Conta-se que Eugénia era possuidora de uma beleza extraordinária, e que
seus cabelos muito longos eram de um castanho pouco comum, conhecido
como
castanho-ticiano, fora educada no convento do
Sacre Coeur, em Paris.
Diz-se que um dia em uma conversa mais intima ao pé do ouvido, Napoleão
III perguntou-lhe,"qual é o caminho mais curto para os seus
aposentos", e ela respondeu-lhe "Pela Capela meu senhor, pela Capela".
Casaram-se em Paris no dia
19 de janeiro de
1853,
e Eugénia ousou ser uma das primeiras noivas a casar-se de branco -
seguindo o exemplo da rainha Vitória, da Inglaterra - numa época em
que as noivas se casavam de
azul,
verde e até de
vermelho:
"O branco começou a ser utilizado apenas em 1840, quando a Rainha Vitória casou-se com o Príncipe Alberto
de Saxe. Nessa época era a cor azul que simbolizava pureza, enquanto o
branco era símbolo de riqueza. Como a cor branca não era geralmente
escolhida para o vestido de noiva, a Rainha Vitória surpreendeu a todos
e lançou a tendência – que logo foi copiada por mulheres de todo
continente europeu e americano."
Interessada em novidades tecnológicas, quis conhecer pessoalmente o dirigível de
Alberto Santos Dumont, embora vivesse reclusa em sua velhice:
"Uma senhora altiva e cheia de dignidade desejou conhecer o
dirigível de Santos Dumont: a Imperatriz Eugénia de Montijo, viúva de
Napoleão III, em cuja fronte "luziu o diadema de safiras e diamantes que
resplandeceu nas cabeças de Josefina de Beauharnais e de Maria Luísa de Áustria." A ex-soberana dos franceses, da qual ainda podemos admirar a formosura na tela de Winterhalter
mulher de "fisionomia e espáduas de rara perfeição", que tinha os pés
e as mãos "de uma andaluza de puro sangue", havia se transformado
numa "sombra dolorida e silenciosa". Ela vivia num retiro absoluto,
completamente afastada da sociedade, sobretudo depois do desaparecimento
de seu filho, o príncipe Eugénio Luís, herdeiro do trono, que em 1879
foi morto na África do Sul, durante a guerra dos ingleses contra os zulus.
Ninguém conseguia vê-la, Eugénia evitava jornalistas e fotógrafos,
(...) portanto foi com desvanecimento que Alberto recebeu, no dia 23 de
janeiro a visita desta grande dama (...) Eugénia, trajada de preto,
chegou ao hangar numa carruagem fechada (...) achava-se com quase
oitenta anos, mas o rosto exibia os vestígios da impressionante beleza
que fascinara o filho de Hortênsia de Beauharnais.
Faleceu durante uma visita a
Madrid no dia
11 de junho de
1920,
aos 94 anos, e foi sepultada na cripta imperial da St Michael's
Abbey, Farnborough, Condado de Hampshire, ao lado do filho e do
marido.