com orgulho "companheira" de todos os homens.
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As divergências ideológicas não impediram, depois da sua morte, que as bandeiras que ela defendia de ódio aos ricos e poderosos, que ela chamava de oligarcas e da mais absoluta e intransigente defesa dos pobres e oprimidos fossem violentamente disputadas pela direita, pelo centro e até pela extrema esquerda, personificada no grupo guerrilheiro Tupamaro. No entanto, para esses pobres que ela carinhosamente chamava de grasitas, Evita nunca foi uma líder ideológica. Para eles ela era muito mais. Era mais que a mulher do grande Perón, mais que uma benfeitora, mas a líder espiritual da nação argentina, quase uma santa. Essa ambiguidade conceptual foi sabiamente usada por todas as correntes ideológicas argentinas que usaram o justicialismo peronista para chegar ou tentar chegar ao poder depois da chamada Revolução Libertadora, o golpe de Estado que depôs Perón em 1955.
 
Às 20.25 horas de 26 de julho de 1952, morre, aos 33 anos, de cancro do útero. Embalsamado, o seu corpo ficou exposto à visita pública até que, durante o golpe de Estado que derrubou Perón em 1955, o seu cadáver foi roubado e enterrado no Cemitério Monumental de Milão, Itália. Dezasseis anos mais tarde, em 1971, o corpo foi exumado e transladado para a Espanha. Ali foi entregue ao ex-presidente Perón, que vivia exilado em Madrid. O médico argentino que embalsamou Evita revelou que fora um trabalho perfeito, uma vez que, Evita parecia "uma boneca" devido a sua baixa estatura, pele alva e vestido de cetim branco. Após a vinda do esquife da Espanha numa caixa de vidro... Evita parecia adormecida.
"Evita havia se diluído, estava em todos os lugares! A sua identificação à sua pátria fora tão completa e consumada que agora, morta enquanto integridade física coesa, ela vivia, enquanto mito, em todos os recantos da Argentina."
Perón voltou à Argentina em 1973 e foi reeleito presidente, tendo a terceira mulher, Isabelita Perón, como vice. Após a sua morte, em 1974, Isabelita Perón trouxe o corpo de Evita para a Argentina onde foi exposto novamente por um breve período. Foi então enterrada novamente no mausoléu da família Duarte no cemitério da Recoleta, na cidade de Buenos Aires.
  

segunda-feira, maio 06, 2019

Freud nasceu há 163 anos

Sigmund Schlomo Freud (Freiberg in Mähren, 6 de maio de 1856 - Londres, 23 de setembro de 1939), mais conhecido como Sigmund Freud, foi um médico neurologista e criador da Psicanálise. Freud nasceu numa família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco. Atualmente a localidade é denominada Příbor, na República Checa.
Freud iniciou os seus estudos pela utilização da técnica da hipnose como forma de acesso aos conteúdos mentais no tratamento de pacientes com histeria. Ao observar a melhoria de pacientes de Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da doença era psicológica, não orgânica. Essa hipótese serviu de base para seus outros conceitos, como o do inconsciente. Freud também é conhecido por suas teorias dos mecanismos de defesa, repressão psicológica e por criar a utilização clínica da psicanálise como tratamento da psicopatologia, através do diálogo entre o paciente e o psicanalista. Freud acreditava que o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana, assim como suas técnicas terapêuticas. A sua obra fez surgir uma nova compreensão do ser humano: um animal dotado de razão imperfeita influenciado por seus desejos e sentimentos que cria na mente destes um tormento pela contradição entre esses impulsos e a vida em sociedade. Factos como a descrição de pacientes curados através do diálogo por Josef Breuer e a morte do colega Ernst von Fleischl-Marxow, por overdose do antidepressivo da época, a cocaína, levou-o ao abandono das técnicas de hipnose e drogas para utilizar uma nova metodologia: a cura pela conversa, a Psicanálise, em favor da interpretação de sonhos e da livre associação, como vias de acesso ao inconsciente.
As suas teorias e os seus tratamentos com os seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. As suas ideias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.
  

Orson Welles, um dos mais brilhantes realizadores de sempre, nasceu há 104 anos

George Orson Welles (Kenosha, Wisconsin, 6 de maio de 1915 - Hollywood, 10 de outubro de 1985) foi um cineasta dos Estados Unidos.
Também foi roteirista, produtor e ator. Iniciou a sua carreira no teatro, em Nova Iorque, em 1934.
   
Biografia
Órfão aos quinze anos, após a morte do seu pai (a sua mãe morreu quando ainda tinha 9 anos), George Orson Welles começou a estudar pintura em 1931, primeira arte em que se envolveu. Adolescente, não via interesse nos estudos e em pouco tempo passou a atuar. Tal paixão levou-o a criar a sua própria companhia de teatro em 1937. Em 1938, Orson Welles produziu uma transmissão radiofónica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homónima de H. G, Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma verdadeira invasão de extraterrestres. Um exército que ninguém via, mas que, de acordo com a dramatização radiofónica, em tom jornalístico, acabara de desembarcar no nosso planeta. O sucesso da transmissão foi tão grande que, no dia seguinte, todos queriam saber quem era o responsável pela tal "partida". A fama do jovem Welles começava. Foi casado com a atriz Rita Hayworth e tiveram uma filha, Rebecca. O casal divorciou-se em 1948.
  
Citizen Kane
A sua estreia no cinema, em filmes de longa metragem, ocorreu em 1941 com Citizen Kane (Em Portugal, "O Mundo a seus Pés"; no Brasil, "Cidadão Kane"), considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos e o mais importante dirigido por Welles.
Os elogios a Citizen Kane devem-se a três ordens de motivos:
  
Inovação
Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas. Algumas delas são:
  • Ângulos de câmara (uso de plongée e contra-plongée).
  • Exploração do campo (campo e contra-campo).
  • Narrativa (narrativa não linear).
  • Edição e montagem (muito sofisticada para e época de sua realização, devido a não linearidade da narrativa).
  
Coragem 
Orson Welles retratou, em "Citizen Kane", a vida e a decadência de um magnata da comunicação norte-americana, baseado na história do milionário William Randolph Hearst. Esse filme foi um marco na carreira do ator. Mesmo estando pronto, "Cidadão Kane" quase não pode ser visto, fruto de problemas com Hearst. Ele teve nove indicações para o Óscar, mas venceu apenas um, o de melhor roteiro original. A sua coragem de realizar esta obra prima acabou resultando no fechamento de muitas portas no futuro, beirando o ostracismo no fim da vida.
   
Dinamismo
Foi diretor, co-roteirista, produtor e ator em "Citizen Kane". O que é surpreendente, pois no cinema o acúmulo de funções acaba influenciando de maneira negativa no resultado final. Mas no caso de Welles surgiu uma obra completamente à frente do seu tempo.
  

Maria José Valério faz hoje 86 anos

(imagem daqui)
 
Maria José Valério Dourado (Amadora, 6 de maio de 1933) é uma cantora portuguesa, bem conhecida pelo seu amor ao Sporting e por ser a intérprete do Hino do Sporting.
 
Filha de José da Conceição Dourado (Lisboa, 19 de outubro de 1909 - ?) e de sua mulher Idalina da Paixão Valério (Amadora, 8 de março de 1909 - ?).
Começou a cantar em 1950, no Liceu D. João de Castro onde era colega da atriz Lurdes Norberto.
Frequentou o Centro de Preparação de Artistas da Rádio, na então Emissora Nacional, ficando a fazer parte do elenco.
Estreou-se em 1952 na Emissora Nacional. Era sobrinha do maestro Frederico Valério, de quem gravou muitas canções.
O seu nome foi ganhando projecção com o sucesso de temas como "O Polícia Sinaleiro" e ao actuar, por exemplo, no programa Serões para Trabalhadores ao lado de nomes como Rui de Mascarenhas, Gina Maria ou Paula Ribas.
O seu maior sucesso é "Menina dos Telefones", de 1962, da autoria de Manuel Paião e Eduardo Damas.
Maria José Valério esteve casada com o toureiro José Trincheira, chegando ambos a viver cerca de um ano em Angola nos inícios da década de 60.
Entre finais de 1972 e meados de 1973, Maria José Valério faz uma temporada no Brasil.
No primeiro dia de abril de 2004, Maria José Valério foi agraciada com a Medalha de Mérito da Cidade de Lisboa, grau ouro, atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa e entregue numa cerimónia no Fórum Lisboa.
Em 2008 foi lançada uma colectânea O Melhor de Maria José Valério com temas da sua obra gravados para a editora Valentim de Carvalho.
Em 2017 foi cabeça de cartaz, a par de António Calvário, na peça Da Revista ao Musical.
  
 

António Pinto Basto faz hoje 67 anos

(imagem daqui)
   
António João Ferreira Pinto Basto (Évora, 6 de maio de 1952) é um fadista português.
Filho do engenheiro António Ferreira Pinto Basto (Aveiro, Glória, 12 de maio de 1913 - ?) e de sua mulher Maria Luísa de Matos Fernandes de Vasconcelos e Sá (Lisboa, São Mamede, 17 de agosto de 1920 - ?), sobrinha-bisneta do 1.º Barão de Albufeira, casados em Estremoz, Evoramonte, na Casa da Juceira, Capela do Coração de Jesus, a 20 de abril de 1941,
Engenheiro mecânico de formação, António Pinto Basto licenciou-se no Instituto Superior Técnico, em 1974. Cedo demonstrou o gosto pela música, tendo iniciado a sua carreira ainda na década de 70.
Casou em Lisboa, , na Igreja de Santo António da Sé, com Amélia Maria Esparteiro Lopes da Costa (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 1 de agosto de 1957, irmã de Luís Esparteiro), de quem tem 3 filhos - Egas Lopes da Costa Pinto Basto, Gustavo Lopes da Costa Pinto Basto e Maria Amélia Lopes da Costa Pinto Basto. Tem também dois filhos de Mariana Tavares de Magalhães de Oliveira (Lisboa, Alfama, 23 de novembro de 1981), a saber: Carlota do Carmo Tavares Ferreira Pinto Basto e António Maria Tavares Ferreira Pinto Basto.
Em 1988 consagra-se junto do grande público com o álbum Rosa Branca, um êxito apresentado em mais de 120 concertos. Seguiu-se Maria (1989) que repetiu o sucesso de vendas.
Confidências à Guitarra foi editado em 1991). Segue-se a colectânea Os Grandes Sucessos de António Pinto Basto (1993) e Desde o Berço (1996).
Em 1997 realizou uma digressão na Turquia, numa iniciativa da Comissão Europeia. Em 2000 conduziu o programa Fados de Portugal, na RTP1.
Sobre várias letras de fado publicadas em volume (letras do fado vulgar, Quetzal, 1998), José Campos e Sousa compôs as peças que em 2003 são gravadas na voz de António Pinto Basto.
Faz parte do grupo Quatro Cantos, onde recuperam grandes nomes do fado. Tem-se apresentado em países como África do Sul, Brasil, Índia, EUA, Canadá ou Macau. Foi vereador na Câmara Municipal de Estremoz, eleito pelo Partido Social Democrata. É ainda conhecido por ser um ativista monárquico.
   
 

A Exposição Universal de 1889 começou há 130 anos

A Exposição Universal de 1889 (em francês: Exposition Universelle) decorreu em Paris, França, desde 6 de maio até 31 de outubro daquele ano. A Torre Eiffel, que servia de entrada para a exposição, foi construída especialmente para essa ocasião, celebrando assim o centenário da Revolução Francesa (1789).
A exposição cobria uma área total de 0,96km². Calcula-se que cerca de 28 milhões de pessoas visitaram a exposição, que incluía o Palácio das Belas Artes e o Palácio das Artes Liberais. Casas chinesas, templos maias, pavilhões indianos, mesquitas e inúmeros pavilhões de colónias e países do mundo deleitavam os olhares dos visitantes.
   

domingo, maio 05, 2019

Porque um Poeta nunca morre...!

(imagem daqui)
  
Elegia para Mário Quintana, vivo
  
Antes que escape
e não adivinhe o exacto momento,
antecipo-me a Sua Ex.ª
e auguro-lhe, tarde, a vida eterna.
  
Já agora, continue os seus
Apontamentos de História Sobrenatural:
por porta travessa faça chegar
o Manual do Perfeito Abismo.
  
E fale dessa história obsessiva
do cricrilar dos grilos
(parecido com o cantarolar
dos seus vermes?)
  
Diga ao menos se conseguiu
encontrar Botticelli,
de quem o senhor descende:
entreajudem-se.
  
E, se a coisa o não embaraçar,
ilumine-nos com a enormidade
da sapiência divina.
Peça-lhe (é preciso audácia
com Deus) que assine
a sua ordem de expulsão
– e volte, gestante,
pelo túnel de outra vida.

  
  
in A Ignorância da Morte (1978) - António Osório

Hoje é um dia duplamente importante para a Casa Imperal de Bonaparte

Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte, nascido Napoleone di Buonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). A sua reforma legal, o Código Napoleónico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleónicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.

  
in Wikipédia
   
A Imperatriz Eugénia de Montijo (nome completo: Maria Eugénia Ignacia Augutina Polafox y Kirck Patrick de Guzman, Granada, 5 de maio de 1826 - Madrid, 11 de julho de 1920) foi marquesa de Ardales, marquesa de Moya, a 19ª Condessa de Teba, condessa de Montijo, e como esposa de Napoleão III, Imperador dos franceses, foi Imperatriz da França.
Filha mais jovem das duas filhas do conde Cioprian Polafox Portucarrero 8º conde de Montijo e de Maria Manuela Kirck Patrick de Closbourn e De Grevigné.
Após a morte do pai em 1839, e o casamento de sua irmã mais velha a Duquesa Maria Francisca Portocerrero Kirck Patrick 12ª Duquesa de Peñaranda em 14 de fevereiro de 1848 com o Duque Jaime Fritzjames-Stuars Ventimiglia Huescar Olivares 15° Duque de Alba, passou juntamente com sua mãe a residir em Paris, onde passou a frequentar as festas da alta sociedade, passando a ser cortejada pelo então presidente Carlos Luis Napoleão Bonaparte, futuro Napoleão III de França.
Conta-se que Eugénia era possuidora de uma beleza extraordinária, e que seus cabelos muito longos eram de um castanho pouco comum, conhecido como castanho-ticiano, fora educada no convento do Sacre Coeur, em Paris.
Diz-se que um dia em uma conversa mais intima ao pé do ouvido, Napoleão III perguntou-lhe,"qual é o caminho mais curto para os seus aposentos", e ela respondeu-lhe "Pela Capela meu senhor, pela Capela".
Casaram-se em Paris no dia 19 de janeiro de 1853, e Eugénia ousou em ser uma das primeiras noivas a casar-se de branco - seguindo o exemplo da rainha Vitória, da Inglaterra - em uma época em que as noivas se casavam de azul, verde e até de vermelho:
"O branco começou a ser utilizado apenas em 1840, quando a Rainha Vitória casou-se com o Príncipe Alberto de Saxe. Nessa época era a cor azul que simbolizava pureza, enquanto o branco era símbolo de riqueza. Como a cor branca não era geralmente escolhida para o vestido de noiva, a Rainha Vitória surpreendeu a todos e lançou a tendência – que logo foi copiada por mulheres de todo continente europeu e americano."
Nasceu em Paris no dia 16 de março de 1856 o seu único filho, o Príncipe-Imperial Napoleão Eugénio, que viria a falecer tragicamente na África do Sul em 1 de junho de 1879 em confronto com uma tribo zulu.
Após a queda do II Império foi, juntamente com o marido, para o exílio na Inglaterra e quando este morreu em Chislehurst, Kent no dia 9 de novembro de 1873, passou a residir em Biarritz onde nos tempos de imperatriz costumava passar o verão e após no Palácio de Liria e no de Dueñas em Sevilha.
Interessada em novidades tecnológicas, quis conhecer pessoalmente o dirigível de Alberto Santos Dumont, embora vivesse reclusa em sua velhice:
"Uma senhora altiva e cheia de dignidade desejou conhecer o dirigível de Santos Dumont: a Imperatriz Eugênia de Montijo, viúva de Napoleão III, em cuja fronte "luziu o diadema de safiras e diamantes que resplandeceu nas cabeças de Josefina de Beauharnais e de Maria Luísa de Áustria." A ex-soberana dos franceses, da qual ainda podemos admirar a formosura na tela de Winterhalter mulher de "fisionomia e espáduas de rara perfeição", que tinha os pés e as mãos "de uma andaluza de puro sangue", havia se transformado numa "sombra dolorida e silenciosa". Ela vivia num retiro absoluto, completamente afastada da sociedade, sobretudo depois do desaparecimento de seu filho, o príncipe Eugénio Luís, herdeiro do trono, que em 1879 foi morto na África do Sul, durante a guerra dos ingleses contra os zulus. Ninguém conseguia vê-la, Eugénia evitava jornalistas e fotógrafos, (...) portanto foi com desvanecimento que Alberto recebeu, no dia 23 de janeiro a visita desta grande dama (...) Eugénia, trajada de preto, chegou ao hangar numa carruagem fechada (...) achava-se com quase oitenta anos, mas o rosto exibia os vestígios da impressionante beleza que fascinara o filho de Hortênsia de Beauharnais.
Faleceu durante uma visita a Madrid no dia 11 de junho de 1920, aos 94 anos, e foi sepultada na cripta imperial da St Michael's Abbey, Farnborough, Condado de Hampshire, ao lado do filho e do marido.

Ian McCulloch, o vocalista dos Echo & the Bunnymen, faz hoje sessenta anos

Ian Stephen McCulloch (nascido em 5 de maio de 1959) é um cantor inglês, vocalista do grupo de rock Echo & the Bunnymen. Nasceu em Liverpool.

Carreira
McCulloch era cantor-compositor da banda Crucial Three, uma das muitas bandas locais que tiveram sucesso na época.
Em Liverpool fundou uma banda chamado Eric's, no final dos anos setenta. Os outros dois membros foram Julian Cope e Pete Wylie, depois de A Teardrop, eles formaram a banda Wah!
Em 1978 McCulloch formou os Echo & the Bunnymen com Will Sergeant (guitarra), Les Pattinson (baixo) e um tambor máquina (supostamente chamado Echo), estreando ao vivo nesse ano. Em 1979, Pete de Freitas entra para a banda tocando o tambor máquina Bunnymen. Com a sua carreira solidificada, os Bunnymen gozavam de elogios da crítica nos finais dos anos setenta e início dos anos oitenta, que culminariam com o lançamento da Ocean Rain, em 1984. McCulloch começou a prosseguir uma carreira a solo ainda fazendo parte dos Bunnymen, que eles aceitaram, se fosse apenas temporariamente. Quando o restante os Bunnymen continuaram usando o nome do novo cantor Noel Burke, a divisão tornou McCulloch permanente com referindo-se à banda como "Echo & the Bogusmen".
Em 1993, McCulloch fez parceria com Johnny Marr do The Smiths, escrever um álbum inteiro de material e gerando mais de emoção pública a colaboração de dois artistas de elevada consideração. McCulloch tem Marr creditado com ajudando ele reconquistar a sua confiança perdida e rejuvenescendo o seu desejo de criar música. Quando foi sugerido que Will Sergeant fosse chamado para trabalhar sobre as músicas, as fitas foram roubadas alegadamente a partir de um Sargento de courier van com prevenção de oferecer qualquer entrada. Boato de que foi Marr, de facto, tão irritado durante a ser interposto no Sergeant, ele recusou a entregar os mestres.

Electrafixion
O reacender da relação entre McCulloch e Sergeant levou à formação de Electrafixion que em 1994 foi notável para a banda de rock com abordagem orientada para as novidades e McCulloch foi encontrado no vocal com ferocidade. A banda recebeu várias opiniões e gravou Burned o álbum para impressões positivas, mas com muito pouco êxito gráfico. A banda logo se viu realizando listas e conjuntos compostos para o Electrafixion. Metade das canções eram do Echo & the Bunnymen. Em 1997 Echo & the Bunnymen reformada com o álbum Evergreen com boas opiniões e um sucesso no gráfico. A reformada Bunnymen já disponibilizou mais três álbuns de opiniões geralmente favoráveis, sendo o mais recente o Siberia, que foi lançado no final de 2005.
Em 2003 McCulloch lançou seu terceiro álbum solo Slideling que recebeu o melhor de sua carreira solo e realizou uma turnê solo em apoio ao álbum.
McCulloch citou Lou Reed, Iggy Pop, The Doors, Leonard Cohen e - principalmente - David Bowie influenciou seu trabalho.
No auge da popularidade da Bunnymen, McCulloch ganhou o apelido "Mac, A boca" devido a uma inclinação espirituosa, das críticas de artistas, foram consideradas inferiores, enquanto proclamava a superioridade da Bunnymen. Metas de suas observações incluíam Bono dos U2, Julian Cope, Paul Weller e Nick Cave.
Em 1998, McCulloch fez duetos com as Spice Girls, Tommy Scott do Space e Simon Fowler do Ocean Colour Scene como "United England" para gravar Topo do Mundo (Top of the World), a canção oficial da equipe da Inglaterra na Copa do Mundo FIFA de 1998, embora tenha conseguido bem menos do que uma reedição de "Three Lions". Ele gozava mais sucesso trabalhando como uma espécie de "produtor associado" com Coldplay. Mac é adepto do Liverpool Football Club. Em 2006, ele participou na gravação da equipe com o Bootroom do hino Allstars - um remake da canção Ring of Fire de Johnny Cash.

Vida Pessoal
Em 1983 Mac casou com Lorena Fox. Eles têm duas filhas, Candy e Mimi. O casal separou-se no final de 2003. A cidade em que ele vive atualmente, Parthenon Drive, é o título de uma canção contida no Echo & the Bunnymen de 2006, do álbum Siberia.



Mário Quintana morreu há 25 anos

Monumento a Mário Quintana (direita) e Carlos Drummond de Andrade, na Praça da Alfândega de Porto Alegre
Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 - Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
  
  
Emergência
  
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo —
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

  
  
Mário Quintana

Hoje comemora-se o Cinco de Mayo no México!

A Batalha de Puebla teve lugar a 5 de maio de 1862, perto da cidade de Puebla, México, durante a Segunda intervenção francesa no México. Tratou-se de uma grande vitória mexicana, comemorada todos os anos no feriado de Cinco de Mayo.
Antecedentes
Em finais de 1861 o Imperador Napoleão III da França enviou as suas tropas ao México para, supostamente, cobrar a dívida de um anterior governo mexicano. O presidente Benito Juárez havia concordado em pagar essa dívida, só que em prestações. O verdadeiro objectivo de Napoleão III era depor o governo constitucional do México, instalar uma monarquia favorável à França e assim expandir o controlo francês na América Central e do Sul.
As tropas de Napoleão III ocuparam a cidade portuária de Veracruz a 8 de dezembro de 1861. O verdadeiro objectivo da expedição depressa se tornou aparente.

A batalha
Os caminhos pelos desfiladeiros que conduziam a Puebla eram protegidos pelos fortes de Guadalupe e Loreto. Ignacio Zaragoza havia ligado os fortes por meio de trincheiras defensivas escavadas através da estrada.
O tempo estava em favor dos mexicanos, pois as chuvas torrenciais haviam transformado o solo em lama, diminuindo a mobilidade da artilharia francesa.
Seguro da superioridade francesa frente às tropas mexicanas, o general conde de Lorencez assumiu que estas fugiriam a um combate encarniçado. Pelo meio-dia, dirigiu a sua primeira carga contra o centro mexicano. Os mexicanos mantiveram as suas posições, repelindo os franceses. Os franceses reagruparam-se e efectuaram outras duas cargas, ambas com desfecho igual ao da primeira.
Os mexicanos contra-atacaram. Uma força de indígenas Zacapoaxtla e Xochiapulco, muitos dos quais armados apenas com machetes, conseguiu romper parte das linhas francesas. Porfírio Díaz (futuro presidente do México), comandava uma disciplinada companhia de cavalaria mexicana, que flanqueou os franceses. A batalha terminaria pelas 16.30 horas.
Com o cair da noite, os franceses conseguiram recuperar algum terreno. O general Lorencz esperou dois dias por uma contra-ofensiva mexicana, mas Zaragoza não estava disposto a atacar os franceses em campo aberto, onde perderia a sua vantagem defensiva. Não querendo arriscar um novo ataque e sob um tempo inclemente, incluindo uma tempestade de granizo, Lorencez retirou as suas forças para Orizaba.
Consequências
A 10 de maio de 1862, o presidente Juárez declarou que o aniversário da Batalha de Puebla seria um feriado nacional, o Dia da Batalha de Puebla ou, apenas, Cinco de Mayo. Apesar de ser reconhecido como um dia de celebração, hoje em dia não é um feriado federal do México.
Apercebendo-se que a sua força expedicionária não tinha a força necessária para levar a cabo a missão planeada, os franceses procederam ao seu reforço com 30.000 tropas. Em 1863, os franceses tornaram a marchar em direcção à Cidade do México, desta vez ignorando Puebla. Depois de bem sucedidos na captura da capital mexicana, instalaram o regime fantoche do Imperador Maximiliano.
Apesar da batalha de Puebla não ter conseguido evitar a ocupação do México pelos franceses, foi ainda assim uma importante vitória para os mexicanos. Levantou a sua moral e fortaleceu a sua determinação na resistência à invasão. Por outro lado, deu ao governo de Juárez tempo de que este muito necessitava. Apesar de forçado a abandonar a Cidade do México em direcção ao norte, o governo continuaria a funcionar e a ser reconhecido como legítimo por muitas nações. Maximiliano e os seus aliados seriam derrotados em 1867.
A batalha de Puebla teve também uma grande importância histórica, pois acabou com as esperanças de Napoleão III em conseguir uma rápida conquista do México, que ele planeava usar como base de apoio aos confederados na Guerra Civil Americana.
  
 

sábado, maio 04, 2019

Hoje foi um dia especial...

 
O Dia de Star Wars, 4 de maio, celebra Star Wars criado por George Lucas. É seguido pelos fãs dos filmes. A observância do feriado se espalhou rapidamente devido às celebrações na internet e media sociais.
 
4 de maio
O 4 de maio é considerado um feriado por fãs de Star Wars para celebrar a cultura de Star Wars e honrar os filmes. O dia é chamado de Dia de Star Wars por causa da popularidade de um trocadilho com o modo de chamar esse dia em inglês.
Como a frase "May the Force be with you" (em português, "Que a Força esteja contigo") é uma citação famosa muitas vezes falada nos filmes de Star Wars, os fãs commumente dizem "May the fourth be with you" (em português, "Quatro de maio esteja com você") neste dia. Com isso, pode-se notar que o trocadilho apenas funciona em inglês, ficando sem sentido em português.
Os fãs atuais de Star Wars não foram os primeiros a introduzir a frase "May the fourth be with you": quando Margaret Thatcher foi eleita a primeira mulher como Primeiro Ministro da Grã-Bretanha em 4 de maio de 1979, o seu partido colocou um anúncio no The London Evening News que dizia "May the Fourth Be with You, Maggie. Congratulations." Esta frase também foi registada no Hansard do Parlamento do Reino Unido.
Numa entrevista de 2005 para o canal N24 de notícias da TV alemã, foi pedido ao criador de Star Wars, George Lucas, que ele dissesse a famosa frase "Que a Força esteja contigo." O intérprete simultâneamente interpretou a frase em alemão como Am 4. Mai sind wir bei Ihnen ("We shall be with you on May 4", em português, "Vamos estar com você em 4 de maio"). Isso foi captado pela TV Total e foi ao ar em 18 de maio de 2005.
Em 2011, a primeira celebração organizada do Dia de Star Wars aconteceu em Toronto, Ontário, Canadá no Cinema Subterrâneo de Toronto. As festividades incluíram um Game Show de Trivia sobre a Trilogia Original; um concurso de fantasias com os júri composto por celebridades; e a exibição em tela grande dos melhores filmes, mash-ups, paródias, e remixes da web. A segunda edição anual aconteceu na sexta-feira, 4 maio de 2012.
 
  
  
  
A 4 de maio comemora-se o Dia do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros criado pelo Decreto-Lei nº 118/79, dessa data.  As serras de Aire e Candeeiros são o mais importante repositório das formações calcárias existente em Portugal, sendo esta a razão primeira da sua classificação como Parque Natural. Morfologia cársica, natureza do coberto vegetal, a rede de cursos de água subterrâneos, uma fauna específica, nomeadamente cavernícola, património arquitetónico e cultural, bem como intensa atividade no domínio da extração da pedra são outros tantos aspetos que o diploma classificatório tenta preservar e disciplinar.
A secura, acentuada pela ausência de cursos de água superficiais, marca uma paisagem a que falhas, escarpas e afloramentos rochosos conferem um traço vigoroso.
A água corre através de uma intrincada rede subterrânea. A erosão cársica originou formações características - poldjes, campos de lapiás, lapas e algares, uvalas e dolinas numa rara profusão de formas. As cavidades são férteis em temas espeleológicos.
O coberto vegetal é marcado pela presença de pequenas manchas de carvalho cerquinho ou azinheira. Dentre as plantas autóctones destaca-se o cortejo das plantas aromáticas, medicinais e melíferas repartidas por algumas dezenas de espécies. A oliveira, a recordar o esforço dos cistercienses, domina a vegetação não espontânea. A fauna destes calcários inclui numerosas aves, nomeadamente a Gralha-de-bico-vermelho, com hábitos de nidificação cavernícola. Uma dezena de espécies de morcegos.
A presença humana é atestada desde o paleolítico. A estrada romana de Alqueidão da Serra testemunha caminhos antigos. Têxtil, curtumes, agricultura, criação intensiva de gado e indústria extrativa de pedra e argila justificam, na atualidade, a presença de numerosa população. 
A jazida da Pedreira do Galinha, na vertente oriental da serra de Aire (Jurássico Médio - 175 MA) contém a mais antiga e longa (147 m) pista de dinossáurios saurópodes até hoje conhecida no mundo. Centenas de pegadas organizam-se em cerca de duas dezenas de pistas constituídas pelas impressões deixadas por grandes animais quadrúpedes.
  
in ICNF